Anestesia para cirurgia ambulatorial na criança

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Transcrição:

Jornada Paulista de Anestesia Pediátrica 2006 Profa Dra Norma Sueli Pinheiro Módolo UNESP Faculdade de Medicina de Botucatu Depto. de Anestesiologia Anestesia para cirurgia ambulatorial na criança

Anestesia Ambulatorial Início 1900 fi Nicoll descreu a técnica pela 1ª vez 1984 fi reconhecida como especialidade

Vantagens Custo leitos hospitalares Minimizar separação dos pais Infecção hospitalar reduzida Alimentação Hanallah, 2002

Considerações Examinar o local Analisar a parte financeira Checar equipamento da anestesia, monitores e necessidade de suprimentos Checar os profissionais envolvidos Revisão, modificação de acordo com necessidades locais e dos procedimentos Definir a população de pacientes Escolher as medicações Estabelecer protocolos de emergência Planejar transferência para hospital Área de recuperação adequada Checar fichas, consentimento, etc Gooden CK. Semin Anesth, Perioperative Med and Pain, 2006; 25:2-6.

Anestesia Ambulatorial Crianças \ excelentes candidatas saudáveis procedimentos pouco complexos recuperação rápida menor tempo hospitalização Hanallah 1995, 1997

Anestesia Ambulatorial Sucesso Seleção tipo de procedimento pacientes agentes anestésicos Controle dor náuseas e vômitos Hanallah 1999

Critérios de Seleção Paciente Procedimento Família Anestesia Brennan & Prabhu Brit J Anaesth 2003; 8:134-136

Exclusão Social Pais não cooperativos Ausência de telefone Dificuldade de transporte Moradia muito distante Brennan & Prabhu, 2003

Paciente Idade pós-conceptual < 50 semanas Controle inadequado de doença sistêmica Infecção ativa Doença cardíaca complexa Murmúrio cardíaco não investigado Diabetes Brennan & Prabhu, 2003 Hanallah

Cirurgia e Anestesia Inexperiência Procedimento prolongado Risco de sangramento Cirurgia intra-cavitária Via aérea difícil Hipertermia maligna Dor não controlada Brennan & Prabhu, 2003 Hanallah RS. ASA Refresher Courses 2006; 34: 65-75

Pré-Operatório Jejum Exames laboratoriais Programas de educação familiar MPA Hanallah RS. ASA Refresher Courses 2006; 34: 65-75

Anestesia Presença dos pais na indução? Técnicas A. inalatória A. endovenosa Bloqueios periféricos Bloqueios neuroeixo Hanallah RS. ASA Refresher Courses 2006; 34: 65-75

Fluidoterapia Analgesia pós-operatória Náuseas e vômitos

PONV Fatores Odds ratio Cir. estrabismo Idade > 3 a Dur. cir > 30 4,3 3,3 3,2 % 80 70 60 50 40 30 20 Hist. PONV 4,2 10 0 0 1 2 3 4 Eberhart et al Anest Analg 2004; 99: 1630-1637

Motivos da Admissão Hospitalar Motivos Nº % Vômitos 30 33 Crupe 8 9 Pedido familiar 6 7 Febre 6 7 Sangramento 3 3 Cirurgia complicada 15 17 Falta de sono 2 2 Outros 20 20 Total 90 100 Patel & Hannallah Anesthesiology 1988; 69: 1009

Complicações pós-hospitalização relatada pelos pais Complicações Nº de pacientes % Vômito (freq) 1 2 359 7,2 3 4 64 1,2 > 4 24 0,5 Vômito (total) 447 8,9 Tosse 324 6,5 Falta de sono 297 5,9 Dor de garganta 257 5,1 Febre 235 4,7 Rouquidão 108 3,4 Total 1728 34,5 Patel & Hannallah Anesthesiology 1988; 69: 1009

Nº de crianças Motivos D Errico et al J Clin Anesth 1998; 10: 481-487

Nº de crianças em cada grupo Complicações Respiratórias População D Errico et al J Clin Anesth 1998; 10: 481-487

Histórico Médico das Cçs com Complicações Respiratórias (n=44) Doença respiratória crônicas 17 (39%) Saudável 10 (23%) Déficit neurológico 9 (21%) Ex-prematuro 4 (9%) Outros 4 (9%) D Errico et al - J Clin Anesth 1998; 10: 481-487

Impacto Social e Emocional Para a Família D Errico et al - J Clin Anesth 1998; 10: 481-487 PLOS UOA n=53 n=39 Frustração 11 (28%) 10 (37%) Alívio 18 (44%) 18 (62%) Perda de rendimentos 12 (30%) 13 (46%) Problemas de cuidados com a criança 7 (17%) 8 (29%) Problemas com transporte 7 (17%) 8 (29%) Preferia admissão 11 (21%) NA Preferia alta NA 5 (16%)

Critérios de Alta Hidratação adequada Controle da dor Controle de náusea, vômitos Questões respondidas Prescrição apropriada Acompanhante Telefone médico hospital

Controle de Qualidade Cancelamento Admissão não planejada Retorno ao hospital Assumir atividades normais Satisfação da criança e sua família Brennan & Prabhu Brit J Anaesth 2003; 8:134-136

Seguimento Telefone Questionário

Obrigada!!!

Coté et al Anesthesiology 1995; 82:809-822

Asma Leve eventuais crises não necessitam medicação contínua excelentes candidatas profilaxia Patel et al, 1996

Asma Moderada necessita medicação diária b agonistas teofilinas esteróides manutenção da medicação Lindman, 1995 Hannallah, 1999

Asma Grave Crises, mesmo com terapia contínua Não são candidatos

Não Fazer Sim Fazer Não Cirurgia de emergência Necessidade de anestesia geral Fazer Não Não Sintomas sistêmicos Sim Necessidade de intubação endotraqueal Não Fazer Sim Adiar por 4 a 6 sem. Sim Outros fatores de rico Sim Adiar por 4 a 6 sem.

Obrigada!!!