QUANDO SOLICITAR A RM DE PRÓSTATA COMO PARTE DO DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO? DR.PÚBLIO VIANA

Documentos relacionados
Melhora no estadiamento do câncer de próstata e urotelial

Prostatectomia para doença localmente avançada. José Milfont Instituto de Urologia do Rio de Janeiro

Linfadenectomia em câncer de próstata. Marcos Tobias Machado Setor de Uro-oncologia

Setor de PET/CT & Medicina Nuclear PET/CT (FDG) Agradecimento a Dra. Carla Ono por ceder material científico

II ENCONTRO DE UROLOGIA DO SUDESTE CÂNCER DE BEXIGA QUANDO INDICAR UMA TERAPIA MAIS AGRESSIVA NO T1 DE ALTO GRAU? CARLOS CORRADI

Manuseio do Nódulo Pulmonar Solitário

RM MAMÁRIA: quando indicar?

Câncer de próstata. O que você deve saber. Marco A. Fortes HNMD

Manejo do Nódulo Pulmonar

III Congresso Internacional de Uro- Oncologia

Módulo: Câncer de Próstata Localizado Alto Risco

Módulo: Câncer de Rim Localizado

Módulo: Câncer de Próstata Localizado de Risco Baixo e Intermediário

29/10/09. E4- Radiologia do abdome

Diretrizes ANS para realização do PET Scan / PET CT. Segundo diretrizes ANS

A. Heidenreich(presidente), J. Bellmunt, M.Bolla, S. Joniau,T.H. van der Kwast, M.D. Mason, V.Matveev, N.Mottet, H-P. Schmid,T. Wiegel, F.

André Salazar e Marcelo Mamede CANCER PATIENTS: CORRELATION WITH PATHOLOGY. Instituto Mário Penna e HC-UFMG. Belo Horizonte-MG, Brasil.

PET- TC aplicações no Tórax

Reunião de Serviço 5 de Dezembro de Henrique Donato. Serviço de Imagem Médica Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

Câncer de Próstata Localmente Avançado

04/06/2012 OBJETIVOS. Biópsia Aspirativa Transbrônquica por Agulha Guiada pela Ultrassongrafia Endobrônquica (EBUS-TBNA) ECOBRONCOSCOPIA

O Que solicitar no estadiamento estádio por estádio. Maria de Fátima Dias Gaui CETHO

Radiology: Volume 274: Number 2 February Amélia Estevão

Analisar a sobrevida em cinco anos de mulheres. que foram submetidas a tratamento cirúrgico, rgico, seguida de quimioterapia adjuvante.

TEMA: Abiraterona (Zytiga ) para tratamento de câncer de próstata avançado sem quimioterapia prévia.

Journal Club 23/06/2010. Apresentador: João Paulo Lira Barros-E4 Orientador: Dr. Eduardo Secaf

TRATAMENTO PÓS OPERATÓRIO NO SEMINOMA E NÃO SEMINOMA DE ESTÁGIO I DE ALTO RISCO Daniel Fernandes Saragiotto

RMN prostática multiparamétrica: correlação com os resultados da anatomia

Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

TUMORES DO PÉNIS: Cirurgia Minimamente Invasiva. Pedro Eufrásio. Serviço de Urologia Centro Hospitalar Tondela-Viseu

Saúde da Próstata. XXX Ciclo de Debate Município Saudável Envelhecimento Ativo. Claudio B. Murta

2ª. PARTE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tema: Uso do pet scan em pacientes portadores de câncer

Perfusao e Infusao Papel Atual Frente os Novos Tratamentos

Diagnóstico por imagem no Câncer de Próstata: Ênfase em Ressonância Magnética

P R O S T AT E C T O M I A R A D I C A L L A P A R O S C Ó P I C A

O que é câncer de mama?

Carcinoma de tireóide ide na infância

CAPÍTULO 2 CÂNCER DE MAMA: AVALIAÇÃO INICIAL E ACOMPANHAMENTO. Ana Flavia Damasceno Luiz Gonzaga Porto. Introdução

INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RS PORTARIA 13/2014

Módulo: Câncer de Próstata Metastático

Declaro não haver nenhum conflito de interesse.

ATUALIZAÇÃO NEUROBLASTOMA E TUMOR DE WILMS

Câncer de próstata. Câncer de próstata localmente avançado Resultados do tratamento com radioterapia e supressão hormonal.

Gradação Histológica de tumores

CAPÍTULO Câncer de Próstata

O QUE É? O NEUROBLASTOMA. Coluna Vertebral. Glândula supra-renal


Humberto Brito R3 CCP

PELE - MELANOMA PREVENÇÃO

NOVO CONSENSO BRASILEIRO DE RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA POR MÉTODOS DE IMAGEM DR. HEVERTON AMORIM

URO RESUMOS. Cirurgia vs. Fisioterapia para Incontinência Urinária de Esforço

Sobrevida Mediana Classe I: 7,1 meses Classe II: 4,2 meses Classe III: 2,3 meses

Câncer de Próstata Localizado Riscos Baixo e Intermediário: Lucas Nogueira Coordenador Grupo de Uro Oncologia HC / UFMG Departamento de Uro Oncologia

NEOPLASIA DE ESÔFAGO. Rodrigo Bordin Trindade

CAMPANHA PELA INCLUSÃO DA ANÁLISE MOLECULAR DO GENE RET EM PACIENTES COM CARCINOMA MEDULAR E SEUS FAMILIARES PELO SUS.

Câncer de Testículo Não Seminomatoso

Apoio e realização: II Congresso Brasileiro de Ginecologia Oncológica AGINON 2015 I Jornada Latino-Americana de Ginecologia Oncológica - LASGO

ORIENTAÇÕES SOBRE CANCRO DA PRÓSTATA

Diagnóstico diferencial de nódulos pulmonares suspeitos: quando e como investigar

Estadiamento Mediastinal

Sérgio Altino de Almeida

CÂnCER DE EnDOMéTRIO. Estados anovulatórios (ex: Síndrome dos ovários policísticos) Hiperadrenocortisolismo

Qual é o papel da ressecção ou da radiocirurgia em pacientes com múltiplas metástases? Janio Nogueira

TOMOSSINTESE MAMÁRIA DIGITAL. Qual a diferença para a mamografia 2 D?

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Quais são as ferramentas de estadiamento do câncer de cabeça e pescoço localmente avançado?

CARCINOMA DO OVÁRIO EM MULHER JOVEM QUANDO CONSERVAR?

CÂNCER GÁSTRICO PRECOCE

Diretrizes Assistenciais

Prognóstico de Câncer de Próstata: Probabilidade e Possibilidade

CANCER DE COLO DE UTERO FERNANDO CAMILO MAGIONI ENFERMEIRO DO TRABALHO

TUMORES DA FARINGE SERVIÇO DE CABEÇA E PESCOÇO HUWC

Estadiamento dos Tumores do Tubo Digestivo

da Junção Esofagogástrica

Câncer de bexiga músculo-invasivo. Limírio Leal da Fonseca Filho

Avaliação e Tratamento da Recidiva Loco-regional do Câncer de Próstata

Como tratar o câncer de mama na paciente com mutação genética? Prof. Dr. Giuliano Duarte

PET/CT no estadiamento do câncer de esôfago e gástrico. Quando indicar?

Discussão de Casos Clínicos Doença Localizada e Localmente Avançada Riad N. Younes William N. William Jr

Sistema neuro-fuzzy para prognóstico de câncer de

ARTIGO CIENTÍFICO. Aplicabilidade da Sequência de Difusão no Diagnóstico do Câncer de Próstata

DIRETRIZES PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA

CÂNCER DE MAMA. O controle das mamas de seis em seis meses, com exames clínicos, é também muito importante.

Vigilância ativa em câncer de próstata. Marcos Tobias Machado Setor de Uro-oncologia

ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA

Carcinoma do pénis. La Fuente de Carvalho, Ph.D MD

TUMORES BENIGNOS DOS OVARIOS. Pedro Cordeiro de Sá Filho

Estadiamento do Mediastino. PET-CT vs. Mediastinoscopia vs. EBUS


Diagnóstico do câncer

Tumor Desmoplásico de Pequenas Células Redondas: Relato de um caso.

TC Hidrodinâmico no estadiamento pré-operatório do cancro gástrico: Correlação anatomo-radiológica. Estudo prospectivo de 107 casos

QUIMIOTERAPIA NO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

CPMG- SGT NADER ALVES DOS SANTOS CÂNCER DE PRÓSTATA PROF.WEBER

Nódulo Adrenal Incidental: Benigno ou Maligno?

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata

Recomendações do tratamento do câncer de rim estadio T1

PRESERVAÇÃO FERTILIDADE HOMEM Recomendações. Alexandra Teixeira

Transcrição:

QUANDO SOLICITAR A RM DE PRÓSTATA COMO PARTE DO DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO? DR.PÚBLIO VIANA

RM NO CA PROSTÁTICO Estadiamento loco-regional Detecção tumoral Pesquisa de recidiva local pósprostatectomia Pesquisa de recidiva após Radioterapia RM 1,5T com Coil endorretal x RM 3T sem coil

RM: melhor método de estadiamento loco-regional Cornud et col.: 71 pacientes Redução de 20% no subestadiamento clínico especificidade de 96% para EEC Brit. Journ. Urology 1996; 77: 843-850 Ogura et col.: 38 pacientes Acurácia: - 84% penetração capsular - 97% invasão de VS e de FVN Urology 2001; 57 (4): 721-726 Baroni et al.: 42 pacientes Redução de 34% no subestadiamento clínico > 85% de especificidade para EEC e invasão de VVSS Doutorado FMUSP 2004

Nomogramas: valor incremental da RM Liang Wang, MD, Michael W. Kattan, PhD, Peter T. Scardino, MD and Hedvig Hricak, MD, PhD P =.022 P <.01 P <.05 Predição de extensão extracapsular 344 pacientes RM: melhor variável na análise univariada e multivariada Radiology 2004;232:133-139 Predição de doença órgão confinada 229 pacientes RM ainda melhor para pacientes de risco intermediário e alto Radiology 2005;238:597-603 Predição de invasão de VVSS 573 pacientes RM: maior curva ROC dentre todas as variáveis isoladas Radiology 2006;242:182-188

RM PRÓSTATA: ATUALIZAÇÃO

STATE OF THE ART: Multiparametric MR Imaging of Prostate Cancer AX T2 DIFUSÃO PERFUSÃO ESPECTRO Sensibilidade : 71 a 100 % Especificidade : 74 a 90 % VPP : 65 a 85 % VPN : 81 a 100% Acurácia : 88-94 % Turkbey et al. Radiology 2011; 255 (1):89-99

RM: estadiamento loco-regional

RM DINÂMICA 3D PÓS-CONTRASTE Acurácia no estadiamento: 93 % Sensib. e VPN para invasão extra-capsular: 95-98%

Espectroscopia: normal x CaP Citrato Cho Normal Cho Citrato CaP

QUAL O REAL PAPEL DA Mp-RM? As decisões sobre a realização em um exame de imagem em pacientes com diagnóstico recente de Ca próstata são determinados pela intenção de tratar.

RESSONÂNCIA MULTIPARAMÉTRICA Paciente de Baixo Risco: Opções para cirurgia Radical, radioterapia ou Observação vigilante. Mp-MRI pode ajudar: - Na consolidação da indicação de observação vigilante (excluindo doença prostática significativa). - Pode ser utilizada para planejamento radioterápico e no planejamento cirúrgico com intenção de preservação de nervo. Barentz O.J et al, Eur Radiol 2012

RESSONÂNCIA MULTIPARAMÉTRICA Paciente de Risco Intermediário: Tratamento com Intenção Curativa. Mp-MRI pode ajudar: - Neste grupo, a possibilidade de extensão extra-prostática aumenta significativamente. Assim, é aconselhável realizar Mp-RM para a detecção de doença extra-capsular mínima por meio de um "protocolo específico" Barentz O.J et al, Eur Radiol 2012

RESSONÂNCIA MULTIPARAMÉTRICA Paciente de Alto Risco:????? Mp-MRI pode ajudar: - Ainda na avaliação local com protocolo específico de estadiamento. - Pesquisa de metástase óssea: RM com protocolo específico ou Cintilografia. - Pesquisa de metástase linfonodal, também com protocolo específico. Barentz O.J et al, Eur Radiol 2012 Estadiamento Linfonodal - Acurácia ainda limitada pelo critério de tamanho (>0,8 a 1,0 cm no menor eixo): cerca 70 % das linfonodos comprometidos são menores que 8 mm. Hovels et al (2008), Clin Radiol 63:387 395

TÓPICOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO DO CaP PELA Mp-MRI MRI PARA DETERMINAR AGRESSIVIDADE TUMORAL - A predição do escore de Gleason é melhor avaliada pela DWI e 1H- MRSI em comparação com T2WI e DCE-MRI Turkbey B, et al (2011) Radiology 258:488 495 Itou Y, et al (2011) J Magn Reson Imaging 33:167 172 - Quando a Observação Vigilante (AS) for indicada: - Excluir a presença de doença significativa > 0,5 cc (DCE-MRI+ DWI + T2WI) - Detecção de achados prognósticos adversos como lesões agressivas e em localização apical e anterior (DWI + MRSI). Villeirs GM, et al (2011). Eur J Radiol 77:340 345

MASC, 58 ANOS, PSA 4,4, GLEASON BIOPSIA 7 (3+4) APICAL ESQUERDA, MAS TR+ à D AX T2 AX T2 RE-BIOPSIA: GLEASON 9 (4+5) BASE DIREITA DWI- ADC DWI- ADC

Barentz O.J et al, Eur Radiol 2012 TÓPICOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO DO CaP PELA Mp-MRI SUSPEITA DE CÂNCER DE PRÓSTATA COM BIÓPSIA ANTERIOR NEGATIVA 66% dos pacientes com PSA>4 tem biopsia negativa A acurácia da Mp-MRI na detecção de tumores 0,5 cm3 tem sido demonstrada ao redor de 90% com VPN 95-98% Hambrock T, et al (2010). J Urol 183:520 527

Detecção tumoral: pacientes com PSA e/ou TR alterado, e biópsias negativas - A DCE-MRI é útil na detecção de câncer de próstata clinicamente significante em 93% Hara N,et al. Prostate.2005; 62:140-147

Detecção tumoral: pacientes com PSA e/ou TR alterado, e biópsias negativas Sensibilidade : 71 a 100 % Especificidade : 70 a 84 % VPP : 58 a 75 % VPN : 81 a 100% Acurácia : 79 % Yuen JS, et al. J Urol.2004; 171(4):1482-6 Prando A, et al. Radiology 2005; 236:903-910

RESSONÂNCIA MULTIPARAMÉTRICA AX T2 DCE-MRI ADC MRSI

Pesquisa de recidiva local pós-prostatectomia SAG T2 COR T2 RM: 95% sensibilidade, 100% especificidade Sella et al. Radiology 2004;231:379-385

64 ANOS, PSA = 0,6; 4 ANOS APÓS PROSTATECTOMIA SAG T2 AX T2 COR T2 DCE-MRI

TÓPICOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO DO CaP PELA Mp-MRI MR EQUIPAMENT: - MR COIL - IMAGING at 3T

RESSONÂNCIA MULTIPARAMÉTRICA MR COILS: - A combinação ERC + PPA coil fornece uma excelente SNR e permanece como o state of the art no estadiamento do CaP. - Pequena desvantagem em relação ao custo e aceitabilidade pelo paciente. Cornfeld DM, et al. MR imaging of the prostate: 1.5 T versus 3 T. Magn Reson Imaging Clin N Am 2007; 258:488 495 Imaging at 3 T: - Data on 3 T for prostate cancer MRI are still conflicting. Thus further research on this topic is needed - Limitations of 3 T MRI are problems with susceptibility artefacts, dielectric effect, specific absorption rate, and the homogeneity of the magnetic field Leautaud A, et al Pelvic MRI at 3.0 Tesla. J Radiol 2009; 90(3 Pt 1):277 286 Barentz O.J et al, Eur Radiol 2012

QUANDO SOLICITAR A RM DE PRÓSTATA COMO PARTE DO DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO? TAKE-HOME MESSAGE QUANDO CLINICAMENTE FOR IMPORTANTE: - DETECÇÃO; - LOCALIZAÇÃO TUMORAL E ESTADIAMENTO LOCORREGIONAL; - DETERMINAR A AGRESSIVIDADE TUMORAL; - PARA CONSOLIDAR A INDICAÇÃO DE ACTIVE SURVEILLANCE; - ORIENTAÇÃO DE BIÓPSIA: NOS CASOS DE PSA EM ELEVAÇÃO COM BIOPSIA NEGATIVA; - NO REESTADIAMENTO NOS CASOS DE FALHA TERAPÊUTICA PÓS-PROSTATECTOMIA OU PÓS-RADIOTERAPIA

OBRIGADO PELA ATENÇÃO!! publioviana@gmail.com