Superior Tribunal de Justiça

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1 RECURSO ESPECIAL Nº SP (2008/ ) RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON RECORRENTE : VELLOZA GIROTTO E LINDENBJOM ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S) RECORRIDO : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO PROCURADOR : CHRISTIAN KONDO OTSUJI E OUTRO(S) EMENTA HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - SUCUMBÊNCIA DERIVADA DE DEMANDA EXTINTA SEM EXAME DO MÉRITO - PLEITO DOS ADVOGADOS EM NOME PRÓPRIO - VALOR DA CAUSA - BASE DE CÁLCULO PARA RECOLHIMENTO DE PREPARO DE APELAÇÃO - VIOLAÇÃO AOS ARTS. 23 DA LEI Nº 8.906/94 E 258 DO CPC. 1. O pleito de advogado contra sentença que não fixou honorários advocatícios constitui pedido secundário oriundo da causa principal. 2. Na hipótese dos autos os honorários pleiteados pelos advogados devem ser calculados tomando-se como base de cálculo o valor da causa. 3. Não há causa distinta, com valor próprio e sim pedido secundário derivado da causa principal. 4. Recurso especial improvido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora. Brasília-DF, 20 de novembro de 2008(Data do Julgamento) MINISTRA ELIANA CALMON Relatora Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 1 de 6

2 RECURSO ESPECIAL Nº SP (2008/ ) RECORRENTE : VELLOZA GIROTTO E LINDENBJOM ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S) RECORRIDO : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO PROCURADOR : CHRISTIAN KONDO OTSUJI E OUTRO(S) RELATÓRIO A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON: Tem-se, na origem, ação de execução fiscal proposta pelo MUNICÍPIO DE SÃO PAULO contra o BANCO SANTANDER NOROESTE S.A. A execução fiscal foi extinta por força do artigo 26 da LEF, ou seja, retirou a Fazenda a CDA. Houve apelação, mas o Tribunal considerou o recurso deserto. Interposto agravo de instrumento, foi negado provimento ao recurso, após ter sido determinada e não atendida a complementação da taxa recolhida a título de preparo. Na apelação a recorrente insurgiu-se contra a ausência de condenação em honorários, nestes termos: "Assim, considerando-se que a pretensão da Apelante é a reforma da r. sentença para fins de fixação da verba honorária para o mínimo legal de 10% sobre o valor atualizado da causa, o recolhimento da taxa judiciária referente à interposição do presente Apelo, se deu com base no benefício pretendido pela Apelante. Seguindo tal raciocínio e, nos termos da legislação pertinente, a Apelante procedeu ao recolhimento do preparo do presente recurso de apelação na proporção de 2% sobre o valor dos honorários mínimos (10% do valor atualizado da causa)" (Fls. 65/66). Para negar seguimento ao apelo assim pronunciou-se o Tribunal: Apelação - Preparo a menor - Intimação com fins ao complemento - Complementação não havida - Deserção do recurso decretada em Primeiro Grau - Cabimento, pois a base de cálculo pretendida pelo recorrente sequer existe (honorários advocatícios de 10% sobre o valor da causa atualizado) - Deserção mantida - AGRAVO IMPROVIDO. (Fl. 86) Irresignado recorre o advogado da executada a esta Corte, formulando o pleito com amparo na alínea "a" do permissivo constitucional, alegando violação aos dispositivos seguintes: a) art. 535, II, do CPC, sustentando que, apesar da oposição dos embargos, o acórdão recorrido não enfrentou os argumentos relativos à existência de base de cálculo para o recolhimento do preparo realizado pela recorrente com base na condenação fixada pela Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 2 de 6

3 sentença; b) arts. 23 e 24, 1º, da Lei nº 8.906/94 e art. 26 do CPC, afirmando sua legitimidade e seu interesse para recorrer em nome próprio no que tange aos honorários advocatícios e tendo em vista a declaração de inexistência da base de cálculo utilizada pelo recorrente para recolhimento do preparo da apelação; c) arts. 258 e 511, 2º, do CPC, tendo em vista que existe a base de cálculo utilizada para o recolhimento do preparo da apelação, se se considerar que a causa principal foi extinta e que os advogados são legitimados para pleitear seus honorários profissionais, os quais representam o proveito econômico pretendido pelo ora recorrente. Após as contra-razões subiram os autos. É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 3 de 6

4 RECURSO ESPECIAL Nº SP (2008/ ) RELATORA : MINISTRA ELIANA CALMON RECORRENTE : VELLOZA GIROTTO E LINDENBJOM ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S) RECORRIDO : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO PROCURADOR : CHRISTIAN KONDO OTSUJI E OUTRO(S) VOTO A EXMA. SRA. MINISTRA ELIANA CALMON (Relatora): A recorrente alega ter recolhido a totalidade do valor exigido por lei para o preparo, tendo em vista o valor da sua própria causa, diferente do valor da causa originária, movida contra seu cliente pelo Município de São Paulo, a qual foi extinta nos termos do art. 26 da Lei nº 6.830/80. O Tribunal a quo entendeu inexistente a base de cálculo pretendida pelo recorrente e, em conseqüência deserta a apelação por falta do recolhimento devido, relativo ao valor da causa original. Embora estivessem os advogados discutindo honorários estes, como verba acessória tem por parâmetro o valor da causa, esta a base de cálculo para a fixação da verba honorária, sendo inédita a afirmação de que se tratava de uma nova causa, com valor próprio. Diferente seria a hipótese, se estivessem os causídicos executando a verba de patrocínio, quando teria aplicação o disposto no art. 23 da Lei 8.906/94. Na hipótese dos autos, a sentença não incluiu honorários advocatícios. Tendo em vista o benefício que essa verba representa para si, a recorrente interpôs apelação para pleitear perante o Tribunal a quo a fixação dos honorários. Em outras palavras, a recorrente pleiteou eventual direito seu em causa oriunda de demanda que se desenvolveu entre a municipalidade e seu cliente. A causa levada pela recorrente à segunda instância não é diferente da causa original, movida contra a sua cliente pelo Município de São Paulo, embora distinto o benefício pretendido, consubstanciado no pedido de recebimento de honorários no valor de dez por cento do valor da causa. Não se há de falar, ainda, de violação ao art. 258 do CPC, na medida em que considerou a Corte de Apelação o valor da causa principal, da qual derivaria a condenação em verba de patrocínio, se fosse o caso. Com essas considerações, nego provimento ao recurso especial, mantendo a Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 4 de 6

5 decisão impugnada. É o voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 5 de 6

6 CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2008/ REsp / SP Números Origem: PAUTA: 20/11/2008 JULGADO: 20/11/2008 Relatora Exma. Sra. Ministra ELIANA CALMON Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro CASTRO MEIRA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ROBERTO LUIS OPPERMANN THOMÉ Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO PROCURADOR AUTUAÇÃO : VELLOZA GIROTTO E LINDENBJOM ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO : CHRISTIAN KONDO OTSUJI E OUTRO(S) ASSUNTO: Tributário - ISS - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora. Brasília, 20 de novembro de 2008 VALÉRIA ALVIM DUSI Secretária Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 12/12/2008 Página 6 de 6