Superior Tribunal de Justiça

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1 AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº MG (2015/ ) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : LÍDER TÁXI AÉREO S/A - AIR BRASIL ADVOGADOS : ANDRÉIA SANGLARD ANDRADE RESENDE MARGHERITA COELHO TOLEDO AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL EMENTA TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. IPI. FATO GERADOR. ARRENDAMENTO MERCANTIL DE AERONAVE. ADMISSÃO TEMPORÁRIA. INCIDÊNCIA SOBRE BASE DE CÁLCULO PROPORCIONAL. ART. 79, DA LEI N /96. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 83 DO STJ. 1. O fato gerador do IPI incidente sobre mercadoria importada é o desembaraço aduaneiro, na forma do art. 46, I, do CTN, irrelevante se adquirida a título de compra e venda ou arrendamento (art. 2º, 2º, da Lei n /64), tendo por base de cálculo o preço que o produto alcançaria (ou seja, "poderia alcançar") em uma venda idealizada (art. 47, I, c/c art. 20, II, do CTN). 2. O art. 79, da Lei nº 9.430/96, ao permitir a cobrança proporcional do IPI incidente sobre bem admitido temporariamente no território nacional, veicula verdadeira redução da base de cálculo do imposto, regulamentada pelo art. 324, do RAD (Decreto n /2002). 3. O acórdão recorrido manifestou-se no mesmo sentido da jurisprudência desta Corte, pelo que incide, na hipótese, a Súmula nº 83 do STJ. 4. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães (Presidente), os Srs. Ministros Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes. Brasília (DF), 03 de setembro de MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/09/2015 Página 1 de 6

2 AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº MG (2015/ ) RELATOR AGRAVANTE ADVOGADOS AGRAVADO : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES : LÍDER TÁXI AÉREO S/A - AIR BRASIL : ANDRÉIA SANGLARD ANDRADE RESENDE MARGHERITA COELHO TOLEDO : FAZENDA NACIONAL RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Trata-se de agravo regimental interposto por LÍDER TÁXI AÉREO S/A - AIR BRASIL contra decisão de minha lavra que negou seguimento ao recurso especial resumida da seguinte forma: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA DO ART. 44 DA LEI 9.430/96. PRESSUPOSTOS FÁTICOS PROBATÓRIOS FIXADOS NA ORIGEM. SÚMULA 7/STJ. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. ART. 557, CAPUT, DO CPC. A agravante insurge-se contra a decisão agravada, argumentando que os acórdãos utilizados como demonstrativo da posição dominante do STJ não trazem em seu bojo similitude com o fato concreto posto em discussão no presente processo, pois no caso dos autos está-se diante da modalidade arrendamento simples, mera locação, e não do arrendamento mercantil, em que há opção de compra. Requer a reconsideração da decisão agravada ou que o feito seja submetido a julgamento pela Turma. É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/09/2015 Página 2 de 6

3 AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº MG (2015/ ) EMENTA TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. IPI. FATO GERADOR. ARRENDAMENTO MERCANTIL DE AERONAVE. ADMISSÃO TEMPORÁRIA. INCIDÊNCIA SOBRE BASE DE CÁLCULO PROPORCIONAL. ART. 79, DA LEI N /96. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 83 DO STJ. 1. O fato gerador do IPI incidente sobre mercadoria importada é o desembaraço aduaneiro, na forma do art. 46, I, do CTN, irrelevante se adquirida a título de compra e venda ou arrendamento (art. 2º, 2º, da Lei n /64), tendo por base de cálculo o preço que o produto alcançaria (ou seja, "poderia alcançar") em uma venda idealizada (art. 47, I, c/c art. 20, II, do CTN). 2. O art. 79, da Lei nº 9.430/96, ao permitir a cobrança proporcional do IPI incidente sobre bem admitido temporariamente no território nacional, veicula verdadeira redução da base de cálculo do imposto, regulamentada pelo art. 324, do RAD (Decreto n /2002). 3. O acórdão recorrido manifestou-se no mesmo sentido da jurisprudência desta Corte, pelo que incide, na hipótese, a Súmula nº 83 do STJ. 4. Agravo regimental não provido. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Sem razão a agravante. Com efeito, o fato gerador do IPI incidente sobre mercadoria importada é o desembaraço aduaneiro, na forma do art. 46, I, do CTN, irrelevante se adquirida a título de compra e venda ou arrendamento (art. 2º, 2º, da Lei n /64), tendo por base de cálculo o preço que o produto alcançaria (ou seja, "poderia alcançar") em uma venda idealizada (art. 47, I, c/c art. 20, II, do CTN). Desse modo, o art. 79, da Lei nº 9.430/96, ao permitir a cobrança proporcional do IPI incidente sobre bem admitido temporariamente no território nacional, veicula verdadeira redução da base de cálculo do imposto, regulamentada pelo art. 324, do RAD (Decreto n /2002). Nesse sentido: Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/09/2015 Página 3 de 6

4 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IPI. ARRENDAMENTO MERCANTIL. ADMISSÃO TEMPORÁRIA DE AERONAVE. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. 1. O STJ possui entendimento de que o fato gerador do IPI incidente sobre mercadoria importada é o desembaraço aduaneiro, consoante a dicção do art. 46, I, do CTN, sendo irrelevante se adquirida a título de compra e venda ou arrendamento, ainda que ocorra apenas a utilização temporária do bem. 2. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp /AP, Segunda Turma, Relator Ministro Herman Benjamin, DJe 13/9/2013) PROCESSUAL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. ARESP. ART. 535 DO CPC. IPI. ARRENDAMENTO OPERACIONAL. FATO GERADOR. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. ADMISSÃO TEMPORÁRIA DE AERONAVE. INCIDÊNCIA PROPORCIONAL DO IMPOSTO. [...] 4. O fato gerador do IPI incidente sobre mercadoria importada é o desembaraço aduaneiro, consoante a dicção do art. 46, I, do CTN, sendo irrelevante se adquirida a título de compra e venda ou arrendamento, ainda que ocorra apenas a utilização temporária do bem. Precedente. 5. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp /MG, Segunda Turma, Relator Ministro Castro Meira, DJe 23/4/2012) TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPORTAÇÃO DE AERONAVE. IPI. ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING FINANCEIRO). REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA. ADOÇÃO PROIBIDA PELA LEI 6.099/74. OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTE DO STF. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI sobre o bem importado objeto de contrato de leasing financeiro, devido em seu desembaraço aduaneiro, encontra amparo nos arts. 46, I, do CTN, 2º, 2º, da Lei 4.502/64 e 32, I, do Decreto 2.637/ O art. 17 da Lei 6.099/74 proíbe a adoção do regime de admissão temporária, mais benéfico ao contribuinte, para as operações de importação amparadas por arrendamento mercantil. O Supremo Tribunal Federal já decidiu pela adequação dessa regra ao princípio da isonomia, ao fundamento de que o arrendamento mercantil foi adotado no Brasil para que os interessados possam usufruir de suas virtudes intrínsecas, sob o ponto de vista operacional e financeiro, e não para que obtenham tratamento fiscal mais benéfico, se comparado ao previsto em relação às operações de compra e venda financiada (RE /PR, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, DJe 16/3/11). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp /SP, Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJe 23/9/2011) Verifica-se que o acórdão recorrido julgou de acordo com o entendimento pacificado nesta Corte, a qual reconhece o cabimento do IPI nos casos de admissão temporária de bem proveniente do exterior. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/09/2015 Página 4 de 6

5 Assim, é de se reconhecer que o acórdão recorrido se manifestou no mesmo sentido da jurisprudência desta Corte, pelo que incide, na hipótese, a Súmula nº 83 do STJ, in verbis: "Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida". Registro que a Súmula nº 83 desta Corte também é aplicável quando o recurso especial é interposto com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional. Ademais, o Tribunal de origem asseverou que "não sendo a falta de opção de compra EXCEPCIONALIDADE prevista, legalmente, para a dispensa da exação (Lei nº 9.430/96, art. 79, parágrafo único), irrelevante na espécie a alegação de que não há transferência de propriedade" (e-stj fl. 308). No arrazoado do recurso especial a recorrente não impugna esse fundamento do acórdão recorrido, o qual é suficiente para mantê-lo. Assim, o presente recurso especial também encontra obstáculo na Súmula nº 283 do Supremo Tribunal Federal: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles". Pelas razões expostas, NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental. É como voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/09/2015 Página 5 de 6

6 CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2015/ AgRg no AREsp / MG Números Origem: PAUTA: 03/09/2015 JULGADO: 03/09/2015 Relator Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Presidente da Sessão Exma. Sra. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS FONSECA DA SILVA Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI AGRAVANTE ADVOGADOS AGRAVADO AUTUAÇÃO : LÍDER TÁXI AÉREO S/A - AIR BRASIL : MARGHERITA COELHO TOLEDO ANDRÉIA SANGLARD ANDRADE RESENDE : FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Impostos - IPI / Imposto sobre Produtos Industrializados AGRAVANTE ADVOGADOS AGRAVADO AGRAVO REGIMENTAL : LÍDER TÁXI AÉREO S/A - AIR BRASIL : MARGHERITA COELHO TOLEDO ANDRÉIA SANGLARD ANDRADE RESENDE : FAZENDA NACIONAL CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães (Presidente), os Srs. Ministros Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 17/09/2015 Página 6 de 6