EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS X ENSINO DE CIÊNCIAS

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EMENTÁRIO DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE PEDAGOGIA/IRATI (Currículo iniciado em 2009)

Transcrição:

GEPEC Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Ciências EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS X ENSINO DE CIÊNCIAS Prof.º MSc. Clodoaldo Pires Araújo

Educação em Ciência: sua construção epistemológica Contexto de descoberta Nova filosofia da ciência Ex.: controvérsias Sócio-Construtivismo Paradigmas disciplinares Ex.: Comunidade Ex.: Ética de responsabilidade e solidariedade C/T/S Ex.: Problemática da bioética Figura 1. Caráter interdisciplinar da Educação em Ciências ( ) Apropriação / Transposições ]educacionais

A construção epistemológica é quadro de referências para o Ensino de Ciências. Necessidade de uma fundamentação póspositivista Foi necessário proceder a apropriação de saberes pertinentes de outras áreas disciplinares.

Para quem e para quê Educação em Ciência? Novas competências básicas para todos ; Inovação no ensino e na aprendizagem ; O para quem está estreitamente articulada à questão do para quê?; A resposta à pergunta para quê é o mais sério desafio que temos pela frente.

A Educação em Ciência deve dar prioridade à formação de cidadãos cientificamente culto. (CHASSOT, 2000). Hodson (1998), dá um conceito multimensional, envolvendo três dimensões: Aprender Ciência Aprender sobre Ciência Aprender a fazer Ciência

Ser cientificamente culto implica também valores, atitudes e novas competências. (CACHAPUZ, 2004). Os saberes relativos às disciplinas devem ser aprendidas através do estudo de temáticas inter / transdisciplinares.

A ênfase da Educação em Ciências na escolaridade obrigatória deve ser centrada no aluno e na sociedade.

A ciência que se legitima nos currículos está desligada do mundo a que necessariamente diz respeito. (CACHAPUZ, p.79)

Alguma coisa tem que mudar no currículo e no ensino das ciências se quisermos motivar os alunos.

Contextualizada Positivismo EIXO DO CURRÍCULO Behaviorismo Sócio-construtivista EIXO DA APRENDIZAGEM Pós-positivista Acadêmica EIXO EPISTEMOLÓGICO Figura 2. Três dimensões da Ciência escolar

Dimensão pós-positivista O que os alunos aprendem hoje é uma retórica de conclusões. O conceito tradicional de ciências não tem mais sentido.

A educação em ciência defende um posicionamento pós-positivista sobre a ciência. A Ciência é parte inseparável de todas as outras componentes que caracterizam a cultura humana.

A imagem que os alunos tem de Ciência tem a ver com a visão de ciências de seus professores e do currículo. Os cursos de ciências devem valorizar as dimensões ética, social, econômica e política.

O ensino das ciências devem incluir ética da ciência, a formação em história, filosofia e sobre o impacto cultural da ciência. (UNESCO)

Dimensão contextualizada Hodson (1998) sugere o estudo de temáticas do tipo: Eu e a Ciência ; Ciência em casa ; Ciência e ambiente ; Ciência no trabalho ; Ciência e tempos livres.

Contextualizar implica valorizar, em primeiro lugar, a conceitualização das situações, o que exige cuidados no estudo qualitativo das mesmas.

Não há inter/transdisciplinaridade sem um conhecimento profundo das disciplinas de partida.

É importante que as problemáticas a estudar não sejam só, assuntos do passado mas sim também com marca de contemporaneidade.

Dimensão Sócio-Construtivista Aprendizagem como processo social e culturalmente mediado.

Vygotsky, preocupa-se essencialmente com a aprendizagem e a influência do ambiente social e cultural nos processos de aprendizagem.

O indivíduo progride pela apropriação da cultura através das interações sociais, cuja vivência favorece a sua interiorização.

A aprendizagem passa a ser uma condição de desenvolvimento desde que se situe na designada zona de desenvolvimento próximo (ZDP).

Conseqüências educacionais da noção de ZDP é de que se deve orientar o ensino das ciências para os chamados objetivos de desenvolvimento e não somente para objetivos mínimos.

O professor potencia assim as aquisições do aluno promovendo a transição de uma atividade tutelada para uma atividade autônoma

Propor aos alunos tarefas problemáticas e explorar adequadamente as interações entre os alunos.

Para que se possa promover uma mudança de perspectiva no que respeita ao ensino das ciências, necessário se torna que os professores: acreditem que a mudança é possível; possam formar uma representação coerente da inovação pretendida;

Ensino das Ciências que começa demasiado tarde e termina demasiado cedo, não se inserindo numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida;

Referências CACHAPUZ, Antônio (et al), (organizadores). A necessária renovação do ensino das ciências. São Paulo: Cortez, 2005. CACHAPUZ, Antônio; PRAIA, João; JORGE, Manuela. Da educação em ciência às orientações para o ensino das ciências: um repensar epistemológico. Ciência e Educação, 2004. AZEVEDO. J. A. (organizadores). Mito da didática das ciências acerca dos motivos para incluir a natureza da ciência no ensino das ciências. Ciência e Educação, 2005. TAILLE, De La Ives; OLIVEIRA, M; DANTAS, H. Teorias psicogenéticas em discussão.são Paulo: Summus, 1992.

Contextualizada Positivismo EIXO DO CURRÍCULO Behaviorismo Sócio-construtivista EIXO DA APRENDIZAGEM Pós-positivista Acadêmica EIXO EPISTEMOLÓGICO Figura 2. Três dimensões da Ciência escolar

Contextualizada Positivismo EIXO DO CURRÍCULO Behaviorismo Sócio-construtivista EIXO DA APRENDIZAGEM Pós-positivista Acadêmica EIXO EPISTEMOLÓGICO Figura 2. Três dimensões da Ciência escolar

Contextualizada Positivismo EIXO DO CURRÍCULO Behaviorismo Sócio-construtivista EIXO DA APRENDIZAGEM Pós-positivista Acadêmica EIXO EPISTEMOLÓGICO Figura 2. Três dimensões da Ciência escolar