CADEIA DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Avaliação de falhas de mercado e propostas de políticas
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1 CADEIA DE SAÚDE SUPLEMENTAR Avaliação de falhas de mercado e propostas de políticas 06 de maio de 2016
2 Síntese do Estudo do Insper Questões Quais são as principais causas de perdas na cadeia de saúde suplementar? O que pode ser feito para reduzir essas perdas? Mensagem principal Complexo sistema de contratações na cadeia da saúde distorce decisões fundamentais: serviço mais caro e, algumas vezes, de menor qualidade. Tema do evento Agenda de políticas públicas e privadas
3 Equipe - Insper Vanessa Boarati Silvia Fága de Almeida Nobuiuki Costa Ito Caroline Raiz Moron William Inhasz Fernanda Rousset Paulo Furquim de Azevedo
4 QUESTÃO INICIAL: Crise conjuntural ou estrutural?
5 Centro de Estudos em Negócios Total de beneficiários
6 Por que? Problema conjuntural (crise) revela problema estrutural
7 Despesas na saúde suplementar
8 SAÚDE SUPLEMENTAR: em busca das causas
9 Ponto central Sistema baseado no provimento privado Duas condições necessárias para bom funcionamento Ônus e bônus das decisões recai sobre quem decide Informações sobre a qualidade Nenhuma dessas condições está presente na cadeia de saúde suplementar Ações voltadas a esses dois problemas podem resultar em ganhos ao sistema
10 A Cadeia de Cadeia de Saúde Ambiente Regulatório ANS Judiciário Conselhos/ Associações CADE ANVISA Fornecedores de Materiais/Equi pamentos Hospitalares Medicamentos Distribuidores Prestação de Serviço de Saúde Hospitais Laboratórios e Medicina Diagnóstica Operadoras de Planos de Saúde Entidades Coletivas Beneficiários Médicos
11 Síntese dos problemas Sistemas de remuneração provêm incentivos para sobreutilização e pouco cuidado com relação custoeficácia Incentivos de mercado para a melhora da qualidade e redução de custos são precários Elevados custos de controle e de monitoramento Esquemas de remuneração de médicos e hospitais (formais ou informais) podem induzir distorções na decisão médica, com implicações à saúde do paciente Judicialização da saúde (centenas de milhares de processos) subverte a política de alocação de recursos escassos
12 PROPOSTAS DE POLÍTICAS Insumos para uma agenda
13 Propostas de políticas públicas e privadas Disclaimer Lista apresentada não se pretende definitiva nem completa Autoria e originalidade Algumas são polêmicas Ambição: levantar pontos para discussão entre atores privados, entidades e estado
14 (i) Modelos de Contratação e Remuneração dos Prestadores de Serviço de Saúde Problema: sistema fee for service induz sobreutilização decisões não atendam a critérios de custo-efetividade custos de monitoramento e de prestação de contas
15 (i) Modelos de Contratação e Remuneração dos Prestadores de Serviço de Saúde Proposta: DRG (Diagnosis-Related Groups) Efeito esperado: incentivo à redução de custos Dois riscos potenciais: efeito sobre a qualidade e previsibilidade de custos Por isso: Incentivo à qualidade (e.g. não pagamento em reinternação) Diagnóstico intensivo em informação (prestador, serviço, paciente). Bigdata permite estimativa mais acurada de procedimentos e riscos. Somente deve ser utilizado em casos de elevada previsibilidade.
16 (ii) Regras de Transparência e Responsabilização dos Agentes Problema: Prestadores de serviços recebem remuneração pela escolha de determinados procedimentos/materiais O incentivo financeiro pode distorcer decisões e resulta em desperdícios, aumento de custos e riscos ao paciente
17 (ii) Regras de Transparência e Responsabilização dos Agentes Propostas: Vedação de pagamento direto a médicos e hospitais para a indicação de materiais e uso de exames. Transparência quanto a pagamentos indiretos a médicos e hospitais Responsabilização da empresa de materiais sobre práticas comerciais utilizadas por seus distribuidores
18 (iii) Coparticipação Problema: Maior parte dos contratos não prevê coparticipação do beneficiário no pagamento dos serviços. Dois efeitos: Sobreutilização dos serviços Menor sensibilidade dos beneficiários a preços: maior o preço de equilíbrio praticado pelos hospitais, EUA: elevação da coparticipação da média de 2-3% para 25% acarretaria uma queda de 16% no preço dos hospitais. Se esta coparticipação média de 2-3% fosse reduzida para zero, o preço se elevaria em 3,7% (Gowrisankaran et al, 2015)
19 (iii) Coparticipação Propostas: Incentivo para a difusão de contratos que utilizem coparticipação Organização de base de dados para estimativas de valor de coparticipação ótima para o Brasil
20 (iv) Modelos de Contratação de Planos de Saúde e Transparência nos Indicadores de Qualidade Problema: Adquirentes de planos de saúde dispõem de poucas informações sobre a qualidade da rede credenciada de cada plano ofertado, em particular de hospitais e médicos. Qualidade deixa de ser um parâmetro relevante para a concorrência entre hospitais e clínicas Há pouco espaço para diferenciais de honorários entre médicos dentro do sistema de saúde suplementar
21 (iv) Modelos de Contratação de Planos de Saúde e Transparência nos Indicadores de Qualidade Proposta: empoderar o comprador Sistematização e divulgação de indicadores de qualidade sobre a rede credenciada. Flexibilização das regras de descredenciamento da rede conveniada, sob supervisão da ANS. Maior flexibilidade para a oferta de planos de saúde com diferentes graus de cobertura Reforçar política de portabilidade.
22 (v) Protocolos e diretrizes médicas Situação: Autonomia e deferência ao médico (indivíduo) Desejável sistema que preserve a deferência ao ato médico, mas que, simultaneamente, retire parte da excessiva discricionariedade de um indivíduo em comandar as principais decisões do sistema de saúde.
23 (v) Protocolos e diretrizes médicas Propostas: Programa de Segunda Opinião independência do 2º médico Detalhamento e maior rigor na observância de protocolos e diretrizes médicas Estabelecidos por um coletivo de médicos, por meio de análise baseada em evidência, devendo ser seguidos pelos médicos individualmente
24 (vi) Judicialização da Saúde Problema: Modo de funcionamento do judiciário (decisão caso a caso) conflita com a política de saúde. Respeitando-se este modus operandi do judiciário, falta é maior deferência do judiciário em relação às decisões de caráter técnico da CONITEC, ANS e da ANVISA, de modo a preservá-las na análise de cada caso individual.
25 (vi) Judicialização da Saúde Propostas: Ação junto ao Conselho Nacional de Justiça para que este elabore orientação aos magistrados, que revele a expertise técnica das decisões dos órgãos técnicos, como a CONITEC e ANS, e a necessidade de coerência da política pública para a saúde. Contínuo aprimoramento da transparência, devido processo e qualidade técnica das decisões da CONITEC, ANS e ANVISA Experiência bem sucedida do Cade
26 Centro de Estudos em Negócios Conclusões Setor em xeque Importante agenda de reformas Oportunidades de redução de ineficiências Menores preços e maiores honorários
27 Obrigado
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