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Sumário 1 Funções.................................................... 5 1.1 Relações 5 1.2 Funções 7 1. Funções Polinomiais 8 1..1 Função Constante.............................................. 9 1..2 Função Afim - 1 o Grau........................................... 9 1.. Função Quadrática - 2 o Grau.................................... 10 1.4 Função Logarítmica 11 1.5 Função Exponencial 11 1.5.1 Funções Compostas........................................... 11 1.6 Função Modular 11 2 Derivada................................................... 1 2.1 Reta secante e tangente à uma função 1 2.2 Regras da derivação 1 2.2.1 Potências de x................................................ 1 2.2.2 Constante multiplicada por uma função........................... 1 2.2. Soma ou diferença de duas funções.............................. 14 2.2.4 Produto de duas funções....................................... 14 2.2.5 Quociente de duas funções..................................... 14 2.2.6 Função logarítmica............................................ 15 2.2.7 Função exponencial........................................... 15 2.2.8 Funções compostas (Regra da cadeia)............................ 16 2. Analisando as Funções 17 2..1 Pontos Críticos................................................ 17 2..2 Função Crescente e Decrescente................................ 17 2.. Concavidade................................................ 17

Integrais................................................... 19.1 Primitivas 19.2 Integrais Indefinidas 20.2.1 Potências de x................................................ 20.2.2 Caso x 1..................................................... 21.2. Constante multiplicada por uma função........................... 21.2.4 Soma ou diferença de duas funções.............................. 21.2.5 Função exponencial........................................... 21.2.6 Integração de produtos e quociente.............................. 21.2.7 Integração por substituição..................................... 22.2.8 Integração por partes.......................................... 2. Aplicações 24..1 Desvalorização............................................... 24..2 Valorização.................................................. 25.. Receita futura................................................ 25.4 Integral Definida 26.4.1 Teorema Fundamental do Cálculo................................ 26

Relações Funções Funções Polinomiais Função Constante Função Afim - 1 o Grau Função Quadrática - 2 o Grau Função Logarítmica Função Exponencial Funções Compostas Função Modular 1 Funções 1.1 Relações Definição 1.1 Dados dois conjuntos A e B não vazios, definimos o produto cartesiano a entre A e B, denotado por A B, como o conjunto de todos os pares ordenados da forma (x,y) onde x pertence ao primeiro conjunto A e y pertence ao segundo conjunto B, ou seja A B = {(x,y) / x A e y B a Plano Cartesiano e Produto Cartesiano são homenagens ao seu criador René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês. O nome de Descartes em Latim, era Cartesius, daí vem o nome cartesiano. Observação 1.1. Em relação ao produto cartesianos temos: A B B A, se A é não vazio ou B é não vazio e A B. Se A = { ou B = {, por definição: A { = { = { B. Se A possuir n elementos e B possuir m elementos, então A B possui n m elementos. A A é representado por A 2. Exemplo 1.1 Dados A = {a,b,c,d,e e B = {1,2,,4, o produto cartesiano: A B é um conjunto formado por 5 4 = 20 pares ordenados: (a,1), (a,2), (a,), (a,4), (b,1), (b,2), (b,), (b,4), A B = (c,1), (c,2), (c,), (c,4), (d,1), (d,2), (d,), (d,4), (e,1), (e,2), (e,), (e,4) B A é um conjunto formado por 4 5 = 20 pares ordenados: (1,a), (1,b), (1,c), (1,d), (1,e), (2,a), (2,b), (2,c), (2,d), (2,e), B A = (,a), (,b), (,c), (,d), (,e), (4,a), (4,b), (4,c), (4,d), (4,e)

6 Funções B 2 é um conjunto formado por 4 4 = 16 pares ordenados: (1,1), (1,2), (1,), (1,4), b 2 (2,1), (2,2), (2,), (2,), = B A = (,1), (,2), (,), (,4), (4,1), (4,2), (4,), (4,4) Figura 1.1: Representação gráfica do Produto Cartesiano A B, do exemplo 1.1. Definição 1.2 Sejam A e B conjuntos não vazios. Uma relação R de A em B é qualquer subconjunto do produto cartesiano A B, ou seja, R A B. Exemplo 1.2 Consideres as relações abaixo entre os conjuntos A e B, do exemplo 1.1: a) R 1 = {(a,),(b,),(c,2),(c,),(d,2),(d,),(e,4) Figura 1.2: Representação da relação R 1 usando diagrama de Venn, do exemplo 1.2 b) R 2 = {(a,1),(b,1),(c,1),(d,1),(e,1) c) R = {(a,1),(a,2),(a,),(a,4) d) R 4 = A B Obs Uma relação R de A em B pode ser denotada por R : A B. Denotaremos também que (x,y) R por xry, ou seja, x está relacionado com y pela relação R. Exemplo 1. Sejam A = {1,2,,4,5 e B = {0,1,2,,4,5,6,7,8,9,10, uma relação entre esses dois conjuntos, também podem ser definidos por regras, como nas relações abaixo: a) R 1 = {(x,y) A B x = y = {(1,1),(2,2),(,),(4,4),(5,5) b) R 2 = {(x,y) A B x = 2y = {(2,1),(4,2) c) R = {(x,y) A B 2x = y = {(1,2),(2,4),(,6),(4,8),(5,10) d) R 4 = {(x,y) A B x 2 = y = {(1,1),(2,4),(,9) e) R 5 = {(x,y) A B x = y 2 = {(1,1),(4,2) f) R 6 = {(x,y) B B x = y 2 = {(0,0),(1,1),(4,2),(9,)

1.2 Funções 7 Definição 1. Seja R uma relação entre os conjuntos A e B. O domínio da relação R é conjunto definido por: Dom(R) = {x A (x,y) R,para algum y B A imagem da relação R é conjunto definido por: Im(R) = {y B (x,y) R,para algum x A Exemplo 1.4 Considerando os conjuntos e relações do exemplo 1., temos: a) Dom(R 1 ) = {1,2,,4,5 = A e Im(R 1 ) = {1,2,,4,5 = A B b) Dom(R 2 ) = {2,4 e Im(R 2 ) = {1,2 c) Dom(R ) = {1,2,,4,5 = A e Im(R ) = {2,4,6,8,10 d) Dom(R 4 ) = {1,2, = A e Im(R 4 ) = {1,4,9 e) Dom(R 5 ) = {1,2,,4,5 = A e Im(R 5 ) = {1,4 f) Dom(R 6 ) = {0,1,4,9 e Im(R 6 ) = {0,1,2, Definição 1.4 Dada uma relação R A B, podemos classificá-la como: Total: Se para todo a A, existe pelo menos um b B, tal que (a,b) R, ou seja, todo elemento de A se relaciona com algum de B. Sobrejetora: Se para todo b B, existe pelo menos um a A, tal que (a,b) R. É o inverso da total, todo elemento de B é relacionado com algum em A. Funcional Se para todo a A existe um único b B, tal que (a,b) R, ou seja, um elemento de A não pode se relacionar com mais de um elemento em B. Injetora Se para todo b B existe um único a A, tal que (a,b) R, ou seja, o contrário da funcional, um elemento de B não pode ser relacionado com dois ou mais elementos em A diferentes. Monomorfismo Se ela é total e injetora. Epimorfismo se ela é funcional e sobrejetora. Isomorfismo se ela é um monomorfismo e um epimorfismo. 1.2 Funções Definição 1.5 Uma função f de A em B é uma relação em A B, que associa a cada elemento a em A, um único b = f (a) em B, ou seja, f é uma relação total e funcional. f = {(a, f (a)) A B a A e f (a) B A B Uma das notações mais usadas para uma função de A em B, é: f : A B a f (a) = b Exemplo 1.5 Exemplos de relação que são funções e que não são funções: a) As relações R 1 e R 2 do exemplo 1. são funções e R 1 e R 2 não são, pois o elemento a A se relaciona com os elementos 1, 2,, 4 B. Observação 1.2. Quatro aspectos chamam a atenção na definição apresentada: O domínio A da relação. O contradomínio B da relação.

8 Funções Todo elemento de A deve ter correspondente em B. Cada elemento de A só poderá ter um único correspondente no contradomínio B. Estas características nos informam que uma função pode ser vista geometricamente como um conjunto de pontos no plano cartesiano, contidos em A B, que só pode ser cortada uma única vez por uma reta vertical, qualquer que contenha o ponto. Obs Vamos considerar deste ponto em diante que todas as funções, usadas e definidas por quaisquer letras, tenham o conjunto domínio Dom e imagem Im, como intervalos contidos no conjunto dos números reais R. Observação 1.. Usaremos a seguintes notações para os intervalos numéricos: (a,b) = {x R a < x < b chamado de intervalo aberto. R a b [a,b] = {x R a x b chamado de intervalo fechado. R a b (a,b] = {x R a < x b chamado de intervalo aberto à esquerda e fechado à direita. R a b [a,b) = {x R a x < b chamado de intervalo fechado à esquerda e aberto à direita. R (a, ) = {x R a < x a b R [a, ) = {x R a x a R (,b) = {x R x < b a R (,b] = {x R x b b R b Definição 1.6 Chamaremos de zeros (ou raízes) da função f (x) ao conjunto formado por todos os valores de z R tais que a imagem f (z) seja zero, ou seja, Z( f ) = {z R f (z) = 0 1. Funções Polinomiais

1. Funções Polinomiais 9 Definição 1.7 Uma função f de R em R é dita polinomial de grau n se ela for do tipo: f (x) = n i=0 a i x i = a 0 x 0 + a 1 x 1 + a 2 x 2 + + a n x n = a 0 + a 1 x + a 2 x 2 + + a n x n Onde a i x i são chamados de monômios de grau i e os a i R são chamados de coeficientes do termo de grau i, i = 1,...,n. Exemplo 1.6 Considere alguns exemplos 1 : a) p(x) = 1 + 2x + x 2 + 4x + 5x 4, chamada de função polinomial, ou simplesmente polinômio do 4 o grau, com a 0 = 1, a 1 = 2, a 2 =, a = 4 e a 4 = 5; b) f (x) = 4, chamada de função constante, onde a 0 = 4; c) g(x) = 2x, chamada de função afim (ou do 1 o grau), onde a 0 = e a 1 = 2; d) h(x) = x 2 + 2x +, chamada de função quadrática (ou do 2 o grau), onde a 0 =, a 1 = 2 e a 1 = 1. 1..1 Função Constante Definição 1.8 Uma função constante f é uma função polinomial de grau zero, ou seja, é do tipo f (x) = k. O domínio Dom( f ) = R e a imagem é Im( f ) = k. O gráfico de f (x) é uma reta paralela ao eixo x, passando pelo ponto (0,k), no eixo y. Exemplo 1.7 Considere as funções constantes f (x) = e g(x) = 2 exibidas na figura 1. Figura 1.: Gráficos das funções constantes f (x) = e g(x) = 2 1..2 Função Afim - 1 o Grau Definição 1.9 Uma função afim f é uma função polinomial de grau um, também chamada de função do primeiro grau, ou seja, é do tipo f (x) = ax + b, com a 0. O domínio Dom( f ) = R e a imagem é Im( f ) = R. O gráfico de f (x) também é uma reta, porém não é paralela ao eixo x. Exemplo 1.8 Considere as funções f (x) = 2x + 2 e g(x) = x 2 exibidas na figura 1.4 1 Em geral é colocado os termos do maior para o menor grau, ou seja, a função p(x) é escrita da forma p(x) =

10 Funções Figura 1.4: Gráficos das funções f (x) = 2x + 2 e g(x) = x 2 Observação 1.4. Os termos a e b, de uma função afim f (x) = ax + b, são chamados de coeficiente angular e linear respectivamente. Coeficiente Linear O coeficiente linear b é o termo independente da variável x na função do 1 o grau f (x) = ax + b e observe que é exatamente o valor onde o gráfico da função corta o eixo y. Isto se dá pelo simples fato de que o ponto (0, f (0)) = (0,a0 + b) = (0,b) pertence ao gráfico da função. Coeficiente Angular O coeficiente angular a é o termo dependente da variável x na função do 1 o grau f (x) = ax + b. O valor de a indica o coeficiente angular (tanα) que o gráfico da função faz em relação ao eixo x. Relembrando um pouco das propriedades dos triângulos retângulos, na figura 1.5, temos que no triângulo ABC satisfaz: tanα = comprimento do cateto oposto comprimento do cateto adjacente = 2 1 = 2 = a 1.. Função Quadrática - 2 o Grau Definição 1.10 Uma função quadrática f é uma função polinomial de grau dois, também chamada de função do segundo grau, ou seja, é do tipo f (x) = ax 2 + bx + c, com a 0. O domínio Dom( f ) = R e a imagem Im( f ) é uma semi-reta. O gráfico de f (x) é uma parábola, porém não é paralela ao eixo x. Obs Dado uma equação do segundo grau ax 2 + bx + c = 0, com a 0 (1.1) Dependendo do valor = b 2 4ac, chamado de discriminante da equação do 2 o grau, podemos ter: 5x 4 + 4x + x 2 + 2x + 1.

1.4 Função Logarítmica 11 Figura 1.5: Triângulo ABC formado pelo gráfico de f (x) e os eixos cartesianos. a) > 0 a equação admite duas soluções x 1 = b 2a b) = 0 a equação admite apenas uma solução x 1 = b 2a ; c) > 0 a equação não admite soluções reais. e x 2 = b + ; 2a 1.4 Função Logarítmica 1.5 Função Exponencial 1.5.1 Funções Compostas 1.6 Função Modular Definição 1.11 O módulo de um número real x R, denotado por x, é definido por: { x, se x 0 x = x, se x < 0

Reta secante e tangente à uma função Regras da derivação Potências de x Constante multiplicada por uma função Soma ou diferença de duas funções Produto de duas funções Quociente de duas funções Função logarítmica Função exponencial Funções compostas (Regra da cadeia) Analisando as Funções Pontos Críticos Função Crescente e Decrescente Concavidade 2 Derivada 2.1 Reta secante e tangente à uma função Definição 2.1 Chamaremos de coeficiente de Newton de uma função f (x) a razão entre variação da função y = y 1 y 0 = f (x 1 ) f (x 0 ) e a variação dos valores do domínio da função x = x 1 x 0, ou seja, y x = f (x 1) f (x 0 ) x 1 x 0 2.2 Regras da derivação 2.2.1 Potências de x Propiedade 2.2.1 Se f (x) = x p com p R, então f (x) = p.x (p 1) f = p.x (p 1) Exemplo 2.1 Se f (x) = x 5 então f (x) = 5.x 5 1 = 5x 4 Exemplo 2.2 Se f (x) = x = x /2 então: f (x) = 2.x/2 1 = x1/2 2 2.2.2 Constante multiplicada por uma função Propiedade 2.2.2 Se f (x) = K.g(x) com k R, então: f (x) = k.g (x) f = k.g = x 2 Exemplo 2. Se f (x) =.x 4 então f (x) =.[x 4 ] =.(4x ) = 12x Exemplo 2.4 Se f (x) = 2x 2 = 2 x 2 então: f (x) = 2.[x 2 ] = 2.( 2x ) = x

14 Derivada 2.2. Soma ou diferença de duas funções Propiedade 2.2. Se f (x) = g(x) ± h(x), então f (x) = g (x) ± h (x) f = g ± h Ou seja, a derivada da soma/diferença é igual a soma/diferença das derivadas. Exemplo 2.5 Se f (x) = 4x 2 + x então f (x) = [4x 2 ] + [x] = 8x + Exemplo 2.6 Se f (x) = x 1 x = x x 1 então f (x) = [x] [x 1 ] = 1 + 1 x 2 2.2.4 Produto de duas funções Propiedade 2.2.4 Se f (x) = g(x).h(x), então f (x) = g (x).h(x) + g(x).h (x) f = g.h + g.h Exemplo 2.7 Se f (x) = (2x 2 1)(x + 2) então considere g(x) = 2x 2 1 e h(x) = x + 2, logo f (x) = ( 4x )(x + 2) + (2x 2 {{ 1 )( 1 g g h f (x) = Exemplo 2.8 Se f (x) = (5x x 2 )(x 2 x 2) então considere g(x) = 5x x 2 e h(x) = x 2 x 2, logo f (x) = (15x 2 {{ 2x )(x 2 {{ x 2 ) + (5x {{ x 2 )(2x {{ 1 ) g h g h f (x) = h ) 2.2.5 Quociente de duas funções Propiedade 2.2.5 Se f (x) = g(x) com h(x) 0, então h(x) f (x) = g (x).h(x) g(x).h (x) [h(x)] 2 f = g.h g.h Exemplo 2.9 Se f (x) = 2x2 1 x + 2 h 2 então considere g(x) = 2x2 1 e h(x) = x + 2, logo g h f (x) = ( {{ h {{ 4x )( x + 2) ( 2x 2 1)( 1 ) (x + 2) 2 h 2 g

2.2 Regras da derivação 15 f (x) = (x + 2) 2 Exemplo 2.10 Se f (x) = 5x x 2 x 2 x 2 então considere g(x) = 5x x 2 e h(x) = x 2 x 2, logo g h g {{ h f (x) = ( { { 15x 2 2x)( x 2 x 2) ( 5x x 2 )( 2x 1) (x 2 x 2) 2 h 2 f (x) = (x 2 x 2) 2 2.2.6 Função logarítmica Observação 2.1. O logarítmo natural (ou neperiano), representado por lnx é o logaritmo log e x, com base e = 2,718281828459045254 chamada de constante de Euler. Observação 2.2. Para transformar um log de uma base qualquer para ln basta fazer a mudança de base: log b x = log e x log e b = lnx lnb = 1 lnb lnx Propiedade 2.2.6 Se f (x) = lnx com x > 0, então f (x) = 1 x f = 1 x Exemplo 2.11 Se f (x) = 5lnx então f (x) = 4[lnx] = 4 1 x = 4 x 2.2.7 Função exponencial Observação 2.. Seja a base b > 0 então b x = e lnbx = e xlnb, por exemplo, se b = 2 temos 2 x = e xln2 e 0,69x, pois ln2 0,69147181 Propiedade 2.2.7 Se f (x) = e x com e = 2,718281828459045254 (constante de Euler), então f (x) = e x f = e x Exemplo 2.12 Seja N(t) o número de indivíduos (animal ou vegetal) de uma população em um instante t de tempo. A variação da população entre dois instantes t = t 0 e t = t 0 + h (h > 0) é N = N(t 0 + h) N(t 0 ), logo a taxa média de crescimento durante o período de tempo t 0 t t 0 + h é taxa média = N = N(t 0 + h) N(t 0 ) t h A taxa de crescimento instantâneo é obtida desta taxa média quando o período de tempo t = h se aproximar de 0, ou seja, N N(t 0 + h) N(t 0 ) taxa de crescimento = lim = lim = N (t 0 ) h 0 t h 0 h

16 Derivada Vamos considerar, por exemplo, uma população inicial de 100 bactérias, em um meio nutriente e homogêneo, na qual a cada hora o número de bactérias duplique, então temos: N(0) = 100 N(1) = N(0) 2 = 100 2(= 200) N(2) = N(1) 2 = 100 2 2 (= 400) N() = N(2) 2 = 100 2 (= 800). N(t) = N(t 1) 2 = 100 2 t Como a taxa de crescimento da população de bactérias no instante t é N (t) = (100 2 t ) = 100 (e t ln2 ) = 100 (ln2) e t ln2 100 (0,69) 2 t 69 2 t Logo a taxa de crescimento após quatro horas é N (4) 69 2 4 = 1104, ou seja, a população cresce a uma taxa de 1104 bactérias por hora. Exemplo 2.1 Se f (x) = 4e x então f (x) = 4[e x ] = 4e x Exemplo 2.14 Se f (x) = 4x 2 e x então considere g(x) = 4x 2 1 e h(x) = e x, logo f (x) = ( 4x )( e x ) + ( 4x 2 )( e x g h g f (x) = (4x + 4x 2 )e x h ) Exemplo 2.15 Se f (x) = e x lnx então considere g(x) = e x e h(x) = lnx, logo f (x) = ( e x )( lnx ) + ( e x )( 1 ) x g h g h f (x) = (lnx + 1 x )ex 2.2.8 Funções compostas (Regra da cadeia) Propiedade 2.2.8 Se f (x) = g[h(x)], ou seja, f é uma composição das funções g e h, então f (x) = g [h(x)].h (x) f = g (h).h Exemplo 2.16 Se f (x) = (x 2x) 7 então considere g(x) = x 7 e h(x) = x 2x, note que f (x) = g[h(x)], portanto f (x) = 7(x 2x) 6.(x 2 2) g [h(x)] h (x) f (x) = (21x 2 14)(x 2x) 6 A regra da cadeia pode ser usada para funções definida por várias composições, bastando derivar reutilizando a regra da cadeia seguidas vezes.

2. Analisando as Funções 17 Exemplo 2.17 Se f (x) = [ln(x 2x)] 7 então considere g(x) = x 7, h(x) = lnx e i(x) = x 2x, note que f (x) = g{h[i(x)], portanto ( ) f (x) = 7[ln(x 2x)] 6 1. x 2.(6x 2) 2x g {h[i(x)] i (x) h [i(x)] f (x) = 7(6x 2)[ln(x 2x)] 6 x 2 2x Exemplo 2.18 Derive a seguinte função: f (x) = [ln(x 4x)] 2x e 2x x 2. Analisando as Funções 2..1 Pontos Críticos Definição 2.2 Diremos que um ponto (x 0, f (x 0 )) é um ponto crítico da função f (x), se: a) a derivada no ponto x 0 é nulo, ou seja, f (x 0 ) = 0, ou b) a f (x) não é derivável no ponto x 0, ou seja, não existe f (x 0 ) 2..2 Função Crescente e Decrescente Definição 2. Dada uma função f (x) definida em um intervalo I e x 1,x 2 I, então: a) f (x) é crescente em I se f (x 1 ) < f (x 2 ) para x 1 < x 2 ; b) f (x) é decrescente em I se f (x 1 ) > f (x 2 ) para x 1 < x 2 ; c) f (x) é constante em I se f (x 1 ) = f (x 2 ) para todos x 1,x 2 I; Teorema 2..1 Seja f (x) uma função contínua em um intervalo I = [a,b] e diferenciável em (a,b), então se: a) f (x) > 0 para todo x (a,b), então f (x) é crescente em I; b) f (x) < 0 para todo x (a,b), então f (x) é decrescente em I; c) f (x) = 0 para todo x (a,b), então f (x) é constante em I. 2.. Concavidade

Primitivas Integrais Indefinidas Potências de x Caso x 1 Constante multiplicada por uma função Soma ou diferença de duas funções Função exponencial Integração de produtos e quociente Integração por substituição Integração por partes Aplicações Desvalorização Valorização Receita futura Integral Definida Teorema Fundamental do Cálculo Integrais.1 Primitivas Antes de iniciar propriamente as integrais e as propriedades, iremos calcular alguns exemplos de primitivas, apenas com as propriedades das derivadas. Definição.1 Diremos que uma função F(x) é uma primitiva da função f (x), quando: F (x) = f (x) Exercício.1 Encontre as primitivas da função f (x) = 2x Neste caso, nota-se facilmente que F 1 (x) = x 2 + 1 e F 2 (x) = x 2 5 são primitivas de f (x) e que para qualquer constante K, a função F(x) = x 2 + K também é uma primitiva de f (x). Observação.1. Se F 1 (x) e F 2 (x) são primitivas de uma função f (x), então F 1 (x) = F 2 (x) + K, onde K é uma constante. Observação.2. Note que para cada constante K existe uma primitiva, isto graficamente, significa que existem infinitas curvas que representam as primitivas de f (x). 2 1 1 x 2 Exemplo.1 Determinar a função f (x) tal que f (x) = 4x 2x Exemplo.2 F(x) = x 4 2x 2 4 é uma primitiva de f (x) = 12x 4x.

20 Integrais Exercício.2 Encontre as primitivas da função f (x) = x 2x 2 2x + 2 Note que, para se encontrar uma primitiva de f (x) a função F(x), neste caso, tem que ser uma função polinomial do quarto grau F(x) = ax 4 + bx + cx 2 + dx + K, portanto F (x) = 4ax +bx 2 +2cx+d deve ser igual a f (x), logo: 4a =, b = 2, 2c = 2 e d = 2 ou seja, a = 4, b = 2, c = 1 e d = 2, donde F(x) = 4 x4 2 x x 2 + 2x + K. Graficamente temos várias curvas que representam as primitivas de f (x). 2 1 1 x 2 Portanto ao se escolher um ponto P = (x 0,y 0 ) (uma condição) a primitiva fica unicamente determinada. Exemplo. Encontrar a primitiva da função f (x) = x 2x 2 2x + 2 no ponto P = (1,2). Como F(x) = 4 x4 2 x x 2 +2x+K são as primitivas de f (x), para determinar a primitiva que passa pelo ponto P = (1,2), basta substituir o ponto na primitiva, isto é, 2 = F(1) = 4 (1)4 2 (1) (1) 2 + 2(1) + K, donde resulta: K =..2 Integrais Indefinidas A integral indefinida de uma função f (x), é uma primitiva de f (x), denotado por f (x)dx = F(x) + K onde é o sinal de integração (lê-se integral de), dx indica que x é a variável a ser considerada. Temos algumas regras de integração, de fácil obtenção:.2.1 Potências de x Propiedade.2.1 Se f (x) = x n onde n 1, então: f (x) = x n x n dx = xn+1 n + 1 + K Exemplo.4 x 5 dx = x5+1 5 + 1 + K = x6 + K. 6 Exemplo.5 x dx = x /2 dx = x/2+1 /2 + 1 + K = x5/2 5/2 + K = 2 x 5 + K 5

.2 Integrais Indefinidas 21.2.2 Caso x 1 Propiedade.2.2 Se f (x) = 1 x, então: f (x) = 1 x 1 x dx = x 1 dx = ln x + K.2. Constante multiplicada por uma função Propiedade.2. Se f (x) = c.g(x) onde k é uma constante qualquer, então: f (x) = k.g(x) k.f(x)dx = k. f(x)dx.2.4 Soma ou diferença de duas funções Propiedade.2.4 Se f (x) = g(x) ± h(x), então: f (x) = g(x) ± h(x) [f(x) ± g(x)]dx = f(x)dx ± g(x)dx.2.5 Função exponencial Propiedade.2.5 Se f (x) = e x, então: f (x) = e x e x dx = e x + K Exemplo.6 x 4e x + 1dx = x dx 4 ( ) ( ) x 4 x = 4 + K 1 + 4(e x 0+1 + K 2 ) + 0 + 1 + K = =K = x4 {{ 4 + 4ex + x + (K 1 4K 2 + K ) e x dx + 1dx =.2.6 Integração de produtos e quociente Não existe uma regra específica para o produto ou quociente de duas funções. Eventualmente será possível reescrever a integral de uma forma que possa ser integrado pelas regras anteriores. x(x Exemplo.7 4x 2)dx = x 1/2 (x 4x 2)dx = x 7/2 4x /2 2x 1/2 dx = resolva usando as regras anteriores. 5x 6 4x 2 5x 6 Exemplo.8 x dx = x usando as regras anteriores. 4x2 x x dx = 5x 4 x x dx = resolva

22 Integrais.2.7 Integração por substituição A ideia dessa regra, é usar a regra da cadeia para uma determinada função, usando para isso uma substituição adequada, tornando a integral mais simples do que a integral original. Exercício. Calcule a integral 9(x x + 4) 8 (x 2 )dx. Considerando u(x) = x x + 4 temos u (x) = du dx = x2 ou seja, du = (x 2 )dx, logo: 9(x 8 x + 4) (x 2 )dx = 9u 8 du = u 9 + K = u du = (x 9 x + 4) + K u x 2 Exercício.4 Calcule a integral x x + 4 dx. Considerando u(x) = x x + 4 temos u (x) = du dx = x2 ou seja du = (x 2 )dx, logo: x 2 x x + 4 dx = = du {{ 1 x (x 2 )dx = {{ x + 4 u 1 du = ln u + K = u = ln (x x + 4) + K u x Exemplo.9 Calcule a integral x 1 dx. Considerando u(x) = x 1 temos u (x) = du = 1 ou seja du = dx, logo: dx x x 1 dx = = = x 1 u du x {{ x 1 u dx = u + 1 u du = 1 + 1 du = u + ln u + K = u +ln x 1 + K u Exemplo.10 Calcule a integral xln(x 2 + 5)dx. Considerando u(x) = x 2 5 temos u (x) = du du = 2x ou seja = xdx, logo: dx 2

.2 Integrais Indefinidas 2 xln(x 2 + 5)dx = du/2 {{ lnx 2 {{ + 5 xdx = = u lnudu =? 1 2 lnu du 2 =.2.8 Integração por partes Na propriedade da regra do produto (ver 2.2.4) temos: g(x).h (x) = [g(x)h(x)] g (x)h(x) g(x).h (x)dx = [g(x)h(x)] dx g (x)h(x)dx = g(x)h(x) g (x)h(x)dx Exemplo.11 Calcule xe x dx Escolhendo g(x) = x e h (x) = e x, temos g (x) = 1 e h(x) = e x, portanto: x g(x) e x h (x) dx = x g(x) e x h(x) 1 g (x) e x h(x) dx = = xe x e x + K = (x 1)e x + K Note que fazendo a escolha g(x) = e x e h (x) = x, temos g (x) = e x e h(x) = x2 2, portanto: e x g(x) x h (x) dx = e x g(x) x 2 2 h(x) e x g (x) x 2 2 h(x) dx = = xe x (integral mais complicada) Portanto a escolha deve sempre ter como objetivo simplificar a integral, deixando mais simples que a integral original. Exemplo.12 Calcule x x + 5dx Escolhendo g(x) = x e h (x) = x + 5, temos g (x) = 1 e h(x) = 2 (x + 5)/2, portanto: x g(x) x {{ + 5 dx = x h (x) g(x) = 2x x + 5 2 (x + 5)/2 {{ h(x) 1 g (x) 4 15 (x + 5)5/2 + K 2 (x + 5)/2 dx {{ h(x)

24 Integrais Exemplo.1 Calcule lnxdx Escolhendo g(x) = lnx e h (x) = 1, temos g (x) = 1 x e h(x) = x, portanto: lnx g(x) 1 h (x) dx = ln x g(x) x h(x) = xlnx = xlnx x + K 1dx = 1 x g (x) x h(x) dx = Exemplo.14 Terminando o exemplo.10, temos: xln(x 2 + 5)dx = 1 2 lnudu = = 1 (ulnu u) + K = 2 = 1 2 (x2 + 5)ln(x 2 + 5) 1 2 (x2 + 5) + K. Aplicações..1 Desvalorização Exemplo.15 O preço de revenda de uma certa máquina decresce a uma taxa que varia com o tempo de uso. Quando a máquina tinha t anos de uso, a taxa de variação do seu valor era 200(t 10) reais por ano. Se a máquina foi comprada por R$ 12.000,00, quanto valerá 10 anos depois? Seja R(t) o preço de revenda daqui a t anos. Note que: R (t) = dr dt = 200(t 10) = 200t 2000 logo, R(t) = 200t 2000dt = 200 t2 2 2000t +C = 100t2 2000t +C como a máquina foi comprada por R$ 12.000,00, ou seja, para t = 0, temos que C = 12.000, portanto daqui a 10 anos a máquina valerá: R(10) = 100(10) 2 2000(10) + 12000 = R$ 2.000,00 Exemplo.16 O preço de revenda de uma certa máquina decresce a uma taxa que varia com o tempo de uso. Quando a máquina tinha t anos de uso, a taxa de variação do seu valor era 960e t/5 reais por ano. Se a máquina foi comprada por R$ 5.000,00, quanto valerá 10 anos depois?

. Aplicações 25 logo, Seja R(t) o preço de revenda daqui a t anos. Note que: R(t) = 960e t/5 dt = R (t) = dr dt = 960e t/5 4800e u du = 4800e u +C = 4800e t/5 +C como a máquina foi comprada por R$ 12.000,00, ou seja, para t = 0, temos que C = 200, portanto daqui a 10 anos a máquina valerá: R(10) = 4800e 10/5 + 200 = 4800 e 2 + 200 = 4800 7.89 + 200 = R$ 849,61..2 Valorização Exemplo.17 Estima-se que um certo objeto valoriza a uma taxa anual de reais. Quanto valerá daqui a 10 anos o objeto que atualmente vale R$ 500,00? Seja P(t) o preço do objeto daqui a t anos. Note que: logo, P(t) = 0,4x 0,2x 4 + 8000 dt = 1 2 P (t) = dp dt = 0,4x 0,2x 4 + 8000 1 u du = u +C = 0,2x 4 + 8000 +C 0,4x 0,2x 4 + 8000 como o objeto vale atualmente R$ 500,00, ou seja, para t = 0, temos que C = 410,55, portanto daqui a 10 anos o objeto valerá: P(10) = 0,2(10) 4 + 8000 + 410,55 = 100 + 410,55 = R$ 510,55.. Receita futura Exemplo.18 Um poço de petróleo produz 00 barris de petróleo por mês. Este poço deverá secar em anos. Estima-se que, daqui a t meses, o preço do barril de petróleo será de P(t) = 18 + 0, t dólares. Como o petróleo é vendido logo que extraído, qual será a receita total futura do poço? Seja R a receita. Então: Logo: R (t) = dr dt = (dólares recebidos por barril).(n. de barris vendidos por mês) R (t) = dr dt = dr db.db dt = P(t).00 = 5400 + 90 t R(t) = 5400 + 90 tdt = 5400t + 60t /2 +C Como R(0) = 0, segue que C = 0 e R(t) = 5400t +60t /2. Como o poço secará em 6 meses, a receita futura total do poço será de: R(6) = 5400.6 + 60(6) /2 = U$ 207.60,00

26 Integrais.4 Integral Definida.4.1 Teorema Fundamental do Cálculo Suponha que f (x) seja contínua e não-negativa em um intervalo a x b. Você pode calcular o valor aproximado da área abaixo do gráfico de f, entre x = a e x = b, da seguinte maneira: Se fizer uma subdivisão maior, temos: 0 2 2 x 0 2 2 Onde a área do n-ésimo retângulo é f (x i ) x. Portanto a área total será: x A = lim n n i=1 b f (x i ) x = f (x)dx = F(b) F(a) a onde F(x) é uma primitiva de f (x).

.4 Integral Definida 27 f(x) 2 0 2 Exemplo.19 Calcule a área entre o gráfico de f (x) = x 2 + e o eixo x entre 1 x 2. Observando o gráfico nota-se que é só usar o teorema fundamental do calculo para se encontrar a área desejada. f(x) 1 0 2 2 logo, A = x 2 + dx = F(2) F( 1) onde F(x) = x + x +C, portanto: 1 A = 2 +.2 +C ( 1) +.( 1) +C {{ = 26 {{ +C + 10 F(2) F( 1) C = 12 u.a. Exemplo.20 Calcule a área entre o gráfico de f (x) = x 2 + 1 e o eixo x entre 1 x 2. Observando o gráfico nota-se que só dá para usar o teorema fundamental do calculo para se encontrar a área no intervalo 1 x 1. Para se calcular a área no intervalo 1 x 2 basta calcular a integral definida nesse intervalo, considerando-se o resultado positivo, portanto:

28 Integrais 1 1 1 2 0 f(x) Como F(x) = x 1 2 A total = A 1 A 2 = f (x)dx f (x)dx 1 1 + x +C é uma primitiva, temos: A 1 = (1) + (1) +C ( 1) + ( 1) +C {{ = 2 {{ +C + 4 C = 2 F(1) F( 1) A 2 = 2 + 2 +C (1) + (1) +C = 6 {{ +C + 2 C = 4 F(2) F(1) Conclusão: A = 2 ( 4 ) = 10 u.a. Exemplo.21 Calcule a área entre os gráficos de f (x) = x 2 + e o gráfico de g(x) = x 2 + 1 entre 1 x 2. Observando o gráfico nota-se que a área no intervalo 1 x 1 é a diferença entre as áreas entre o eixo x e os gráficos de f (x) e g(x), ou seja: f(x) 1 1 0 1 2 1 1 1 A 1 = f (x)dx g(x)dx = [ f (x) g(x)]dx 1 1 1 e que a área no intervalo 1 x 2 é: 2 A 1 = f (x)dx 1 ( 2 1 g(x) ) 2 g(x)dx = [ f (x) g(x)]dx 1

.4 Integral Definida 29 2 1 Portanto a função h(x) = f (x) g(x) = 2x 2 + 2, satisfaz o teorema, logo A total = A 1 + A 2 = [ f (x) g(x)]dx e como H(x) = 2 x + 2x +C é uma primitiva de h(x), temos: A total = 2 (2) + 2.(2) +C 2( 1) + 2.( 1) +C {{ {{ F(2) F( 1) A total = 20 +C + 4 24 C = = 8 u.a. Exemplo.22 Calcule a área entre os gráficos de f (x) = x 2 9 e o gráfico de g(x) = x 2 + 9 entre 4 x. Observando o gráfico nota-se que a área A 1 no intervalo 4 x é a diferença entre as áreas entre o eixo x e os gráficos de f (x) e g(x) e que a área A 2 no intervalo x é a diferença entre as áreas entre o eixo x e os gráficos de g(x) e f (x), ou seja: 9 f(x) 4 g(x) A total = A 1 + A 2 = [ f (x) g(x)]dx + [g(x) f (x)]dx 4 Para resolver essas integrais, vamos utilizar uma função auxiliar logo h(x) = f (x) g(x) = (x 2 9) ( x 2 + 9) = 2x 2 18 Calculando a primitiva de h(x), temos: Portanto: H(x) = A total = h(x)dx + h(x)dx 4 h(x)dx = 9 2x 2 18dx = 2 x 18x +C A 1 = 2( ) + 18.( ) +C 2( 4) + 18.( 4) +C {{ = 20 {{ u.a. F( ) F( 4)

0 Integrais e A 2 = 2() + 18.() +C 2( ) + 18.( ) +C {{ = 72u.a. {{ F() F( ) Finalmente: A total = 20 26 + 72 = u.a.