Comunicação e Comportamento Organizacional AULA 03
36 Ponto de Partida: da Visão Sistêmica SISTEMA: CONCEITO E HIERARQUIZAÇÃO O crescimento e o aprofundamento do conhecimento humano conduziram, através do tempo, a uma maior especialização. Era como que uma necessidade ou, mais do que isso, uma inevitabilidade, na medida em que se tornou praticamente impossível, para uma única pessoa, incorporar as informações e o desenvolvimento maciço dos vários ramos do conhecimento.
36 As especialidades não são independentes umas das outras. Na realidade, elas são criações do nosso espírito. A nossa mente,com finalidade de compreender a realidade, que é complexa,lança mão do recurso de classificação segundo as chamadas especialidades. Assim, os problemas que existem no mundo são antes de mais nada problemas humanos, porque existem na medida em que o homem os sente. E o homem, ao se defrontar com uma situação problemática, desejando melhor compreendê-la para poder solucioná-la, classificaa,isto é, encara-a sob vários aspectos: educacional, social, econômico, militar, médico, científico, tecnológico, etc. Esta análise de um problema, isto é, esta decomposição de um todo em partes, facilita a definição dos passos necessários para sua solução. No entanto, torna-se necessária a síntese, a integração das soluções parciais em uma solução global do problema em foco.
36/37 Se considerarmos o homem como um sistema formado de vários subsistemas sangüíneo, respiratório, digestivo, etc. -, veremos que as inter-relações, interatuações e interdependências são tão acentuadas que uma lesão em qualquer um deles, conforme sua gravidade, poderá aniquilar o sistema como um todo, provocando sua morte. Coube a Kenneth Boulding agrupar e hierarquizar os sistemas segundo a complexidade de que se revestem. Sugeriu ele oito níveis:
37 Hierarquia dos Sistemas. 8. Organização Social 7. Ser Humano 6. Reino Animal 5. Vida Vegetal 4. Sistema Aberto Auto-Regulável: Célula Sistema Aberto 3. Sistema Cibernético Simples: Termostato 2. Sistemas Dinâmicos Simples: Mecanismos de Relógio 1. Sistemas Estáticos Simples: Estruturas Sistema Fechado
37 Ele não apenas sabe, mas sabe que sabe. Uma memória altamente desenvolvida, a capacidade da fala e a habilidade de absorver e interpretar símbolos isolam o homem de seus irmãos mais humildes. Ele está consciente do passado, e seu comportamento é profundamente afetado pela época em que vive. A unidade, nesse caso, não é o indivíduo, mas o papel por ele desempenhado aquela parte dele interessada na organização ou situação em questão. Podemos definir as organizações sociais como um conjunto de papéis enfeixados em sistemas por seus respectivos canais de comunicação.
38 Componentes e características de um sistema Todo e qualquer sistema aberto apresenta os seguintes elementos ou componentes: 1. Insumos (entradas, inputs) Constituem a energia importada para o funcionamento do sistema: recursos materiais, humanos, financeiros e tecnológicos. 2. Processamento (throughput) A organização, internamente, deverá ter um certo tipo de estruturação ou arrumação que lhe permita transformar os insumos recebidos em algo desejável e esperado. 3. Exsumos (produto, output) Os insumos, após serem processados, serão transformados em um produto ou exsumo, que será colocado no meio ambiente. 4. Entropia É a tendência que têm os organismos, quaisquer que sejam, no sentido da desagregação. Os sistemas físicos, fechados, estão sujeitos à força da entropia, que aumenta até que, em determinado momento, o sistema inteiro pare.
38/39 5. Homeostase É o oposto da entropia. No organismo humano, o processo homeostático faz-se presente, automaticamente, sempre que há um distúrbio no sistema. Assim, sempre que um fator de perturbação (doença) atinge o sistema, o organismo tende a gerar anticorpos, de forma a reequilibrar o sistema. Nas organizações, entretanto, o processo homeostático não apresenta o mesmo caráter: ele não é automático. É preciso que a organização crie dispositivos corretivos para o reequilíbrio. Isso significa que é necessária uma ação direta e consciente de parte dos executivos sempre que algo não está de acordo com o previsto.
39 6. Retroalimentação (realimentação, feedback) É a capacidade de o sistema reajustar sua conduta em função do desempenho já ocorrido. 7. Decomposição do sistema em subsistema Os elementos constituintes de determinado sistema podem considerar-se como subsistemas, cujos elementos, por sua vez, podem ser subsistemas de ordem inferior. Assim, a empresa considerada como sistema é composta de vários subsistemas os departamentos -, que por sua vez são compostos de outros subsistemas as seções e assim por diante
39 Sistema Organizacional e seus objetivos: tópico relevante para reflexão Um sistema é uma rede de componentes interdependentes que trabalham em conjunto par tentar realizar o objetivo do sistema; um sistema deve necessariamente ter um objetivo. Sem um objetivo não existe sistema. W. Edwards Deming
39 Componentes e características de um sistema. AMBIENTE Homeostase Entropia Sistema Entradas Matéria-prima Talentos Humanos Capital Equipamento Tecnologia Informação Dados subsistema Transformação Atividade operacional Atividade gerencial Tecnologia Métodos operacionais subsistema Saídas Produtos Serviços Resultado financeiro Informação Subsistema Subsistema feedback AMBIENTE
41 Distinguiremos cinco categorias de objetivos: 1. Objetivos da sociedade. Ponto de referência: a sociedade em geral. Exemplos: produzir bens e serviços; manter a ordem: criar e manter valores culturais. 2. Objetivos de produção. Pontos de referência: o público que entra em contato com a organização. Exemplos: bens de consumo; serviços a empresas; cuidados com a saúde; educação. 3. Objetivos de sistemas. Ponto de referência: o estado ou maneira de funcionar da organização, independentemente dos bens e serviços que produz, ou dos objetivos daí resultantes. Exemplos: a ênfase dada ao crescimento, à estabilidade, aos lucros ou às modalidades de funcionamento, tais como fazê-lo sob controle restrito ou mais liberal.
41 4. Objetivos de produtos. Ponto de referência: as características dos bens e serviços produzidos. Exemplos: ênfase sobre qualidade ou quantidade, originalidade ou inovação dos produtos. 5. Objetivos derivados. Ponto de referência: os usos que a organização faz do poder originado na consecução de outros objetivos. Exemplos: metas políticas; serviços comunitários; desenvolvimento profissional; política de investimento e localização das instalações, de modo a afetar a economia e o futuro de comunidades específicas.