Superior Tribunal de Justiça

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1 AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº SC (2014/ ) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : H E C COMERCIAL EXPORTADORA E IMPORTADORA LTDA ADVOGADOS : ALCIDES WILHELM DIEGO GUILHERME NIELS E OUTRO(S) MARA DENISE POFFO WILHELM AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PIS-IMPORTAÇÃO E COFINS-IMPORTAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AUTORIDADE IMPETRADA. DESPACHO ADUANEIRO. 1. Em sede de mandado de segurança, a contestação do fato gerador do tributo devido deve ser feita contra a autoridade que tem o poder de lançar (autoridade coatora). No caso dos tributos incidentes na importação (PIS e COFINS - importação), a autoridade coatora é ordinariamente aquela autoridade aduaneira que procede ao desembaraço aduaneiro já que detém o poder/dever de efetuar o lançamento e sua revisão de ofício. Precedentes: RMS / DF, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em ; REsp / PR, Segunda Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, julgado em A discussão sobre eventual habilitação em pedido de compensação é subsequente, ou seja, deriva do resultado positivo do processo judicial intentado. Somente se a parte lograr êxito no processo judicial é que poderá, de posse da decisão transitada em julgado, habilitar o crédito perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRF diante de outra autoridade que não aprecia o lançamento do tributo aduaneiro, mas sim a correspondência entre a decisão transitada em julgado e o crédito que se pretende habilitar. 3. No caso concreto, não existe o crédito a ser habilitado justamente porque se está diante da primeira fase onde se discute o próprio fato gerador do tributo. Portanto, a autoridade coatora é a autoridade aduaneira. 4. Agravo regimental não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 1 de 9

2 Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques. Brasília (DF), 13 de maio de MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 2 de 9

3 AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº SC (2014/ ) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : H E C COMERCIAL EXPORTADORA E IMPORTADORA LTDA ADVOGADOS : ALCIDES WILHELM DIEGO GUILHERME NIELS E OUTRO(S) MARA DENISE POFFO WILHELM AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Trata-se de agravo regimental para levar ao crivo da Turma julgado monocrático de minha lavra onde neguei seguimento a recurso especial por compreender que a autoridade impetrada (Delegado da Receita Federal do Brasil de Blumenau), por não ser responsável pelos desembaraços aduaneiros efetuados pelas Unidades de Despacho de Importação, Uruguaiana/RS e Itajaí/SC, não tem legitimidade para responder pelos atos impugnados. Alega a agravante que houve violação ao art. 267, do CPC. Afirma que impetrou mandado de segurança preventivo contra o Ilustríssimo Delegado da Receita Federal em Blumenau / SC (seu domicílio fiscal), porquanto entendeu que é inconstitucional o critério quantitativo (base de cálculo) eleito pela Lei n /04, na incidência do PIS e da COFINS sobre importações, pois desdobra o conceito de valor aduaneiro insculpido na Magna Carta. Sustenta que agiu com acerto na eleição da autoridade coatora já que o writ era preventivo e buscava a declaração de inconstitucionalidade do art. 7º, I, da Lei n /04 em controle difuso para todos os locais físicos do país onde desembaraçada a mercadoria. Entende não ser a autoridade aduaneira a autoridade coatora. Sustenta que por haver pedido de compensação (Súmula STJ n 213) dos créditos tributários oriundos dos pagamentos indevidos de PIS/COFINS - Importação cuja competência para apreciação é da Delegacia do domicílio fiscal do contribuinte, consoante art. 71, da IN/RFB n. 900/2008, o Delegado da Receita Federal do Brasil de Blumenau / SC, seria autoridade legítima para responder ao mandamus. Solicita a retratação ou a submissão do agravo à Turma para julgamento. É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 3 de 9

4 AgRg nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº SC (2014/ ) EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PIS-IMPORTAÇÃO E COFINS-IMPORTAÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA. AUTORIDADE IMPETRADA. DESPACHO ADUANEIRO. 1. Em sede de mandado de segurança, a contestação do fato gerador do tributo devido deve ser feita contra a autoridade que tem o poder de lançar (autoridade coatora). No caso dos tributos incidentes na importação (PIS e COFINS - importação), a autoridade coatora é ordinariamente aquela autoridade aduaneira que procede ao desembaraço aduaneiro já que detém o poder/dever de efetuar o lançamento e sua revisão de ofício. Precedentes: RMS / DF, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em ; REsp / PR, Segunda Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, julgado em A discussão sobre eventual habilitação em pedido de compensação é subsequente, ou seja, deriva do resultado positivo do processo judicial intentado. Somente se a parte lograr êxito no processo judicial é que poderá, de posse da decisão transitada em julgado, habilitar o crédito perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRF diante de outra autoridade que não aprecia o lançamento do tributo aduaneiro, mas sim a correspondência entre a decisão transitada em julgado e o crédito que se pretende habilitar. 3. No caso concreto, não existe o crédito a ser habilitado justamente porque se está diante da primeira fase onde se discute o próprio fato gerador do tributo. Portanto, a autoridade coatora é a autoridade aduaneira. 4. Agravo regimental não provido. VOTO O EXMO. SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator): Para melhor compreensão da matéria, transcrevo os termos em que exarada a decisão agravada, in litteris : Trata-se de recurso especial interposto com fulcro no permissivo do art. 105, III, "a" e "c", da Constituição Federal de 1988, contra acórdão que entendeu ilegítima a autoridade coatora apontada no mandado de segurança consoante a seguinte ementa (e-stj fls. 488/490): MANDADO DE SEGURANÇA. PIS-IMPORTAÇÃO E COFINS- IMPORTAÇÃO. AUTORIDADE IMPETRADA. DESPACHO ADUANEIRO. Não se concede, por ilegitimidade passiva, mandado de segurança contra exigências relativas às contribuições PIS-IMPORTAÇÃO e COFINS- IMPORTAÇÃO, inclusive restituição de valores recolhidos, quando eleita Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 4 de 9

5 como impetrada autoridade diversa daquelas responsáveis pelo desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas. Os embargos de declaração interpostos restaram rejeitados (e-stj fls. 505/507). Alega a recorrente que houve violação ao art. 267, do CPC. Afirma que impetrou mandado de segurança preventivo contra o Ilustríssimo Delegado da Receita Federal em Blumenau / SC (seu domicílio fiscal), porquanto entendeu que é inconstitucional o critério quantitativo (base de cálculo) eleito pela Lei n /04, na incidência do PIS e da COFINS sobre importações, pois desdobra o conceito de valor aduaneiro insculpido na Magna Carta. Sustenta que agiu com acerto na eleição da autoridade coatora já que o writ era preventivo e buscava a declaração de inconstitucionalidade do art. 7º, I, da Lei n /04 em controle difuso para todos os locais físicos do país onde desembaraçada a mercadoria. Entende não ser a autoridade aduaneira a autoridade coatora. Procura demonstrar o dissídio (e-stj fls. 516/532). Contrarrazões nas e-stj fls. 575/578. Recurso regularmente admitido na origem (e-stj fls. 584). É o relatório. Passo a decidir. O art. 58 da Instrução Normativa da RFB nº 900, de 2008, preceitua que, no caso de tributos administrados pela RFB incidentes sobre operação de comércio exterior, o recolhimento e a restituição de créditos cabe às autoridades aduaneiras responsáveis pelo desembaraço aduaneiro correspondente, e não à autoridade fiscal do domicílio da empresa importadora. Transcrevo: Art. 58. O reconhecimento do direito creditório e a restituição de crédito relativo a tributo administrado pela RFB, bem como outras receitas arrecadadas mediante Darf, incidentes sobre operação de comércio exterior caberão ao titular da DRF, da Inspetoria da Receita Federal do Brasil de Classe Especial (IRF-Classe Especial) ou da Alfândega da Receita Federal do Brasil (ALF) sob cuja jurisdição for efetuado o despacho aduaneiro da mercadoria. Parágrafo único. Reconhecido, na forma prevista no caput, o direito creditório de sujeito passivo em débito para com a Fazenda Nacional, a compensação de ofício do crédito do sujeito passivo e a restituição do saldo credor porventura remanescente da compensação caberão às unidades administrativas a que se refere o parágrafo único do art. 57. Consoante pacífica jurisprudência do STJ, a autoridade coatora é aquela competente para corrigir a suposta ilegalidade, impugnada por meio do mandado de segurança, ou seja, a autoridade que dispõe de meios para executar a ordem emanada no caso de concessão da segurança. No caso dos tributos incidentes na importação (PIS e COFINS - importação), a autoridade coatora é ordinariamente aquela que procede ao desembaraço aduaneiro já que detém o poder/dever de efetuar o lançamento e sua revisão de ofício. Precedentes: TRIBUTÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - IPVA - LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO SECRETÁRIO DE FAZENDA DO DISTRITO FEDERAL - ATO ADMINISTRATIVO DE COMPETÊNCIA DA SECRETARIA DE FAZENDA E PLANEJAMENTO - DIFERENCIAÇÃO DE ALÍQUOTAS ENTRE Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 5 de 9

6 VEÍCULOS NACIONAIS E IMPORTADOS - IMPOSSIBILIDADE - JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DESTE SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1. Autoridade coatora para fins de legitimidade passiva ad causam na ação de mandado de segurança, em regra, é aquela pessoa física vinculada direta ou indiretamente ao Estado, que omite ou pratica o ato inquinado como ilegal e ostenta o poder de revê-lo voluntária ou compulsoriamente. O mero executor da ordem não tem legitimatio ad causam, mercê de falecer-lhe, também, legitimatio ad processum. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido da impossibilidade do estabelecimento de alíquotas diferenciadas entre veículos nacionais e importados. 3. Precedentes. 4. Recurso provido (RMS / DF, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em ). RECURSO ESPECIAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IMPORTAÇÃO DE PAPEL. LISTAS TELEFÔNICAS. AUTORIDADE COATORA. Embora, de ordinário, a autoridade coatora seja aquela que, efetivamente, procede ao desembaraço aduaneiro, o presente mandamus foi impetrado em razão da demora pelo Superintendente da Receita Federal em proferir decisão sobre o pedido administrativo por aquela formulado. Esse, sim, é o ato coator. Ademais, segundo recente julgamento proferido por esta Corte Superior, a "autoridade que, apontando a competência de seu inferior hierárquico, comparece aos autos de mandado de segurança preventivo alegando sua ilegitimidade, mas defendendo o ato impugnado, legitimou-se passivamente por tê-lo encampado. Não há como afastá-la da impetração. Precedentes citados: Resp CE, DJ 5/4/1993, e MS 774-DF, DJ 1º/3/1993. RMS RJ, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, julgado em 3/5/2001" (cf. "Informativo de Jurisprudência STJ", Número 94, 30 de abril a 4 de maio de 2001). Recurso especial não conhecido Decisão unânime (REsp / PR, Segunda Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, julgado em ). A exigência do pagamento dos tributos federais devidos na importação ocorrerá no momento do registro da Declaração de Importação no Siscomex e será verificada pela unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria. Assim, a autoridade impetrada (Delegado da Receita Federal do Brasil de Blumenau), por não ser responsável pelos desembaraços aduaneiros efetuados pelas Unidades de Despacho de Importação, Uruguaiana/RS e Itajaí/SC, não tem legitimidade para responder pelos atos impugnados. Ante o exposto, com fulcro no art. 557, do CPC, NEGO SEGUIMENTO ao presente recurso especial. A decisão foi objeto de embargos de declaração que restaram assim julgados monocraticamente (e-stj fls. 628/634): Trata-se de embargos de declaração interpostos contra decisão monocrática de minha lavra, acostada às e-stj fls. 599/601 que negou seguimento ao recurso Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 6 de 9

7 especial por entender que a autoridade impetrada (Delegado da Receita Federal do Brasil de Blumenau), por não ser responsável pelos desembaraços aduaneiros efetuados pelas Unidades de Despacho de Importação, Uruguaiana/RS e Itajaí/SC, não tem legitimidade para responder pelos atos impugnados. Alega a embargante que houve omissão, posto que: a) O enunciado apontado por este Tribunal em suas razões, art. 58 da Instrução Normativa RFB n. 900/2008, está inserido no Capítulo VI, que trata da competência para apreciar pedido de restituição, ressarcimento ou reembolso e declaração de compensação, ou seja, o enunciado cinge-se aos pedidos administrativos formulados a Secretaria da Receita Federal quando do recolhimento indevido de algum tributo incidente sobre operações de comércio exterior, o que não seria o caso presente; b) Há pedido de compensação (Súmula STJ n 213) dos créditos tributários oriundos dos pagamentos indevidos de PIS/COFINS - Importação cuja competência para apreciação é da Delegacia do domicílio fiscal do contribuinte, consoante art. 71, da IN/RFB n. 900/2008. Diante disto, entende que o Delegado da Receita Federal do Brasil de Blumenau / SC, teria legitimidade para responder quanto ao pedido de compensação aventado no mandamus (e-stj fls. 608/613). Impugnação nas e-stj fls. 618/620. É o relatório. Passo a decidir. Sem razão a embargante que procura causar celeuma processual em seus argumentos já que a decisão foi clara ao fixar a ilegitimidade passiva vinculando-a ao lançamento (e-stj fl. 601): A exigência do pagamento dos tributos federais devidos na importação ocorrerá no momento do registro da Declaração de Importação no Siscomex e será verificada pela unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria. Assim, a autoridade impetrada (Delegado da Receita Federal do Brasil de Blumenau), por não ser responsável pelos desembaraços aduaneiros efetuados pelas Unidades de Despacho de Importação, Uruguaiana/RS e Itajaí/SC, não tem legitimidade para responder pelos atos impugnados. Com efeito, a atribuição administrativa interna da Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRF para apreciar pedido de habilitação de crédito reconhecido em decisão transitada em julgado (pedido este prévio ao pedido de compensação) somente exsurge após, é claro, o trâmite do processo judicial onde se reconhece o crédito em questão. Para esse processo judicial (que é o presente mandado de segurança) é necessário haver legitimidade passiva ad causam que é definida pelas atribuições para o lançamento (esse o tema que foi julgado). Como visto à exaustão, não ocorre tal legitimidade. À toda evidência, não há que se falar em compensação sem o momento lógico que a antecede que é o reconhecimento do indébito. Desta forma, REJEITO os presentes embargos de declaração. Alerto para o disposto no art. 538, parágrafo único, do CPC. Com efeito, entendo por manter a decisão agravada pelos seus próprios fundamentos e a eles adiciono que a própria petição inicial do mandado de segurança da ora agravante é clara ao pedir, por primeiro, "b) Seja concedida em definitivo a segurança dos pedidos elencados nos itens anteriores, bem como seja autorizado o levantamento da quantia depositada Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 7 de 9

8 judicialmente, tendo em vista que foi declarada a inconstitucionalidade em controle difuso da norma objeto do presente mandado de segurança;" e em pedido subsequente, "c) Subseqüentemente, seja permitida a compensação (Súmula STJ n 213) dos créditos tributários oriundos dos pagamentos indevidos, nos termos do artigo 74 da Lei 9.430/1996, acrescidos de juros de mora apurados pela Taxa SELIC, por ser o mesmo índice utilizado como mora dos créditos devidos à Fazenda Pública Nacional, sendo o prazo de 10 anos para as hipóteses de incidência (fatos geradores) anteriores a LC 118/05 e de 5 anos para os posteriores; " (e-stj fls. 15). Como visto, a lógica irrefutável é que, em sede de mandado de segurança, a contestação do fato gerador do tributo devido deve ser feita contra a autoridade que tem o poder de lançar (autoridade coatora), no caso, a autoridade aduaneira. A discussão sobre eventual habilitação em pedido de compensação é subsequente, ou seja, deriva do resultado positivo do processo judicial intentado. Somente se a parte lograr êxito no processo judicial é que poderá, de posse da decisão transitada em julgado, habilitar o crédito perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRF perante outra autoridade que não aprecia o lançamento do tributo aduaneiro, mas sim a correspondência entre a decisão transitada em julgado e o crédito que se pretende habilitar. No caso concreto, não existe o crédito a ser habilitado justamente porque se está diante da primeira fase onde se discute o próprio fato gerador do tributo. Portanto, a autoridade coatora é a autoridade aduaneira. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao presente agravo regimental. É como voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 8 de 9

9 CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2014/ AgRg nos EDcl no REsp / SC Números Origem: SC PAUTA: 13/05/2014 JULGADO: 13/05/2014 Relator Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. ELIZETA MARIA DE PAIVA RAMOS Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI AUTUAÇÃO RECORRENTE : H E C COMERCIAL EXPORTADORA E IMPORTADORA LTDA ADVOGADOS : MARA DENISE POFFO WILHELM DIEGO GUILHERME NIELS E OUTRO(S) ALCIDES WILHELM RECORRIDO : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Contribuições - Contribuições Sociais - PIS AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : H E C COMERCIAL EXPORTADORA E IMPORTADORA LTDA ADVOGADOS : MARA DENISE POFFO WILHELM DIEGO GUILHERME NIELS E OUTRO(S) ALCIDES WILHELM AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Humberto Martins e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/05/2014 Página 9 de 9