Degreening and cold storage of Murcott tangor as function concentration and exposure time to ethylene

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE AVEIA SOB DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA. Palavras chave: Produção de biomassa, bovinos de leite, plantas daninhas

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE MAMONA CLASSIFICADAS EM MESA DENSIMÉTRICA.

Características físico-químicas de abacaxi submetido à tecnologia de radiação ionizante como método de conservação pós-colheita

VICDRYER UM PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DE SECAGEM DE CAFÉ EM ALTAS TEMPERATURAS

Quantidade de oxigênio no sistema

MEDIDAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR COM CULTIVOS INTERCALARES, SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

07 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO TRATAMENTO DE

Produtividade e qualidade de grãos de trigo em função da aplicação de nitrogênio no florescimento

ESTATÍSTICA APLICADA. 1 Introdução à Estatística. 1.1 Definição

Conservação pós-colheita de mangaba em função da maturação, atmosfera e temperatura de armazenamento

DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DE CONSTITUINTES BIOATIVOS EM FRUTAS CÍTRICAS

Estudo das variações de ph no lodo caleado em função de diferentes dosagens de óxido de cálcio e teores de umidade

Universidade Federal do Rio Grande FURG. Instituto de Matemática, Estatística e Física IMEF Edital 15 - CAPES MATRIZES

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

MT DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

Composição esterólica e em ácidos gordos de azeites monovarietais provenientes das regiões de Elvas, Castelo Branco e Santarém

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA NA COUVE FLOR

Fábio L. Brito 1 ; Mário M. Rolim 1 & Elvira M. R. Pedrosa 1

6 Conversão Digital/Analógica

Desenvolvimento do milho e alterações químicas em solo sob aplicação de vinhaça. Wastewater use of the processing of industry alcohol in maize culture

GEORREFERENCIAMENTO DOS PONTOS DE OCUPAÇÃO URBANA DESORDENADA AO LONGO DO LITORAL SUL DE PERNAMBUCO-BRASIL

ESTIMATIVA DO FLUXO TRIMESTRAL DE CORRENTE OCEÂNICA PARA A REGIÃO DA CONFLUÊNCIA BRASIL-MALVINAS COM BASE EM DADOS OBSERVADOS.

SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES DA EQUAÇÃO QUADRÁTICA: CONHECER PARA APLICAR

1 Introdução. Resumo. Abstract

AULA 7. Equilíbrio Ácido Base envolvendo soluções de ácidos e bases fracas e sais

Manejo do nitrogênio em trigo para alta produtividade e qualidade de grãos

Diogo Pinheiro Fernandes Pedrosa

AVALIAÇÃO DE FONTES DE SILÍCIO EM PLANTAS DE ARROZ DO ECOSSISTEMA DE VÁRZEA EVALUATION OF SILICON SOURCES IN PLANTS OF RICE OF THE ECOSYSTEM OF MEADOW

RESUMO INTRODUÇÃO. 17 Workshop de Plantas Medicinais do Mato Grosso do Sul/7º Empório da Agricultura Familiar

2º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense SICT-Sul ISSN

3 Teoria dos Conjuntos Fuzzy

EFEITO DA REMOÇÃO DE ETILENO E SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO SOBRE A QUALIDADE DE PÊSSEGOS (Prunus persica (L.) Batsch), CV. CHIRIPÁ

EVOLUÇÃO DE PIGMENTOS DE MAMÃO HAVAÍ SOB RECOBRIMENTOS BIODEGRADÁVEIS A BASE DE MUCILAGEM DE PALMA

QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE AMENDOIM (Arachis hypogaea L.) ARMAZENADAS

Comportamento de Variedades de Uvas sem Sementes Sobre Diferentes Porta-Enxertos no Vale do São Francisco

AVALIAÇÃO E POTENCIAL FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L EM TRÊS PERÍODOS DIFERENTES DE ARMAZENAMENTO

Produção de Cebola em Função da Aplicação de Enxofre no Solo.

E m Física chamam-se grandezas àquelas propriedades de um sistema físico

GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN ) UTILIZAÇÃO DA ATMOSFERA MODIFICADA NA CONSERVAÇÃO PÓS- COLHEITA DE CARAMBOLA

CINÉTICA DE SECAGEM DE FOLHAS DE ERVA-DOCE EM SECADOR SOLAR EXPOSTO À SOMBRA

CRESCIMENTO MICELIAL E ESPORULAÇÃO DE RAMULARIA AREOLA EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA INTRODUÇÃO

Praticidade que atrapalha

CONSERVAÇÃO DE PIMENTÃO VERDE MINIMAMENTE PROCESSADO ACONDICIONADO EM DIFERENTES EMBALAGENS PLÁSTICAS 1

Análise de Variância com Dois Factores

Material envolvendo estudo de matrizes e determinantes

UNESP - FEIS - DEFERS

EFFECTS OF LIGHT LEVELS ON THE FLOWERING, FRUCTIFICATION AND YIELD OF COFFEE ARABICA TREES

Tópicos Especiais de Álgebra Linear Tema # 2. Resolução de problema que conduzem a s.e.l. com única solução. Introdução à Resolução de Problemas

Aula 10 Estabilidade


1 Distribuições Contínuas de Probabilidade

ROTAÇÃO DE CORPOS SOBRE UM PLANO INCLINADO

INFLUÊNCIA DAS PROPRIEDADES QUÍMICAS E DA RELAÇÃO SIRINGIL/GUAIACIL DA MADEIRA DE EUCALIPTO NA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL

Crescimento e desenvolvimento inicial da cultura da moringa (Moringa oleifera Lam.) submetida à fertilização orgânica

Concentração de Etileno e Tempo de Exposição para Desverdecimento de Limão Siciliano

Avaliação de cultivares de cebola em cultivo de verão no município de Viçosa - MG.

Densidade e resistência a penetração de solos cultivados com seringueira sob diferentes manejos

Soluções de manutenção para conservação pós-colheita de tango. Maintenance solutions for postharvest conservation of tango

ÍNDICE DE CONFIANÇA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GABIROBA (Campomanesia spp.)

Matéria Seca de Mudas de Schinopsis brasiliensis Engl. Cultivadas em Diferentes Substratos

MASSA ESPECÍFICA E POROSIDADE DE GRÃOS PELO MÉTODO DE COMPLEMENTAÇÃO DE LÍQUIDOS

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Ministério da Educação

Física. , penetra numa lâmina de vidro. e sua velocidade é reduzida para v vidro = 3

Capítulo III INTEGRAIS DE LINHA

Resoluções dos exercícios propostos

Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos Cotação: 200 PONTOS

ANÁLISES FOLIARES DO RABANETE SOB ADUBAÇÃO DE FUNDAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO NITROGÊNADA EM AMBIENTE PROTEGIDO

REVISTA CAATINGA ISSN X UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO (UFERSA) Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

ÍNDICE DE CONFIANÇA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

Bioatividade da Erva-de-Santa-Maria, Chenopodium ambrosioides L., Sobre Sitophilus zeamais Mots. (Coleoptera: Curculionidae)

Nome: N.º: endereço: data: Telefone: PARA QUEM CURSA A 1 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO EM Disciplina: MaTeMÁTiCa

Variabilidade de eventos extremos e identificação de tendências climáticas no litoral Norte do Brasil

CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO ALVES, DE VITAMINA J. A. et al. C EM MANGAS PALMER MINIMAMENTE PROCESSADAS ARMAZENADAS EM DIFERENTES TEMPERATURAS

Circuitos simples em corrente contínua resistores

Rolamentos com uma fileira de esferas de contato oblíquo

Produção de mudas de cultivares de alface utilizando duas espumas fenólicas em Altamira, Pará

1. VARIÁVEL ALEATÓRIA 2. DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE

Desenvolvimento de massa alimentícia fresca funcional com a adição de isolado protéico de soja e polidextrose utilizando páprica como corante

Fontes de nitrogênio foliar e atividade da nitrato redutase em mogno

3. Cálculo integral em IR 3.1. Integral Indefinido Definição, Propriedades e Exemplos

, Baú, João Monlevade- MG. Resumo

Oportunidade de Negócio: OFICINA DE CONVERSÃO - GNV

81,9(56,'$'( )('(5$/ '2 5,2 '( -$1(,52 &21&8562 '( 6(/(d 2 0$7(0É7,&$

Avaliação da composição físico-química de frutos de mandacaru (Cereus jamacaru P.)

Resumo. Autores Authors

Manual de Operação e Instalação

EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DA PALMA NA BIOMASSA MICROBIANA DO SOLO

Revista Caatinga ISSN: X Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil

ESTÁTICA DO SISTEMA DE SÓLIDOS.

Capacidade de reidratação e influência do corte no restabelecimento do fluxo de água em inflorescências de Epidendrum ibaguense (¹)

Razão entre dois números é o quociente do primeiro pelo segundo número. a : b ou. antecedente. a b. consequente

Reações Químicas em Sistemas Biológicos

Lista de Problemas H2-2002/2. LISTA DE PROBLEMAS Leia atentamente as instruções relativas aos métodos a serem empregados para solucionar os problemas.

Crescimento vegetativo e potencial produtivo de fisális

ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL NO CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DO MORANGUEIRO EM SISTEMA DE CULTIVO PROTEGIDO

Resumo com exercícios resolvidos do assunto: Aplicações da Integral

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO AÉREA DE FUNGICIDAS NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

1 As grandezas A, B e C são tais que A é diretamente proporcional a B e inversamente proporcional a C.

Transcrição:

DOI: 10.5433/1679-0359.2014v35n2p825 Desverdecimento e rmzenmento refrigerdo de tngor Murcott em função de concentrção e tempo de exposição o etileno Degreening nd cold storge of Murcott tngor s function concentrtion nd exposure time to ethylene Mri Luiz Lye Jomori 1 ; Fin Fumi Cerqueir Sski 2 ; Ntli Dllocc Berno 3 ; Liline Cristine Gimenes 4 ; Ricrdo Alfredo Kluge 5* Resumo O desverdecimento tem sido plicdo em píses trdicionlmente exportdores e consumidores de citros frescos como form melhorr colorção extern, principlmente em regiões onde s temperturs não são suficientemente ixs pr crotenogênese durnte mturção dos frutos. No Brsil, est técnic é relizd de form empíric, sem controle ds condições de plicção, e os frutos mostrm ix qulidde extern. Este estudo foi relizdo com o ojetivo de determinr s condições do desverdecimento de tngor Murcott, envolvendo plicção de etileno exógeno. Etileno ns concentrções de 5 e 10 ml L -1 foi plicdo em câmr durnte 96 e 120 hors, em tempertur de 25ºC e umidde reltiv de 90%. Depois de trtdos, os frutos form rmzends 5 C durnte 30 dis e, depois disso, mis 3 dis 25ºC (comercilizção simuld). Os frutos form vlidos em qutro períodos: depois d colheit, pós o trtmento de desverdecimento, pós o rmzenmento refrigerdo e pós comercilizção simuld. Os prâmetros nlisdos form: colorção d epiderme, teor de sólidos solúveis (SS), cidez titulável (AT), rtio (SS/AT), teor de ácido scórico, porcentgem de suco, teor de clorofil totl e crotenoides, tividde d enzim clorofilse, tx respirtóri e tx de produção de etileno. Frutos trtdos com etileno, independente d dose, presentrm umento do índice de cor, compnhdos pel mior tividde d clorofilse e menor teor de clorofil. Não houve diferenç pr o teor de crotenoides nos períodos vlidos. Os trtmentos não interferirm o teor de sólidos solúveis, cidez titulável, rtio, porcentgem de suco e o conteúdo de ácido scórico. Frutos trtdos com etileno ns dus concentrções presentrm mior produção de etileno, sendo que dose de 10 ml L -1 fvoreceu incidênci de podridões. A plicção de etileno 5 ml L -1 durnte 96 hors já é suficiente pr desencder o processo de desverdecimento de tngor Murcott e pode ser utilizd pr melhorr colorção extern dess cultivr. Plvrs-chve: Citrus reticult Blnco x Citrus sinensis Oseck, clorofil, crotenóides, índice de cor Astrct Degreening tretment hs een pplied in trditionl countries exporters nd consumers of fresh citrus to improve rind color of fruit cultivted in regions tht no shown low temperture during mturtion. In Brzil, this technique is performed empiriclly, without control of ppliction conditions nd fruit 1 Discente do Curso de Pós-Grdução em Fitotecni d Escol Superior de Agricultur Luiz de Queiroz, ESALQ/USP, Pircic, SP. E-mil: ml_jomori@yhoo.com.r 2 Pesquisdor d EMBRAPA Mndioc e Fruticultur, Cruz ds Alms, BA. E-mil: fin.sski@emrp.r 3 Discente do Curso de Pós-Grdução em Ciênci dos Alimentos, ESALQ/USP, Pircic, SP. E-mil: n_derno@hotmil.com 4 Discente do Curso de Grdução em Engenhri Agronômic d ESALQ/USP, Pircic, SP. E-mil: liline_gimenes@hotmil. com 5 Prof. do Deptº de Ciêncis Biológics, ESALQ/USP, Pircic, SP. E-mil: rkluge@usp.r * Autor pr correspondênci Receido pr pulicção 14/05/13 Aprovdo em 02/10/13 Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014 825

Jomori, M. L. L. et l. shown low extern qulity. This study ws crried out with the ojective to determinte conditions to the technique of posthrvest degreening of Murcott ornge, involving the ppliction of exogenous ethylene. The concentrtions 5 nd 10 ml L -1 of ethylene ws pplied inside the chmer for 96 nd 120 hours t 25 o C nd 90% RH. After tretments fruit were stored t 5 C during for 30 dys, nd fter tht, plus 3 dys t 25ºC. Fruit were evluted in four periods: fter hrvest; fter degreening tretment, fter cold storge nd fter 3 dys t 25 C (simulted mrketing). The vrile nlyzed were: skin color, solule solids (SS), titrtle cidity (TA), rtio (SS/TA), scoric cid, percentge of juice, chlorophyll nd crotenoids content, chlorophyllse ctivity, respirtory rte nd ethylene production. The tretments did not ffect the solule solids, titrtle cidity, rtio, percentge of juice nd scoric cid content. Fruit treted with ethylene showed increse of color index concomitnt y higher chlorophyllse ctivity nd lower chlorophyll content. There were no differences in the crotenoids content in the periods evluted. Fruit treted with ethylene t oth concentrtions hd higher ethylene production, wheres the dose of 10 ml L -1 fvored the incidence of decy. Ethylene 5 ml L -1 for 96 hours is enough to trigger the process of degreening Murcott tngor nd cn e used to improve skin color of this cultivr. Key words: Citrus reticult Blnco x Citrus sinensis Oseck, chlorophyll, crotenoids, color index Introdução O desenvolvimento d cor d epiderme dos citros é grndemente influencido pel tempertur, sendo que cor crcterístic d vriedde é estimuld por ixs temperturs durnte o período de mturção. Tem sido reportdo que s temperturs ótims pr trnsição de cloroplstos pr cromoplstos e pr indução de crotenogênese são reltivmente ixs (GROSS, 1987). Pr degrdção d clorofil é requerid temperturs noturns ixo de 13 C (STEARNS; YOUNG, 1942). Além disso, grndes diferençs de tempertur di/noite (cerc de 20 C durnte o di e 7 C durnte noite) estimulm cumulção de xntofils (YOUNG; ERICKSON, 1961). Assim, pr grnde prte ds regiões rsileir produtors de citros, crcterizd por dis quentes e/ou com poucs diferençs entre s temperturs diurns e noturns, os citros não desenvolvem cor típic ds vrieddes, e epiderme se present com tonlidde mrelo-esverded, o que diminui su ceitção comercil e inviiliz exportção. Em frutos climtéricos, o etileno desempenh importnte ppel reguldor de processos fisiológicos e ioquímicos d mturção, incluindo lterções de cor, molecimento e cumulção de çúcres, ácidos, vitmins e compostos romáticos (BARRY; GIOVANONI, 2007). Em frutos não climtéricos, como os citros, o processo nturl de mturção não é compnhdo pelo umento utoctlítico de etileno e respirção. Entretnto, exposição de citros o etileno exógeno pode estimulr processos ssocidos à mturção, como degrdção d clorofil e síntese de crotenoides (JACOMINO; MENDONÇA; KLUGE, 2003; MENDONÇA et l., 2003; RODRIGO; ZACARIAS, 2007). Ests lterções de cor são medids por enzims, sendo clorofil degrdd por clorofilse, Mg-dequeltse e outros sistems enzimáticos e oxidntes (KRÄUTLER, 2008), e os crotenoides sintetizdos por meio de múltiplos complexos enzimáticos (KATO et l., 2004). O etileno, o ser plicdo, ument permeilidde ds memrns celulres fvorecendo o cesso do oxigênio, ctlisdor de reções de oxidção d clorofil (RODRIGO, 2003). Em píses trdicionlmente produtores de citros pr consumo in ntur e exportção, técnic do desverdecimento tem sido plicd como form de melhorr qulidde extern do fruto, proporcionndo o desenvolvimento d cor típic d vriedde, prticulrmente em tngores, lrnjs e tngerins cultivds em épocs e/ou regiões não fvoráveis de tempertur pr evolução d cor (JIMENEZ-CUESTA; CUQUERELLA; MARTINEZ-JÁVAGA, 1981; KADER; ARPAIA, 1992). 826 Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014

Desverdecimento e rmzenmento refrigerdo de tngor Murcott em função de concentrção e tempo de exposição... No Brsil, não há recomendção de condições ideis pr o desverdecimento dos citros, sendo que ess técnic é relizd de form empíric, sed principlmente ns recomendções relizds pr citros cultivdos de outros píses, principlmente Espnh e Estrdos Unidos. Aind, no Brsil, qundo relizdo o trtmento com desverdecimento, não há controle ds condições de plicção no que se refere à concentrção e tempo de exposição o etileno, o que pode originr efeitos indesejáveis, como desenvolvimento de sores desgrdáveis, murchmento e umento de podridões nos frutos. Em trlhos relizdos por Jcomino, Mendonç e Kluge (2003), e Mendonç et l. (2003), com limão Sicilino, e Myouni et l. (2011), com lrnj Nvel, foi verificdo que plicção de etileno foi eficiente pr o desverdecimento dos frutos, sem fetr prâmetros de qulidde, como teor sólidos solúveis, cidez titulável, teor de ácido scórico e porcentgem de suco. Pr o tngor Murcott não há informção n litertur de condições pr o desverdecimento. Assim, o ojetivo do trlho foi verificr o efeito do desverdecimento de tngor Murcott com plicção de etileno em câmr, com condições controlds de concentrção e tempos de exposição. Um vez definid est tecnologi de desverdecimento, tornr-se-á possível melhorr qulidde do fruto, proporcionndo mior competitividde no mercdo externo e umento do consumo interno rsileiro. Mteril e Métodos Tngores Murcott form otids n região de Engenheiro Coelho, SP (22º 28 49 S e 47º 13 05 W), loclizds no clim tropicl Cf (sempre úmido, verão quente). Após colheit, form imeditmente trnsportdos pr o lortório, em Pircic, SP, e sumetidos à rigoros seleção, otendo-se um lote uniforme, composto de frutos de tmnho médio, sem defeitos, e presentndo estádio de mturção em que csc present-se com quer de colorção verde ( color rek ), com índice de cor entre 7 e 2. Os frutos form lvdos em águ corrente com detergente e secdos o r livre. A plicção de etileno foi feit em câmrs hermétics com cpcidde de 187 litros. Foi utilizdo o produto Etil-5 (White Mrtins, Americn, SP), que contém 5% de etileno e 95% de nitrogênio. Dus concentrções de etileno form plicds: 5,0 e 10,0 ml L -1, em dois tempos de exposição: 96 e 120 hors. Esss concentrções e tempos form definidos com se em pré-testes. A concentrção de etileno n câmr foi monitord por meio de cromtogrfi. A tempertur durnte o desverdecimento foi de 25 o C e umidde reltiv (UR) foi mntid em 90 + 5%. Frutos não trtdos com etileno ficrm ns mesms condições e form utilizdos como controle. Após os trtmentos, os frutos form rmzendos 5ºC e 90 + 5% UR durnte 30 dis, sendo sumetidos um rmzenmento posterior por 3 dis 25ºC e 80% UR, pr simulr comercilizção. As nálises ocorrerm ntes d plicção dos trtmentos, pr crcterizção inicil (P0), pós o desverdecimento (P1), pós o rmzenmento durnte 30 dis 5ºC (P2) e pós comercilizção simuld durnte 3 dis 25ºC (P3). As seguintes vriáveis form nlisds: Cor d epiderme: foi determindo o índice de cor (IC) pel fórmul: IC= (1000 x *) / (L* x *), de cordo com metodologi de Jimenez- Cuest, Cuquerell e Mrtinez-Jávg (1981). Os vlores de L*, * e * form medidos por meio de um colorímetro Minolt CR-400 (Konic Minolt, Mhwh, New Jersey) com iluminnte D-65 e geometri 45/0. O IC vri de 20 + 20. Qundo negtivo, o IC indic tonliddes verdes e, qundo positivo, tonliddes vermelhs. O zero corresponde à cor mrel. Form relizds 4 leiturs n região equtoril de cd fruto, sendo 6 frutos por repetição. Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014 827

Jomori, M. L. L. et l. Teor de sólidos solúveis (SS): determindo em refrtômetro digitl, com correção utomátic de tempertur pr 20ºC e os resultdos expressos em ºBrix, conforme metodologi de Ting e Rouseff (1986). Acidez titulável (AT): 10mL do suco recém extrído e filtrdo form diluídos em 90mL de águ destild, e tituldos potenciometricmente com NOH 0,1N té ph 8,10. Os resultdos form expressos em % de ácido cítrico, segundo metodologi indicd pelo Instituto Ncionl de Tecnologi Industril (1987). Rtio : clculdo pel relção entre o teor de SS e o de AT. Teor de ácido scórico: 10mL de suco recém extrído e filtrdo foi diluído em 50 ml de ácido oxálico, e em seguid tituldo com o 2,6-diclorofenol indolfenol-sódico (DCFI), n concentrção de 0,002%, té colorção rosd persistente por 15 segundos. Os resultdos form expressos em mg de ácido scórico por 100 ml de suco, segundo metodologi de Crvlho et l. (1990). Porcentgem de suco: cd repetição de 10 frutos foi pesd e teve seu suco extrído em extrtor de suco cítrico (Siemsen, Brusque, SC), sendo filtrdo e pesdo posteriormente, permitindo que porcentgem de suco fosse clculd trvés d fórmul: % de suco = (MS/MF) x 100, onde MS = mss do suco (g) e MF = mss do fruto (g). Teor de clorofil totl e crotenoides: form estimdos pel metodologi de Lichtenthler (1987). Pr o teor de clorofil, um grm d mostr d epiderme de citros foi triturd e diciondo 10 ml de ceton 80% e depois centrifugd por 15 min 12000 xg so 4 C. Logo pós, foi feit leitur em espectrofotômetro 645 e 663 nm. O teor de clorofil foi determindo pel equção: Cl totl = 7,15 A 663 + 18,71 A 645, onde A 645 = sorânci 645 nm e A 663 = sorânci 663 nm. Os resultdos form expressos em mg de clorofil por g de csc. Pr o teor de crotenoides, um grm d mostr d epiderme de citros foi triturd e diciondo 10 ml de ceton 80% e depois centrifugd por 15 min 12000 xg so 4 C. Logo pós, foi feit leitur em espectrofotômetro 470, 645 e 663 nm. O teor de crotenoides foi determindo pel equção: Crot = [1000 A 470 1,82 (12,25 A 663 2,79 A 645 ) 85,02(21,50 A 645 5,10 A 663 )]/198, onde A 470 = sorânci 470 nm, A 645 = sorânci 645 nm e A 663 = sorânci 663 nm. Os resultdos form expressos em mg de crotenoides por g de csc. Atividde d clorofilse: foi determind pel metodologi dptd de Ymuchi, Hshing e Itoo (1991). Amostrs do flvedo de citros form congelds em freezer 18 C e triturds em nitrogênio liquido. Após otenção do mcerdo, 1 g desse mteril foi filtrdo e exustivmente lvdo com ceton 100%, té remoção complet do pigmento e seprndo-se o pó cetônico (mteril sem pigmento). Pr o extrto enzimático, 50 mg do pó cetônico d epiderme, com 10 ml de tmpão fosfto de potássio 5 mm (ph 7,0), contendo 50 mm KCl e 0,24% Triton X-100 foi mntido por um hor 8 C. A mistur foi centrifugd velocidde de 12000 xg por 15 min e o sorendnte foi utilizdo como extrto pr tividde. Pr medir tividde, reção contendo 0,1 ml do extrto d enzim, 0,1 ml de 2,64% Triton X-100, 0,12 ml de solução de clorofil em ceton e 1,0 ml de 100 mm de tmpão fosfto de potássio (ph 7,0) foi misturd e incud em nho-mri 25 C por 20 min. Após esse período, foi diciondo 4 ml de ceton e 4 ml de hexno, e relizd leitur em espectrofotômetro 663nm. A tividde foi sed no decréscimo d sorânci de clorofil: um unidde de tividde enzimátic foi definid pel mudnç de 0,01 n sorânci por minuto. O conteúdo de proteíns foi determindo pel metodologi de Brdford (1976), utilizndo solução de BSA (Serum Alumine Bovin) pr curv pdrão. Pr determinção d tx respirtóri, utilizou-se 4 frutos por frsco de vidro com cpcidde de 1000 ml, que permnecerm herméticos por períodos de 1 hor. Em cd tmp dos frscos hvi um septo de silicone trvés do 828 Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014

Desverdecimento e rmzenmento refrigerdo de tngor Murcott em função de concentrção e tempo de exposição... qul foi retird mostr de gás. Com um sering de vidro de 1 ml injetou-se um mostr de cd frsco em cromtógrfo gás (Thermo Electro Corportion, Trce GC Ultr, Sn Jose, Clifórni, USA) com detector de ionizção de chm (FID), tendo hidrogênio como gás de rrste um vzão de 25 ml min -1. As temperturs utilizds form de 80 C n colun, 100 C no injetor, 250 C no detector e 350 C no metndor. Os resultdos form clculdos considerndo-se s determinções cromtográfics, mss dos frutos, volume livre do frsco e tempo que os frscos permnecerm fechdos, sendo expressos em ml CO 2 kg -1 h -1. Pr determinção d tx de produção de etileno os procedimentos form semelhntes no que se refere à colet e injeção d mostr, porém os frscos permnecerm fechdos por um período de 2 hors. As temperturs d colun, injetor e detector form de 80 C, 100 C e 100 C, respectivmente. Os resultdos form expressos em µl C 2 H 4 kg -1 h -1. Os frutos que presentrm podridões form encminhdos pr Clínic Fitoptológic Prof. Hiroshi Kimti, no Deprtmento de Fitoptologi e Nemtologi d Eslq/USP, pr identificção dos ptógenos. O delinemento experimentl dotdo foi inteirmente o cso, em ftoril 5 x 4 (trtmentos x dis de nálise). Form utilizds qutro repetições de 10 frutos cd. Os resultdos otidos form sumetidos à nálise de vrição (teste F), e qundo significtiv, s médis form comprds pelo teste de Tukey 5% de proilidde, pelo progrm esttístico SANEST (ZONTA; MACHADO, 1995). Resultdos e Discussão Nos frutos trtdos com etileno, o IC pssou de vlores de 2,26 (n crcterizção) pr vlores de, proximdmente, +1,5 logo pós o desverdecimento, próximos +0,5 pós o rmzenmento, e pr vlores entre +1,0 e +1,5 pós comercilizção simuld (Figur 1A). Oservou-se ssim créscimo d intensidde d cor mrel nos frutos trtdos com etileno. Nos frutos não trtdos, o IC umentou em lentmente, tingindo vlores de, no máximo, +0,1, o finl d comercilizção simuld, representndo frutos menos mreldos que os trtdos com etileno em ms concentrções. Notou-se ind nos frutos controle umento no vlor do IC n vlição efetud imeditmente pós síd d refrigerção. Esse fto é concordnte como foi previmente reportdo, que refrigerção por si só pode incrementr colorção, deixndo citros mis mrelos, como verificdo em lrnj Nvelin rmzend 12 o C (CARMONA; ZACARÍAS; RODRIGO, 2012). Entretnto, os vlores encontrdos pr o IC dos frutos trtdos com etileno form sempre miores, refletindo em melhor cor dos frutos. Acompnhndo o umento do IC, houve incremento d tividde d clorofilse e concomitnte qued no teor de clorofil do flvedo (Figurs 1B e C), sendo que os frutos do controle mntiverm os miores teores de clorofil (Figur 1C). Esses frutos só demonstrrm tividde d clorofilse pós o rmzenmento, com tividde significtivmente inferior às dos frutos trtdos com etileno (Figur 1B). O etileno exógeno ument expressão gênic d clorofilse, com formção de produtos d degrdção de tonlidde diferente do verde, lém de fcilitr o cesso do oxigênio pr reções de oxidções d clorofil (SHIMOKAWA; SHIMADA; YAEO, 1978; TREBITSH; GOLDSCHMIDT; RIOV, 1993; JOHN-KARUPPIAH; BURNS, 2010). Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014 829

Jomori, M. L. L. et l. Figur 1. Índice de cor (A); tividde de clorofilse (B), Teor de clorofil (C) e teor de crotenoides (D) de tngor Murcott em função de concentrção de etileno e tempo de exposição. As nálises form relizds n crcterizção; pós o desverdecimento; pós o rmzenmento refrigerdo (30 dis 5ºC) e pós comercilizção simuld (3 dis 25ºC). Médis seguids de mesm letr, em cd período de vlição, não diferem entre si pelo teste de Tukey 5% (n=4). Índice de cor 3,50 2,50 1,50 0,50-0,50-1,50-2,50-3,50-4,50 A Crcterizção Desverdecimento Armzenmento Comercilizção Atividde de clorofilse (UE mg proteíns -1 ) 20,00 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 B c c Crcterizção Desverdecimento Armzenmento Comercilizção Teor de clorofil (mg g -1 ) 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 C c c c c Crcterizção Desverdecimento Armzenmento Comercilizção Teor de crotenóides (mg g -1 ) 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 D Crcterizção Desverdecimento Armzenmento Comercilizção Controle 5 µl L ¹ (96 h) 10 µl L ¹ (96 h) 5 µl L ¹ (120 h) 10 µl m ¹ (120 h) Fonte: Elorção dos utores. Pr o teor de crotenoides não form verificds diferençs significtivs nos períodos vlidos e em função dos trtmentos plicdos (Figur 1D). Possivelmente os crotenoides do flvedo já hvim sido sintetizdos durnte mturção dos frutos, e o precimento d cor mrel (IC) pode ser mis triuído à degrdção d clorofil e não à crotenogênese. A litertur relt que pode hver síntese de crotenoides pós colheit de citros e pós retird dos frutos d condição refrigerd (CARMONA; ZACARÍAS; RODRIGO, 2012; SALVADOR et l., 2002; ABAD et l., 2003; ZHOU et l., 2010), ms pel extrem susceptiilidde dos compostos à oxidção, pode ter ocorrer um lnço entre síntese e degrdção, não permitindo oservr vrições entre os trtmentos. Não houve diferençs significtivs pr os prâmetros de qulidde vlidos (Tel 1). O teor de SS ficou em torno de 10,6 o Brix, AT em 0,67 % de ácido cítrico; rtio em proximdmente 16, % de suco em 49% e o teor de ácido scórico o redor de 20mg 100 ml -1. Os vlores estão concordntes com os descritos pr est cultivr e confirmm resultdos de experimentos nteriores onde tmém não foi oservd diferenç significtiv pr ests vriáveis em função de trtmentos com etileno pr o desverdecimento (MENDONÇA et l., 2003; JACOMINO; MENDONÇA; KLUGE, 2003). Myuoni et l. (2011), trlhndo com lrnjs, pomelos e tngerins, evidencirm que os efeitos do etileno exógeno se restringem o flvedo, não hvendo regulção de processos de mturção internos do hormônio. 830 Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014

Desverdecimento e rmzenmento refrigerdo de tngor Murcott em função de concentrção e tempo de exposição... Tel 1. Qulidde intern de tngor Murcott em função de concentrção de etileno e tempo de exposição, em nálise relizd n crcterizção (P0); pós o desverdecimento (P1); pós o rmzenmento durnte 30 dis 5ºC (P2) e pós comercilizção simuld durnte 3 dis 25ºC (P3). Trtmento P0 P1 P2 P3 Médi ---------------------------- SS ( o Brix) --------------------------- Controle 10,23 10,78 10,50 10,33 10,46 5 ml L -1 (96h) 10,23 11,58 10,93 10,60 10,84 10 ml L -1 (96h) 10,23 10,75 11,05 11,10 10,78 5 ml L -1 (120h) 10,23 11,23 10,80 10,60 10,72 10 ml L -1 (120h) 10,23 10,70 10,73 10,65 10,58 Médi C.V. = 3,85% 10,23A 11,01A 10,80A 10,66A ------------------- AT (% ácido cítrico) ------------------------ Controle 0,65 0,65 0,75 0,60 0,66 5 ml L -1 (96h) 0,65 0,78 0,69 0,64 0,69 10 ml L -1 (96h) 0,65 0,70 0,71 0,72 0,70 5 ml L -1 (120h) 0,65 0,69 0,73 0,58 0,66 10 ml L -1 (120h) 0,65 0,73 0,74 0,60 0,68 Médi C.V. = 8,21% 0,65A 0,71A 0,72A 0,63A ----------------------------- Rtio (SS/AT) ----------------------- Controle 15,78 16,61 14,21 15,64 15,56 5 ml L -1 (96h) 15,78 14,94 14,51 15,31 14,92 10 ml L -1 (96h) 15,78 15,41 15,75 14,87 15,34 5 ml L -1 (120h) 15,78 16,48 14,58 14,77 15,28 10 ml L -1 (120h) 15,78 14,69 14,20 14,75 14,55 Médi C.V. = 6,92% 15,78A 15,63A 14,65A 15,07A ------------------------ Porcentgem de suco ----------------------- Controle 53,65 50,16 46,62 43,04 48,37 5 ml L -1 (96h) 53,65 56,25 50,62 49,14 52,42 10 ml L -1 (96h) 53,65 56,82 49,54 49,14 52,31 5 ml L -1 (120h) 53,65 50,16 47,25 40,45 47,88 10 ml L -1 (120h) 53,65 48,66 48,63 44,37 48,33 Médi C.V. = 4,49% 53,65A 52,41A 48,53A 45,25A -------------- Ácido scórico (mg 100 ml -1 ) ------------- Controle 19,58 21,68 18,92 20,24 20,11 5 ml L -1 (96h) 19,58 19,45 20,75 17,75 19,38 10 ml L -1 (96h) 19,58 19,50 20,90 20,20 20,05 5 ml L -1 (120h) 19,58 21,99 19,26 19,83 20,17 10 ml L -1 (120h) 19,58 22,58 19,44 20,55 20,54 Médi C.V. = 5,86% 19,58A 21,04A 19,85A 19,71A Médis seguids de mesm letr miúscul n linh e minúscul n colun não diferem entre si pelo teste de Tukey 5% (n=4). Fonte: Elorção dos utores. Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014 831

Jomori, M. L. L. et l. No presente experimento foi oservdo que os frutos trtdos com 10 ml L -1 de etileno durnte 120 hors presentrm 15% de podridões por Penicillium digittum, n vlição relizd pós retird d câmr fri. Exposições demsids o etileno ou concentrções excessivmente lts, em frutos cítrics podem, de fto, umentr incidênci de podridões, pois enfrquecem prede celulr ds céluls do flvedo, fvorecendo o cesso de ptógenos (SMILANICK; MANSOUR; SORENSON, 2006). Nos demis trtmentos não ocorrerm podridões. A tx respirtóri dos frutos umentou pós o trtmento de desverdecimento com durção de 96h, hvendo qued n respirção ns vlições susequentes (Figur 2A). Comportmento semelhnte foi oservdo pr produção de etileno (Figur 2B). Considerndo que o tempo de trtmento de desverdecimento foi reltivmente longo (4 5 dis) é possível que os picos respirtórios e de produção de etileno tenhm sido em miores nos primeiros dis pós os trtmentos de desverdecimento (1 3 dis), o que explic, em prte, o fto dos frutos trtdos durnte 120h (5 dis) mostrrem txs respirtóris menores que queles trtdos durnte 96h. Assim, provvelmente s vlições pós 96 e 120 h estejm em qued e que vlores em miores provvelmente form expressos nos primeiros dis logo pós o trtmento. De fto, repost de frutos não climtéricos o etileno exógeno é reltivmente rápid, o contrário dos climtéricos, onde plicção exógen de etileno ument su utoctálise, compnhd de umento d respirção pr suprir ATP à su iossíntese. Os picos de etileno e respirção são importntes pr otenção de resposts positivs dos trtmentos de desverdecimento, considerndo que o etileno tu n expressão gênic de enzims que degrdm clorofil e que estimulm síntese de crotenoides (TREBITSH; GOLDSCHMIDT; RIOV, 1993; RODRIGO; ZACARIAS, 2007). No presente trlho ficou demonstrdo que degrdção d clorofil prece ter influencido mis o desenvolvimento d colorção do flvedo do que síntese de crotenoides (Figur 1C e D). Assim, ficou consttdo que plicção do etileno em câmr, com condições controlds de concentrção, tempertur e tempo de exposição pode se tornr vntjoso pr o tngor Murcott, fvorecendo otenção de cor dequd, sem fetr outros prâmetros de qulidde (SS, AT, rtio, porcentgem de suco e conteúdo de cido scórico). Considerndo s dus concentrções utilizds verific-se que 5 ml L -1 durnte 96 hors é suficiente pr desencder o processo de desverdecimento dest cultivr, pois prticmente não diferiu d mior concentrção e do mior tempo de exposição, que por su vez fvoreceu incidênci de podridões. 832 Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014

Desverdecimento e rmzenmento refrigerdo de tngor Murcott em função de concentrção e tempo de exposição... Figur 2. Tx respirtóri (A) e produção de etileno (B) de tngor Murcott em função de concentrção de etileno e tempo de exposição. As nálises form relizds n crcterizção; pós o desverdecimento; pós o rmzenmento refrigerdo (30 dis 5ºC) e pós comercilizção simuld (3 dis 25ºC). Médis seguids de mesm letr, em cd período de vlição, não diferem entre si pelo teste de Tukey 5% (n=4). Tx respirtóri (ml CO2 kg -1 h -1 ) 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 A Produção de etileno (µl C2H4 kg -1 h -1 ) 0,00 0,50 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 Crcterizção Desverdecimento Armzenmento Comercilizção B Crcterizção Desverdecimento Armzenmento Comercilizção Controle 5 µl L ¹ (96 h) 10 µl L ¹ (96 h) 5 µl L ¹ (120 h) 10 µl m ¹ (120 h) Fonte: Elorção dos utores. Agrdecimentos Os utores grdecem à Fundção de Ampro à Pesquis do Estdo de São Pulo (FAPESP), pelo uxílio à pesquis (proc. 2006/06536-6), ols de doutordo à primeir utor (proc. 2006/05154-2) e ols de inicição científic qurt utor (proc. 2009/09695-6). Referêncis ABAD, I.; MARTÍNEZ-JÁVEGA, J. M.; SALVADOR, A.; NAVARRO, P. Aplicción del frío nuevs vrieddes de mndrins y nrnjs. Levnte Agrícol, Vlenci, v. 366, n. 1, p. 236-240, 2003. BARRY, C. S.; GIOVANONI, J. Ethylene nd fruit ripening. Journl of Plnt Growth Regultion, Dresden, v. 26, n. 2, p. 143-159, 2007. BRADFORD, M. A rpid nd sensitive method for the quntiztion of microgrm quntifies of protein utilizing the principle of protein-dye inding. Anlyticl Biochemistry, Bethesd, v. 71, n. 1, p. 248-254, 1976. CARMONA, L.; ZACARÍAS, L.; RODRIGO, M. J. Stimultion of colortion nd crotenoid iosynthesis during posthrvest storge of Nvelin ornge fruit t 12 C. Posthrvest Biology nd Technology, Amsterdn, v. 74, n. 12, p. 108-117, 2012. CARVALHO, C. R. L.; MANTOVANI, D. M. B.; CARVALHO, P. R. N.; MORAES, R. M. M. Análises químics de limentos. Cmpins: ITAL, 1990. 121 p. (Mnul técnico). Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014 833

Jomori, M. L. L. et l. GROSS, J. Pigments in fruit. London: Acdemic Press, 1987. 303 p. INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL. Identidd y clidd de los limentos frutihortícols. Mendonz: INTI, 1987. 209 p. JACOMINO, A. P.; MENDONÇA, K.; KLUGE, R. A. Armzenmento refrigerdo de limões Sicilino trtdos com etileno. Revist Brsileir de Fruticultur, Joticl, v. 25, n. 1, p. 45-48, 2003. JIMENEZ-CUESTA, M.; CUQUERELLA, J.; MARTINEZ-JÁVEGA, J. M. Determintion of color index for Citrus fruit degreening. Proceedings of the Interntionl Society of Citriculture, Riverside, v. 2, p. 750-753, 1981. JOHN-KARUPPIAH, K. J.; BURNS, J. K. Degreening ehvior in Fllglo nd Lee Orlndo is correlted with differentil expression of ethylene signling nd iosynthesis genes. Posthrvest Biology nd Technology, Amsterdn, v. 58, n. 3, p. 185-193, 2010. KADER, A. A.; ARPAIA, M. L. Posthrvest hndling system: sutropicl fruits. In: KADER, A. A. (Ed.). Posthrvest technology of horticulturl crops. 2. ed. Oklnd: University of Cliforni, 1992. p. 233-240. KATO, M.; IKOMA, Y.; MATSUMOTO, H.; SUGIURA, M.; HYODO, H.; YANO, M. Accumultion of Crotenoids nd expression of crotenoid iosynthetic genes during mturtion in citrus fruit. Plnt Physiology, Glsgow, v. 134, n. 2, p. 824-837, 2004. KRÄUTLER, B. Chlorophyll rekdown nd chlorophyll ctolites in leves nd fruit. Photochemicl nd Photoiologicl Sciences, Cmridge, v. 7, n. 10, p. 1114-1120, 2008. LICHTENTHALER, H. K. Chlorophylls nd crotenoids: pigments of photosynthetic iomemrnes. Methods Enzymology, Psden, v. 148, n. 2 p. 350-382, 1987. MAYUONI, L.; TIETEL, Z.; PATIL, B. S.; PORAT, R. Does ethylene degreening ffect internl qulity of citrus fruit? Posthrvest Biology nd Technology, Amsterdn, v. 62, n. 1, p. 50-58, 2011. MENDONÇA, K.; JACOMINO, A. P.; MELHEM, T. X.; KLUGE, R. A. Concentrção de etileno e tempo de exposição pr desverdecimento de limão Sicilino. Brzilin Journl of Food Technology, Cmpins, v. 6, n. 2, p. 179-183, 2003. RODRIGO, M. J. Desverdizdo del frutos citricos. Terrli, Mdrid, n. 36, p. 60-66, 2003. RODRIGO, M. J.; ZACARIAS, L. Effect of posthrvest ethylene tretment on crotenoid ccumultion nd the expression of crotenoid iosynthetic genes in the flvedo of ornge (Citrus sinensis L. Oseck) fruit. Posthrvest Biology nd Technology, Amsterdn, v. 43, n. 1, p. 14-22, 2007. SALVADOR, A.; MONTEVERDE, A.; VÁZQUEZ, D.; CUQUERELLA, J.; NAVARRO, P. Desverdizción de frutos cítricos con destino pises de ultrmr. Levnte Agrícol, Vlenci, n. 361, p. 238-244, 2002. SHIMOKAWA, K.; SHIMADA, S.; YAEO, K. Ethyleneenhnced chlorophyllse ctivity during degreening of Citrus unshiu MARC. Scienti Horticulture, Amsterdn, v. 8, n. 2, p. 129-135, 1978. SMILANICK, J. L.; MANSOUR, M. F.; SORENSON, D. Pre-nd posthrvest tretments to control green mold of citrus fruit during ethylene degreening. Plnt Disese, Dvies, v. 90, n. 1, p. 89-96, 2006. STEARNS, C. R.; YOUNG, G. T. The reltion of climtic conditions to color development in citrus fruit. Proceedings of the Florid Stte Horticulturl Society, Orlndo, v. 55, p. 59-61, 1942. TING, S. V.; ROUSEFF, R. L. Citrus fruits nd their products: nlysis y technology. New York: Mrcel Dekker, 1986. 293 p. TREBITSH, T.; GOLDSCHMIDT, E.; RIOV, J. Ethylene induces de novo synthesis of chlorophyllse, chlorophyll degrding enzyme, in Citrus fruit peel. Plnt Biology, Stuttgrt, v. 90, n. 20, p. 9441-9445, 1993. YAMAUCHI, N.; HASHINAGA, S.; ITOO, S. Chlorophyll degrdtion with degreening of Kosu (Citrus spherocrp Hort ex Tnk) fruits. Journl of the Jpnese Society for Horticulturl Science, Tsushim v. 59, n. 4, p. 869-875, 1991. YOUNG, L. B.; ERICKSON, L. C. Influences of temperture on color chnge in Vlenci ornges. Proceedings of the Florid Stte Horticulturl Society, Orlndo, v. 78, p. 197-200, 1961. ZHOU, J. Y.; SUN, C. D.; ZHANG, L. L., DAI, X.; XU, C. J.; CHEN, K. S. Preferentil ccumultion of orngecolored crotenoids in Ponkn (Citrus reticult) fruit peel following posthrvest ppliction of ethylene or ethephon. Scienti Horticulture, Amsterdn, v. 126, n. 2, p. 229-235, 2010. ZONTA, E. P.; MACHADO, A. A. SANEST sistem de nálise esttístic pr microcomputdores. Pelots: Registro SEI n. 066060, Ctegori A, 1995. 48 p. 834 Semin: Ciêncis Agráris, Londrin, v. 35, n. 2, p. 825-834, mr./r. 2014