MO I. ot, ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. APELAÇÃO CÍVEL. Obrigação contratual. Locação

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1 + MO I ot, ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ACÓRDÃO Apelação Cível n / Relator : Desembargador. Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho Apelante : Posto Fechine de Combustíveis LTDA (Advs. Thélio Farias e outro) Apelada : Petrobrás Distribuidora S.A (Advs. Carmem Rachel Dantas Mayer e outro) APELAÇÃO CÍVEL. Obrigação contratual. Locação de imóveis e de financiamento com confissão de dívida e garantia hipotecária fidejussória. Extinção do contrato. Baixa na hipoteca. Impossibilidade. Ausência de prova do integral cumprimento da avença. Manutenção do decisum. Medida que se impõe. Desprovimento do apelo. - Não existindo a comprovação da extinção do vínculo contratual, entre as partes, impossível desconstituir a hipoteca. - Persistindo a obrigação principal, não há falar em baixa da hipoteca. VISTOS, relatados e discutidos os present:s aut s. -* êt* (13 n(;)

2 Justiça da Paraíba, por unanimidade, desprover o apelo. ACORDA a Quarta Câmara Cível do Tribunal de 411 Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL interposta contra a sentença, de tis. 159/163 que, nos autos da Ação de Obrigação de Fazer, com Pedido de Tutela Específica proposta pelo Posto Fechine de Combustíveis LTDA, Fechine Dantas & Cia LTDA e Posto Fechine Combustíveis Lubrificantes LTDA, em face da Petrobrás Distribuidora S.A, julgou improcedente o pedido por não haver prova cabal do integral adimplemento contratual pelos promoventes, não podendo, assim, desconstituir a garantia hipotecária a ele atrelada. Em consequência, condenou os autores, ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reias), a título de honorários advocatícios, com esteio no art. 20, 4 Q, do CPC. Inconformados com o decisum, os apelantes, fls. 165/171, informam que o Contrato de Locação de Imóveis e Financiamento com Confissão de Dívida e Garantia Hipotecária Fidejussória, bem como da Escritura Pública, que ensejou a hipoteca dos bens de propriedade da hipotecante (Fechine Dantas & Cia LTDA, correspondentes a 04 (quatro) lotes de terrenos sob os n Qs 15, 156, 17 e 18, da Quadra 21, do Loteamento Granja Provisão, no Bairro de Catolé, na Av. Vigário Calixto, bem corno o imóvel, situado na Rua Siqueira Campos, n Q 908, findaram-se e estão juridicamente extintos, tendo em vista que informaram a apelada, através de Notificações, que tramitaram na 3 4 e 5 4 Vara Cíveis da Comarca de Campina Grande, como demonstram os documentos de fls. 11/13 e 20/23. Asseveram que nada deve a recorrida, motivo pelo qual impõe-se baixa da hipoteca e dos outros gravames, pugnando, ao final, pelo provimento do apelo. Contra-razões, às fls. 176/189. ), "S 4, 8,49

3 A Procuradoria de Justiça, em Parecer da lavra da Dra. Maria do Socorro Silva Lacerda, opinou pelo prosseguimento do feito sem a intervenção do Órgão Ministerial, fls. 195/197. É o RELATÓRIO. VOTO Inicialmente, afirmo ser imprescindível um breve relato dos fatos, para melhor análise da matéria, objeto da lide. Alegam os promoventes/apelantes, que os contratos que vinculavam as partes, ou seja, Contrato de Locação de Imóveis e Financiamento com Confissão de Dívida e Garantia Hipotecária Fidejussória, bem como da Escritura Pública, findaram-se e estão juridicamente extintos, em razão de Notificações Judiciais, que foram efetivadas na 3 e 5 Varas Cíveis da mencionada Comarca, conforme documentos que instruem a inicial, fls. 09/51. Por seu turno, sustenta a promovida/apelada que os contratos não findaram e que remanescem débitos e obrigações contratuais inadimplidas pelos demandantes, impedindo a desconstituição da garantia hipotecária. Para tanto, afirma que o contrato, em tela, prevê aquisição de uma quantidade mínima de combustíveis, ao longo sua vigência, caso contrário, este seria prorrogado indefinidamente, até o integral cumprimento. Ademais, argumentam que os equipamentos que guarnecem o posto de combustíveis dos promoventes pertencem à promovida, cedida em comodato, não podendo ser extinto o contrato enquanto não restituído na forma prevista na própria avença. Com efeito, toda a controvérsia gira em torno da comprovação do término do contrato celebrado entre as partes e a partir dessa confirmação, deliberar sobre a legalidade ou não da manutenção da garantia hipotecária decorrente dos contrato em discussão. k

4 fls. 161/162: Como bem colocado pelo Magistrado sentenciante, às "(...) cumpre destacar que a mera notificação judicial explicitando o desinteresse dos Promoventes em renovar o contrato não implica necessariamente que o contrato esteja findo a partir daí. Para que se caracterize a extinção do contrato, faz-se necessária a comprovação de que as obrigações avençadas hajam sido cumpridas pelos contratantes, em sua íntegra. O inadimplemento contratual impede a resolução do contrato. No caso destes autos, um dado relevante induz a entendimento contrário à tese dos autores. É que, embora afirmem ter findado o contrato entre as partes a partir das notificações judiciais, que se deram em maio e junho de 1997, conforme documentos de fls. 11/50, os documentos trazidos pela promovida, às fls. 125/129, demonstram que os Promoventes permaneceram adquirindo combustíveis da BR, mesmo após essas notificações, de 1998 a 2002, embora em quantidades menores do que as praticadas anteriormente. Se ainda, não estivessem em vigor tais contratos, certamente os combustíveis não continuariam a ser comprados da mesma distribuidora. Por outro lado, o só fato de a Promovida não ter se manifestado quando das notificações judiciais não implica sua anuência tácia aos seus termos, mesmo porque os procedimentos de notificação judicial não têm natureza contenciosa, não permi - a \ contestação ou qualquer outra forma de defe-a, tê a finalidade apenas de prevenir responsab lidade- P 11

5 prover a conservação e ressalva de direitos ou manifestar uma intenção de modo formal, como é o caso daqueles autos. A continuidade da relação contratual é explicitada, desta forma, pela mera manutenção do fornecimento de combustíveis pela Promovida aos Promoventes. A cláusula 1.2 dos contratos de promessa de compra e venda mercantil (fls. 102/110 e 111/120) estabelecem que "o prazo de que trata o item 1.1 desta cláusula ficará automaticamente prorrogado pelo tempo necessário à efetivação da aquisição total (sorna) dos produtos mencionados naquele mesmo item, por parte da PROMISSÓRIA-COMPRADORA, caso a mesma por qualquer motivo, não consiga no prazo previsto, satisfazer a referida obrigação.". Ora, pela simples leitura da Escritura Pública, de fls. 40/46, verifica-se que a hipoteca foi dada pelos autores, corno garantia de financiamento, no valor de CR$ ,00 (cinco milhões, oitocentos e trinta e hum mil, novecentos e noventa e nove cruzeiros) destinado a construção de um Posto de Revenda de combustíveis derivados de petróleo, e álcool etc. Não bastasse isso, a cláusula 1.2 do Contrato de Promessa de Compra e Venda Mercantil firmado entre as partes, fls. 102/109, prevê que o prazo do mesmo se prorroga à efetivação da aquisição total dos produtos. Deste modo, não é possível se falar em cancelamento da hipoteca descrita na inicial, enquanto estão pendentes possíveis débitos oriundos das relações comerciais mantidas entre as empresas, uma vez que os recorrentes não lograram comprovar o fato constitutivo de seu direito, qual seja, o cumprimento integral desse contrato. lkfk

6 Friso, outrossim que, os equipamentos que guarnecem o Posto são de propriedade da apelada, tendo sido cedidos em comodato àqueles, enquanto perdurar o contrato. Ora, não existindo prova da devolução dos equipamentos, presume-se que os contratos continuam vigentes. Destarte, concluo que a hipoteca que se pretende cancelar por meio da presente ação visava garantir dívida decorrente da relação comercial havida entre as empresas, não se podendo requerer a baixa da hipoteca, sem a devida comprovação do cumprimento integral do contrato. Em caso análogo ao dos autos, assim já se decidiu: "Hipoteca - Cancelamento - Ônus constituído para garantia de débitos decorrentes de representação comercial - Prazo de cinco anos decorrido - Subsistência da garantia, nada obstante, em relação à dívidas decorrentes da atuação da representante na vigência desse prazo - Recurso provido." (Tribunal de Justiça de São Paulo; Apelação n Q ; Relator(a): Eduardo Sá Pinto Sandeville; Órgão julgador: 11 2 Câmara de Direito Privado; Data do julgamento: 13/09/2007; Data de registro: 24/09/2007). Assim sendo, persistindo, no caso dos autos, a obrigação principal, não há falar em baixa da hipoteca, nos termos do disposto no art. 849, I do Código Civil de 1916 e do art. 1499, I do novo Código Civil. 411 mantendo em todos os seus termos a decisão objurgada. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO AO APELO, É como VOTO. IP!,. rt *.' ág

7 Presidiu a sessão, o Desembargador Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. Participaram do julgamento, o Desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho, como Relator e o Desembargador João Alves da Silva. Presente a Dra. V nina N.brega de Freitas Dias Feitosa, Promotora de Justiça convocada, repres- tando o Mi isteri )r táblico. Sala das Sess fies da Qu.(":a' do Tribunal de Justiça da Paraíba, em 06 de abril de 2011 d.. ff: n e o. Frederico artin ior Nóbrega coutinho Desembargador Relator

8 Coordenadori,N -11:27/1 Judiciária -42g24:2 Registrado emla