Rbrac, 15 (39) 2006 ISSN 1981-308 O ESTATUTO DO IDOSO E A SAÚDE BUCAL ELDERLY STATUTE AND ORAL HEALTH Eduard HEBLING *, Cathleen Kj RODRIGUES ** * Prfessr Assciad d Departament de Odntlgia Scial da Faculdade de Odntlgia de Piracicaba UNICAMP ** Mestre em Saúde Cletiva pela Faculdade de Odntlgia de Piracicaba - UNICAMP Endereç para Crrespndência: Prf. Dr. Eduard Hebling, Faculdade de Odntlgia de Piracicaba - Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, Caixa Pstal 52, Piracicaba - SP, CEP.:.414-903 - Tel.: (19) 26-5209, e-mail: hebling@fp.unicamp.br RELEVÂNCIA CLÍNICA Cm a implantaçã d Estatut d Ids, as ações plíticas de atençã e prmçã de saúde bucal as idss devem ser adequadas as nvs preceits legais. O cirurgiã dentista, cm membr da equipe de atendiment multidisciplinar a ids, deve ser cnhecedr dessa nva legislaçã. RESUMO O aument da expectativa de vida da ppulaçã e a diminuiçã das taxas de natalidade prprcinaram aument d númer de idss. O Estatut d Ids fi elabrad para garantir s direits das pessas cm mais de 60 ans n Brasil. O bjetiv desse trabalh fi descrever s direits estabelecids pr essa lei relacinads à saúde bucal ds idss. Ações públicas de atençã e a prmçã de saúde bucal as idss devem ser adequadas à nva legislaçã. PALAVRAS-CHAVE: Ids; saúde bucal; legislaçã. ABSTRACT The increase f life expectancy ppulatin and the decrease f birth rate have resulted in a large number f elderly peple. The Elderly Statute was elabrated fr assure the peple aging 60 years ld r mre entitlements in Brazil. The aim f this study was described the entitlements stated by this law fr ral health in elderly. Public actins fr attentin and prmting ral health in elderly have been suitable t this new legislatin. KEYWORDS: Elderly; ral health; legislatin. INTRODUÇÃO O prcess de envelheciment, n Brasil, é cnsiderad irreversível e de acelerada evluçã, refletind a rapidez cm que declinam as taxas de fecundidade e aumentam as de estimativa de vida de nssa ppulaçã nas últimas décadas. Estima-se que, em 2025, serã mais de 33 milhões de pessas cm idade igual u superir a 60 ans, cmpnd a sexta mair 51 ppulaçã idsa d mund e representand quase 15% ds brasileirs. Esse prcess é 15, 25 bservad em td mund. O fenômen d envelheciment d cnjunt da ppulaçã resulta de dis fatres principais: aument da qualidade de vida ds idss e a diminuiçã da mrtalidade infantil. O primeir fatr deve-se a diversas crrências interligadas cm aument da renda média, melhria nas cndições de educaçã, avançs
Rbrac, 15 (39) 2006 ISSN 1981-308 n saneament das águas de abasteciment públic, prgresss na medicina, filsfia de prevençã de denças e estil de vida mais saudável. O segund fatr, a diminuiçã da mrtalidade infantil, influencia nesse fenômen prque a expectativa de vida de uma ppulaçã é calculada pr mei de médias sbre tda a ppulaçã, de frma que uma alta taxa de mrtalidade infantil pde fazer cm que índice de expectativa de vida seja baix, pdend gerar distrções. Os cuidads pré-natais, a implantaçã de unidades de terapia intensivas (UTI) infantis, as campanhas de vacinaçã, de aleitament matern, de alimentaçã infantil, entre utras prprcinaram a diminuiçã da 15, 22, 25 mrtalidade infantil ns países. O cntrle da natalidade, cm diminuiçã d númer de filhs entre s casais, também faz cm que se bserve um aument sensível na 22, 24 quantidade de idss na ppulaçã mundial. Em 2000, a ppulaçã mundial de idss era de 580 milhões de pessas. Estimativas da Organizaçã das Nações Unidas prjetam, para 24 an 2025, 1,2 bilhões de idss n mund. A média da ppulaçã mundial cm mais de 60 ans aumentu de 5,2% em 1950 para 6,9% em 2000, crrespndend a um aument de 33%. Ns países desenvlvids esse fenômen é mais evidente, cm aument de 81%, u seja, de,9% em 1950 para 14,3% em 2000, em média. Ns países em desenvlviment, aument médi fi de 31%, de 3,9% em 1950 para 5,1% em 2000. N Brasil, bservams um aument similar as ds países desenvlvids, send que a prprçã de idss na ppulaçã bservada n cens de 2000 fi 8,6%, crrespndend a 5, 24 cerca de mais de 14,5 milhões de pessas. A sciedade pde trnar ids encarg u patrimôni, dependend das cndições que lhe frem prprcinadas a lng da vida. Cndições que nã se limitam à satisfaçã das necessidades materiais, mas incluem prtunidades de desenvlviment cultural e espiritual em cada estági da vida. O envelheciment é ainda muit influenciad pr precnceits. Um ds mtivs de precnceit é que, num sistema capitalista, a pessa deixa de ser interessante à medida que deixa de prduzir. Nesse mment, muits nem se lembram que se este país existe, que se mund existe, é em 20 funçã das pessas que cnstruíram. Esse precnceit cm as pessas idsas tem sid 52 minimizad pela mair participaçã dessas pessas na sciedade, seja de frma ecnômica, seja de frma cultural u plítica, sbretud ns grups de sciedade de idss, 14 s chamads grups de terceira idade. O aument n númer de idss e sua mair participaçã na sciedade fizeram cm que s gvernantes passassem a enfrentar de maneira mais efetiva s prblemas da velhice. Junt cm utras cnquistas, cm a cnslidaçã histórica da Previdência Scial, Estatut d Ids representa um marc fundamental na superaçã d liberalism ecnômic e scial dessa ppulaçã. Pr mei deste, ampliu-se significativamente a rede de prteçã e de recnheciment ds direits ds cidadãs idss, pr parte d Estad e da sciedade, nã s deixand à própria srte naqueles mments mais cruciais e delicads de suas vidas, de 18 md especial na velhice. Este Estatut, além de reafirmar que s idss pssuem tds s direits fundamentais inerentes à pessa humana, destacu direit à saúde cm um dever d Estad e da sciedade, send a saúde bucal também enfcada. O prpósit desse presente trabalh fi descrever s direits estabelecids pel Estatut d Ids relacinads à saúde bucal ds idss. DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO O direit d ids à saúde bucal O direit à saúde a ids é garantid pel Estatut d Ids que estabelece em seu Capítul IV, Artig 15: É assegurada a atençã integral à saúde d ids, pr intermédi d Sistema Únic de Saúde SUS, garantind-lhe acess universal e igualitári, em cnjunt articulad e cntínu das ações e serviçs, para a prevençã, prmçã, prteçã e recuperaçã da saúde, incluind a atençã especial às denças que afetam preferencialmente s idss. Esses preceits estã em cncrdância cm Artig 196 da Cnstituiçã Federal de 1988 que diz: a saúde é direit de tds e dever d estad, garantind, mediante plíticas sciais e ecnômicas que visem à reduçã d risc de denças e de utrs agravs e a acess universal e igualitári às ações e serviçs para a
Rbrac, 15 (39) 2006 ISSN 1981-308 sua prmçã, prteçã e recuperaçã. Quant mais lnga a vida média da ppulaçã, mais imprtante se trna cnceit de qualidade de vida, send que a saúde bucal tem um papel relevante na qualidade de vida d ids. O cmprmetiment da saúde bucal pde afetar nível nutricinal, bem-estar físic e mental, e 23 diminuir prazer de uma vida scial ativa. Desta frma, a atençã em saúde bucal também é garantida pel Estatut d Ids. A prevençã e a manutençã da saúde d ids deverã ser efetivadas, de acrd cm Parágraf 1 d Artig 15 d referid estatut, pr mei de: 1) cadastr da ppulaçã idsa em base territrial; 2) atendiment geriátric e gerntlógic em ambulatóris; 3) unidades geriátricas de referência, cm pessal especializad nas áreas de geriatria e gerntlgia scial; 4) atendiment dmiciliar, incluind a internaçã, para a ppulaçã que dele necessitar e esteja impssibilitada de se lcmver, inclusive para idss abrigads e aclhids pr instituições públicas, filantrópicas u sem fins lucrativs e eventualmente cnveniadas cm Pder Públic, ns meis urban e rural; 5) reabilitaçã rientada pela Geriatria e Gerntlgia, para reduçã das seqüelas decrrentes d agrav da saúde. Pdems entender cm esse parágraf que, send a saúde bucal um ds cmpnentes da saúde geral d indivídu e, a Odntlgia, especificamente a Odntgeriatria, a nva mdalidade de especialidade criada pel Cnselh Federal de Odntlgia (CFO) destinada à prmçã e manutençã da saúde bucal ds idss, cm um ram de cnheciment da Gerntlgia, ciência que 1, estuda prcess de envelheciment human 11, 23, estas deverã estar incluídas nas plíticas de atençã a ids. Embra nã citada pel legisladr, a Odntlgia e, em especial, a Odntgeriatria fazem parte da Gerntlgia. Prtant, devem fazer parte da atençã à saúde assegurada pel SUS a prevençã e a terapia das denças bucais, seja em ambiente ambulatrial, em cnsultóris u clínicas de referência, u em ambiente dmiciliar, cm us de equipament dntlógic transprtável. Tant a Odntgeriatria cm a mdalidade de atendiment dntlógic dmiciliar representam cnheciments e filsfias de atendiment relativamente recentes em nss 53 país e ainda nã estã inseridas, de frma satisfatória, ns currículs didátics ds curss 14, 23 de graduaçã em Odntlgia. As universidades deveriam estimular e prgramar em seus currículs disciplinas e curss de extensã que abrangessem esses cnheciments. O própri estatut determina, em seu Artig 3, a necessidade de capacitaçã e reciclagem ds recurss humans nas áreas de Geriatria e Gerntlgia, nde a Odntgeriatria se insere, e na prestaçã de serviçs as idss, nde a Odntlgia cm um td, se inseriria. Cnsiderand as premissas d referid parágraf d estatut, SUS deveria implantar, em tda a sua rede nacinal, ambulatóris e centrs de referência para atendiment dntlógic d ids, bem cm equipes de atendiment dntlógic dmiciliar, sbretud na Estratégia de Saúde da Família, que já cntempla equipes de saúde bucal em seu quadr de ações. Os benefícis adquirids pels idss O Parágraf 2 d Incis V d mesm Artig 15 desse estatut destaca que: incube a Pder Públic frnecer as idss, gratuitamente, medicaments, especialmente s de us cntinuad, assim cm próteses, órteses e utrs recurss relativs a tratament, habilitaçã u reabilitaçã. Referente a atendiment dntlógic, pdems destacar dis itens desse parágraf: frneciment de medicaments e de próteses. O cnheciment atual, basead em evidências clínicas e científicas, relacina a presença de algumas alterações u denças sistêmicas, tais cm a diabetes, as denças cardivasculares, as denças pulmnares, steprse e menpausa, que sã, pr vezes, inerente a prcess de envelheciment human, cm send fatres de risc para desenvlviment de denças peridntais. Prtant, tratament e a prescriçã de medicaments para essas alterações u denças sistêmicas pderã prevenir u auxiliar cntrle das denças 19 peridntais. O cirurgiã dentista que tratar d ids deverá atuar cm um agente de saúde, estimuland paciente a cuidar de sua saúde geral, seguind as prescrições médicas, bem cm trcand infrmações cm médics e utrs prfissinais da saúde sbre as
Rbrac, 15 (39) 2006 ISSN 1981-308 necessidades de tratament dntlógic e de prescriçã de utrs medicaments, cm intuit de prevenir interações medicamentsas, de implantar cuidads especiais durante atendiment e de acmpanhar tratament u cntrle dessas alterações u denças 14 sistêmicas. Os preçs ds medicaments devem ser cntrlads pel Estad para que s idss e as demais pessas cm baix pder aquisitiv pssam adquiri-ls, quand estes nã puderem ser frnecids gratuitamente. Essa medida é muit imprtante par s idss, pis cabe a Estad (Pder Públic) frnecer as mesms, gratuitamente, s remédis necessáris à manutençã de sua saúde, e, aqui a regra se refere àqueles idss que precisam usar, cntinuadamente, medicaments cm, pr exempl, s cardíacs, s diabétics, s hansenians etc, u prtadres de utras denças que exigem tratament, cuja mdalidade de terapia, se mal feita, pderá casinar-lhes a mrte. Cm s preçs desses medicaments sã, pr vezes, cars, e, geralmente, s idss, mrmente, s apsentads, nã pssuem s meis suficientes para adquiri-ls, cabe a Estad suprir essa carência, inclusive, cm frneciment de próteses e órteses (aparelhs de substituiçã artificiais de partes d crp human) de qualquer espécie e, ainda, utrs recurss relativs a tratament, hspitalizaçã u 21 reabilitaçã d ids. Quant a frneciment de próteses, pdems entender que é brigaçã da rede de assistência pública à saúde de ferecer terapia de repsiçã de elements dentáris perdids, pr mei de próteses unitárias, fixas u remvíveis. A avaliaçã das cndições de saúde bucal ds idss n Brasil demnstra que edentulism na ppulaçã idsa é bastante elevad. Dads d Prjet SB Brasil sbre as cndições de saúde bucal da ppulaçã brasileira mstraram que a prcentagem de pessas nessa faixa etária que utilizavam algum tip de prótese na arcada superir e inferir era, respectivamente, de 66,54% e 30,94%. Quant à necessidade de substituiçã u clcaçã de prótese, d ttal de idss avaliads, 32,40% e 56,06% necessitavam de algum tip de substituiçã prtética na arcada superir e inferir, 8 respectivamente. Esse fat faz cm que, além 54 da qualificaçã técnica ds prfissinais envlvids, se necessite de mais recurss à saúde bucal, devid as alts custs desses tips cmplexs de terapia. A atençã bucal, que até entã era pririzada para a atençã primária, passa a necessitar de maires recurss em prcediments especializads. As órteses, elements de ajuda externa, destinads a suplementar u a crrigir uma funçã deficiente u mesm cmplementar rendiment fisilógic de um órgã u membr 11 que tenham sua funçã diminuída, também apresentam interesse na Odntlgia, sbretud nas especialidades de Prótese Bucmaxil-facial e de Disfunçã Têmprmandibular e Dr-rfacial. As ações da primeira especialidade incluem a reabilitaçã anatômica, funcinal e estética, pr mei de substituts alplástics, de regiões da maxila, da mandíbula e da face ausentes u defeitusas, cm seqüelas de cirurgia, de traumatism u de remçã de lesões patlógicas. A segunda especialidade utiliza órteses cnfeccinadas na frma de placas de acrílic ajustadas a face clusal ds dentes para tratament de disfunções articulares e de desgastes dentais. Pr serem essas especialidades de recnheciment recente na Odntlgia, há necessidade também da inclusã destas ns centrs de referência especializada da rede de assistência pública. A Cnstituiçã Federal, em seu artig 203, incis IV, diz que a assistência scial será prestada a quem dela necessitar, independentemente de cntribuiçã à seguridade scial, e tem pr bjetivs: a habilitaçã e reabilitaçã das pessas prtadras de deficiência e a prmçã de sua integraçã à vida cmunitária. Os idss pssuem direit de recrrer a gvern, pr mei de representaçã a Ministéri Públic, para a btençã de próteses unitárias, fixas u remvíveis, bem cm de órteses e de medicaments, na rede pública de saúde u, na falta de serviçs especializads nesta, n serviç privad, cm ressarciment ds custs ds hnráris dntlógics pel Estad. Cntud, pr vezes, este pde ser um prcess mrs para ids, ficand esse limitad u incapacitad às suas funções pela, 21 falta desses benefícis. O pder aquisitiv ds idss muitas vezes
Rbrac, 15 (39) 2006 ISSN 1981-308 acaba nã send respeitad pels legisladres. Recentemente, a aprvaçã da Emenda Cnstitucinal n. 41, de 12/12/2003, que refrma a Previdência Scial, taxu, de frma arbitrária, s idss apsentads, retirand direit de isençã de cbrança d impst de 8 renda sbre s recebiments previdenciáris. O incis XV dartig 6 da Lei., de 22/12/1988 3, garante a ids cm mais de 65 ans direit à isençã na cntribuiçã d impst de renda até valr de 50 OTNs, Obrigações d Tesur Nacinal. O Artig 1 d Estatut d Ids destaca direit a ids que esteja n dmíni de suas faculdades mentais de ptar pel tratament de saúde que lhe fr reputad mais favrável. Entende-se que também se inclua nesse artig a Odntlgia. O ids pderá esclher a pçã terapêutica que melhr lhe prver, bem cm pel tip de mdalidade de atendiment, ambulatrial u dmiciliar. O parágraf únic desse artig destaca que nã estand ids em cndições de prceder à pçã, esta será feita: 1) pel curadr, quand ids fr interditad; 2) pels familiares, quand ids nã tiver curadr u este nã puder ser cntactad em temp hábil; 3) pel médic, quand crrer iminente risc de vida e nã huver temp hábil para cnsultar curadr u familiar; 4) pel própri médic, quand nã huver curadr u familiar cnhecid, cas em que deverá cmunicar fat a Ministéri Públic. Curadr é a pessa nmeada para administrar bens e/u interesses de utra judicialmente declarada absluta u relativamente incapaz. Pr exempl, se a pessa enluqueceu e juiz a interditu, este nmeia filh dela para seu curadr. Curadr também é membr d Ministéri Públic a quem incube a defesa de incapazes, de hipssuficientes e de certas 1 instituições, cnfrme previst em lei. Mesm em se tratand de cas de urgência, Pder Judiciári e Ministéri Públic devem ser acinads a fim de nã gerar respnsabilidade civil u penal para curadr quand assistir a ids, cnfrme ditam sartigs 94 e 95 da Lei 4.406, Nv Códig Civil. Uma cisa é curadr d ausente que pderá praticar qualquer at da vida civil em seu nme. Outra é curadr da pessa presente, mas incapacitada para a prática de alguns ats, cm é cas ds idss. 55 Familiar d ids é qualquer pessa de linha direta u clateral. Este pderá atuar cm curadr smente quand este nã tiver sid nmead pel juiz u estiver ausente. Esses cnheciments, acima apresentads, sã de interesse em particular para cirurgiã dentista u, em especial, a cirurgiã buc-maxil-facial, que pderá atuar em uma equipe multidisciplinar de atendiment emergencial a ids. Destacams que médic ainda é respnsável final dessa equipe de atendiment ns cass de emergência cm risc eminente de mrte. Regulamentaçã ds Plans de Saúde a Ids O Parágraf 3 d Incis V d mesm Artig 15 d Estatut d Ids destaca que: é vedada a discriminaçã d ids ns plans de saúde pela cbrança de valres diferenciads em razã da idade. Esse cntext também se aplica para s plans de saúde dntlógics u que envlvam prestaçã de serviçs dntlógics. Até entã, as empresas que cmercializavam s segurs u plans de saúde aplicavam regras injustas as idss, ra nã s aceitand na cndiçã de cnveniads, ra aceitand-s, prém cm a cbrança de mensalidade mair d que as de uma pessa cm mens idade. Cm iss crria que ids era admitid pagand uma tarifa mair u nã era admitid, ficand sem atendiment. O argument dessas empresas era de que ids nerava s serviçs prque necessitava de atendiment cm mair freqüência. Deveres das Entidades de Assistência a Ids Sbre as entidades de assistência a ids, Artig 50 d Capítul II d estatut institui brigações para essas entidades, tais cm: prprcinar cuidads à saúde, cnfrme a necessidade d ids, manter n quadr de pessal prfissinais cm frmaçã específica. Assim, fica determinad dever de instituições que abrigam pessas idsas de ferecer meis de manutençã da saúde bucal de seus interns bem cm realizar atividades de prevençã. O cuidad dntgeriátric inclui, pel mens, diagnóstic, prevençã e tratament da cárie, denças peridntais e da mucsa, dres de
cabeça e pescç, disfunções salivares, prblemas cm próteses e cmprmetiment das funções de mastigaçã, deglutiçã e paladar 12 Rbrac, 15 (39) 2006 ISSN 1981-308. Estuds demnstram que s idss institucinalizads nã sã submetids a exames bucais periódics e recrrem as cuidads dntlógics smente em mments de dr e descnfrt u quand tratament é cnsiderad necessári pels funcináris das instituições. Nã é cmum a inclusã serviçs dntlógics nas instituições de cuidad a 12, 16 ids. Desta frma, a atuaçã em prgramas de prevençã e efetiv tratament de idss institucinalizads cm parte de uma equipe multiprfissinal de saúde cnstitui-se em nv camp de atuaçã para cirurgiã-dentista. O art. 50, incis XII, d Estatut d Ids destaca que cnstitui brigaçã das instituições cmunicar à autridade cmpetente de saúde tda crrência de ids prtadr de denças infect-cntagisas. Ou seja, tais entidades devem clabrar cm Vigilância Sanitária para cntrle de events sentinela. Outr aspect em que cirurgiã-dentista pde atuar em cnjunt cm a equipe de frmaçã específica, n cas, nutricinista é n que se refere à alimentaçã. Pderá se desenvlver em cnjunt uma dieta nã carigênica e rica em nutrientes para essa faixa etária que em geral apresenta uma deficiência imunlógica, uma vez que, cnsta n Artig 50, parágraf III, cm brigaçã das instituições que abrigam idss frnecer alimentaçã suficiente. Pr vezes, s cirurgiões dentistas se esquecem que a principal funçã ds dentes é prver a mastigaçã ds aliments. A falta ttal u em partes ds dentes pde causar prejuízs à saúde sistêmica d paciente. É cmum a bservaçã de prcesss anêmics u baixs índices de massa crpórea em idss que 14 apresentam perdas dentárias. O cntrle ds maus-trats a ids O Estatut também destaca a imprtância d prfissinal de saúde n cmbate às agressões as idss. Em seu art. 5 caracteriza cm infraçã administrativa deixar prfissinal de saúde u respnsável pr estabeleciment de saúde u instituiçã de lnga permanência de cmunicar à autridade cmpetente s cass de 56 crimes cntra ids de que tiver cnheciment. Dupla é a respnsabilidade d prfissinal de saúde (médic, cirurgiã dentista, enfermeir, e utrs que exercerem atividades crrelatas), u daqueles que dirigir estabeleciment de saúde u instituiçã de lnga permanência para idss. Além de respnder civil e criminalmente pels ats que praticarem em detriment d ids, sem prejuíz das sanções administrativas, ainda, terã eles a brigatriedade de levarem a cnheciment da autridade cmpetente s cass de crimes cmetids em desfavr d ids que tiverem 21 cnheciment. CONCLUSÃO Ações públicas de atençã e a prmçã de saúde bucal as idss devem ser adequadas à nva legislaçã. O cirurgiã dentista, cm membr da equipe de atendiment multidisciplinar a ids, deve ser cnhecedr dessa nva legislaçã. REFERÊNCIAS 1 - Barnes, IE, Walls A. Gerndntlgy. Lndres: Ed. Wright; 1994. 212 p. 2 - Bastian EM. Estud sbre a acreditaçã de internats para pessas idsas na área metrplitana de Prt Alegre-RS. [Tese de Livre Dcência]. Sã Paul: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de Sã Paul;199.182p 3 - Brasil. Lei n.., de 22 de Dezembr de 1988. Brasília: Diári Oficial da Uniã; 1988. 4 - Brasil. Lei n..406, de de Janeir de 2002. Brasília: Diári Oficial da Uniã; 2002. 5 - Brasil. Institut Brasileir de Gegrafia e Estatística (IBGE). Perfil ds idss respnsáveis pels dmicílis n Brasil 2000. Ri de Janeir: IBGE; 2002. 6 - Brasil. Lei n.:.41, de 01 de Outubr de 2003. Estatut d Ids. Brasília: Diári Oficial da Uniã; 2003. - Brasil. Emenda cnstitucinal n. 41, de 19 de Dezembr de 2003. Brasília: Diári Oficial da Uniã, 2003. 8 - Brasil. Ministéri da Saúde. Prjet SB Brasil 2003: cndições de saúde bucal da ppulaçã brasileira 2002-2003. Brasília: