USO DO ALGORITMO SIMULATED ANNEALING NO ESTUDO DE PROBLEMAS INVERSOS EM CONVECÇÃO NATURAL DE CALOR

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

EM-524 : aula 13. Capítulo 06 Escoamento Externo Efeitos Viscosos e Térmicos

AULA 18 CONVECÇÃO NATURAL OU LIVRE

Transmissão de Calor I - Prof. Eduardo Loureiro

Capítulo 9 - Convecção Natural

Transferência de Calor

Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Engenharia Química 2

EM34B Transferência de Calor 2

Transferência de Calor

Transferência de Calor

h coeficiente local de transferência de calor por convecção h coeficiente médio de transferência de calor por convecção para toda a superfície

ESTE Aula 2- Introdução à convecção. As equações de camada limite

Recozimento Simulado (Simulated Annealing)

Capítulo 8: Transferência de calor por condução

Convecção (natural e forçada) Prof. Dr. Edval Rodrigues de Viveiros

EM34B Transferência de Calor 2

Transferência de Calor

5 Resfriamento de Gás

Transferência de Calor

Capítulo 08 - TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO EM REGIME TRANSIENTE

3 Modelagem Física e Matemática

Condução de calor Transiente

Transferência de Calor

Fenômenos de Transporte I. Prof. Gerônimo Virgínio Tagliaferro

ENGENHARIA DE MATERIAIS. Fenômenos de Transporte em Engenharia de Materiais (Transferência de Calor e Massa)

Transferência de Calor Escoamentos Externos

Transferência de calor

5S.1 Representação Gráfica da Condução Unidimensional Transiente na Parede Plana, no Cilindro Longo e na Esfera

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA À VOLTA DE CILINDROS METÁLICOS TP4

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO

Camada limite laminar

Transferência de Calor 2 Prof. Dr. Paulo Henrique Dias dos Santos

2. MÉTODO DE RECOZIMENTO SIMULADO

Efeito das propriedades variáveis com o tempo em uma barra de um reator nuclear

DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA NA INTERFACE CAVACO-PEÇA- FERRAMENTA DURANTE O PROCESSO DE TORNEAMENTO USANDO A TÉCNICA SIMULATED ANNEALING

Transferência de Calor

ENGENHARIA DE MATERIAIS. Fenômenos de Transporte em Engenharia de Materiais (Transferência de Calor e Massa)

TRANSP. BRAS. GAS. BOLÍVIA-BRASIL GERAL SIMULAÇÃO ÍNDICE DE REVISÕES DESCRIÇÃO E / OU FOLHAS ATINGIDAS

ESZO Fenômenos de Transporte

FENÔMENOS DE TRANSPORTES

4 Os Experimentos de Túnel de Vento e o Método Numérico

ESTE Aula 1- Introdução à convecção. A camada limite da convecção

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano.

Universidade Federal do ABC. EN 2411 Aula 10 Convecção Livre

Transferência de Calor

EN Escoamento interno. Considerações fluidodinâmicas e térmicas

CAP 254 CAP 254. Otimização Combinatória. Professor: Dr. L.A.N. Lorena. Assunto: Metaheurísticas Antonio Augusto Chaves

Exame de Transmissão de Calor Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica e Engenharia Aeroespacial 30 de Janeiro de º Semestre

Aula 21 Convecção Natural

Tabela 5.1- Características e condições operacionais para a coluna de absorção. Altura, L Concentração de entrada de CO 2, C AG

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano

Lei de Fourier. Considerações sobre a lei de Fourier. A lei de Fourier é fenomenológica, isto é, desenvolvida de fenômenos observados.

Capítulo 7 Introdução à Convecção Mássica

FENÔMENOS DE TRANSPORTES AULA 12 E 13 INTRODUÇÃO À CONVECÇÃO E CONDUÇÃO

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DE PARÂMETROS RELEVANTES EM UM PROCESSO DE DESTILAÇÃO SOLAR DE ÁGUA SALGADA: MODELAGEM E SIMULAÇÃO

Condições variam com o tempo. 1 ) Temperatura na superfície de um sólido é alterada e a temperatura no interior do sólido começa a variar

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano.

PNV-2321 TERMODINÂMICA E TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Introdução aos Métodos Numéricos

TRANSMISSÃO DE CALOR resumo

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola de Engenharia de Lorena EEL

Programa Analítico de Disciplina ENG278 Transferência de Calor e Massa

Simulação Numérica da Transferência de Calor por Convecção Forçada, Natural e Mista numa Cavidade Retangular

TÍTULO: INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DE ALIMENTAÇÃO NO AQUECIMENTO DE ÁGUA EM TANQUE COM IMPULSOR MECÂNICO E SERPENTINA HELICOIDAL.

IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE TURBULÊNCIA Κ-Ω SST EM UMA CAVIDADE TRIDIMENSIONAL

h coeficiente local de transferência de calor por convecção h coeficiente médio de transferência de calor por convecção para toda a superfície

Transferência de Calor 1

Capítulo 1. INTRODUÇÃO

Mecanismos de transferência de calor

Transferência de Calor Condução e Convecção de Calor

4 Exemplos de verificação

OPERAÇÕES UNITÁRIAS II AULA 1: REVISÃO TRANSFERÊNCIA DE CALOR. Profa. Dra. Milena Martelli Tosi

Capitulo 8 Transferência de Calor por Condução

EP34D Fenômenos de Transporte

PERFIS IPE AO FOGO: MÉTODO DA CAPACITÂNCIA GLOBAL VERSUS MODELO COMPUTACIONAL

Tutorial para o uso do aplicativo TransCal 1.1

Relatório técnico do projeto CFD-14/UFPR: solução de escoamentos invíscidos, laminares e turbulentos com o código Mach2D 5.8

EP34D Fenômenos de Transporte

Transferência de Calor Condução de Calor

CONDUÇÃO DE CALOR APLICADO AO ESTUDO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS DO ENSINO MÉDIO. Douglas Gonçalves Moçato*** Luiz Roberto Walesko*** Sumário

Capítulo 8: Transferência de calor por condução

Dinâmica dos Fluidos Computacional

PROGRAMA DE DISCIPLINA

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano

Fundamentos de Transferência de Calor e Massa

Atuador Eletrotermomecânico. Operam no modo quasi-estático

Comentários sobre a densidade de operação

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Faculdade de Engenharia. Transmissão de calor. 3º ano

3. Método de solução Introdução. 3.2 Dados de entrada Dados de entrada gerais no programa

Curso: a) 24 b) 12 c) 6,5 d) 26,5 e) 97

Convecção natural em cavidades triangulares: aspectos computacionais

Teoria Clássica das Placas

Q t. Taxa de transferência de energia por calor. TMDZ3 Processos de Transmissão de calor. Prof. Osvaldo Canato Jr

Transferência de Calor

Transferência de Calor

Aula 4. Zeros reais de funções Parte 1

Lista de Exercícios para P2

Transcrição:

USO DO ALGORITMO SIMULATED ANNEALING NO ESTUDO DE PROBLEMAS INVERSOS EM CONVECÇÃO NATURAL DE CALOR Cristiene Vasconcelos Gonçalves Sezimária Pereira Saramago Gilmar Guimarães Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Engenharia Mecânica, 38400-90, Uberlândia Minas Gerais e-mail: cgoncalves@mecanica.ufu.br Resumo A técnica denominada Simulated annealing, SA, é usada para a obtenção inversa do fluo de calor e da temperatura da parede em uma placa plana vertical aquecida, com fluo constante, através de medições de temperatura no interior do fluido. A solução direta das equações que descrevem o problema de convecção é obtida analiticamente através do método de von Kármán-Pohlhausen e de algumas hipóteses simplificativas como regime permanente, escoamento bidimensional e aproimação de Boussinesq. Os resultados obtidos para o SA são então comparados aos obtidos através do método da função especificada seqüencial. Uma bancada eperimental é montada de forma a fornecer a temperatura do filme no interior da camada limite. Palavras-Chaves: métodos inversos, Simulated anneling, método da função especificada seqüencial. 1. INTRODUÇÃO Em diversas ocasiões práticas em engenharia, tais como controle de aquecimento ou resfriamento, as condições iniciais ou de contornos são inacessíveis. A utilização nesses casos de uma metodologia inversa representa uma ferramenta poderosa, Jarn et al (1991). A aproimação inversa, ao contrário da direta, procura predizer as condições de contorno térmicas de dados eperimentais, a saber, medições obtidas dentro do campo de temperaturas, sem que nenhum sensor seja colocado sobre a superfície estudada. O problema estudado aqui consiste de uma placa plana vertical sujeita a um fluo de calor prescrito, q(), e eposta à convecção natural, Figura 1 (a). Pode-se observar, nessas condições, a formação de um escoamento devido às forças de empuo e o estabelecimento de uma camada limite, representada esquematicamente na Figura 1 (b). É caracterizado por uma geometria cartesiana, bidimensional, sujeita a um fluo de calor q(), com escoamento em regime permanente e descrito pelas equações da camada limite incompressível e laminar. O problema inverso se estabelece à medida que as condições de contorno na parede como o fluo de calor ou variação de temperatura não são conhecidas. As estimativas dessas variáveis, q() e T w (,0), são os objetivos desse trabalho. Eistem várias técnicas para a solução de problemas inversos. Nesse trabalho o algoritmo Simulated Annealing (SA) é adaptado ao problema inverso de calor. SA é um

método de busca probabilística cuja maior desvantagem se deve a um maior tempo computacional quando comparado aos modelos convencionais. Entretanto, apresenta vantagem sobre os métodos de gradiente convencionais por selecionar valores dos parâmetros fora da vizinhança de um mínimo local. Nesse trabalho o método do gradiente, o método da função especificada de Beck al ( 1985), é usado para comparação com os resultados obtidos através do SA. Fluo de calor imposto (estimado) 0,11 m 0,10 m q q u T 0,015 m (a) (b) Figura 1- Problema térmico estudado. a) Placa plana vertical aquecida. b) Camada limite representada esquematicamente.. FORMULAÇÃO TEÓRICA Uma das características das técnicas de problemas inversos é a ne cessidade de se obter uma equação que forneça uma correlação de uma variável a ser medida ( nesse caso T(,) ) em função do parâmetro a ser estimado, q() e T w (,0). Torna-se necessário, inicialmente, obter-se a solução do problema direto em questão. Esta solução é obtida através das equações de continuidade, movimento e energia que governam o problema de convecção natural sobre uma placa plana aquecida..1. O PROBLEMA DIRETO O problema de convecção natural sobre uma placa plana vertical aquecida pode ser descrito pelas equações da quantidade de movimento, da energia e da conservação de massa, considerando a aproimação de Boussinesq, ou seja, u u u u v gb ( T T ), (1) e T T T u v a, () u v 0, (3) onde é a coordenada medida ao longo da placa, é a coordenada normal à placa, u e v são as componentes da velocidade na direção e respectivamente, T(,) a temperatura, α a difusividade térmica, g a aceleração da gravidade e β o coeficiente de epansão térmica.

A solução das equações da camada limite laminar para convecção natural em uma placa plana vertical com fluo de calor não uniforme, q(), na superfície pode ser obtida através do método de von Kármán Pohlhausen, (Holman,1990), que consiste em uma formulação integral acoplada ao uso de aproimações polinomiais para os perfis de velocidade e temperatura. O perfil de temperatura é representado por uma função polinomial de, isto é, T (, ) a b c (4) Sendo que a, b, e, c, são funções de obtidas de forma que as condições de contorno térmicas presentes no problema sejam satisfeitas, ou seja: T k q(), para 0; (5) T T, para ; (6) T 0, para. (7) onde ( ) é a espessura da camada limite, k é a condutividade térmica e q () ou simplesmente, q, o fluo de calor não uniforme imposto na placa plana por unidade de área. Substituindo as condições de contorno dadas pelas Eqs. (5), (6) e (7) em (4), obtémse a epressão para o perfil de temperatura, como: q T (, ) T ( ( ) ), (8) k ( ) Para que a Eq. (8) represente a solução completa do campo de temperatura em função do fluo de calor imposto, q, resta ainda a determinação da espessura da camada limite, (). Utilizando-se o método de von-kámám Pohlhausen chega-se à epressão final para a espessura da camada limite () : onde, 9 k a 40 ( ) a( B ) 48 B (9) g b q 7 q d B 0 ( q ) (10) T(,) representa o modelo teórico para a temperatura, dada em função das coordenadas e, das componentes locais q e da influência das componentes q 1, q,...q i ao longo do comprimento da placa. Observa-se que para o caso onde o comportamento do fluo de calor seja aproimadamente constante, ou seja, q q = constante, então 1 5

0 ( q ) 1 B q d e consequentemente 1.. O PROBLEMA INVERSO A proposta inicial para a obtenção das componentes do fluo de calor q é a minimização de uma função erro quadrático definida pelo quadrado da diferença entre as temperaturas medidas no interior da camada limite Y(,) M e as temperaturas calculadas pelo modelo teórico dado pela Eq. (8). Assim a função objetivo a ser minimizada, adotada neste trabalho para os dois métodos empregados consiste: M i 1 ( ) Y (, ) T (, ) F (11) i i onde Y(,) é a temperatura medida eperimentalmente, T(,) é a temperatura obtida pelo modelo e M é o número de posições na direção da placa. Método da função especificada seqüencial ( FES) Uma das técnicas inversas usadas nesse trabalho, envolve a inversão numérica de uma integral de convolução e o uso de passos de futuros. É o chamado método da função especificada, desenvolvido por Beck et al. (1985) para aplicações em problemas lineares de condução de calor. Está técnica foi adaptada, através de um procedimento iterativo, para a solução do problema não linear causado pelo acoplamento das equações do movimento e energia, (Gonçalves, 1999). Simulated anneling (SA) SA tem suas origens na termodinâmica mais precisamente na forma como os metais líquidos se resfriam e se recozem. No recozimento físico, um metal é aquecido e em seguida resfriado lentamente para obter-se uma configuração molecular regular tendo o estado energético mais baio possível. Simulated anneling pode ser realizado em otimização através de uma perturbação aleatória na variável de decisão e mantendo-se o melhor valor da função objetivo para cada conjunto de variáveis aleatória. Para encorajar a formação dessas estruturas cristalinas, um programa de temperaturas é usado para governar a taa para qual o metal resfria, (Nakao, S e Karasaki, J. N., 1999). Se a temperatura é mantida constante, o sistema se aproima do equilíbrio térmico e a distribuição de probabilidade para a configuração de energia, E, aproima-se da probabilidade de Boltzmann: B E K bt P ( DE) e (1) onde K b é a constante de Boltzmann. Metropolis et al. (1953) introduziu primeiramente um algoritmo simples para incorporar essas idéias dentro dos cálculos numéricos de equações de estado. O critério conhecido como algoritmo de Metropolis, é aplicado para determinar se uma transição a outra configuração ocorre com a temperatura presente. Esse método de otimização consiste no uso de analogias ao processo de recozimento da metalurgia. Uma analogia ao processo pode ser visto na Figura, (Saramago et al., 1999).

Figura Analogia ao processo de recozimento. No SA, o estado energético e a configuração molecular tem analogias eatas. A função objetivo, Eq. (11), é análoga à função de estado, e o conjunto de parâmetros independentes, configuração, é análogo ao arranjos moleculares. Temperatura é simplesmente um parâmetro de controle em um dado problema de otimização. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O algoritmo do SA juntamente com o FES foram usados na solução de um problema inverso em convecção de calor para uma placa plana vertical aquecida. Os dois métodos se mostraram eficientes na recuperação do fluo de calor desconhecido, assim como da temperatura da parede, T w (0,). Os dados de implementação para o SA podem ser verificados na Tabela 1. Tabela: Dados de implementação do Simulated anneling. Número de variáveis de projeto 9 Variáveis de projeto inicial 0.01 W/m² (para todas) Temperatura inicial 50 Quantidade de temperaturas 10 Quantidade de iterações 300 Numero limite de avaliações da FO 10000 Tolerância 1.e-10 Limite inferior 0 Limite superior 1000 Os resultados computacionais podem ser comparados através da Tabela, onde F é o valor da função objetivo. Pode-se notar que o desempenho computacional do FES é pouco superior ao SA, devido ao custo computacional, uma vez que apresentaram valores próimos para F. Tabela : Resultados computacionais obtidos em ambos os métodos empregados. Simulated anneling F =.5583*10-5 N de pontos visitados = 4549 N de pontos aceitos = 1178 custo computacional = 51.7900 Seg. Função Especificada Seqüencial F =.375*10-4 Chamadas de F = 50 custo computacional = 1.1500 Seg.

A Figura 3 mostra uma comparação do fluo obtido para os dois métodos, juntamente com o fluo teórico eperimental. Pode-se observar que ambos os métodos apresentaram resultados semelhantes quanto a recuperação do fluo de calor. 00.0 0 1 8 0.0 0 Fluo de Calor ( W/m² ) 160.0 0 1 4 0.0 0 10.0 0 1 0 0.0 0 80.0 0 Fluo teó rico Fluo obtido - SA Fluo obtido - FES 6 0.0 0 40.0 0 0.0 1 0. 03 0. 0 5 0.0 7 0.0 9 0. 00 0.0 0.04 0.06 0.08 0.1 0 ( m ) Figura 3: Fluo de calor obtido através do Simulated anneling (SA) e do método da função especificada sequencial (FES). A temperatura da parede, assim como o erro relativo encontrado pode ser vista na Figura 4(a) e 4(b), respectivamente. Nota-se que eceto pela primeira posição os erros foram inferiores a 5%. Eperimentalmente esse fato significa um ecelente resultado de recuperação da condição de contorno da placa. O resultado ruim para a primeira posição pode ser justificado devido ao fato que o modelo que descreve a camada limite ser parabólico, tonadoo dependente de informações anteriores. 5.00 10.00 9. 0 0 5 1. 0 0 Tp estimada - SA 8.00 Temperatura da Parede ( C ) 50.00 4 9. 0 0 48.00 Tw - eperimental Tp estimada - FES Erro relativo para Tw ( % ) 7. 0 0 6.00 5. 0 0 4.00 3. 0 0 S im ulate d A nne aling Fun ção Espe cificad a S eqü encial.00 4 7. 0 0 1. 0 0 46.00 0.0 1 0.0 3 0. 05 0.0 7 0.0 9 0.00 0.0 0.0 4 0.06 0.08 0.10 ( m ) 0.00 0.0 1 0.0 3 0. 05 0.0 7 0.0 9 0.00 0.0 0.0 4 0.06 0.08 0.10 ( m ) Figura 4 (a) Temperatura da parede obtida pelo SA e FES. (b) Erro relativo encontrado na obtenção da temperatura da parede. Os dados eperimentais foram obtidos a uma distância fia de mm ao longo da placa. Um dos motivos foi a sensibilidade do método FES à localização do sensor. À medida que o

sensor de temperatura se distancia da placa menos informação referente ao fluo desconhecido é obtida. A fim de se verificar a robustez do SA com relaçao a esse tipo de problema de localização do sensor foi realizada uma simulação, onde um fluo de calor de 300 W/m² é imposto, constante ao longo de toda placa. Considerou-se primeiramente uma posiçao de fia e arbitrária, correspondente a 40% do máimo valor da camada limite, posteriormente fez-se o mesmo estudo de uma posição a 65% do valor máimo. Obteve-se os perfis de temperatura simulados para essas localizações, Y(,), sendo que foi acrescentado um erro aleatório de ± 1 C. Os resultados para o fluo de calor, do primeiro caso, assim como para o erro pode ser verificado na Figura 5(a) e 5(b), respectivamente. 310. 00 1.0 0 307.50 0.5 0 Fluo de Calor ( W/m² ) 305. 00 30.50 300. 00 97.50 95. 00 9.50 Fluo teórico: 300 W/m² Simulated Annealing Erro relativo do Fluo de Calor ( % ) 0.0 0-0.5 0-1.0 0-1.5 0 -.0 0 -.5 0-3.0 0 90. 00-3.5 0-4.0 0 0.01 0. 03 0.05 0. 07 0.09 0.00 0.0 0.04 0.0 6 0.08 0.1 0 ( m ) 0. 01 0. 0 3 0.0 5 0.0 7 0.0 9 0.00 0.0 0.04 0.06 0.0 8 0.1 0 ( m ) Figura 5 (a) Fluo de calor obtido pelo SA para um posição fia de correspondente a 40% da camada limite. (b) Erro relativo referente ao fluo de calor obtido. A temperatura da parede, para o primeiro caso, juntamente com e erro relativo podem ser vistas na Figura 6 (a) e 6(b), respectivamente..00 80.00 1. 75 7 8.0 0 1.50 76.00 Erro relativo para Tw ( % ) 1. 5 1.00 0. 75 0.50 0. 5 Temperatura da Parede ( C ) 7 4.0 0 7.00 7 0.0 0 68.00 6 6.0 0 Tw - teórica Tp e stimada - SA 0.00 64.00-0. 5 6.0 0-0.50 0. 01 0. 03 0. 05 0. 07 0. 09 0.0 0 0.0 0.0 4 0.0 6 0.0 8 0.1 0 ( m ) 60.00 0.0 1 0. 03 0. 0 5 0.0 7 0.0 9 0.0 0 0. 0 0.04 0.06 0.08 0.1 0 ( m ) Figura 6 (a) Temperatura da parede obtida com o sensor localizado a 40% do valor máimo da camada limite. (b) Erro relativo para a temperatura da parede.

O segundo caso testado foi uma posição fia de a 65% da distância máima da camada limite. Obteve-se convergência do algoritmo SA, entretanto os resultados não foram precisos. Deve-se salientar que a 65% do valor máimo da camada limite, poucas temperaturas influenciadas pelo fluo de calor são retidas. Não se obteve convergência com o método FES em nenhum dos casos testados, o que indica uma melhor robustez do método SA com relação à localização do sensor. 4. CONCLUSÕES O método do Simulated anneling apresentou o mesmo resultado que o método da função sequencial especificada. Obteve-se erros menores que 5% para a temperatura da parede, eceto para a primeira posição. Em uma simulação para verificar a robutez do método, o SA mostrou-se bastante robusto, apresentando resultados para regiões superiores a 40% do valor máimo da camada limite. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Gonçalves, CV., 1999, Desenvolvimento de técnicas de problemas inversos em convecção de calor, Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG., Brasil, 75pp. Holman, J. P., 1990, Heat Transfer, Seventh Edition, McGraw-Hill, Inc, N.Y. Jarn, Y., Ozisik, M. N. & Bardon, J. P., 1991, A general aptimization method using adjoint equation for solving multidimensional inverse heat conduction, Journal of heat and mass transfer. Vol. 34, No.11, pp. 911-919. Nakao, Shinsuke, Najita, Julie & Karasaki, Kenzi, 1999, Sensitivit stud on hdraulic well testing inversion using Simulated anneling, Ground Water Publishing Compan, Vol. 37, Issue 5, pp. 736-747. Saramago, S. F. P., Assis, E. G., & Steffen, Valder., 1999, Simulated anneling: Some applications in mechanical sstems optimization, 0 th Iberian Latin American Congress on Computational Methods in Enginnering (CD ROM), São Paulo, Brasil.