ILUSTRÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SANTA RITA/PB.

Transcrição

1 ILUSTRÍSSIMO SENHOR SECRETÁRIO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SANTA RITA/PB...., a gratificação efetivamente paga pelo ente municipal, ainda que vinculada especificamente ao programa do Sistema Único de Saúde - SUS, ostenta nítida natureza salarial, impondo-se a repercussão nos demais ganhos do empregado, ao menos enquanto paga com habitualidade (artigo 457, parágrafo 1º, da CUT), ensejando as respectivas incidências nos 13 's salários, nas férias acrescidas de 1/3, nos depósitos do FGTS e demais títulos do pacto laboral... (Supremo Tribunal Federal) xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileira(o), casada/solteiro, agente de endemias (Matricula xxxxxxxx), vem perante Vossa Senhoria, requerer com fulcro nas disposições legais e constitucionais, o PAGAMENTO DAS FÉRIAS 13 SALÁRIO COM A GRATIFICAÇÃO SUS, porquanto, possue natureza salarial, tendo repercussão sobre as mesmas, conforme entendimento consagrado do STF, que passamos a transcrever abaixo: 1

2 DECISÃO AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO E TRABALHISTA. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. GRATIFICAÇÃO. NATUREZA E REPERCUSSÃO NOS DEMAIS CRÉDITOS TRABALHISTAS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. Agravo nos autos principais contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República. O recurso extraordinário foi interposto contra o seguinte julgado do Tribunal Superior do Trabalho: os argumentos do agravante não logram infirmar os termos do despacho agravado, que se sustenta pelos seus próprios fundamentos, ora endossados e integrantes das presentes razões de decidir, verbis: Consta do v. acórdão: Restou indiscutível nos autos a condição do autor de servidor público, celetista, contratado aos l6/04/2004 pelo Município de São Caetano do Sul, para o desempenho das funções de auxiliar de enfermagem. Assim, se o reclamante, foi contratado pelo réu nos moldes estabelecidos pelo Diploma Consolidado, entre as partes estabeleceu-se verdadeiro contrato de trabalho o que deve seguir integralmente os princípios, as regras e as normas que regem a Direito do Trabalho, ou seja, ao ter optado pela contratação de seus empregados pelo regime celetista o ente municipal abriu mão de seu poder de império e equiparouse ao empregador comum. Também incontroversa a percepção habitual pelo demandante da parcela intitulada Gratificação SUS, cuja origem remonta os convênios firmados entre a União e os Estados e Municípios, para fins de remuneração dos profissionais indispensáveis à implementação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, sendo certo que referida gratificação foi instituída no âmbito municipal através da Lei número 4.529/2007, não restando dúvidas de que tal pagamento teve por escopo a contraprestação do efetivo trabalho do autor ao réu. Nesse contexto, consoante bem ponderou a MM. Vara de Origem, a gratificação efetivamente paga pelo ente municipal, ainda que vinculada especificamente ao programa do Sistema Único de Saúde - SUS, ostenta nítida natureza salarial, impondo-se a repercussão nos demais ganhos do empregado, ao menos enquanto paga com habitualidade (artigo 457, parágrafo 1º, da CUT), ensejando as respectivas incidências nos 13 's salários, nas férias acrescidas de 1/3, nos depósitos do FGTS e demais títulos do pacto laboral. Vale frisar, também, que as disposições contidas na Resolução SS 100, de 2

3 17/06/1988, da Secretaria de Estado da Saúde bem assim na Lei Municipal 4.529/200, não têm o condão de afastar a aplicabilidade do dispositivo consolidado suso enfocado remanescendo pueris as alegações recursais no sentido de que a gratificação destinada aos servidores da área da saúde não se incorporam à remuneração para qualquer efeito. Impende destacar, ainda, que a discussão concernente à natureza jurídica da gratificação em epígrafe há muito está superada pela iterativa, notória e atual jurisprudência da Corte Superior Trabalhista, consubstanciada na Orientação Jurisprudencial Transitória 43 da SBDI-1 de seguinte teor: SUDS. GRATIFICAÇÃO. CONVÊNIO DA UNIÃO COM ESTADO. NATUREZA SALARIAL ENQUANTO PAGA (Conversão da Orientação Jurisprudencial n 168 da SDI-1, DJ 20/04/2005). A parcela denominada Complementação SUDS paga aos servidores em virtude de convênio entre o Estado e a União Federal tem natureza salarial, enquanto paga, pelo que repercute nos demais créditos. (...) De igual modo, não se sustentam as tratativas recursais respaldadas no teor do artigo da lei e do artigo 3 da Lei 8.142/90, na medida em que a disciplina legal em comento, relacionada aos critérios de transferência e gestão dos recursos repassados pela União dos Estados e Municípios não se sobrepõe aos ditames que informam o Direito Trabalho. Correta, pois, a MM. Vara de Origem ao condenar o réu em diferenças resultantes da integração da verba Gratificação Sus em férias, abono de férias, gratificação natalina, domingos, feriados e depósitos do FGTS. (...) À função uniformizadora do Tribunal Superior do Trabalho já foi cumprida na pacificação da controvérsia, o que obsta o seguimento do presente recurso, quer por divergência, quer por violação, de preceito de lei ou da Constituição Federal. (...) Nego provimento ao agravo de instrumento (grifos nossos). 2. O Agravante afirma que o Tribunal de origem teria contrariado o art. 5º, inc. II e LV, da Constituição da República. Assevera que a Lei municipal n /2007 é clara ao afastar a incorporação dessa verba ao salário ou vencimento para qualquer efeito de direito. Sustenta que o fato de o Município admitir servidores sob o regime celetista não implica renúncia, transmissão de parcela de sua autonomia, nem delegação de sua competência para outro poder ou órgão da federação exercitar sua capacidade de legislar sobre a remuneração dos servidores municipais. 3. O recurso extraordinário foi inadmitido sob o fundamento de ausência de contrariedade direta à Constituição da República. Examinados os elementos havidos no processo, DECIDO. 4. O art. 544 do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei n /2010, estabeleceu que o agravo contra decisão que inadmite recurso extraordinário processa-se nos autos do processo, ou seja, sem a necessidade de formação de instrumento, sendo este o caso. Analisam-se, portanto, os argumentos postos no agravo, de cuja decisão se terá, na 3

4 sequência, se for o caso, exame do recurso extraordinário. 5. Razão jurídica não assiste ao Agravante. 6. A questão em debate foi decidida com base na aplicação e na interpretação da legislação infraconstitucional (Consolidação das Leis do Trabalho e Lei municipal n /2007). Assim, a alegada ofensa constitucional, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário. Incide na espécie a Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRABALHISTA. ENGENHEIRO. ENQUADRAMENTO COMO BANCÁRIO PARA FINS DE JORNADA REDUZIDA. IMPOSSIBILIDADE. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - É inadmissível o recurso extraordinário quando sua análise implica rever a interpretação de norma infraconstitucional que fundamenta a decisão a quo. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. II - Inviável em recurso extraordinário o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. Incidência da Súmula 279 do STF. III - Agravo regimental improvido (ARE AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe grifos nossos). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRABALHISTA. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL. MULTA DO ART. 600 DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. NECESSIDADE DE EXAME DE NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO (ARE ED, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe ). 7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante. 8. Pelo exposto, nego seguimento ao agravo (art. 544, 4º, inc. II, alínea a, do Código de Processo Civil e art. 21, 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publique-se. Brasília, 7 de dezembro de Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora. (STF - ARE , Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 07/12/2012, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 13/12/2012 PUBLIC 14/12/2012) 4

5 Isto posto, requer a V. Senhoria, que se digne em determinar o pagamento das Férias e/ou 13º Salário com a incidência da Gratificação SUS, por ser medida de justiça. P. Deferimento. Santa Rita/PB, 07 de novembro de xxxxxxxxxxxxxxxxxx Requerente Dr Evilson Carlos de Oliveira Braz OAB/PB N