CAPÍTULO Competência Tributária Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar IMUNIDADE TRIBUTÁRIA Introdução
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (Introdução)
Diferença entre imunidade, isenção, notação N/T e alíquota zero
Lei instituidora do Tributo Fato previsão legal Motivação A Incide tributo sobre o fato "A" determinação legal O fato "A" é fato gerador B (não previsto na lei) ausência de previsão legal C (não previsto na lei) Vedação à incidência prevista na Constituição D Notação N/T determinação legal E ISENÇÃO determinação legal
Lei instituidora do Tributo Fato previsão legal Fenômeno jurídico Incide tributo sobre o fato Incidência - % cheia ou % zero A "A" Ocorre o fato gerador O fato "A" é fato gerador B (não previsto na lei) Não incidência (simples) C (não previsto na lei) Não incidência constitucional = imunidade tributária D Notação N/T Não incidência legal E ISENÇÃO Incidência
Analisando cada um dos fatos elencados acima
Lei instituidora do tributo FATO ECONÔMICO FATO A PREVISÃO LEGAL O fato "A" é fato gerador (FG) Incide tributo s/ o fato "A" Trata-se de hipótese de incidência tributária, onde ocorre o fato gerador tributário. A alíquota pode ser % cheia ou % zero
Incide tributo s/ fato A LEI TRIBUTÁRIA prevê o fato A fato A O cidadão pratica o fato econômico (fato A ) que está previsto na Lei tributária. O fato A será fato gerador tributário.
Lei instituidora do tributo FATO ECONÔMICO FATO B PREVISÃO LEGAL (não há previsão na lei como Fato Gerador) Trata-se de hipótese de não incidência tributária, onde não ocorre o fato gerador do tributo por ausência de previsão legal.
fato B LEI TRIBUTÁRIA não prevê o fato B O cidadão pratica fato econômico (fato B ) não previsto na lei tributária: a) por ter deixado (o legislador) o fato B fora do campo de incidência (ausência de previsão legal); b) ou por inexistir atribuição de competência tributária.
Lei instituidora do tributo FATO ECONÔMICO FATO C PREVISÃO LEGAL (não há previsão legal de FG em função de vedação na Constituição) Trata-se de hipótese de não incidência tributária, onde não ocorre o fato gerador do tributo por proibição da própria Constituição Federal.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL FATO ECONÔMICO FATO C PREVISÃO CONSTITUCIONAL Não incide tributo s/ fato "C" Trata-se de hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada, denominada Imunidade Tributária.
Constituição Federal É vedado cobrar tributo s/ fato C fato C LEI TRIBUTÁRIA não prevê o fato C O cidadão pratica fato econômico (fato C ) não previsto na lei tributária por vedação da C.F.
Lei instituidora do tributo FATO ECONÔMICO FATO D PREVISÃO LEGAL Não incide tributo s/ o fato "D Fato D - notação (N/T) Notação N/T (não tributado). Não há Fato Gerador Trata-se de uma não incidência legalmente qualificada
Não incide tributo s/ fato D Fato D - notação (N/T) LEI TRIBUTÁRIA expressamente exclui a incidência s/ fato D fato D O cidadão pratica fato econômico (fato D ) cuja incidência foi excluída expressamente pela lei tributária
Lei instituidora do tributo FATO ECONÔMICO FATO E PREVISÃO LEGAL ISENÇÃO Segundo o CTN trata-se de uma modalidade de exclusão do crédito tributário (art. 175,ICTN).
DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CTN art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento (...)
Lei de Incidência LANÇAMENTO Fato gerador fato E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 142 CTN)
DA EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CTN art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; (...)
Lei de Incidência Lei de Isenção Fato gerador fato E LANÇAMENTO VEDADO EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 175,I CTN)
Lei instituidora do tributo FATO ECONÔMICO FATO E PREVISÃO LEGAL ISENÇÃO Exclusão do crédito tributário (art. 175,I CTN) Hipótese de incidência com vedação ao lançamento. Há fato gerador com Incidência % (cheia).
Fato E é fato gerador Fato E está isento LEI TRIBUTÁRIA expressamente dispensa tributo s/ fato E fato E O cidadão pratica fato econômico (fato E ) previsto na lei tributária (será fato gerador), cujo lançamento é vedado pela própria lei tributária
ISENÇÃO (TEORIA CLÁSSICA CTN) A isenção é hipótese de incidência (ocorre o fato gerador, sendo a alíquota cheia) sendo vedado o lançamento tributário ou seja, tratase de exclusão do crédito tributário (art. 175, I CTN). Na isenção, pela teoria tradicional em função da dogmática do CTN, haverá duas leis, uma prevendo a incidência tributária e outra, isentiva, prevendo a dispensa do pagamento, para o mesmo fato gerador.
ISENÇÃO PELA DOGMÁTICA DO CTN Na isenção, não há alteração nos elementos da estrutura do tributo, sendo preservados o fato gerador, alíquota, base de cálculo e sujeito passivo, previstos na lei de incidência. A lei isencional apenas impede a exigência do tributo, mediante a técnica da exclusão do crédito tributário
ISENÇÃO (TEORIA CLÁSSICA DOGMÁTICA DO CTN) A isenção é hipótese de incidência. A Lei isentiva apenas produz a exclusão do crédito tributário (art. 175, I CTN) ou seja, dispensa o lançamento.
ISENÇÃO PELA DOGMÁTICA DO CTN Segundo o STF, a revogação de isenção não exige observância ao princípio da anterioridade tributária, pois não se está criando incidência, apenas revogando-se a dispensa do tributo antes prevista. STF Súmula nº 615 O princípio constitucional da anualidade (par- 29 do art-153 da CF) não se aplica à revogação de isenção do ICM.
ISENÇÃO (TEORIA CLÁSSICA CTN) X ALÍQUOTA ZERO
ÁLÍQUOTA ZERO A alíquota zero é hipótese de incidência, não sendo vedado o lançamento, no entanto, tratase de instrumento de política fiscal com alíquota zero. Portanto, não haverá lançamento tributário.
ALÍQUOTA ZERO A alteração da alíquota zero para fins de majoração e consequente cobrança do tributo, exigirá respeito aos princípios da anterioridade e noventena, salvo em relação aos tributos que configurem exceções a estes princípios, conforme previsto na Constituição.
ISENÇÃO (TEORIA CLÁSSICA CTN) X IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
ISENÇÃO X IMUNIDADE TRIBUTÁRIA A isenção é hipótese de incidência, ocorre o fato gerador, mas fica vedado o lançamento. A imunidade tributária é hipótese de não incidência constitucional (constitucionalmente qualificada). Na imunidade não ocorre o fato gerador por proibição da Constituição. O legislador infraconstitucional tem limitada sua Competência Tributária.
ISENÇÃO X IMUNIDADE TRIBUTÁRIA A isenção representa um exercício negativo de competência tributária. É dispensa legal do tributo. Trata-se de um fenômeno que ocorre em momento posterior ao desenho da competência tributária pela Constituição, portanto, exercido pelo titular da competência no exercício do Poder de Tributar, de forma a dispensar o pagamento do tributo.
ISENÇÃO X IMUNIDADE TRIBUTÁRIA A imunidade tributária é uma atribuição negativa de competência tributária. Para alguns autores trata-se de hipótese de incompetência tributária. A imunidade é fenômeno que ocorre no momento do desenho da competência tributária pelo Poder Constituinte, portanto, (continua)
(continua) anterior à instituição do tributo, em função da qual o legislador fica impedido de legislar de forma a atingir o fato econômico objeto da referida proteção constitucional. Trata-se de uma não incidência constitucionalmente qualificada.
STF "A criação de imunidade tributária é matéria típica do texto constitucional enquanto a de isenção é versada na lei ordinária; não há, pois, invasão da área reservada à emenda constitucional quando a lei ordinária cria isenção. O Poder Público tem legitimidade para isentar contribuições por ele instituídas, nos limites das suas atribuições (art. 149 da Constituição)." (ADI 2.006-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 1-7-1999, Plenário, DJ de 24-9-1999.)
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA A supressão da imunidade poderá ser feita mediante Emenda à Constituição, ressalvadas as hipóteses que configurem cláusulas pétreas, em função do disposto no art. 60 4 CF. São cláusulas pétreas as imunidades gerais previstas no art. 150, VI CF
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (expressões impróprias no texto da C.F) Toda vedação constitucional à tributação por parte do ente político caracteriza uma imunidade tributária, sendo irrelevante a expressão utilizada no texto constitucional, como por exemplo nos art. 195 7 C.F e 184 5 C.F. A menção à isenção veicula uma imunidade.
C.F art. 184 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. C.F art. 195 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
STF A cláusula inscrita no art. 195, 7º, da Carta Política não obstante referir-se impropriamente à isenção de contribuição para a seguridade social -, contemplou as entidades beneficentes de assistência social, com o favor constitucional da imunidade tributária, desde que por elas preenchidos os requisitos fixados em lei. RMS 22.192
OUTRA TEORIA A ISENÇÃO TAMBÉM PODERÁ SE MANIFESTAR POR OUTRO CRITÉRIO
Lei instituidora do tributo FATO ECONÔMICO FATO D PREVISÃO LEGAL Não incide tributo s/ o fato "D Fato D - (N/T) Notação N/T (não tributado). Não há Fato Gerador Trata-se de uma não incidência legalmente qualificada
ISENÇÃO COMO TÉCNICA DE NÃO INCIDÊNCIA LEGAL No fato D, temos uma hipótese de não incidência legal, refletindo, também, uma isenção, pois toda dispensa legal de tributo é uma isenção. No entanto, o critério da dispensa legal aqui demonstrado dá-se pela exclusão legal da própria incidência tributária, portanto, sendo utilizado critério diverso do art. 175, I CTN. Logo, não haverá fato gerador.
CONCLUSÃO (ISENÇÃO) A isenção pode se manifestar como: 1- Exclusão do crédito tributário 2- Exclusão legal de incidência, ou seja, uma não incidência legalmente qualificada Em ambos os casos acima, estaremos diante de uma dispensa legal do tributo.
Exercitando: 1. Isenção tributária é hipótese de a) Incidência b) Não incidência Obs. Resposta pela dogmática do CTN
2. Lei complementar federal prevê não incidência de ICMS na exportação de produtos semi-elaborados. Tal fato configura hipótese de: a) Incidência b) Imunidade tributária c) isenção
3. Imunidade tributária é hipótese de a) Incidência b) Não incidência
4. Notação N/T é hipótese de a) Incidência b) Não incidência
5. Alíquota zero é hipótese de a) Incidência b) Não incidência
6 A lei prevê imposto de importação na importação de equinos. Aristóteles importou bovino. Nesta hipótese não cabe cobrança do imposto em virtude de: a) Imunidade b) Não incidência c) isenção