Perspectivas para o setor agrícola no Brasil O que a conjuntura macroeconômica nos reserva? Felippe Serigati
O queaconteceucom o setoragrícola nas últimas décadas?
A importânciado agronegócioparao Brasil PIB (2011) Outros Setores Distribuição do PIB no Sistema Agroindustrial 22,15% (US$ 549 bi) Insumos Agropecuária Agroindústria Distribuição 11,8% 28,8% 28,5% 30,9% Empregos (2007) Exportações (2011) Outros Setores Outros Setores 37% 36,9% (US$ 94,6 bi) Fontes: CEPEA/USP, CNA, IPEA, MAPA e MDIC. Elaboração: Fiesp-Deagro.
Produçãobrasileirade grãos Produção (MMT) Área Plantada (MMha MMha) Variação % Safras 1990/91 a 2012/13 Produção: + 217% Área: + 40% Produtividade: + 127% Os sucessivos ganhos de produtividade possibilitaram a economia de 67 MMha. Fonte: Conab (Mar/2013). * Estimativa. Elaboração: Fiesp-Deagro.
(milhões de toneladas) Produçãobrasileirade carnes Frango (+ 465%) Bovina (+ 94%) Suína (+ 214%) Fontes: CNPC, ABIEC, UBABEF, ABIPECS, USDA. Nota: 2011 estimado pelo USDA. Elaboração: Fiesp-Deagro.
Produçãobrasileirasucroenergética Cana-de-açúcar(milhões de t) Crise Mundial -1,0% a.a +10,6% a.a Açúcar (milhões de t) 2000/01: 16,0 2012/13: 38,1 Etanol (bilhões de l) 2000/01: 10,5 2012/13: 23,3 Fontes: UNICA, MAPA e Conab. Nota: Safra 2013/14 estimativa Datagro. Elaboração: GV Agro.
Porquecrescemostanto? Aumentos de produtividade. Papel da EMBRAPA. Expansão da fronteira agrícola. Conjuntura favorável.
250 200 150 100 50 0 Preçosagrícolas: porquetãoaltos? Índice de preços das commodities agrícolas (2005 = 100) Jan-60 Jan-62 Jan-64 Jan-66 Jan-68 Jan-70 Jan-72 Jan-74 Jan-76 Jan-78 Jan-80 Jan-82 Jan-84 Jan-86 Jan-88 Jan-90 Jan-92 Jan-94 Jan-96 Jan-98 Jan-00 Jan-02 Jan-04 Jan-06 Jan-08 Jan-10 Jan-12 Fonte: Banco Mundial
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Índice de preços das commodities agrícolas e metais: valores nominais (2005 = 100) 240 200 160 120 80 Jan-06 Jul-06 Jan-07 Jul-07 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Agrícolas Minerais Fonte:Banco Mundial
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Exportações mundiais de arroz (2005/2006 = 100) 131.6 129.9 130.9 117.3 100.0 105.7 105.9 97.4 104.7 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 Fonte: USDA
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Exportações mundiais de milho (2005/2006 = 100) 144.2 100.0 116.0 121.7 104.3 119.6 112.9 109.9 129.1 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 Fonte: USDA
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Exportações mundiais de soja (2005/2006 = 100) 167.8 144.1 143.5 144.0 150.7 111.4 123.2 120.4 100.0 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 Fonte: USDA
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Exportações mundiais de café (2005/2006 = 100) 121.6 122.6 124.3 100.0 100.1 112.0 104.9 107.6 109.6 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 Fonte: USDA
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Exportações mundiais de trigo (2005/2006 = 100) 134.3 123.1 116.7 113.4 116.9 122.0 100.0 95.2 99.6 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 Fonte: USDA
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Índice de preços das commodities agrícolas e metais e câmbio Brasil (2005 = 100) 250 200 150 100 170 150 130 110 50 90 0 70 Jan-00 Jul-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Jul-02 Jan-03 Jul-03 Jan-04 Jul-04 Jan-05 Jul-05 Jan-06 Jul-06 Jan-07 Jul-07 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Agrícolas Minerais Câmbio (USD/BRL) Fonte: Banco Mundial
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Índice de preços das commodities agrícolas e metais e câmbio Rússia (2005 = 100) 250 120 200 110 150 100 100 90 50 80 0 70 Jan-00 Jul-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Jul-02 Jan-03 Jul-03 Jan-04 Jul-04 Jan-05 Jul-05 Jan-06 Jul-06 Jan-07 Jul-07 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Agrícolas Minerais Câmbio (USD/RUB) Fonte: Banco Mundial
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Índice de preços das commodities agrícolas e metais e câmbio Chile (2005 = 100) 250 200 150 100 50 0 140 130 120 110 100 90 80 70 Jan-00 Jul-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Jul-02 Jan-03 Jul-03 Jan-04 Jul-04 Jan-05 Jul-05 Jan-06 Jul-06 Jan-07 Jul-07 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Agrícolas Minerais Câmbio (USD/CLP) Fonte: Banco Mundial
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Índice de preços das commodities agrícolas e metais e câmbio Austrália (2005 = 100) 250 200 150 100 50 0 150 135 120 105 90 75 60 Jan-00 Jul-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Jul-02 Jan-03 Jul-03 Jan-04 Jul-04 Jan-05 Jul-05 Jan-06 Jul-06 Jan-07 Jul-07 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Agrícolas Minerais Câmbio (USD/AUD) Fonte: Banco Mundial
Preçosde commodities: porquetãoaltos? Índice de preços das commodities agrícolas e metais e câmbio África do Sul (2005 = 100) 250 200 150 100 50 0 110 100 90 80 70 60 50 40 Jan-00 Jul-00 Jan-01 Jul-01 Jan-02 Jul-02 Jan-03 Jul-03 Jan-04 Jul-04 Jan-05 Jul-05 Jan-06 Jul-06 Jan-07 Jul-07 Jan-08 Jul-08 Jan-09 Jul-09 Jan-10 Jul-10 Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Agrícolas Minerais Câmbio (USD/ZAR) Fonte: Banco Mundial
O queafetaosresultados do setoragro? Condições climáticas. Características de cada mercado. Políticas setoriais. Conjuntura macro.
Como a conjunturamacro influencia o universoagro? Macro Agro Quais são as pontes?
Especificidadesdo setoragro 1. Produtos mais homogêneos. 2. Produção dispersa: números de produtores e regiões. 3. Mercados mais competitivos. 4. Os preços mais flexíveis: choques, clima e sazonalidade.
Especificidadesdo setoragro 5. Mercados internacionais. 6. Fator de produção irreprodutível: terra. 7. Menor elasticidade-renda da demanda. 8. Oferta inelástica no curto prazo. 9. Oferta elástica no médio prazo.
Característicasdo setoragro Produção dispersa Fonte: Portal Brasil
Característicasdo setoragro Preços mais flexíveis Variação de preços agrícolas e industriais (IPA - FGV) Jan/95 - Abr/13 (séries com ajuste sazonal) 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% -6% -8% -10% Fonte: FGV Feb-95 Feb-96 Feb-97 Feb-98 Feb-99 Feb-00 Feb-01 Feb-02 Feb-03 Feb-04 Feb-05 Feb-06 Feb-07 Feb-08 Feb-09 Feb-10 Feb-11 Feb-12 Feb-13 Preco_Agro Preco_Ind
PIB e o setoragro Crescimento econômico vs. setor agro Decomposição do PIB a preços de mercado Ótica da produção Ano Agropecuária Indústria Serviços PIB 2001 6.1% -0.6% 1.9% 1.3% 2002 6.6% 2.1% 3.2% 2.7% 2003 5.8% 1.3% 0.8% 1.1% 2004 2.3% 7.9% 5.0% 5.7% 2005 0.3% 2.1% 3.7% 3.2% 2006 4.8% 2.2% 4.2% 4.0% 2007 4.8% 5.3% 6.1% 6.1% 2008 6.3% 4.1% 4.9% 5.2% 2009-3.1% -5.6% 2.1% -0.3% 2010 6.3% 10.4% 5.5% 7.5% 2011 3.9% 1.6% 2.7% 2.7% 2012-2.3% -0.8% 1.7% 0.9% Média 3.5% 2.5% 3.5% 3.3% Fonte: IBGE
PIB e o setoragro Desenvolvimento econômico vs. setor agro Participação da agricultura na composição do PIB em 2010 (%) 12 10.1 9.6 10 8.3 8 6.4 6.2 6 5.3 4.0 3.9 4 3.4 2.6 2.5 2.3 1.9 1.6 2 1.5 1.2 1.2 0 0.1 0.1 Israel Fonte: OCDE % PIB China Turquia Ucrânia Islândia Nova Zelândia Brasil Rússia México Chile Coreia do Sul África do Sul Austrália Canadá Noruega União Europeia Estados Unidos Japão Suíça
PIB e o setoragro Desenvolvimento econômico vs. setor agro IDH 1.0 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 R 2 = 0.649 0 10 20 30 40 50 60 Part. do Agro no PIB (%) Fonte: Banco Mundial
PIB e o setoragro O setor agro não puxa grandes economias. Quandoa economiacresce, o setoragro cresce menos que outros setores. Quandoa economiaentraemcrise, o setor agro também sente menos. Quanto mais desenvolvida for uma economia, menor participação do setor agro.
PIB e o setoragro Quaissãoas principaiscontribuiçõesdo setor agro para a economia brasileira? Balança comercial: formação de reservas; Controle da inflação; Maior liberdade para a política monetária; Segurança alimentar; PIB do interior.
Comércioexterior brasileiro(us$ bilhões) Balança Comercial do Agronegócio Saldo Comercial Brasileiro Fontes: MAPA e MDIC. Elaboração: Fiesp-Deagro.
550 450 350 250 150 50 Preçosagrícolas: picoshistóricos? Índice de preços das commodities agrícolas deflacionado (CPI) e Fed Funds (% a.a.) 100 80 60 40 20 0 Fonte: Banco Mundial Jan-60 Jan-62 Jan-64 Jan-66 Jan-68 Jan-70 Jan-72 Jan-74 Jan-76 Jan-78 Jan-80 Jan-82 Jan-84 Jan-86 Jan-88 Jan-90 Jan-92 Jan-94 Jan-96 Jan-98 Jan-00 Jan-02 Jan-04 Jan-06 Jan-08 Jan-10 Jan-12 Agricultural Prices Fed Funds
Setor agro => Inflação Inflaçãoe o setoragro IPA vs. preços agrícolas (IPA - FGV) Jan/95 - Abr/13 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% -6% -8% -10% Fonte: FGV Feb-95 Feb-96 Feb-97 Feb-98 Feb-99 Feb-00 Feb-01 Feb-02 Feb-03 Feb-04 Feb-05 Feb-06 Feb-07 Feb-08 Feb-09 Feb-10 Feb-11 Feb-12 Feb-13 Preco_Agro IPA
Inflação=> Setoragro Inflacãode demanda: podeser bomparaas cadeias agrícolas cujo preço é formado domesticamente. Inflaçãode custos: geralmenteéruimparao setor agro.
Políticafiscal e setoragro No Brasil, poucos efeitos. Volume de recursos alocados em políticas para o setor agrícola em 2010 (% PIB) 3.5 3 3.0 3.0 2.5 2.0 1.9 2 1.5 1.2 1.2 1.1 1.0 1.0 0.9 1 0.7 0.7 0.7 0.5 0.4 0.5 0.3 0.3 0.2 0.2 0 % PIB China Turquia Coreia do Sul Ucrânia Rússia Japão Suíça Islândia Noruega Estados Unidos União Europeia México Canadá Israel Brasil Chile Nova Zelândia África do Sul Austrália Fonte: OCDE
Políticafiscal e setoragro Efeitos diretos: no Brasil, geralmente há poucos efeitos. Efeitos indiretos: Expansão da demanda: resposta mais tênue; Inflação de demanda: favorável para algumas culturas. Futuro: convergência para políticas de defesa de renda, abandonando políticas para sustentação de preço.
Políticamonetáriae setoragro Taxas oficiais vs. Selic e TJLP Taxa de Juros de mercado e crédito agrícola (% a.a.) 9.50 9.00 7.50 6.75 6.75 5.50 5.50 5.50 5.00 5.00 4.00 4.00 Fonte: Bacen Moderfrota Procap-agro Selic Moderinfra Moderagro Funcafe ABC Crédtio Agrícola TJLP Pronamp Pronaf Procap-cred
Políticamonetáriae setoragro Taxa de câmbio vs. preços agrícolas: é um hedge? Preços agrícolas (2005 = 100) vs. Taxa de câmbio (R$/US$) 250 200 150 100 50 1.2 Jan-00 Jan-01 Jan-02 Jan-03 Jan-04 Jan-05 Jan-06 Jan-07 Jan-08 Jan-09 Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Preços Agrícolas R$/US$ Fonte: Banco Mundial e Bacen
Políticamonetáriae setoragro Efeitos diretos: no Brasil, geralmente há poucos efeitos. Efeitos indiretos: Expansão da demanda: resposta mais tênue; Inflação de demanda: favorável para algumas culturas. Futuro: convergência para políticas de defesa de renda, abandonando políticas para sustentação de preço.
O curtoe o longoprazo Choques externos: o setor agrícola responde mais rápido que os demais setores. Porém, também se ajusta mais rapidamente. Políticas macro: mais decisivas no curto prazo. Políticas micro: mais decisivas no médio prazo.
Algunscenários Aumento da taxa de juros norte-americana em 2015; PIB estagnado e inflação no Brasil; Aumento da Selic; Novo modelo de crescimento da China.