PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA ACÓRDÃO

Transcrição

1 ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. ROMERO MARCELO DA FONSECA OLIVEIRA AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N /001. ORIGEM : 4' Vara Mista da Comarca de Cabedelo. RELATOR : Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. AGRAVANTE : Wilson Furtado Roberto. ADVOGADO : em causa própria. 10 AGRAVADO : Agência de Sites para Informática Ltda. ADVOGADO : Marcos Roberto de Quadros. 2 AGRAVADO: Daniel Mendes da Silva. ADVOGADO : Glaucia Maria Pessoa Rosas e outros. EMENTA: AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. MONOCRÁTICA. SEGUIMENTO RECURSAL NEGADO. AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO CONTRA INDEFERIMENTO DE SUBSITUIÇÃO PROCESSUAL PREVIAMENTE DENEGADA. PRECLUSÃO. INTEMPESTIVIDADE. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. DESPROVIMENTO. 1. A renovação de requerimento previamente indeferido não reabre o prazo para a interposição do recurso cabível contra aquela primeira interlocutória. Preclusão verificada na espécie. 2. Agravo interno desprovido. VISTO, relatado e discutido o presente procedimento referente ao Agravo Interno nos autos do Agravo de Instrumento n /001, em que figuram como Agravante Wilson Furtado Roberto e como Agravados Daniel Mendes da Silva e Agência de Sites para Informática Ltda. ACORDAM os eminentes Desembargadores integrantes da colenda Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, acompanhando o voto do Relator, conhecer do Agravo Interno e negar-lhe provimento. VOTO. Wilson Furtado Roberto interpôs Agravo Interno, E 213/215 contra a Decisão Monocrática de f. 209/210, que negou seguimento ao Agravo de Instrumento por ele manejado para guerrear a Interlocutória, f. 200, prolatada pelo Juízo da 4' Vara Mista da Comarca de Cabedelo, nos autos da Ação de Obrigação de; Fazer c/c Indenização por Danos Morais e ateriais, processo n , movida por Daniel Mendes da Silva enj ce da Agência de Sites para Informáiica Ltda., que indeferiu seu requerimen o dl sibstituição processual do então Autor, ná qualidade de cessionário de direitos aut r Otvira Romeo

2 Alegou que a intempestividade utilizada como fundamento da Monocrática agravada teria sido equivocadamente reconhecida, porquanto, apesar de ter reiterado requerimento anteriormente indeferido pelo Juízo a quo, sem que houvesse interposto Recurso contra a primeira Decisão denegatória, a renovação do pleito ocorr+, em tese, em fase processual distinta, e com base em novos argumentos jurídicos, o que ilidiria, de plano, as razões invocadas para a negativa de seguimento do seu Agravo de Instrumento. Sustentou que os requerimentos anteriores embasaram-se no art. 42, 1 e 2, do CPC, antes do trânsito em julgado da Sentença de conhecimento, enquanto o mais moderno amparou-se no seu art. 567, II, delineado em outra fase processual (cumprimento de sentença), reputando-o "pedido totalmente distinto dos anteriores", f Requereu a reconsideração da Monocrática e, não sendo este o entendimento, pugnou pelo provimento do Agravo Interno para que fosse dado regular seguimento ao Agravo de Instrumento. É o Relatório. Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso. O Agravante, no feito originário, requereu, por três vezes, a substituição processual do Autor da demanda pela sua pessoa, na qualidade de cessionário dos direitos autorais discutidos na Ação ajuizada em face da Agência de Sites para Informática Ltda., que, supostamente, teria se utilizado de material fotográlco de sua lavra, sem a devida autorização e contraprestação pecuniária. Ao contrário do que sustentou o Recorrente, todos os Requerimentos foram formulados numa única fase processual, a de cumprimento de sentença, f. 103/108. O primeiro petitório foi protocolado às f. 136/140 e não chegou a ser apreciado pelo Juízo; o segundo, às f. 148/152, com a mesma fundamentação, foi indeferido pela Decisão de f 160-v, combatida por Embargos de Declaração, f. 163/165, rejeitados às f. 167/167-v. O ora Agravante, então, renovou o Requerimento, f. 168/172, cujo objeto foi exatamente o mesmo das versões anteriores: a substituição do polo atiyo daquela relação processual, embora, agora, utilizando-se de dispositivo legal distinto I o art. 567, II, do CPC. Este terceiro Petitório foi indeferido pela InterlocUtória de f. 173, também embargada, f. 175/178, sem êxito, f O Agravo de Instrumento cujo seguimento foi negado pela recorrida guerreou esta última Decisão, f. 200, que rejeitou os Em manejados contra o segundo indeferimento de substituição process onocrática ora Declaratórios F6titsca Oiveits meto Vou! oetentameaci

3 Feita esta indispensável retrospectiva processual, passo ao Regimental. mérito do Como claramente assentado na Decisão farpeada, a renovação de um mesmo Requerimento, previamente indeferido, não reabre o prazo para a interposição do Recurso cabível contra aquela primeira Interlocutória, tendo-se em conta os efeitos da preclusão. Não bastasse a irrelevância de tais petitórios serem ou não protocolados em fases processuais distintas, a verdade é que as três manifestações se deram, todas, durante a etapa que se convencionou denominar de cumprimento de sentença. A fundamentação utilizada em cada oportunidade é igualmente irrelevante, bastando que o objeto, o desiderato, o fim último, a providência perseguida, seja equivalente. Não fosse assim, abrir-se-iam às partes infinitas oportunidades par9 discutirem as Decisões prolatadas no curso do procedimento, podendo elas se utilizarm, a cada tentativa, de um único fundamento jurídico, até que lograssem êxito, seja na segunda, seja na centésima vez, o que ressoa, de todo, desarrazoado. Ressalte-se, por fim, que a Monocrática, cujo teor trago ao conhecimento do Colegiado, amparou-se na jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, consoante se depreende do seguinte excerto, f. 209/210: Na verdade, a decisão que pretende ver reformada o Agravante, data de 14/09/2012, f. 167/160v, tendo ele logo em seguida formulado novo pedido de substituição em 21/09/2012, tendo novamente sido indeferido pelo Juízo, f O novo pedido formulado não tem o condão de reabrir prazo para recurso e pressupõe que teve ciência do indeferimento anterior. nterposição de Nesse diapasão temos: RECURSO ESPECIAL - MEDIDA CAUTELAR - EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS - DECISÃO QUE IMPÕE OBRIGAÇÃO DE FAZER - AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO NO PRAZO - REITERAÇÃO, POR DESPACHO DO CONTEÚDO DA DECISÃO ANTERIOR - REABERTURA DO?RAZ() PARA AGRAVO DE INSTRUMENTO - IMPOSSIBILIDADE - PRECLUSÃO - OCORRÊNCIA - PRECEDENTES - RECURSO ESPECIAL A QI4JE SE NEGA PROVIMENTO, I - O prazo para a interposição do agravo de instrumento deve ser contado a partir do ato decisório que provocou o gravame, e não de despacho posterior qu simplesmente reitera o conteúdo da decisão anterior; II - A parte recorrente, ao ter ci9cia da decisão que lhe impõe um gravame, deve interpor o recurso de agravo de instrumento desde logo, dentro do prazo I oal, sob pena de preclusão; III - No caso dos mitos, observado pelo Tribunal de rio' que o despacho agravado, sem qualquer conteúdo decisório, significou simples reítr ção da decisão anterior irrecorrida, correto o erftendimento no sentido de reconhecei a intempestividade do recurso de agravo de instrumento; II - Recurso especi se nega provimento. (REsp /RN, Rel. Ministro

4 MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/04/2009, DJe 07(05/2009) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANIFESTA INTEMPESTIV1DADE. ART. 522 DO CPC. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO. 1. Se o recorrente protocola pedido de reconsideração, afigura-se inconteste que teve ciência da decisão proferida, da qual poderia, desde logo, interp r o recurso de agravo de instrumento. 2. Recurso especial improvido. (REsp /MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURM)f, julgado em 24/04/2007, DJ 10/05/2007, p. 364). A Monocrática, portanto, merece ser mantida por seus próprios fundamentos. Posto isso, conhecido o Agravo Interno, nego-lhe provimento. É o voto. Presidi o julgamento, realizado na sessão ordinária da Quarta Câmara Cível, em 19 de fevereiro de 2013, dele participando, além de mim, Relator, os Excelentíssimos Desembargadores Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho e João Alves da Silva. Gomes. Presente à sessão a Exm.a Procuradora de Justiça Jacilene Nicolàu Faustino Gabinete n TJ/P13 em J / ajo Peásoa, 07 de mar <7-fi Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira Relator O

5 TRIBUNAL DE ati,51.m. WretOria Judici ia eiti