Convênio Fapesp CNPq SUS



Documentos relacionados
Rastreamento Organizado para a Detecção Precoce do Câncer de Mama

Atenção de Média e Alta Complexidade Hospitalar: Financiamento, Informação e Qualidade. Experiência da Contratualização no Município de Curitiba

Integralidade da atenção às doenças cardiovasculares e diabetes mellitus: o papel da regionalização do Sistema Único de Saúde no estado de São Paulo*

Ciência & Saúde Coletiva ISSN: cecilia@claves.fiocruz.br. Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.

ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

DIABETES MELLITUS NO BRASIL

Identificar como funciona o sistema de gestão da rede (espaços de pactuação colegiado de gestão, PPI, CIR, CIB, entre outros);

I. APRESENTAÇÃO... i II. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA (ES)... 1

PORTARIA Nº 876/GM, DE 16 DE MAIO DE p. DOU, Seção1, de , págs. 135/136

QUALIHOSP 2013 Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo

PROPOSTA DE UM MODELO DE IMPLANTAÇÃO DA REGULAÇÃO ONCOLÓGICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Dra. Daiane da Silva Oliveira


Gerência de Contratualização dos Serviços do SUS. Objetivos

Grupo de Trabalho da PPI. Política Estadual para Contratualização de Hospitais de Pequeno Porte HPP

POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO HOSPITALAR - PNHOSP

A Rede de Atenção à Saúde Mental no Paraná. Coordenação Estadual de Saúde Mental Abril 2014

Prestadores do SUS devem ser contratados;

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO GABINETE DO MINISTRO PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 883, DE 5 DE JULHO DE 2010

O ESTADO DO PARÁ 8 m acrorregiões macrorregiões d e de saúde 23 regiões de saúde

O Ministério da Saúde e os. Crônicas

PREFEITURA MUNICPAL DE VALENÇA Secretaria Municipal de Saúde PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE

RELAÇÃO DE DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA COMPROVAÇÃO DOS ITENS DE VERIFICAÇÃO - UPA

A Avaliaçãono Laboratóriode Inovaçõesna atenção às condições crônicas na APS em Curitiba

Como a Tecnologia pode democratizar o acesso à saúde

Projeto Hospitais de Excelência /Ministério da Saúde / Programa de Desenvolvimento e Apoio àgestão Hospital Samaritano

Plano Diretor do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora

Linha de Cuidado da Obesidade. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Departamento de Articulação Interfederativa COAP

Seminário de Doenças Crônicas

JOSE AFRANIO P.PINHEIRO JR COSEMS-Ce

PREFEITURA MUNICPAL DE VALENÇA Secretaria Municipal de Saúde PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE

JOSÉ SERRA ANEXO NORMAS PARA CADASTRAMENTO CENTROS DE REFERÊNCIA EM CIRURGIA VASCULAR INTRALUMINAL EXTRACARDÍACA

Experiências Nacionais na Abordagem de Hipertensão e Diabetes na Rede de Atenção Primária A Experiência de São Bernardo do Campo

1ª Oficina Nacional do QUALIDIA

14 de novembro. Em 2012, o tema proposto é "Diabetes: Proteja Nosso Futuro" Ações do Ministério da Saúde

VI CONGRESSO DE HIPERTENSÃO DA. HiperDia, desafios futuros e o que esperar?

Resumo de Auditoria. 1- Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. - Auditoria realizada em Fevereiro e entrega do Relatório em Maio.

O modelo lógico para um protocolo de atendimento à gestante. Gabriele dos Anjos e Isabel Rückert - FEE

ROBERTO REQUIÃO 15 GOVERNADOR COLIGAÇÃO PARANÁ COM GOVERNO (PMDB/PV/PPL)

PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE RSU

PREFEITURA DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

A EVITABILIDADE DE MORTES POR DOENÇAS CRÔNICAS E AS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AOS IDOSOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

* Portaria SAS/MS nº 356 de 22 de setembro de 2000

SAÚDE PÚBLICA 4 A DESCENTRALIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO

POLÍTICA NACIONAL DE REGULAÇÃO Portaria GM /08/08

Cobertura assistencial. Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde OPME

GASTOS PÚBLICOS NOS CENTROS ESPECIALIZADOS EM ODONTOLOGIA SITUADOS EM FORTALEZA-CEARÁ Cleonice Moreira Cordeiro 1

Programa Nacional de Controle da Dengue - PNCD PLANO DE CONTINGÊNCIA AREA DA ASSISTÊNCIA

REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS DO COMPLEXO REGULADOR DE FLORIANÓPOLIS

Benchmarking Resultados de Auditoria SUS e Convênio no Setor de Faturamento da Santa Casa de Votuporanga

Implantação da Regulação Ambulatorial Informatizada

A Rede de Atenção à Saúde Mental no Paraná. Coordenação Estadual de Saúde Mental Janeiro 2014

O PSF COMO PORTA DE ENTRADA DO SUS: UMA EXPERIÊNCIA DA REGULAÇÃO EM PIRIPIRI

MANIFESTO DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS À REDE DE HOSPITAIS PÚBLICOS FEDERAIS DO RIO DE JANEIRO

F n i a n n a c n i c a i m a en e t n o Foco: Objetivo:

Políticas de saúde: o Programa de Saúde da Família na Baixada Fluminense *

Avaliação nacional do Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento

LEI Nº DE 21 DE MAIO DE 2012.

Estudos de análise das teleconsultorias

A atenção obstétrica, neonatal, infantil e os desafios para alcançar os ODM 3, 4 e 5

Princípios e proposições gerais para a Saúde no Governo Wagner:

ESTADO DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DIRETORIA DE REGULAÇÃO E AUDITORIA DO SISTEMA DE SAÚDE

IV CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO E SAÚDE. Os Impactos da Judicialização na Saúde Pública e Privada

Bolonha, fevereiro de 2014

Portaria GM/MS n.º 263, de 5 de fevereiro de 2002.

SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

REGULAMENTO OPERACIONAL DA CENTRAL DE REGULAÇÃO CENTRAL DE CONSULTAS E EXAMES ESPECIALIZADOS

POLÍTICA NACIONAL DO CÂNCER FEMININO. Rio de Janeiro RJ 30 de junho de 2011

Sigla do Indicador. TDIHCVC UTI Adulto. TDIHCVC UTI Pediátrica. TDIHCVC UTI Neonatal. TCVC UTI Adulto

Circular 059/2012 São Paulo, 01 de Fevereiro de 2012.

1. AÇÕES ESTRATÉGICAS E METAS

Rede Cegonha: Utilização dos dados do Sistema de Informação SIM/SINASC

Programa Saúde da Família - PSF

O ESFORÇO PARA MELHORAR A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DE CUSTOS NAS INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

MINUTA DE RESOLUÇÃO CFM

Foco nos contratos e formalização. Para realização de contrato é preciso existir previamente uma regulação.

Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul

Indicador 24. Cobertura de primeira consulta odontológica programática

Incentivo à qualidade como estratégia da Unimed-BH. Helton Freitas Diretor-presidente

MARATONA DO CONHECIMENTO TECNOLÓGICO DESCRITIVO TÉCNICO DA OCUPAÇÃO DE: GESTÃO HOSPITALAR

Consulta Pública nº 01/2016

Sistema de Informação/Vigilância epidemiológica

unidades, serviços e ações que interagem para um objetivo comum: a promoção, proteção e recuperação da Saúde.

CONTRATUALIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE:

05/05/2014 NOTA TÉCNICA

Reunião de integração aos trabalhos

A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006

Plano Nacional de Saúde

Telessaúde: limites e possibilidades de qualificação da Saúde da Família

DIREITO À VIDA A GESTÃO DA QUALIDADE E DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO EM SAÚDE PARA A MULHER E A CRIANÇA NO SUS-BH: a experiência da Comissão Perinatal

Como integrar a estrutura de Controles Internos à gestão de Risco Operacional

Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas - CMB FGV. Debates. As tendências do Sistema Único de Saúde

Que sistemas de avaliação profissional utilizar no modelo de contratualização da gestão na Atenção Primária à Saúde

AVALIAÇÃO DE IMPACTO DO INCENTIVO POR DESEMPENHO DA POLÍTICA SAÚDE DA FAMÍLIA DE PERNAMBUCO

Agosto, 2012 VI Seminário Internacional de Atenção Básica Universalização com Qualidade

Metas de desempenho, indicadores e prazos. de execução

Seminário estratégico de enfrentamento da. Janeiro PACTUAÇÃO COM GESTORES MUNICIPAIS. Maio, 2013

Transcrição:

Indicadores de mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes mellitus: o papel da regionalização do Sistema de Saúde no Estado de São Paulo, Brasil Tereza Etsuko da Costa ROSA, Ana Aparecida BERSUSA, Lenise MONDINI,Silvia Regina Dias Médici SALDIVA, Paulo Roberto NASCIMENTO, Sonia I. VENÂNCIO Convênio Fapesp CNPq SUS

Objetivo Analisar indicadores de estrutura, processo e de resultado da atenção ao paciente com diabetes (DM) e hipertensão arterial (HA) à luz da regionalização do Sistema Único de Saúde no Estado.

Método 1ª fase Agrupamento das Direções Regionais de Saúde - DIR: Esforço gestor (percepção do gestor); Capacidade instalada de saúde (percepção do gestor); Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS).

DIR elencadas para o estudo Grupo 1- Campinas Grupo 2 - Piracicaba Grupo 3 - São José do Rio Preto Grupo 4 - Mogi das Cruzes Grupo 5 - São José dos Campos

Marco teórico da avaliação do referenciamento regional INTEGRALIDADE L I N H A D E C U I D A D O Alta Complexidade Média Complexidade Atenção Básica R E F E R E N C I A M E N T O Sistemas de Informação Indicadores (Abordagem quantitativa) Entrevistas (Abordagem qualitativa) UNIVERSALIDADE

Linhas de cuidado selecionadas Saúde do Adulto - Hipertensão e Diabetes Saúde Mental Saúde da Mulher Saúde Bucal

Indicadores de estrutura selecionados para avaliação (Donabedian) Dimensões avaliadas Indicadores Método de cálculo Estrutura Porte populacional (%) IDH (%) Tipo de gestão (%) Equipamentos Recursos Humanos < 5 mil hab 5-1 mil hab > 1 mil hab <,65,65-,8 >,8 Plena da AB Plena Hospitais, Nº de leitos de UTI, ambulatórios/1 hab Médico clinico /1 hab

Indicadores selecionados para avaliação Processo Dimensões avaliadas Indicadores Método de cálculo Processo Consultas básicas Consultas especializadas Cobertura de PSF Índice evasão/invasão Entrevista com gestores e técnicos Número de consultas básicas/hab/ano Número de consultas especializadas/hab/ano Porcentagem de cobertura populacional IEI = (Im-Em) (Im+Em) Análise qualitativa de conteúdo

Indicadores selecionados para avaliação Resultado Dimensões avaliadas Indicadores Método de cálculo Resultado % Óbitos Precoces AVC e DM Total de óbitos < 6 anos/total de óbitos Taxa (bruta e padronizada) de mortalidade por AVC e DM Nº de óbitos X1 pop

Resultados(estrutura) Indicadores Regionais de Saúde Campinas M. Cruzes Piracicaba SJCampos SJRioPreto Porte Populacional (%) <5. 61,9 36,4 76,9 5 95, 5. 1. 14,3 9,1 7,7 33,3 3, >= 1. 23,8 54,5 15,4 16,6 2, IDH (%) <.65.65.8 4,5 81,8 5, 66,6 79, >=.8 59,5 18,2 5, 33,3 21, Tipo de Gestão(%) PAB 45,2 81,8 61,5 5, 97, Plena 54,8 9,1 3,8 5, 3, Não Habilitado 9,1 3,9 Hospitais (n/1 hab),1,1,1,2,4 Leitos UTI (n/1 hab),6,7,1,8,18 Ambulatórios (n/1 hab),18,1,19,21,35 R Humanos (médico clinico/1 hab),53,42,53,46,93

Resultados (processo) Indicadores Regionais de Saúde Campinas M. Cruzes Piracicaba SJCampos SJRioPreto Cobertura de PSF (%) 8,36 6,43 22,99 53,59 22,86 Consultas Básicas hab/ano 1,67 1,2 1,64 1,53 2,46 Consultas Especializadas hab/ano,56,32,45,42,71 Evasão/ Invasão -,1 -,2 -,1 -,1,

Resultados (processo) Avaliação do esforço gestor (Dificuldades do processo) Mecanismos de referenciamento insuficientes Informalidade nos encaminhamentos Falta de protocolos de encaminhamentos Pactuação das referências Não explicitação da capacidade de oferta de serviços, Fragilidade dos espaços de negociação entre gestores e prestadores de serviços Defasagens da tabela SUS para procedimento

Resultados (processo) Avaliação do esforço gestor (Facilidades do processo) Investimento na Atenção Básica Implantação das UAC nos municípios Implementação da PPIzinha os avanços de entendimento sobre o sistema e a realidade regional propiciadas pelo processo de construção da PPI estadual (NOAS), aplicado na prática; Contratualização dos HU; Estabelecimento de valores fixos para contratação de prestadores (e não pela produção); Parceria entre municípios ampliação dos serviços de média complexidade cabendo à gestão regional o papel de regulação.

Resultados(resultado) Coeficiente de Mortalidade por AVC 1 9 Estado de São Paulo 8 7 6 5 4 3 2 1 Mogi das Cruzes Campinas Piracicaba São José dos Campos São José do Rio Preto

Resultados(resultado) Coeficiente de Mortalidade por DM 5 45 4 35 Estado de São Paulo 3 25 2 15 1 5 Mogi das Cruzes Campinas Piracicaba São José dos Campos São José do Rio Preto

Resultados(resultado) Proporção de óbitos por AVC (<6) 35 3 25 2 15 1 5 Campinas Mogi das Cruzes Piracicaba São José São José do dos Campos Rio Preto

Resultados(resultado) Proporção de óbitos por DM (<6) 3 25 2 15 1 5 Campinas Mogi das Cruzes Piracicaba São José São José do dos Campos Rio Preto

Conclusões Os recursos diretamente relacionados com a saúde (força de trabalho em saúde, instalações e equipamentos), somados às condições de cobertura (ESF, consultas básicas e especializadas, índice de evasão/invasão) parecem ter efeitos notáveis sobre os indicadores de resultados estudados

Conclusões Este efeito parece ser potencializado pelo esforço gestor para a efetividade do referenciamento quando há pró-atividade para a implantação efetiva das medidas pactuadas, criando mecanismos de controle e acompanhamento para a sua concretização.

Conclusões A integralidade da atenção nesta linha de cuidado parece depender não só de um desenho tecnicamente adequado da distribuição dos serviços pelo território, mas também de práticas adequadas de gestão e de cuidado.