PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO SEMANAL DE 17 A 24 DE FEVEREIRO DE 2014

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1 ANO III / Nº 76 PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO SEMANAL DE 17 A 24 DE FEVEREIRO DE 2014 No decorrer desta semana a Ampasul promoveu o Tour do Algodão módulo Doenças, passando por três das quatro regiões do Estado produtoras de algodão. O evento colaborou para alertar e treinar os produtores e suas equipes técnicas para que fiquem mais atentos não só ao ataque de pragas como também na identificação e manejo de doenças que começam a surgir com maior intensidade nesta fase reprodutiva. O evento foi realizado com a participação do Prof. Dr. Luiz Gonzaga Chitarra, pesquisador/fitopatologista da Embrapa Algodão Núcleo Cerrado, que ficou responsável por explanar sobre doenças do algodoeiro em cada local na propriedade onde o evento estava sendo realizado. A Ampasul apresentou aos participantes os Campos Demonstrativos de Cultivares que estão implantados nos Núcleos 01 e 02, juntamente com as empresas que relataram as principais características das novas cultivares. Foi abordado também o desempenho das novas cultivares e suas tecnologias no campo e os tratos culturais realizados Em todos os Núcleos visitados, primeiramente o proprietário e a equipe técnica da fazenda apresentavam a variedade de algodoeiro cultivada naquele talhão e os tratos culturais realizados até o momento, e, em seguida, o Prof. Chitarra iniciava uma explanação sobre as doenças de importância econômica que incidem sobre a cultura. Ao final de cada explanação foi aberto a todos a sessão de perguntas relatos e discussão sobre as doenças em pauta. O evento contou com a presença de: produtores, equipe técnica das fazendas, consultores, representantes de empresas multinacionais e regionais, representantes municipais (Secretaria da Agricultura de Costa Rica), Fundação Chapadão, UFMS, cooperativas (Coabra e Coprasul) entre outros interessados. O evento contou com um total de 129 participantes. Os principais temas abordados nesse evento foram: qualidade da semente, mancha de ramulária (Ramularia areola), mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum), ramulose (Colletotrichum gossypii var. cheplalosporioides), fusariose (Fusarium oxysporum f. s. vasinfectum), mancha de alternaria (Alternaria sp.), mancha de estenfílio (Stemphylium solani), mancha de mirotécio (Myrotechium roridum), bacteriose (Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum) além do apodrecimento de maçãs (complexo de fungos) e tombamento de plântulas (especialmente Rhizoctonia solani). Foto 01. Prof. Dr Luiz G. Chitarra (Embrapa Algodão Núcleo Cerrado) Abaixo breve relato descrito pelo Prof Dr. Luiz G. Chitarra. 1

2 A maioria dos patógenos da cultura do algodoeiro é transmitido por sementes. A qualidade da semente é fundamental no estabelecimento da lavoura de algodoeiro. Portanto, as sementes devem estar livres de agentes patógenos e devem ser tratadas com fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A mancha de ramulária é uma das mais importantes doenças da cultura do algodoeiro, pois as cultivares atualmente utilizadas são suscetíveis a esta doença. Portanto, é importante que o monitoramento da lavoura seja realizado por monitores de campo bem treinados para identificarem corretamente as doenças para que o manejo seja adequado e eficiente. Cada monitor deve conhecer detalhadamente o histórico das áreas e as variedades de algodoeiro a serem cultivadas em cada talhão. O monitoramento de doenças nessas áreas deverá ocorrer durante todo o ciclo da cultura. Para cultivares suscetíveis, o controle químico da mancha de ramulária com fungicidas deve ser realizado preventivamente ou no início dos primeiros sintomas da doença (mancha azulada ou primeiros pontos esbranquiçados esporulação do fungo nas folhas do baixeiro), pois se essa diagnose for tardia, a produtividade poderá ser afetada e o produtor poderá ter perdas econômicas. Recomenda-se que no fechamento das entrelinhas do algodoeiro seja também realizada uma pulverização com fungicidas. Nas cultivares resistentes, os sintomas da mancha azulada aparecem nas folhas do baixeiro das plantas, porém, não há esporulação do fungo. Portanto, é imprescindível o conhecimento da incidência das doenças nas cultivares que estão sendo utilizadas na propriedade. Nesse caso, recomenda-se duas pulverizações com fungicidas, sendo uma no fechamento das entrelinhas do algodoeiro. Sugere-se sempre que os técnicos observem as condições dos equipamentos de pulverização (mangueiras, bicos de pulverização, etc...) e que testem os equipamentos antes das pulverizações para verificarem se o fungicida está atingindo o alvo de forma homogênea e econômica. Recomenda-se nas pulverizações a alternância dos grupos químicos de fungicidas. A mancha de alternaria (Alternaria sp.), mancha de estenfílio (Stemphylium solani) e mancha de mirotécio (Myrothecium roridum) geralmente estão presentes nas lavouras de algodoeiro, porém com níveis de incidência e severidade baixos. Neste caso, essas doenças estão sendo controladas indiretamente pela alternância dos grupos químicos de fungicidas que estão sendo realizados no controle da mancha de ramulária. Caso haja elevada incidência e severidade de um dos patógenos citados acima, o controle químico específico deverá ser realizado. A ramulose, quando diagnosticada a campo, as medidas de controle devem ser realizadas o mais rápido possível para não haver perdas econômicas. Caso haja várias reboleiras num mesmo talhão, totalizando-se um número representativo de plantas, recomenda-se o controle com fungicidas específicos. Por outro lado, para algumas doenças mais restritas como a murcha de fusário e o mofo branco, quando detectados na lavoura, é imprescindível que área seja monitorada e medidas de controle sejam adotadas para as próximas safras. Em relação ao tombamento de plântulas/mela, a incidência e severidade da doença estão relacionadas com as condições climáticas, as quais são fundamentais para a decisão das medidas de controle a serem adotadas. Quando as chuvas são intensas, a ocorrência de tombamento e mela são maiores. Portanto, nas áreas com histórico de tombamento o manejo da cultura deve ser diferenciado. Sugere-se o plantio sobre a palhada para minimizar a questão de tombamento e mela e recomenda-se também o tratamento adequado/específico de sementes. Abaixo segue fotos tiradas em cada Núcleo e fazenda por onde passou o evento. 2

3 Núcleo 1 Chapadão do Sul Eng. Agr. Danilo Suniga de Moraes Foto 02. Visita a Fazenda Bom Jesus (Beneditto Mudinutti Junior). Foto 03. Visita ao Campo Demonstrativo do Núcleo 01 na Fazenda Carlão (Grupo Schlatter). Foto 04. Consultor Rubem Staudt (Astecplan) a esquerda e Junior representante da Fazenda Indaiá (Octavio C. Boff) a direita. 3

4 f Núcleo 2 Costa Rica e Alcinópolis Eng. Agr. Robson Carlos dos Santos Foto 05. Visita Fazenda São João (Grupo SLC) no município de Costa Rica. Foto 06. Gerente Francis Weber e Eng. Agr. Sergio Werle do Grupo SLC, apresentando os tratos culturais realizados na Faz. São João, em Costa Rica. Foto 07. Participantes na Fazenda Pérola do Planalto (Prop. Adroaldo Guzzela). 4

5 Foto 08. Representantes Deltapine apresentando a cultivar DP 1228 B2RF, no Campo Demonstrativo do Núcleo 02. Foto 09. Representantes Syngenta apresentando a cultivar TMG 82 WS, no Campo Demonstrativo do Núcleo 02. Núcleo 3 Centro e Sul (São Gabriel a Naviraí). Eng. Agr. Guilherme Foizer Foto 10. Visita a Faz. Cachoeira (Luiz Sergio Raiter) em São Gabriel do Oeste. 5

6 Foto 11. Luiz Sergio Raiter produtor de algodão (a direita) e Marcio gerente Faz. Cachoeira em São Gabriel do Oeste (a esquerda). Foto 12. Paulo Piaia (esq.) e Janio Pinesso (dir.) produtores de algodão. Foto 13. Visita a Faz. Santo Antônio (Paulo Piaia) em Bandeirantes. 6

7 Foto 14. Participantes do tour na Faz. Taquary (Rene Migliavacca) em São Gabriel do Oeste. ANEXO TABELA DE CAPTURA DE MARIPOSAS Núcleo 1 Chapadão do Sul (Mariposas capturadas por noite) Código Identificador (NÚCLEO 01) Armadilha DELTA Helicoverpa Período das leituras: 17/02/14 a 24/02/2014 Armadilha LUMINOSA Helicoverpa Heliothis Spodoptera Pseudoplusia includens Outras N N N1.3 2,7 18 N1.4 N1.5 N1.6 N N1.8 MÉDIA 2,7 32 #DIV/0! 9 50, (não tem armadilha) ; células em branco não foi informado 7

8 Núcleo 2 Costa Rica e Alcinópolis (Mariposas capturadas por noite) Código Identificador (NÚCLEO 02) Armadilha DELTA Helicoverpa Período das leituras: 17/02/14 a 24/02/2014 Armadilha LUMINOSA Helicoverpa Heliothis Spodoptera Pseudoplusia includens Outras N2.1 0, N2.2 N2.3 0,88 1,5 0,5 0,5 47,5 N2.4 0, N2.5 0,64 13,5 3, N2.6 N2.7 0, ,5 19,5 9 N2.8 N2.9 1 N2.10 0,39 3 0,5 3 19,5 MÉDIA 0,69 7,17 0,92 1,50 27,08 7,00 - (não tem armadilha) ; células em branco não foi informado Código Identificador (NÚCLEO 03) Núcleo 3 Centro e Sul (Mariposas capturadas por noite) Armadilha DELTA Helicoverpa Período das leituras: 17/02/14 a 24/02/2014 Helicoverpa Heliothis Armadilha LUMINOSA Spodoptera Pseudoplusia includens Outras N3.1 N3.2 N3.3 0, N3.4 N N3.6 N3.7 N3.8 0, N MÉDIA 0,50 8,25 1,00 2,00 15,00 #DIV/0! - (não tem armadilha) ; células em branco não foi informado Visite nossa página no facebook ( e nosso site ( Redação: Eng. Agr. Danilo Suniga de Moraes (Coordenador Técnico da Ampasul), Eng. Agr. Guilherme Foizer (Monitor Técnico da Ampasul) e Eng. Agr. Robson Santos (Monitor Técnico da Ampasul) 8