PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL INFORMATIVO Nº 132. Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca.
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- João Vítor Beretta
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1 PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO DE 25 DE MAIO A 13 DE JUNHO DE 2016 INFORMATIVO Nº 132 1
2 Núcleo 1 Chapadão do Sul Eng. Agr. Danilo Suniga de Moraes Temperaturas baixas e umidade acima do desejável caracterizam o estágio atual das condições ambientais na Região de Chapadão do Sul. Mesmo assim a colheita do algodão começou na localidade (Fotos 1, 2 e 3), caracterizada numa propriedade e ainda de forma cadenciada. A produtividade obtida, até o momento da redação deste Informativo, está dentro da expectativa do produtor, mesmo com o desprendimento do algodão do capulho de forma anormal. Fotos 1; 2 e 3. Colheita de algodão safra em Chapadão do Sul MS. Nos próximos dias a maioria das propriedades irá realizar a desfolha do algodoeiro e o cuidado nesta tomada de decisão é importante, pois a baixa temperatura quem vem ocorrendo na Região pode ser um problema, visto que vários trabalhos científicos apontam para baixa eficiência dos produtos utilizados quando a temperatura está inferior a 22 C. Um dos principais indicadores para a tomada de decisão para realização da desfolha é verificar se a última maça que se deseja ser colhida esta fisiologicamente madura. Neste aspecto, pode ser visualizada a sua maturação 2
3 observando o tamanho e a formação do caroço: aquele que apresenta o tegumento da semente mais escuro está em fase avançada de formação (foto 4). Foto 4. Maçãs em diferentes graus de maturação (à esquerda, maturação mais avançada note o halo escuro no entorno da semente). Importante: lembra-se que o uso de inseticidas na desfolha na região tem se tornado um grande aliado no combate ao bicudo de final de safra, pois tal iniciativa reduz a população da praga de entressafra da cultura, e evita que ele se disperse para áreas de refúgio e talhões vizinhos daqueles que estão em fase de colheita ou roçada (Foto 5). Foto 5. Colheita de algodão seguida de roçada. É preciso ficar atento com esta praga. Nesta fase final, onde o algodoeiro está em plena maturação pode haver danos do bicudo e está praga sobrevive em estruturas reprodutivas (Fotos 6 e 7), mesmo após a roçagem, naquelas que estão sobre o solo, eventualmente completando o ciclo e ficando à espera da nova safra ou se dispersando para áreas vizinhas, como citado. 3
4 Foto 6 e 7. Carimã: larva e pupa do bicudo do algodoeiro em capulho mal aberto do ponteiro. A baixa temperatura destes últimos dias tem reduzido o potencial de produção do ponteiro das plantas. Nestas condições climáticas, os botões florais e maçãs em fase inicial caem ou secam, ficando em alguns casos fixas nas plantas, causando impressão de ataque de pragas, porém ao verificar minunciosamente as mesmas nota-se que estas estão sem nenhum dano como podemos verificar nas Fotos 8 e 9. Foto 8 e 9. Estruturas secas e aderidas no terço superior da planta. O ataque de lagartas nestes últimos dias foi menor, devido ao intenso controle utilizado no mês anterior e provavelmente também devido à queda de temperatura, que alonga os ciclos das pragas. Tipicamente são pragas de condições tropicais, e a queda de temperatura as prejudica, da mesma forma que afeta as plantas. O monitoramento das principais lagartas, lagartas Spodoptera frugiperda e Helicoverpa armigera, segue principalmente nas lavouras de 4
5 algodão de segunda safra que ainda está em fase reprodutiva e os riscos de perda com ataque de lagartas é de maior risco. O controle do bicudo prossegue, e com maior intensidade agora no algodão segunda safra. O uso da tecnologia UBV (Ultra Baixo Volume) tem sido empregado com muito sucesso na região, permitindo assim um bom controle da praga e menor impacto ambiental (dado o uso de produtos mais seguros). Na foto 10 foi empregado no controle da praga o uso de um litro de óleo vegetal e um litro de produto comercial autorizado para controle do bicudo, totalizando uma vazão de apenas 2 litros de calda por hectare, possibilitando através de um equipamento e uma regulagem adequada a formação de micro gotas de base oleosas, que possibilitam o controle mais eficaz do bicudo. O uso de tecnologias UBV deve ser ampliado na Região, face seus benefícios econômicos, ecológicos e sociais no Sistema de Produção. Foto 10. Pulverização especifica para controle do bicudo do algodoeiro utilizando tecnologia Ultra Baixo Volume. Núcleo 2 Costa Rica e Alcinópolis Eng. Agr. Robson Carlos dos Santos Na Região de Costa Rica e Alcinópolis, os primeiros talhões semeados com algodão safra estão com aproximadamente 185 DAE (dias após emergência) e a maioria das lavouras desta época, já estão na fase de capulhos (Foto 11). Fato que chama atenção para a preocupação em manter a qualidade de fibras produzidas e diminuir as populações de bicudo de final de safra. Em poucos dias, realizar colheita rápida e bem-feita e destruir os restos culturais são essenciais para a Boa Prática Agrícola. 5
6 Foto 11. Algodão safra na Região do Baús. No Núcleo apenas uma propriedade começou o processo de desfolha do algodoeiro, porém a perspectiva é que outros cotonicultores deem início à prática nas próximas semanas. Vale lembrar que esta ação deve ser executada com cautela, pois se as maçãs não estiverem fisiologicamente maduras podem ocorrer danos na fibra do algodoeiro. Outro ponto muito importante é o clima, temperaturas entre 23 e 32 C são consideradas favoráveis para a desfolha, situação que não ocorre na Região nos últimos dias, pois a temperatura média está bem abaixo do ideal para esta ação (Foto 12). Foto 12. Termo anemômetro registrando baixas temperaturas na região do Baús. Nesta fase final da cultura, as atenções devem ser redobradas para tentar manter as qualidades intrínsecas da pluma do algodoeiro, deixando-as isentas de pragas que possam desqualificar sua fibra, como é o caso da mosca branca e do pulgão. Grandes infestações podem causar caramelização do algodão e até mesmo ocasionar a proliferação de fumagina nas folhas e plumas do algodoeiro. No período ocorreram precipitações em todas as unidades produtoras, essas precipitações nesta fase final do ciclo do algodão associada com a queda da temperatura nos últimos dias, posterga o processo da abertura das maçãs. Em alguns talhões é possível observar uma evolução no apodrecimento de maçãs (Fotos 13 e 14) decorrente das condições climáticas favoráveis durante estes últimos dias, o apodrecimento é mais intenso nas maçãs que estão posicionadas na parte inferior das plantas. 6
7 Foto 13 e 14. Apodrecimento de maçãs ocasionadas por fungos e bactérias e elevada umidade no momento do processo da abertura respectivamente. Núcleo 3 Centro (São Gabriel do Oeste). Eng. Agr. Robson C. dos Santos Na Região Central (São Gabriel do Oeste), não foi semeado algodão na safra 2015/16. Núcleo 4 Sul (Sidrolândia e Aral Moreira). Eng. Agr. Danilo S. Moraes Em Sidrolândia, na Região Sul do Estado, o algodão está sendo colhido e apresenta até o momento produtividade satisfatória, precipitações que ocorreram neste mês e também a queda de temperatura tem influenciado na evolução da colheita, mas até o momento não tem prejudicado a qualidade da fibra. Na propriedade ainda falta colher 10% do total da área, durante os últimos dias a chuva constante e tempo nublado atrapalharam e muito o final da colheita. Em Aral Moreira o algodão foi colhido e a destruição de soqueira realizada, como determina a legislação. ACOMPANHAMENTO DAS APLICAÇÃOES AEREAS EM UBV E BVO. Responsável Tec. Agrícola Marcelo Rodrigues Caires O acompanhamento da qualidade de aplicação de produtos fitossanitários do Projeto de Fitossanidade da AMPASUL realizou 50 vistorias de aplicações em UBV e BVO, com vazão entre 1 a 5 litros de calda por hectare, em operações aéreas (Foto 15). Foram gerados relatórios, quando necessário, para sugerir e orientar os técnicos e gerentes das propriedades sobre o ocorrido. Cinco desses relatórios foram repassados para a Equipe da Ampasul e 7
8 obviamente para a parte técnica da fazenda e demais interessados correlacionados ao processo de produção, de forma protocolar. Nos relatórios foram feitas atribuições a aplicações em UBV e BVO com ênfase as técnicas e equipamento correto usando a bibliografia existente nas operações aéreas. As técnicas usadas para aferição e acompanhamento das aplicações foram: uso do termo-higro-anemômetro (Foto 16), Relação do fator Amsdem, Uso de papéis sensíveis ao óleo e à água (Fotos 17 e 18), utilização de gaiolas para avaliar a eficiência no controle, calibragem de aeronaves. Em quase todas as operações foram feitos apontamentos e registros com mais de 200 fotografias, arquivo dos papéis sensíveis com a medições de densidades de gotas, e resultados de mortalidade de insetos. As gaiolas foram distribuídas para os interessados em fazer o teste na propriedade e medir a eficiência dos seus produtos tendo como opção o acompanhamento do seguimento de qualidade de aplicação ou não. A aceitação por parte dos técnicos e gerentes das fazendas foi gradual com passar dos meses que se realizou o trabalho, com tudo pode se dizer que estamos em um nível superior ao do começo da safra. A adequação das empresas aéreas foi boa no ponto de vista da aceitação e respeito às normas definidas, mas ainda não foi feito nenhum tipo de investimento como altímetro a laser, rádio amador e outros, para melhorar a qualidade dos trabalhos. Foto 15. Aplicação aérea utilizando tecnologia UBV. Foto 16 e 17. Equipamento para aferição de condições climáticas no momento da pulverização e coletor de gotas utilizados para verificar tamanho e quantidade de gotas no momento da pulverização. 8
9 Foto 18. Papel sensível a óleo após coleta realizada em pulverização UBV (1 litro por hectare). Lembramos que sempre que solicitado e agendado previamente a Ampasul disponibiliza o Técnico da associação treinado para acompanhar a pulverização na fazenda verificando os parâmetros e equipamentos utilizados para realização da pulverização UBV e BVO aérea e também terrestre. ANEXO Foi realizado no dia primeiro de junho de 2016 o GTA (módulo doenças). Como no ano anterior, o evento foi realizado em parceria com a Fundação Chapadão e Fundação Goiás, na ocasião realizamos o evento no Centro de Pesquisa da Fundação Chapadão (Foto 19) onde reuniram-se os técnicos e consultores envolvidos com a Cultura do Algodão das Regiões de Chapadão do Sul, Alcinópolis e Costa Rica do MS e também representantes do Estado Goiás (Chapadão do Céu). O pesquisador Alfredo Riciere Dias, fitopatologista da Fundação Chapadão apresentou os resultados obtidos em seus estudos na safra passada e discutiu com os participantes as principais estratégias utilizadas nesta safra par o controle das principais doenças que ocorrem no algodoeiro, na sequencia os participantes foram a campo (Foto 20) e acompanharam vários trabalhos que a Fundação realiza com diversos produtos para controle de doenças, em destaque à rotação de modos de ação de fungicidas e alternância de produtos para controle da Mancha de Ramulária. Eventos como este são de grande valia, pois os técnicos e consultores envolvidos (Foto 21) podem tirar suas dúvidas e trocar informações importantes que podem vir a auxiliar no planejamento da próxima safra. 9
10 Foto 19. Apresentação dos resultados da pesquisa realizada pela Fundação Chapadão no controle de doenças do algodoeiro. Foto 20. Apresentação do trabalho de campo. Foto 21. Participantes do GTA (módulo doenças). É permitida a reprodução ou divulgação, em outros órgãos de comunicação, deste informativo, desde que expressamente citada a fonte, ficando aquele que desatender a esta determinação sujeito às sanções previstas na Lei nº 5.259/1967 (Lei de Imprensa) Visite nossa página no facebook ( e nosso site ( Redação: Eng. Agr. Danilo Suniga de Moraes (Coordenador Técnico da AMPASUL) e Eng. Agr. Robson Santos (Monitor Técnico da AMPASUL), colaboração Tec. Agr. Marcelo Caires (Monitor Técnico de Aplicação da AMPASUL) 10
PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL INFORMATIVO Nº 133. Este informativo não representa o endosso da AMPASUL para nenhum produto ou marca.
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