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Florianópolis, 29 de fevereiro de 2012.

Transcrição:

AC rt 091.2009.000381-4/001 1 Poder Judiciário do Estado da Paraíba Tribunal de Justiça Gabinete da Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL No 091.2009.000381-4/001 - SERRA BRANCA RELATOR: Juiz Aluízio Bezerra Filho, convocado, em substituição à Desembargadora Maria das Neves do Egito de A. D. Ferreira APELANTES: 3acqueline da Silva Lima, Aline da Silva Lima e Francisca Almeida de Lima ADVOGADA: Olindina Ioná da Costa Lima ia APELADA: Ana Inês Oliveira de Brito ADVOGADA: Rosa de Medeiros Cavalcante 2a APELADA: Associação de Poupança e Empréstimo - Poupex ADVOGADO: Vinícius de Negreiros Calado PRELIMINAR. AÇÃO QUE VISA À ANULAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO. VÍCIO DE NULIDADE ABSOLUTA. ACOLHIMENTO. - Tendo sido a Fundação Habitacional do Exército e a Bradesco Seguros S/A responsáveis pela celebração do contrato cujas cláusulas se pretende anular, a falta de participação de ambas no processo constitui vício de nulidade absoluta, devendo o processo ser anulado desde a citação. VISTOS, relatados e discutidos estes autos.

AC no 091.2009.000381-4/001 2 ACORDA a Segunda Câmara Especializada Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, por unanimidade, anular o processo a partir da citação. Trata-se de apelação cível interposta por JAQUELINE DA SILVA LIMA, ALINE DA SILVA LIMA e FRANCISCA DE ALMEIDA LIMA em face da ASSOCIAÇÃO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO - POUPEX e de ANA INÊS OLIVEIRA BRITO, contra sentença (fls. 238/242) do Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Serra Branca. A Juíza a quo julgou improcedente o pedido que buscava a declaração da inexistência de modificação de cláusula de beneficiários no Seguro de Vida Poupex, pois fora feita por meio de falsificação da assinatura do genitor das apelantes, Antônio Almeida Lima, falecido em 25/07/2007, ou, alternativamente, o reconhecimento da nulidade da modificação diante da incapacidade do de cujus, passando a vigorar a redação anterior que beneficiava as apelantes, além de pedido de exibição de documentos. As autoras foram condenadas ao pagamento de custas e honorários, estes no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais). A Magistrada singular, na sentença recorrida, entendeu desnecessária a exibição de documentos porque as provas colacionadas já eram esclarecedoras. Declarou que as afirmações das apelantes são apenas conjecturas, desprovidas de suporte fático, rechaçadas pelas testemunhas, concluindo, com base no princípio da presunção da boa-fé, pela validade da declaração de vontade do falecido. Nas razões recursais (fls. 245/254), as apelantes requerem a anulação da sentença devido ao cerceamento de defesa, pois não foi oficiado o Hospital Jaime da Fonte, em Recife-PE, para fornecer o prontuário médico do falecido, tal como pedido na exordial, nem realizado o exame grafotécnico da assinatura atribuída ao extinto na modificação do contrato de seguro. Sustentam que essas provas seriam importantes, diante da alegação das apelantes de que, devido à enfermidade, o de cujus não teria o necessário discernimento, ou o teria de forma reduzida, para a prática de atos da vida civil. Portanto, seria incapaz, sendo nula ou anulável qualquer declaração de vontade por ele assinada. Alternativamente, requerem a reforma do dedsum, para que seja julgado

AC no 091.2009.000381-4/001 3 procedente o pedido, e atribuídos os ônus sucumbenciais exclusivamente às apeladas. A primeira apelada (Ana Inês Oliveira de Brito) apresentou contrarrazões às fls. 259/262, alegando que, diante dos depoimentos das testemunhas, do atestado médico não impugnado e dos prontuários médicos, não há qualquer indício da incapacidade civil do falecido. Pugna, então pelo desprovimento do recurso. Já a segunda apelada (Poupex), nas suas contrarrazões (fls. 269/274), requer, preliminarmente, a negativa de seguimento da apelação porque a sentença está em consonância com a jurisprudência dos tribunais superiores, ou que seja reconhecida sua ilegitimidade passiva, tendo em vista que não é parte no contrato de seguro, que foi firmado com a Bradesco Seguros S/A. No mérito, alega que a apelante Jaqueline da Silva Lima confessou ter dialogado com o pai dois meses antes do seu falecimento, sem que ele aparentasse qualquer alienação. Ante o exposto, pede a manutenção da sentença. Instada a manifestar-se, a Procuradoria de Justiça opinou pela rejeição das preliminares, tendo em vista que o art. 557 do CPC não deve ser aplicado quando apenas parte da matéria controvertida esteja em conformidade com a jurisprudência dominante dos tribunais superiores; que a segunda apelada detém legitimidade passiva, tendo em vista que ela foi intermediária do processo fraudulento, e que não houve cerceamento de defesa, pois entendeu o Juiz, segundo o seu livre convencimento motivado, que o processo já estava suficientemente instruído, não havendo necessidade de produção de mais provas. Salientou, ainda, que as partes foram intimadas para que especificassem provas, quedando-se inertes, conforme a certidão de fls. 194. Quanto ao mérito, deixou de manifestar-se, por entender ausente interesse público que torne necessária sua intervenção (fls. 282/286). É o relatório. VOTO: Juiz Convocado ALLÉZIO BEZERRA FILHO Relator Inicialmente, cumpre esclarecer que as apelantes Jacqueline da Silva Lima e Aline da Silva Lima, a apelante Francisca Almeida Lima e a apelada p,wi\j 0\se.NkAl. 6e 7-0

AC no 091.2009.000381-4/001 4 Ana Inês de Oliveira de Brito são, respectivamente, filhas, mãe e companheira do falecido. As apelantes afirmam que o de cujus havia celebrado contrato de seguro de vida em grupo, na qual elas constavam como beneficiárias, ao lado da segunda apelada. Após a morte do segurado, foram surpreendidas com a notícia de que a indenização securitária já havia sido paga à única pessoa que constava como beneficiária, que era a segunda apelada. Por meio da presente demanda, pleiteiam a declaração de inexistência da modificação da cláusula de beneficiários, diante da falsidade da assinatura do falecido no documento de fls. 136. Acrescentam que, mesmo sendo verdadeira, a assinatura, a modificação contratual é nula, pois o falecido estava acometido de um câncer cerebral, não possuindo o discernimento necessário para os atos da vida civil. securitária. Pleitearam, ainda, a parte que lhes cabe da indenização A A ação foi proposta em face da Associação de Poupança e Empréstimo POUPEX e da ex-companheira do de cujus. Como mencionado no relatório, a primeira apelada afirma que não é a seguradora responsável pelo pagamento da indenização contratada e que o contrato de seguro foi firmado com a Bradesco Seguros S/A, sendo esta, e não a segunda apelada, a legitimada passiva. Sustenta que nem sequer é a estipulante do mencionado seguro. modalidade de seguro de pessoas denominada "seguro em grupo" encontra-se regulada no art. 801 do Código Civil, in verbis: Art. 801. O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer modo, se vincule. 1 0 O estipulante não representa o segurador perante o grupo segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo cumprimento de todas as obrigações contratuais. de seguro: Eis o comentário de Maria Helena Diniz sobre essa modalidade

AC no 091.2009.000381-4/001 5 Nesta modalidade de seguro ter-se-á: o estipulante, a seguradora e o grupo segurado. O estipulante, que não é representante do segurador perante o grupo segurado, responsabiliza-se pelo adimplemento dos deveres contratuais assumidos pelo grupo, inclusive pela arrecadação do prêmio a ser entregue ao segurador. O grupo segurado deverá, havendo descumprimento contratual, agir diretamente contra o segurador. O estipulante tem a função de firmar o contrato entre o segurador e o grupo, assumindo os deveres contratuais perante o primeiro. Trata-se do contrato de seguro em grupo.' Da leitura da documentação constante às fls. 134/137, verificase que todas as informações e solicitações a respeito do seguro eram prestadas pela Fundação Habitacional do Exército FHE e requeridas a essa mesma entidade. Especificamente quanto ao documento de fls. 135, verifica-se que a FHE apenas utilizou a segunda apelada para o depósito do valor do seguro, de modo que ela não é a estipulante, nem a seguradora. Dessa forma, a segunda apelada não tem qualquer ingerência a respeito das alterações do contrato de seguro, não sendo responsável pelo pagamento das indenizações. Por outro lado, entendo que deveriam ter sido citadas a Fundação Habitacional do Exército e a Bradesco Seguros S/A, por serem as reais responsáveis pela celebração do contrato de seguro em questão, de modo que seria inconcebível a discussão a respeito da anulabilidade de cláusulas contratuais sem a participação delas. Acrescente-se que não consta do processo o instrumento de contrato, documento essencial, que deveria instruir a petição inicial. Ante o exposto, anulo o processo desde a citação, diante da ausência de participação da Fundação Habitacional do Exército e da Bradesco Seguros S/A. I In Código Civil Anotado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 561.

AC n 091.2009.000381-4/001 6 É como voto. julgamento. Determino a juntada, aos autos, das notas taquigráficas deste Presidiu a Sessão o Excelentíssimo Desembargador MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE, que participou do julgamento com ESTE RELATOR (Juiz de Direito Convocado, em substituição à Excelentíssima Desembargadora MARIA DAS NEVES DO EGITO DE A. D. FERREIRA) e com o Excelentíssimo Desembargador ABRAHAM LINCOLN DA CUNHA RAMOS. Presente à Sessão o Excelentíssimo Doutor FRANCISCO ANTÔNIO SARMENTO VIEIRA, Promotor de Justiça Convocado. Sala de Sessões da Segunda Câmara Especializada Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa/PB, 21 de fevereiro de 2013. Juiz Convoc ( o ALUÍZI Relator EZERRA FI HO 1