PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL
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- Juliana Belo
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1 Informativo Nº 142 Primeira Quinzena de Fevereiro de 2017 PROGRAMA FITOSSANITÁRIO DE MATO GROSSO DO SUL A AMPASUL disponibiliza o treinamento de monitores de pragas in loco mediante agendamento prévio. Núcleo 1 Chapadão do Sul e Cassilândia Eng. Agr. Danilo Suniga de Moraes Foto 1. Algodão safra em Chapadão do Sul MS. Em Chapadão do Sul, único município que semeou algodão neste Núcleo, foram semeados 8032 hectares da cultura, sendo que 72% (5759 hectares) pertencem à modalidade de algodão safra e os 28% restantes (2273 hectares) são cultivados com algodão de segunda época (semeados após as colheitas da soja ou do feijão). A semeadura da fibrosa teve atraso nesta fase final devido ao excesso de chuvas ocorrido em toda a região, porém a cultura tanto do algodão safra como segunda safra apresenta um bom desenvolvimento no momento (Foto 1). O algodão safra, semeado na primeira quinzena de dezembro de 2016 já está em F1 (quando Foto 2. Algodoeiro em F1. o primeiro botão floral do primeiro ramo reprodutivo se transformou em flor) (Foto 2). A presença de botões e flores é um alerta para o produtor para intensificar o monitoramento da cultura, pois o ataque de pragas e doenças a partir desta fase interferem diretamente na produtividade final da cultura. 1
2 Foto 3 e 4. Lagarta de Spodoptera frugiperda e seu ataque em botão floral e brácteas. Pragas como lagartas (Foto 3 e 4) e o bicudo são mais corriqueiros e ataques intensos podem causar sérias perdas de estruturas reprodutivas. Felizmente, na região ainda não há relato de bicudo no interior de lavouras apenas alguns pequenos focos em bordaduras - já controlados - e o controle de lagartas também vem sendo feito rigorosamente, apesar da dificuldade encontrada nos últimos dias para realizar as operações de combate já que as chuvas têm ocorrido com frequência (todos os dias) durante o período deste informativo. A ampla adoção de algodão geneticamente modificado com tecnologias oriundas de Bt na região contribui para a minimização dos riscos de lagartas. O algodão segunda safra está na fase vegetativa e a ocorrência de mosca branca tem sido frequente, agravada pela existência de plântulas de soja que germinam primeiro que o algodão. As chuvas frequentes atrapalham o trabalho de controle de plantas daninhas com o uso de herbicidas, que permanecem no campo competindo com a cultura e hospedando pragas. A mosca branca tem fácil dispersão pela região através do vento e pelas longas distâncias que podem se movimentar, e juntamente com a colheita da soja estas tendem a dispersar para a cultura do algodão. O adequado seria realizar controle de talhões de soja na fase final do ciclo que contenham grande população da praga. Fato que não ocorre, pois nem todo sojicultor é cotonicultor, então não é viável ao mesmo realizar tal controle já que a praga não irá causar prejuízos para quem só cultiva soja (Foto 5). Assim, é fundamental o combate de focos e reboleiras de ninfas de mosca branca que aparecerem nas áreas de algodão, seja em bordaduras ou em talhões específicos. Além disso, ficar em alerta quando o Foto 5. Algodão segunda safra e soja germinada após colheita. 2
3 aparecimento de ninfas ocorrer generalizadamente no talhão, o que pode demandar controle específico. O uso de inseticidas na cultura do algodão é necessário durante todo o ciclo, porém o uso correto de doses e produtos específicos (e seletivos) tem que ser priorizado por parte dos cotonicultores. A grande diversidade de insetos benéficos na cultura é impressionante, porém poucos identificam e conhecem tais insetos. Em algumas propriedades, a Equipe da AMPASUL tem observado a presença de tais insetos e constatou que a quantidade é pequena, porém tolera o uso constante de produtos químicos na cultura, e faz um alerta a todos os monitores que ao realizar o levantamento de pragas observem também a presença de insetos benéficos (Foto 6, 7 e 8), pois estes podem ajudar a reduzir populações de pragas se manejado com sabedoria. Foto 6. Coccinellidae são predadores de pulgão (Aphis gossypii). Foto 7 e 8. Microvespa parasitoide da Família Braconidae emergindo de um pulgão por ela parasitado. 3
4 Núcleo 2 Costa Rica e Alcinópolis Eng. Agr. Robson Carlos dos Santos No período referente a elaboração deste informativo, findou-se a semeadura do algodão de segunda safra nos municípios de Costa Rica e Alcinópolis. Na região a área semeada com algodão de segunda safra ficou em 3283 hectares e o algodão safra (Fotos 9 e 10) ficou com uma área de hectares, totalizando uma área total de hectares no Núcleo, representando 66% da área de algodão semeada no Estado. Foto 9 e 10. Algodão safra na Região do Baús Os elevados índices pluviométricos no mês de janeiro e fevereiro vem afetando nos tratos culturais e operacionais de algumas propriedades. De acordo com relato de produtor da região, neste ano sua propriedade acumulou uma média de 619 mm, sendo que em janeiro as precipitações médias de janeiro ficaram em 431 e fevereiro até o momento já está com uma média de 188 mm, ainda salientou o produtor, que nesse período apenas oito dias não ocorreram precipitações. Devido as condições climáticas estarem favoráveis para a proliferação de mela, principalmente na fase inicial e de emergência das plântulas, foram identificadas áreas que houve a necessidade de realizar o replantio do algodão devido o estande final de plantas terem ficado abaixo de desejável. Outro ponto que requer atenção é no controle de plantas daninhas (Foto 11), devido as elevadas Foto 11. Capina de ervas daninhas em algodão sofrendo mato competição. precipitações ocorrentes nesse período algumas propriedades 4
5 estão com dificuldades de realizar manejo de controle dessas plantas, situação que devemos ficar em alerta pois o não controle dessas plantas pode ocasionar a mato competição, que pode causar sérios danos na produção, e onera o custo de produção devido a necessidade de mão de obra para realizar capina. Em relação ao algodão safra, a maioria dos algodões semeados nesta modalidade já estão na fase reprodutiva e apresentam bom desenvolvimento até o momento, os primeiros talhões semeados estão com aproximadamente 70 DAE (dias após emergência) e é possível identificar a formação das primeiras maçãs (Fotos 12 e 13). Foto 12 e 13. Flor de algodão branca (não fecundada) flor de Algodão rósea (fecundada) e maçã do algodão. De modo geral, até o momento a cultura apresenta boa sanidade vegetal com baixa incidência de doenças, porém, os cotonicultores que trabalham com pulverizações calendarizadas já realizaram três aplicações para o controle de ramulária. Na última semana foi observado um aumento significativo de oviposições de Chrysodeixis includens (Foto 14) com índices superiores a 50% nos levantamentos a campo, também há registro de oviposições de Heliothinae porém em escala menores, até o momento o controle de lagartas (Foto 15) está sendo necessário nas Foto 14 e 15. Postura de Chrysodeixis includens e Lagarta Spodoptera alimentando-se da flor do algodoeiro e respectivamente. 5
6 cultivares que não expressam tecnologia Bt, já as cultivares que apresentam tecnologia WideStrike foi necessário realizar o controle de lagartas do gênero Spodoptera em alguns focos isolados. Um ponto que requer cautela nesse momento, principalmente nos talhões que apresentam formação de estruturas reprodutivas como maçãs, é com a dispersão de percevejos da soja, pois com a evolução da colheita da oleaginosa a tendência é que esses percevejos invadam a cultura do algodão em busca de alimento, podendo causar sérios prejuízos para o algodoal. Núcleo 3 Centro (São Gabriel do Oeste). Eng. Agr. Robson C. dos Santos Não foi concretizada ainda a intenção de semeadura de algodão nesta região para a safra 2016/17. Núcleo 4 Sul (Sidrolândia, Aral Moreira e Campo Grande). Eng. Agr. Danilo S. Moraes O algodão semeado nesta região já se encontra com 100 a 120 DAE e alguns talhões estão entrando em fase de cut-out (Foto 16 e 17) ou seja a planta está emitindo as últimas flores do ponteiro e iniciando a abertura dos primeiros capulhos do terço inferior (baixeiro), o desenvolvimento da cultura tem se mostrado muito bom e a Foto 16. Algodão em cut-out Aral Moreira. Foto 17. Algodão em cut-out Sidrolândia previsão dos produtores é que consigam uma boa produtividade desde que o clima nesta fase final não interfira de forma negativa, pois problemas como geada, queda de temperatura e precipitações na colheita podem vir a ocorrer nesta região como mostra histórico de anos anteriores. 6
7 O ataque de pragas nas cultivares convencional tem sido constante pela presença de lagartas do gênero Spodoptera e da sub-família Heliothinae em média já foram realizadas seis pulverizações para o controle das mesmas enquanto nas cultivares com tecnologia Bt foram duas, outra praga que tem ocorrido com maior frequência nesta fase é o percevejo marrom (Euschistus heros) (Fotos 18 e 19) que vem das áreas de soja que estão sendo colhidas Foto 18 e 19. Percevejo marrom (Euschistus heros) atacando maçãs. nos talhões vizinhos, este por sua vez tende a concentrar seu ataque neste momento principalmente na bordadura, causando danos diretos nas maçãs através da má formação da mesmas e apodrecimentos dado que o ataque também propicia porta de entrada para doenças. Uma boa estratégia é o seu controle em bordaduras e monitoramento da praga em todo o talhão. O bicudo do algodoeiro está com um bom controle nestas áreas. Os produtores realizaram o controle na fase inicial de reprodução e mantiveram o controle de bordadura, agora monitoram a lavoura para detectar focos da praga. Foto 20 e 21. Algodão com boa carga de maçãs. 7
8 TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO Tec. Agrícola Marcelo R. Caires As aplicações em Ultra Baixo Volume iniciaram nas últimas semanas. A maioria dos acompanhamentos ficaram concentrados nas propriedades que aderiram a essa tecnologia para o controle do bicudo do algodoeiro. Foto 22. Aplicação aérea. O acompanhamento feito pela Ampasul tem como objetivo de levar conhecimentos práticos e teóricos do uso tecnológico que envolve essa aplicação. Observa-se certa dificuldade para se fazer a mistura de produtos ou limpeza do sistema, já que muitas aplicações não são vinculadas a água e necessitam de um cuidado maior na hora do preparo, por isso importante fazer a limpeza de misturadores, mangueiras, hopper, pontas e todo sistema de aplicação, assim também como seguir a ordem correta para cada mistura de produtos. Nessas aplicações também são importante os teste de avaliação de mortalidade de insetos e densidades de gotas com equipamentos específicos fornecidos pela Associação (Foto 23 e 24), assim também como o uso das duas torres meteorológica localizadas em Chapadão do sul e Costa Rica, que além de repassar dados climáticos indica se há inversão térmica no momento da aplicação, fator esse limitante para essas operações aéreas. Foto 23 e 24. Avaliação de mortalidade. 8
9 É permitida a reprodução ou divulgação, em outros órgãos de comunicação, deste informativo, desde que expressamente citada a fonte, ficando aquele que desatender a esta determinação sujeito às sanções previstas na Lei nº 5.259/1967 (Lei de Imprensa) Visite: Face book ( Site ( Elaboração e Redação: Eng. Agr. Danilo S. Moraes, Eng. Agr. Robson Santos, Tec. Agricola Marcelo Caires e Andressa Marks 9
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