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DECISÃO. Relatório. 2. A decisão impugnada tem o teor seguinte:

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Número:

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Nº /2015 ASJCIV/SAJ/PGR

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Transcrição:

MANDADO DE INJUNÇÃO 4.393 DISTRITO FEDERAL RELATOR IMPTE.(S) ADV.(A/S) IMPDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI :RAMIRO CARLOS ROCHA REBOUÇAS :RAMIRO CARLOS ROCHA REBOUÇAS :CONGRESSO NACIONAL :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Trata-se de mandado de injunção, com pedido de medida liminar, impetrado por advogado em causa própria, em que se alega ofensa aos arts. 5º, XXXIV e XXXV, e 133, da Constituição Federal, por não existir na Lei Geral das Telecomunicações (Lei Federal 9.472, de 16/7/1997) normas de proteção contra abusos cometidos pelas operadoras de internet banda larga e nem normas de promoção da universalização desse serviço no Brasil. O impetrante afirma que a alegada lacuna legislativa tem causado diversos prejuízos aos profissionais da advocacia e, por via de consequência, aos próprios jurisdicionados, uma vez que o peticionamento eletrônico, cada vez mais exigido pelos órgãos judiciários brasileiros, estaria sendo obstaculizado pelas ostensivas interrupções do serviço de internet barda larga ou pela baixa qualidade na sua prestação. Sustenta que a referida Lei 9.472/1997 é excessivamente omissa e danosa aos interesses dos advogados e jurisdicionados, pois, além de não obrigar a universalização do referido serviço, não prevê pesadas sanções aos provedores ou operadores de banda larga pela interrupção do serviço ou por sua baixa qualidade. Salienta que, diante da crescente adoção do processo digital pelos Tribunais, os advogados, sobretudo aqueles que trabalham longe dos centros urbanos ou que não integram grandes escritórios, estão correndo o risco de perder prazos processuais e de serem, por isso, responsabilizados pelos danos causados a seus clientes, tudo devido às falhas e abusos cometidos pelas operadoras banda larga, bem como pelo alto custo do serviço.

Aduz, nessa linha, que a atual regulamentação da internet banda larga no Brasil, principalmente no que diz respeito à sua utilização no exercício da advocacia, é flagrantemente inconstitucional, pois a banda larga para o advogado é serviço essencial que merece estar sujeito às mais rígidas regras de universalização, preços acessíveis, e as operadoras devem estar sujeitas às mais duras sanções por interrupções do serviço, bem como por mau fornecimento do mesmo. Pleiteia, ao final, que a internet banda larga seja liminarmente declarada serviço essencial, aplicando-se, dessa forma, a disciplina dos serviços de telecomunicações prevista na Lei 9.472/1997, acrescida das disposições legais previstas para os serviços tidos como essenciais, por conseguinte não passíveis de interrupção. No mérito, requer que esta Corte assegure, enquanto subsistir a alegada mora legislativa, que o serviço de internet banda larga seja considerado como serviço essencial de telecomunicações, sujeito às regras de universalização, custos baixos ao consumidor, estabilidade e qualidade. É o relatório. Decido. Bem examinados os autos, verifico a manifesta inadmissibilidade da pretensão ora deduzida. É que o mandado de injunção destina-se, unicamente, a viabilizar o exercício de um direito expressamente proclamado pela Constituição Federal, cuja fruição dependa, por imposição dessa mesma Carta, da atividade regulamentadora do legislador infraconstitucional. Todavia, os dispositivos constitucionais invocados na inicial deste mandamus (arts. 5º, XXXIV e XXXV, e 133) não proclamam a necessidade 2

de regulamentação legal para que tenham plena aplicabilidade. Não se mostra o mandado de injunção, assim, meio idôneo para tal fim, já que não está estampada nos preceitos apontados ou em qualquer outro mandamento constitucional específico a obrigação de legislar, imputada ao Poder Público, a respeito do serviço de internet banda larga, na forma como pretendido pelo impetrante. Além disso, não cabe mandado de injunção para corrigir ou aperfeiçoar legislação infraconstitucional já existente, no caso, a Lei Federal 9.472/1997, de modo a compatibilizá-la com o texto da Constituição Federal. A jurisprudência deste Tribunal preconiza, nesse sentido, que "eventuais lacunas normativas constantes de textos meramente legais, como sustentado na presente causa, não se revelam colmatáveis por via injuncional, eis que - como já enfatizado - o mandado de injunção somente tem pertinência, quando destinado a suprir omissões estatais na regulamentação de cláusulas fundadas, exclusivamente, na própria Constituição da República" (MI 623/SP, Rel. Min. Celso de Mello grifei). Esse entendimento também encontra respaldo na doutrina. Alexandre de Moraes, por exemplo, assevera que "não caberá, portanto, mandado de injunção para, sob a alegação de reclamar a edição de norma regulamentadora de dispositivo constitucional, pretender-se a alteração de lei ou ato normativo já existente, supostamente incompatível com a Constituição ou para exigir-se uma certa interpretação à aplicação da legislação infraconstitucional, ou ainda para pleitear uma aplicação 'mais justa' da lei existente" (Direito Constitucional. 26ª ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 173 grifei). Ressalte-se, por fim, que o Plenário desta Casa já teve 3

oportunidade de rejeitar, por unanimidade, mandado de injunção no qual se pretendia, tal como no presente caso, a mera normatização de assunto de interesse da parte impetrante. A ementa do julgado, da lavra do Ministro Joaquim Barbosa, possui o seguinte teor: MANDADO DE INJUNÇÃO. REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE BINGO. INEXISTÊNCIA DE COMANDO CONSTITUCIONAL. WRIT NÃO CONHECIDO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. Os agravantes objetivam a regulamentação da atividade de jogos de bingo, mas não indicam o dispositivo constitucional que expressamente enuncie esse suposto direito. Para o cabimento do mandado de injunção, é imprescindível a existência de um direito previsto na Constituição que não esteja sendo exercido por ausência de norma regulamentadora. O mandado de injunção não é remédio destinado a fazer suprir lacuna ou ausência de regulamentação de direito previsto em norma infraconstitucional, e muito menos de legislação que se refere a eventuais prerrogativas a serem estabelecidas discricionariamente pela União. No presente caso, não existe norma constitucional que confira o direito que, segundo os impetrantes, estaria à espera de regulamentação. Como ressaltou o Procurador-Geral da República, a União não está obrigada a legislar sobre a matéria, porque não existe, na Constituição Federal, qualquer preceito consubstanciador de determinação constitucional para se que legisle, especificamente, sobre exploração de jogos de bingo. Agravo regimental desprovido (MI 766-AgR/DF grifei). Isso posto, nego seguimento a este mandado de injunção, ficando prejudicado, por conseguinte, o exame do pedido de medida liminar (art. 4

21, 1º do RISTF). Arquivem-se os autos. Publique-se. Brasília, 1º de agosto de 2012. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI Relator 5