PEDRO A. BARBETTA Estatística Aplicada às Ciências Sociais 6ed. Editora da UFSC, 2006.

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Transcrição:

Como usar modelos de probabilidade para entender melhor os fenômenos aleatórios Capítulos 7 e 8.

Estatística Aplicada às Ciências Sociais Sexta Edição Pedro Alberto Barbetta Florianópolis: Editora da UFSC, 2006 Cap. 7 Modelos de probabilidade

Probabilidade Universo do estudo (população) Hipóteses, conjeturas,... Resultados ou dados observados O raciocínio dedutivo da probabilidade

Modelos de probabilidade Os modelos probabilísticos são construídos a partir de certas hipóteses ou conjeturas sobre o problema em questão e constituem-se de duas partes: 1) dos possíveis resultados o espaço amostral e 2) de uma certa lei que nos diz quão provável é cada resultado (ou grupos de resultados) as probabilidades.

Exemplo de um experimento aleatório Selecionar uma pessoa ao acaso e observar se é homem ou mulher. Resultados possíveis: homem, mulher Espaço amostral = {homem, mulher}

Probabilidade de um resultado Qual a probabilidade de homem e de mulher? P(homem) = 0,5 P(mulher) = 0,5 50% homens 50% mulheres A probabilidade é um número entre 0 e 1, sendo que a soma das probabilidades de todos os resultados possíveis deve ser 1.

Modelo de probabilidades POPULAÇÃO Opinião a respeito do governo AMOSTRA: uma pessoa observada ao acaso 20% Resultado Probab. 50% 30% bom/ótimo regular ruim/péssimo bom/ótimo 0,20 regular 0,30 ruim/péssimo 0,50

Exemplo Lançar um dado e observar a face voltada para cima. Suponha que o dado seja perfeitamente equilibrado e o lançamento imparcial. Espaço amostral = {1, 2, 3, 4, 5, 6} Probabilidades: P(1) = P(2) =... = P(6) = 1/6

Evento Evento = um conjunto de resultados (um subconjunto do espaço amostral) Ex. Espaço amostral = {1, 2, 3, 4, 5, 6} Probabilidades: P(1) = P(2) =... = P(6) = 1/6 Eventos: A = número par, B = núm. menor que 3 A = {2, 4, 6} B = {1, 2} P(A) = 1/2, P(B) = 2/6 = 1/3

Variável aleatória Variável aleatória = característica numérica dos resultados de um experimento Ex. X = número de caras em 2 lançamentos de uma moeda; Y = percentagem de intenções de voto do candidato AAA numa amostra de 2.000 eleitores a ser extraída aleatoriamente em Santa Catarina.

Exemplo de distribuição de probabilidades X = 0,5 número de caras em dois lançamentos de uma moeda; x p(x) 0 0,25 1 0,5 2 0,25 p(x) 0,25 0,5 0 10 12 32 x p(x) 0,25 0 01 12 32 x

Construção de distribuições de probabilidades. Ex: Sortear n = 2 bolas com reposição X = número de bolas pretas na amostra

Exemplo: Sortear n = 2 bolas com reposição 3/5 2/5 (1 0 ) (2 0 ) 3/5 2/5 3/5 2/5 X = número de bolas pretas na amostra x p(x) 0 9/25 (0,36) 1 12/25 (0,48) 2 4/25 (0,16)

Exemplo: Sortear n = 2 bolas sem reposição X = número de bolas pretas na amostra 3/5 2/5 (1 0 ) (2 0 ) 2/4 2/4 3/4 1/4 x p(x) 0 6/20 (0,30) 1 12/20 (0,60) 2 2/20 (0,10)

Sortear n = 2 bolas X = número de bolas pretas na amostra Distrib. de X com reposição x p(x) 0 0,36 1 0,48 2 0,16 independência Distrib. de X sem reposição x p(x) 0 0,30 1 0,60 2 0,10

Independência Dois eventos são independentes quando a ocorrência de um deles não altera a probabilidade da ocorrência do outro. Tem-se independência: em amostragens aleatórias com reposição; em amostragens aleatórias sem reposição, mas quando a população for muito maior que a amostra (p. ex., N > 20n).

Experimento binomial consiste de n ensaios; cada ensaio tem somente dois resultados: sim / não; os ensaios são independentes, com P(sim) = π (0 < π < 1 constante ao longo dos ensaios). X = número de sim nos n ensaios

Exemplo: Distrib. de X x p(x) 0 0,36 1 0,48 2 0,16 Sortear n = 2 bolas com reposição X = número de bolas pretas na amostra binomial com n = 2 e π = 0,40 Ver Tabela 2 (apêndice)

Experimento binomial (Exemplo) 30% POPULAÇÃO Opinião a respeito do governo AMOSTRA: 10 pessoas observadas ao acaso X = núm. de favoráveis na amostra 70% binomial com n = 10 e π = 0,7 favorável contrário

Experimento binomial (exemplo) Tabela da binomial Qual a probabilidade de exatamente sete indivíduos da amostra serem favoráveis? (X é binomial n = 10 π = 0,7) P(X = 7) = p(7) = 0,2668 n x π = 0,70 10 0 0,0000 1 0,0001 2 0,0014 3 0,0090 4 0,0368 5 0,1029 6 0,2001 7 0,2668 8 0,2335 9 0,1211 10 0,0282

Experimento binomial (exemplo) Tabela da binomial Qual a probabilidade de a maioria da amostra ser de favoráveis? (X é binomial n = 10 π = 0,7) P(X > 5) = = p(6) + p(7) + p(8) + p(9) + p(10) = 0,8497 n x 0,70 10 0 0,0000 1 0,0001 2 0,0014 3 0,0090 4 0,0368 5 0,1029 6 0,2001 7 0,2668 8 0,2335 9 0,1211 10 0,0282

X é binomial com n = 10 π = 0,7 0,3 p(x) 0,2 0,1 X > 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 P(X > 5) = 0,8497 (Tabela 2) x

Média e variância X: variável aleatória possíveis valores: probabilidades: X 1, X 2,... X k p 1, p 2,... p k Média: µ = i X i p i Variância: σ 2 = {( ) } 2 X p i µ i i

Média e variância na distrib.. binomial X: binomial n, π. Então: Média: µ = nπ Variância: σ 2 = nπ(1 - π)