Abordagem Ergonómica. dos Sistemas

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1 Abordagem Ergonómica dos Sistemas Conceito de ergonomia A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho. O seu objectivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar numa melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida. 1

2 Objectos de Estudo O Homem ( físico,psíquico, sexo, idade ) O ambiente (temperatura, ruído, luz, gases ) A informação (comunicação entre os elementos do sistema) A organização (horários, turnos, equipes) As consequências do trabalho ( inspecções, fadiga) Conceito de sistema Um sistema é composto por um conjunto de subsistemas interdependentes e inter- relacionados:são os sistemas circulatório, respiratório, digestivo, nos seres vivos e os vários departamentos financeiro, comercial, produção, etc., nas empresas. 2

3 No caso da ergonomia é adoptado o conceito que vem da biologia: Sistema é um conjunto de elementos (ou subsistemas) que interagem entre si com um objectivo comum e que evoluem no tempo. Sistema é composto pelos seguintes elementos: Fronteira: limites do sistema, podem ter uma existência física, como podem ter uma delimitação imaginaria para o efeito de estudo assim como a fronteira de um posto de trabalho. Subsistemas: elementos que compõem o sistema. 3

4 Entrada inputs :representam as entradas ou as variáveis independentes do sistema. Saídas outputs :representam os produtos ou as variáveis dependentes do sistema. Processamento: são as actividades desenvolvidas pelos subsistemas que interagem entre si para converter as entradas em saídas. CONCEITO DE ENTRADA (input): Entrada é o que o sistema importa do meio ambiente para ser processado. Energia de entrada: permitem movimentar e dinamizar o sistema. Materiais: são os recursos a serem utilizados pelo sistema para produzir a saída. 4

5 CONCEITO DE SAÍDA (output): Saída é o resultado final do processamento de um sistema. Energia de saída: é a energia processada pelo sistema. Produtos: são os objectivos do sistema (bens, serviços, lucros, resíduos,...) Sistemas Abertos e Fechados Nos sistemas abertos, há necessidade de intervenção externa para se corrigir o desempenho, enquanto que nos sistemas fechados, há mecanismos de auto-correcção. Estas são feitas de forma automática e continua, com realimentações. 5

6 Servossistemas O sistema fechado é também chamado de servossistema. Os seres vivos são geralmente servossistemas Homeostase de Sistemas Os servossistemas têm capacidade de adaptar- se, modificando o seu comportamento em vista de eventos imprevistos. Alem disso, são capazes de manter um certo equilíbrio, eliminando a influência de factores estranhos. 6

7 Os mecanismos de realimentação podem comparar as diferenças entre as entradas e saídas do sistema, mantendo as diferenças perto de zero. Esse mecanismo é chamado de homeostase, em comparação com os animais de sangue quente, que são capazes de manter a temperatura interna do corpo constante, independente das flutuações externas de temperatura. Nesse caso, quando o sistema sensorial detectar variações ambientais de temperatura, acciona automaticamente os mecanismos de produção ou de eliminação do calor, para manter o equilíbrio térmico. Mecanismos de homeostase são importantes para manter o funcionamento de maquinas sem perda de eficiência ou para se atingir determinados objectivos. 7

8 Importância dos servossistemas Os servissistemas têm importância superior ao dos sistemas abertos. Apesar de serem mais dispendiosos e tecnologicamente complexos. Os custos devem então ser comparados com as vantagens que os mesmos podem proporcionar, pelo melhor controle do desempenho. O sistema homem-maquina maquina pode ter as características de um servossistema, desde que a maquina seja projectada de modo a fornecer, continuamente, informações sobre o seu desempenho, ao homem e tenha condições de reagir ás acções humanas de controle. 8

9 Sistema Homem-Máquina O homem, para agir, precisa das informações que lhe são fornecidas pela própria máquina, além da situação do trabalho, ambiente e instrução sobre o trabalho. O sistema homem-máquina máquina pode ter as características de um servossistema, desde que a maquina seja projectada, De modo a fornecer, continuamente, informações sobre o seu desempenho ao homem, e tenha condições de reagir ás acções humanas de controle. As interacções no Sistema Homem- Máquina ocorrem nos planos da acção e informação, destacando-se se os seguintes elementos de cada lado: Homem: Funções receptoras ou sentidos: visão, audição, olfacto etc. Sistema nervoso central: cérebro e medula espinal. Mecanismos de acção: mãos, braços, pernas etc. 9

10 Máquina: Controles, como: pedais, alavancas, teclas etc. Sistema Operacional: mecânico, hidráulico, eléctrico etc. Dispositivos de informação, como: telas, cigarras etc. Além disso, existe um mecanismo de realimentação do processo e correcção do curso das acções muito importante e que, em algumas situações, ocorre de uma forma quase imperceptível, mas extremamente complexa, como por exemplo, quando dirigimos um veículo. Não podemos esquecer que o sistema está inserido no meio ambiente que também pode fornecer estímulos e informações. Esse mesmo meio, por sua vez, poderá apresentar características inadequadas de: ruído, vibração, temperatura etc., que também afectam o desempenho humano, assim como podem interferir na operação ou no desempenho da máquina. 10

11 Optimizamos o sistema quando o homem completar a máquina e esta completar e potencializar as capacidades humanas. O homem é melhor para: raciocínio abstracto, indutivo e criativo; tarefas sujeitas a desvios imprevisíveis; aprender com a experiência, ajustando o comportamento posterior; sensibilidade a uma grande variedade de estímulos; continuar executando um trabalho mesmo quando sobrecarregado; memória recorrente e com capacidade de guardar grande quantidade de informações por longo tempo. 11

12 A máquina é melhor para: raciocínio concreto e dedutivo; rotinas complexas, precisas e contínuas; executar várias tarefas simultaneamente, mesmo quando operando em ambientes hostis além das capacidades humanas; responder com rapidez e precisão a um comando; aplicar uma grande força, regularmente e com precisão; armazenar e recorrer a um grande volume de informações em pequeno espaço de tempo. Para isso, temos que conhecer as características antropométricas do ser humano: peso, volume, dimensões, ângulos dos movimentos do corpo e partes do corpo etc., considerando também algum equipamento ou o vestuário que o indivíduo estará portado durante a operação. 12

13 Analise dos Postos de Trabalho Consiste no estudo de uma parte do sistema, onde actua o trabalho.a abordagem ergonómica ao nível do posto de trabalho faz a analise da tarefa, da postura e dos movimentos do trabalhador assim como das suas exigências física e psicológica. Os projectos de qualquer tipo de máquina, equipamento ou produto não são uma actividade isolada mas destinam-se se a desenvolver certas funções e habilidades que complementem aquelas do ser humano. A qualidade desse desempenho está directamente relacionada com o grau de adaptação da máquina ao operador, ao sistema produtivo, a organização da produção e até á cultura técnica da região ou país. 13

14 Um estudo ergonómico tem que abranger e relacionar da melhor forma, o conhecimento do trabalhador e das condições de trabalho. Do trabalhador - suas características físicas; - personalidade, interesses a aptidões; - caso se trate de uma pessoa portadora de deficiência, a descrição das Ajudas Técnicas ou outros instrumentos que utiliza ou foi aconselhado a utilizar; - outras características relevantes. Das condições de trabalho - cargo, objectivos, horário, planeamento e organização de tarefas, formação; - organização do espaço e relação entre vários postos de trabalho; - mobiliário/equipamentos ou instrumentos; - condições ambientais do local. 14

15 Bibliografia %20Digital/capitulo5.htm Trabalho realizado por: João Roque nº Amaro Rocha nº Victor Roque nº Mário 15