Campo Gravítico da Terra

Documentos relacionados
Mecânica. Conceito de campo Gravitação 2ª Parte Prof. Luís Perna 2010/11

Aula Prática 5: Preparação para o teste

Licenciatura em Engenharia Civil MECÂNICA II

MECÂNICA DOS MEIOS CONTÍNUOS. Exercícios

. Essa força é a soma vectorial das forças individuais exercidas em q 0 pelas várias cargas que produzem o campo E r. Segue que a força q E

7.3. Potencial Eléctrico e Energia Potencial Eléctrica de Cargas Pontuais

Electricidade e magnetismo

A dinâmica estuda as relações entre as forças que actuam na partícula e os movimentos por ela adquiridos.

3. Potencial Eléctrico

Energia no movimento de uma carga em campo elétrico

ELECTROMAGNETISMO. EXAME Época Especial 8 de Setembro de 2008 RESOLUÇÕES

Série II - Resoluções sucintas Energia

Departamento de Física - Universidade do Algarve FORÇA CENTRÍFUGA

MECÂNICA. F cp. F t. Dinâmica Força resultante e suas componentes AULA 7 1- FORÇA RESULTANTE

Eletricidade e Magnetismo II Licenciatura: 3ª Aula (06/08/2012)

Licenciatura em Engenharia Civil MECÂNICA II

Figura 14.0(inicio do capítulo)

É o trabalho blh realizado para deslocar um corpo, com velocidade idd constante, t de um ponto a outro num campo conservativo ( )

IF Eletricidade e Magnetismo I

CAPÍTULO 7: CAPILARIDADE

MOVIMENTO DE SÓLIDOS EM CONTACTO PERMANENTE

Figura 6.6. Superfícies fechadas de várias formas englobando uma carga q. O fluxo eléctrico resultante através de cada superfície é o mesmo.

3.1 Potencial gravitacional na superfície da Terra

ELETRICIDADE CAPÍTULO 3 LEIS DE CIRCUITOS ELÉTRICOS

Campo Gravítico da Terra

UFSCar Cálculo 2. Quinta lista de exercícios. Prof. João C.V. Sampaio e Yolanda K. S. Furuya

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Escola de Engenharia. 1 Cinemática 2 Dinâmica 3 Estática

Lei de Ampère. (corrente I ) Foi visto: carga elétrica com v pode sentir força magnética se existir B e se B não é // a v

Aula 6: Aplicações da Lei de Gauss

Componente de Física

Análise Vectorial (revisão)

ESCOAMENTO POTENCIAL. rot. Escoamento de fluido não viscoso, 0. Equação de Euler: Escoamento de fluido incompressível cte. Equação da continuidade:

CRITÉRIOS GERAIS DE CLASSIFICAÇÃO

20, 28rad/s (anti-horário);

Geodésicas 151. A.1 Geodésicas radiais nulas

Série 2 versão 26/10/2013. Electromagnetismo. Série de exercícios 2

Magnetometria. Conceitos básicos

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

1ªAula do cap. 10 Rotação

Fluido Perfeito/Ideal Força Exercida por um Escoamento Plano em Torno de um Sólido Potencial complexo do escoamento em torno de um cilindro

Prof. Dr. Oscar Rodrigues dos Santos

Aula 3_2. Potencial Elétrico II. Física Geral e Experimental III. Capítulo 3. Prof. Cláudio Graça

Electrostática. Programa de Óptica e Electromagnetismo. OpE - MIB 2007/2008. Análise Vectorial (revisão) 2 aulas

Electrostática. Programa de Óptica e Electromagnetismo. OpE - MIB 2007/2008. Análise Vectorial (revisão) 2 aulas

ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Departamento de Engenharia Mecânica

Uma derivação simples da Lei de Gauss

Total. UFRGS - INSTITUTO DE MATEMÁTICA Departamento de Matemática Pura e Aplicada MAT Turma C /1 Prova da área I

Ensino Médio. Nota. Aluno(a): Nº. Série: 3ª Turma: Data: / /2018. Lista 3 Potencial Elétrico

Movimento unidimensional com aceleração constante

Licenciatura em Engenharia Civil MECÂNICA II

Lei de Gauss. Lei de Gauss: outra forma de calcular campos elétricos

MECÂNICA. Dinâmica Atrito e plano inclinado AULA 6 1- INTRODUÇÃO

Lei de Gauss II Revisão: Aula 2_2 Física Geral e Experimental III Prof. Cláudio Graça

Seção 24: Laplaciano em Coordenadas Esféricas

Física III Escola Politécnica GABARITO DA PR 25 de julho de 2013

20 Exercícios Revisão

INTRODUÇÃO À GEODÉSIA FÍSICA

DINÂMICA ATRITO E PLANO INCLINADO

ASPECTOS GERAIS E AS LEIS DE KEPLER

MECÂNICA DOS FLUIDOS I Engenharia Mecânica e Naval Exame de 2ª Época 10 de Fevereiro de 2010, 17h 00m Duração: 3 horas.

( z) Fluido Perfeito/Ideal Força Exercida por um Escoamento Plano em Torno de um Sólido Escoamento em torno de um cilindro circular com circulação Γ

3. Estática dos Corpos Rígidos. Sistemas de vectores

10/Out/2012 Aula 6. 3/Out/2012 Aula5

Física e Química 11.º Ano Proposta de Resolução da Ficha N.º 3 Forças e Movimentos

PROCESSO SELETIVO TURMA DE 2013 FASE 1 PROVA DE FÍSICA E SEU ENSINO

apresentar um resultado sem demonstração. Atendendo a que

E nds. Electrostática. int erior. 1.4 Teorema de Gauss (cálculo de Campos). Teorema de Gauss.

Física I para Engenharia. Aula 9 Rotação, momento inércia e torque

2.1. Fluxo Eléctrico 2.2. Lei de Gauss 2.3. Aplicações da Lei de Gauss a Isolantes Carregados 2.4. Condutores em Equilíbrio Electrostático

Mecânica e Ondas. Capítulo I Interacção mecânica. Lei da atracção gravitacional de Newton

3 Torção Introdução Análise Elástica de Elementos Submetidos à Torção Elementos de Seções Circulares

( ) ρ = ( kg/m ) ρ = 1000 kg/m 4ºC CAPÍTULO 5 MECÂNICA DOS FLUIDOS

setor 1202 Aulas 39 e 40 ESTUDO DO CAMPO ELÉTRICO

TENSÃO SUPERFICIAL. Prof. Harley P. Martins Filho. Tensão superficial 7/28/2017

CAMPO ELÉCTRICO NO EXTERIOR DE CONDUTORES LINEARES

Prof.Silveira Jr CAMPO ELÉTRICO

NOTAS DE AULA DE ELETROMAGNETISMO

TRABALHO E POTÊNCIA. O trabalho pode ser positivo ou motor, quando o corpo está recebendo energia através da ação da força.

FGE0270 Eletricidade e Magnetismo I

Teo. 5 - Trabalho da força eletrostática - potencial elétrico

Física II F 228 2º semestre aula 2: gravimetria, matéria escura, energia potencial gravitacional e a expansão do universo

SOLUÇÃO PRATIQUE EM CASA

n θ E Lei de Gauss Fluxo Eletrico e Lei de Gauss

PROVA COMENTADA. Figura 1 Diagrama de corpo livre: sistema de um grau de liberdade (1gdl) F F F P 0. k c i t

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL II 014.2

Eletromagnetismo e Ótica (MEAer/LEAN) Circuitos Corrente Variável, Equações de Maxwell

Buracos Negros. Óscar Dias 4ª EAG. 1. BNs em Relatividade Geral. Universidade de Barcelona & Centro de Física do Porto (Univ.

4 Campos da divergência e vorticidade de um escoamento. 4.1 Tipos de configurações de escoamento bidimensional (2D)

Cap.12: Rotação de um Corpo Rígido

Eletromagnetismo Aplicado

Seção 8: EDO s de 2 a ordem redutíveis à 1 a ordem

DA TERRA À LUA. Uma interação entre dois corpos significa uma ação recíproca entre os mesmos.

3.3 Potencial e campo elétrico para dadas configurações de carga.

Asas Finitas Escoamento permamente e incompressível

ESCOLA SECUNDÁRIA JOSÉ SARAMAGO

Movimento Circular. o movimento circular uniforme o força centrípeta o movimento circular não uniforme

Modelo quântico do átomo de hidrogénio

FGE0270 Eletricidade e Magnetismo I

Eletromagnetismo I Instituto de Física - USP: 2ª Aula. Elétrostática

Transcrição:

Campo Gavítico da Tea 3. otencial Gavítico O campo gavítico é um campo vectoial (gandeza com 3 componentes) Seá mais fácil tabalha com uma gandeza escala, que assume apenas um valo em cada ponto Seá possível epesenta um campo vectoial po uma função escala? É possível, pelo menos paa alguns campos vectoiais, onde se inclui o campo gavítico da Tea Campo Gavítico da Tea 3.1 Campo iotacional Seja C uma cuva espacial, fechada e abitáia, no inteio de um campo vectoial v Se se veifica a equação C ν ( ) d = 0 ao longo da cuva C, onde d tem o ponto de aplicação sobe a cuva, então o campo v diz-se iotacional Se um campo é iotacional então existe uma função escala K tal que K K K K ( ) = gad K( ) =,, =n ( ) x y z

Campo Gavítico da Tea 3.1 Campo iotacional Esta função escala K é chamada a enegia potencial da gandeza vectoial v Se a equação anteio se veifica, então o campo vectoial v é também consevativo, ou seja, é independente do tempo Do ponto de vista físico, K epesenta a quantidade de tabalho paa vence a foça v As suas unidades físicas são g.m.s - Campo Gavítico da Tea 3. otencial gavítico Como o campo de aceleações gavíticas (g) difee do campo de foças apenas po um facto de escala, a massa m, o campo gavítico teeste pode se expesso po: F = mg = K = m V Ou seja, existe um campo escala V, tal que g = V Este campo escala é conhecido po otencial Gavítico, cuja unidade é m.s - K e V apesentam a mesma geometia

Campo Gavítico da Tea 3. otencial gavítico A aceleação gavítica é expessa pela soma de um integal tiplo, a aceleação gavitacional, e um segundo temo, a aceleação centífuga Como o gadiente é um opeado difeencial linea, o potencial gavítico seá também a soma, espectivamente, do potencial gavitacional com o potencial centífugo g = F + f = V + Φ = W W ( ( x + y ) = V ( ) Φ ( ) 1 1 ) = W ( x, y, z ) = G ρ ( Q )dv + ω + l T Campo Gavítico da Tea 3. otencial gavítico 1 1 W ( ) = V ( ) + Φ ( ) = G ρ( Q )dv + ω p l Analisando a fómula, veifica-se que V diminui com a distância, enquanto que Φ aumenta com o quadado da distância ao eixo de otação T

Campo Gavítico da Tea 3. otencial gavítico Tomando a expessão da aceleação da gavidade na sua apoximação esféica ØGMT ø g = Œ -w R cos j e R œ º ß E assumindo que g = W Obtém-se uma expessão idêntica paa a apoximação esféica do potencial gavítico GM ω R cos ϕ W = T R Uma expessão um pouco mais igoosa é obtida consideando o facto de achatamento J ( 3 sin 1) GMT ω R cos ϕ GMT J W = + φ R R Campo Gavítico da Tea 3. otencial gavítico O potencial combinado (gavítico) actua somente sobe massas que odam (fixas) com a Tea Quando um copo páa de oda com a Tea (lançado ao espaço) o potencial centífugo Φ deixa de actua, passando apenas a se afectado pelo potencial gavitacional V O potencial gavítico W deve epesenta a estutua do campo, paa um W suavizado temos um campo suavizado, paa um W iegula temos um campo iegula Como pode se usado paa desceve as iegulaidades de campo? Atavés das supefícies equipotenciais (W=const.) ou atavés das suas linhas de foça (gad W)

Campo Gavítico da Tea 3.3 Supefícies equipotenciais Campo Gavítico da Tea 3.3 Supefícies equipotenciais opiedades impotantes das supefícies equipotenciais: a) São supefícies fechadas, nunca se intesectam umas com as outas; b) Cada supefície enconta-se totalmente contida na sua adjacente exteio; c) São contínuas, sem hiatos, sem quaisque pontos de descontinuidade d) Os seus aios de cuvatua vaiam suavemente; e) São supefícies convexas (cuvatua viada paa o exteio); Um deslocamento sobe as supefícies equipotenciais não envolve qualque tabalho (em sentido estático), pois sobe as supefícies não há vaiação de potencial W;

Campo Gavítico da Tea 3.3 Supefícies equipotenciais As linhas de foça são pependiculaes às supefícies equipotenciais, elas esultam do gadiente vetical do potencial; A diecção das linhas de foça define a diecção da vetical, logo o plano tangente à supefície equipotencial define o plano hoizontal de um ponto; ela azão anteio, as supefícies equipotenciais são também designadas po supefícies de nível (de igual altitude); As linhas de foça não são ectas, são linhas cuvas e toças que convegem paa o CM da Tea (concavidade voltada paa o equado); O fio de pumo dá-nos a tangente às linhas de foça e po isso define, pontualmente, a diecção da vetical de luga. Campo Gavítico da Tea 3.3 Supefícies equipotenciais Qual é a elação ente as supefícies equipotenciais e a magnitude da gavidade? O espaçamento ente as supefícies está elacionado com a magnitude da gavidade: cuvas + póximas > gavidade, cuvas + afastadas < gavidade; g é a difeença dos valoes de potencial a dividi pelo seu afastamento W g = W = & h

Campo Gavítico da Tea 3.3 Supefícies equipotenciais Ao longo de um supefícies equipotencial seá a gavidade constante? Em geal, gavidade numa supefície equipotencial vaia; Numa qualque supefície equipotencial, W=const., a gavidade nos pólos é sempe supeio à gavidade no equado; Nos pólos as supefícies equipotenciais estão mais póximas (maio gavidade) e no equado essas supefícies estão mais afastadas (meno gavidade); 3 g g = & 5. 186Gal = 5. 3 10 g E E Uma convegência de 0.53% g H E = H = 1. 0053 g E H Campo Gavítico da Tea 3.3 Supefícies equipotenciais oque é que a Tea tem foma achatada? A supefície de um qualque líquido homogéneo, em equilíbio, tende a coincidi com uma supefície equipotencial; Como a gavidade é supeio nos pólos devido à aceleação de potencial centífugo, as supefícies são achatadas; Logo qualque supefície volátil, em equilíbio, tende a adquii a foma das supefícies equipotenciais; A foma da Tea, devido à sua viscosidade, foi ao longo do tempo adquiindo esta foma achatada Conclusão: A foma achatada da Tea deve-se ao seu movimento de otação em tono do seu eixo