INFECÇÕES VIRAIS NO RIM TRANSPLANTADO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "INFECÇÕES VIRAIS NO RIM TRANSPLANTADO"

Transcrição

1 INFECÇÕES VIRAIS NO RIM TRANSPLANTADO As infecções virais permanecem como uma causa importante de morbimortalidade após o transplante renal (27). São mais comuns no primeiro ano pós transplante ou após o tratamento de quadros de rejeição, embora suas consequências possam ser percebidas com uso prolongado da imunossupressão. Medidas preventivas ou de vigilância e tratamento precoce levaram à modificação de muitos desfechos desfavoráveis e reduziram a perda do enxerto e a mortalidade. Apesar de mais prevalente, o citomegalovírus (CMV) não é o único patógeno envolvido. A seguir, serão descritos alguns dos vírus frequentemente relacionados a infecções pós- transplante renal. CMV O CMV é um membro da família dos Herpesviridae - subfamília dos Beta- Herpesviridae. Descoberto em 1950, é uma das causas mais frequente de infecções após o transplante. Apesar do significativo desenvolvimento no diagnóstico e tratamento, permanece como um importante fator de impacto na morbidade, mortalidade e sobrevida do enxerto. (14) Apresenta distribuição universal e transmissão através de fluidos corporais. O contato, na maioria das vezes, ocorre durante a infância. A prevalência é maior nos países em desenvolvimento, onde a soroprevalência pode aproximar-se de 100%. Dados referentes ao Brasil evidenciaram uma soroprevalência de cerca de 80-90% nos principais centros urbanos. (1, 24) A profilaxia, o diagnóstico e tratamento precoces tem relação direta com os desfechos do transplante. A apresentação clínica é variável, podendo apresentarse como viremia assintomática, manifestações semelhantes a um quadro gripal, com febre e mal-estar geral, ou doença invasiva (colite, retinite, pneumonite etc). Leucopenia e trombocitopenia estão frequentemente associadas. Os efeitos diretos do CMV são consequência da replicação, disseminação e invasão dos tecidos.

2 O acometimento renal, quando presente, pode se manifestar como lesão renal aguda. A biópsia evidencia um infiltrado instersticial pleiomórfico com linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Tubulite costuma estar presente, com inclusões basofílicas rodeadas por um halo (inclusões tipo olho de coruja ) e citomegalia. Hipercelularidade glomerular endocapilar é rara (31). Além de tais efeitos diretos são descritas alterações com menor relevância no quadro clinico, mas, talvez, mais envolvidas no aumento da morbimortalidade e sobrevida do enxerto. Os efeitos indiretos são consequência das propriedades imunomoduladoras (imunossupressoras ou inflamatórias) do CMV. Estas aumentam o risco de infecções bacterianas, virais e fúngicas, além de doenças linfoproliferativas pós transplante (PLTD), disfunção e perda do enxerto, rejeição aguda e crônica, tromboses vasculares - possivelmente por infecção de células endoteliais - e atrofia tubular e fibrose intersticial. (21). Não se pode afirmar que tais efeitos indiretos relacionem-se à magnitude da viremia ou se mesmo viremias assintomáticas seriam suficientes para desencadeálos. Diante da frequência e possíveis eventos adversos associados ao CMV, utilizamse dois métodos principais de prevenção: 1- A profilaxia oral contínua que consiste no emprego de drogas antivirais em doses menores (profiláticas) para um determinado grupo com risco elevado de CMV. 2- O tratamento preemptivo definido como a vigilância semanal/quinzenal por um período determinado (primeiros meses após o transplante ou após tratamento de rejeição). Neste método, são avaliados PCR ou antigenemia e, a partir de determinado valor, é instituído o tratamento com antivirais. Cada uma dessas abordagens apresenta vantagens e desvantagens e a adoção de alguma dessas medidas deve ser encorajada a fim de se evitar um grande numero de infecções sintomáticas, doença invasiva e desfechos desfavoráveis. Em uma análise retrospectiva na África do Sul, o uso da profilaxia relacionou-se de forma significativa com a redução da ocorrência de CMV. (14)

3 Entre os possíveis benefícios da profilaxia oral contínua, destacam-se a redução de infecções oportunistas e PTLD, melhor sobrevida do paciente e enxerto e menores taxas de rejeição. Entretanto, esta estratégia não é isenta de eventos adversos, como um maior risco de doença tardia (CMV tardio), resistência aos antivirais, aumento da toxicidade e custos mais elevados. O tratamento preemptivo, por outro lado, relaciona-se a um menor custo (embora exija maior monitorização e vigilância), menor risco de toxicidade e de CMV tardio. Entre os pontos negativos incluem-se o maior risco de infecções oportunistas e possivelmente menor sobrevida do enxerto. Poucos estudos compararam estes esquemas de profilaxia. Kliem (13) comparou as diferentes abordagens em 148 pacientes que apresentavam clearances de creatinina semelhantes e encontrou como resultado maior sobrevida do enxerto no grupo que recebeu a profilaxia oral contínua. Estudos posteriores, entretanto, demonstraram a eficácia do tratamento preemptivo. O estudo IMPACT (12) comparou um outro ponto bastante controverso: a duração da profilaxia oral contínua. Neste estudo a profilaxia com duração de 200 dias (quando comparada à 100 dias) mostrou-se benéfica na prevenção do CMV no grupo de pacientes de alto risco (doador com sorologia positiva e receptor com sorologia negativa). Após 2 anos, houve menos casos de CMV(doença) no grupo que utilizou a profilaxia por 200 dias (21.3%), quando comparado ao grupo com profilaxia por 100 dias. A rejeição e perda do enxerto foram semelhantes nos dois grupos. Em relação à escolha do esquema imunossupressor, estudos prévios demonstram que a utilização de inibidores de mtor, como esquema inicial de imunossupressão, associam-se a menores taxas de infecção pelo CMV. (16) Em um estudo que comparou o uso de micofenolato com o everolimus em que foi avaliado incidência de CMV (infecção / doença), em uma população de baixo/moderado risco imunológico, sem profilaxia, a incidência de CMV foi significativamente menor nos pacientes que receberam everolimus e dose reduzida de tacrolimus, quando comparado ao grupo que recebeu tacrolimus em doses

4 usuais e micofenolato. Além disso, houve uma menor recorrência de CMV no grupo que utilizou inibidores da mtor. (25) Estes resultados sugerem que, excluída a população de alto risco imunológico, ou aqueles que foram submetidos a tratamento de rejeição, possivelmente não existe a necessidade de profilaxia ou vigilância do CMV (tratamento preemptivo) quando utilizado o inibidor da mtor. Analisando-se a fisiopatologia, a invasão pelo CMV depende, parcialmente, da inibição de células T produtoras de interferon-γ TH1- específicas. Estas são estimuladas pelos inibidores da mtor. In vitro, a proliferação das células T apresenta a capacidade de eliminar as células infectadas pelo CMV. (15) Ainda em relação ao estudo de Tedesco-Silva et al, a associação de imunossupressão que demonstrou menor risco de CMV foi aquela que utilizou timoglobulina - como indução - associada ao inibidor da mtor. Uma possível explicação para estes resultados foi a utilização de doses mais baixas de timoglobulina (3 mg/kg), o que reduziu potenciais efeitos deletérios, associado à elevada eficácia na prevenção de rejeição aguda. A incidência mais elevada de CMV foi encontrada nos pacientes após tratamento de rejeição aguda, o que indica necessidade de profilaxia/ tratamento preemptivo nestes pacientes. Para o tratamento, recomenda-se utilizar o ganciclovir ou o valganciclovir. O uso deste tornou-se mais comum nos últimos anos e tem a conveniência de ser administrado por via oral- o que reduz a necessidade de internação e as possíveis complicações associadas ao tratamento endovenoso. Entretanto, a biodisponibilidade da droga pode ser prejudicada, particularmente na presença de patologias gastrointestinais. Recomenda-se, portanto, a escolha do ganciclovir para a doença mais grave ou quando a absorção intestinal está comprometida. Independente da droga escolhida (ganciclovir ou valganciclovir), é importante utilizá-la em doses corretas. O ajuste da dose é realizado de acordo com a função renal, calculado pela fórmula de Cockcroft-Gault (30). A duração do tratamento é determinada pela negativação do vírus (medida usualmente PCR ou antigenemia) e tem duração mínima de 14 dias, o que minimiza o risco de resistência ou recorrência do CMV. Suspeita de resistência ao

5 tratamento surge na ausência de melhora clínica ou persistência de viremia mesmo com o uso prolongado da medicação (usualmente mais de 6 semanas de dose cumulativa). A ocorrência de resistência é rara sem o uso prévio do antiviral. As mutações mais comumente associadas à resistência ao ganciclovir são UL97 e UL54. A troca para o foscarnet está indicada nestes casos. O CMV permanece como causa importante de complicações clínicas em pacientes que utilizam drogas imunossupressoras, o que justifica a busca por medidas que reduzam a incidência da infecção. Quando possível, deve-se optar por uso de um imunossupressor que se associe a menor risco de CMV. Nos pacientes que apresentam elevado risco imunológico ou utilizam o micofenolato, cada instituição deve adotar um esquema que procure reduzir a ocorrência da doença, seja a profilaxia ou o tratamento preemptivo. Cada uma dessas abordagens apresenta particularidades, vantagens e eventos adversos. POLIOMA BK VÍRUS O BK ( Polioma BK) vírus é um DNA- vírus, membro da família de polyomavirus, inicialmente isolado em 1971 em um indivíduo de 39 anos procedente do Sudão e receptor de um transplante renal. (22,28). Apresenta semelhanças com outro polioma, o JC vírus- envolvido na LEMP (leucoencefalopatia multifocal progressiva). (9) Baseando-se em variações na sequência do DNA, podem ser classificados em seis subtipos/genótipos, sendo mais frequentes o genótipo I (80%) e IV (15%). (22) Tornou-se reconhecido causador de estenose ureteral e de cistite hemorrágica nos pacientes submetidos a transplante renal e de células hematopoiéticas. O primeiro relato de nefropatia pelo BK vírus foi descrito em 1995 em Pittsburgh, em um paciente submetido a transplante renal. A biópsia identificou um infiltrado inflamatório intersticial, com áreas de tubulite, além de inclusões virais. O diagnóstico foi estabelecido com imunohistoquímica. (20)

6 A infecção pelo BK, assim como no caso do CMV, ocorre durante a infância e se apresenta muitas vezes com um quadro de sintomas gripais. Grande parte da população adulta (60-80%) apresenta anticorpos para este vírus. (9). A maioria das infecções é assintomática e levam à latência viral no tecido renal. Viruria assintomática pode acontecer principalmente em receptores de transplante renal ou naqueles submetidos ao transplante de células hematopoiéticas- com incidência que se aproxima de 50%. (20) Atualmente o Polioma BK é sabidamente um importante responsável por disfunção e perda do enxerto renal. A replicação viral pode ocorrer precocemente, embora muitos casos só sejam identificados quando já existe disfunção renal. Dentre os indivíduos que apresentam replicação viral, 7-8% desenvolvem a nefropatia que acarretará na perda do enxerto renal. (10) O aumento da imunossupressão está fortemente relacionada à ocorrência da nefropatia. Outros fatores de risco são: doador com sorologia positiva, sexo masculino, episódios de rejeição, número de mismatches (HLA), tempo de isquemia fria prolongado e presença de stent ureteral. (22) Com a ascensão da infecção ao córtex renal, ocorre a viremia e por fim, a nefropatia. A viriuria ocorre precocemente na reativação do BK. É reconhecida como precursora que leva à viremia em 6-12 semanas. Após o desenvolvimento da viremia, o surgimento da nefropatia costuma ocorrer após 2-6 semanas. (28) A importância da precocidade no diagnóstico consiste em impedir o desenvolvimento da doença no enxerto renal. Para tanto, faz-se necessário a realização de screening periódico. Conforme orientado pelo KDIGO (Kidney Disease Improving Global Outcomes) e pela Sociedade Americana de Transplante (29), o teste utilizado para o diagnóstico precoce do BK vírus deve ser PCR quantitativa plasmática. Alguns centros optam por utilizar a citologia urinária para screening diagnóstico, uma vez que este teste apresenta excelente especificidade e menor custo. A PCR é reservada para os pacientes que apresentam persistentemente Decoy cells. Decoy cells são células que apresentam corpos de inclusão intranucleares com aspecto de vidro fosco. É um teste muito específico para a

7 presença do BK vírus, embora não seja capaz de predizer a ocorrência de viremia e, portanto, a ocorrência da nefropatia. (9) A detecção da PCR é muito sensível e específica para a ocorrência da doença no enxerto. Apesar disso, não existe um cutoff definitivo, a partir do qual haja uma forte associação com o desenvolvimento da nefropatia. Estudos sugerem que uma carga viral >4 log cópias/ml estão relacionados a achados na biópsia renal. (10) As opções de tratamento são limitadas. A imunidade celular adaptativa é necessária para o controle do BK vírus. As células T CD4+ e CD8+ apresentam papel importante na eliminação do vírus. A redução da imunossupressão ainda é a principal medida utilizada para o tratamento. Usualmente opta-se pela suspensão do anti-metabólito, como o micofenolato, e redução das doses do tacrolimus, ou a troca deste pela ciclosporina. Entretanto, dados mais recentes sugerem que inibidores da calcineurina (tanto o tacrolimus quanto a ciclosporina) também estão envolvidos na redução da resposta celular ao BK. (8) Outras opções de tratamento são o uso de Leflunomida, cidofovir, ciprofloxacino, rapamicina ou imunoglobulinas. Estudos em andamento comparam novas estratégias terapêuticas, incluindo a substituição do tacrolimus pelo sirolimus. Nos indivíduos com perda do enxerto renal pelo BK vírus e que serão submetidos a um novo transplante, é necessário garantir a eliminação do vírus. A nefrectomia do enxerto acometido não parece uma medida protetora no retransplante (22) EPSTEIN-BARR Descoberto em 1964 por Anthony Epstein, Yvonne Barr e Burt Achong, o Epstein-Barr (EBV), também conhecido como herpesvirus 4, é um membro da família de herpesvírus gamma. (2, 15) É um DNA vírus que infecta o hospedeiro através da saliva, primeiro acometendo as células epiteliais da orofaringe e posteriormente as células B. Apresenta distribuição universal, com soroprevalência maior que 90% na

8 população adulta (15). Nos países em desenvolvimento o contato com o vírus muitas vezes ocorre na infância, o que difere dos países desenvolvidos, nos quais os indivíduos o fazem no início da idade adulta. Existem dois subtipos do EBV: EBV-1 e EBV-2 (EBV-A e EBV-B). O EBV-1 predomina na Europa e Estados Unidos e o EBV-2 apresenta maior prevalência na África e Nova Guiné. A transmissão ocorre entre indivíduos principalmente através de saliva, e possivelmente por via sexual. A maioria das infecções é subclínica, entretanto, muitos indivíduos apresentam Mononucleose. Esta é uma síndrome clínica caracterizada por febre, linfadenopatia e faringite. Foi descrita incialmente em 1920, antes mesmo da descoberta do agente causador. (7) No transplante renal, o EBV pode manifestar-se como viremia assintomática, Mononucleose ou PTLD. Entre os portadores de viremia assintomática, a presença do vírus (identificado por PCR) não acarreta menor sobrevida do paciente ou do enxerto e relaciona-se à sorologia negativa pré-transplante. É menos comum em indivíduos de etnia branca e corre mais comumente no primeiro ano póstransplante. (3) Principalmente entre os mais jovens, o EBV no pós-transplante apresentase como Mononucleose, com febre, acometimento linfonodal, podendo evoluir para um quadro séptico. Outras apresentações menos comuns são síndrome de Guillain- Barré, anemia hemolítica auto-imune e síndrome hemofagocítica. (15) A complicação mais grave descrita é a PTLD. Inicialmente descritas como uma complicação rara, ao longo dos anos percebeu-se que era responsável por mais de 20% das neoplasias em receptores de órgãos sólidos. (23) Dentre os transplantes de órgãos sólidos, os receptores de enxerto renal apresentam a menor incidência ( %), contrastando com receptores de múltiplos órgãos e intestino (5,19). O papel do EBV no desenvolvimento da PTLD já é bem estabelecido, sendo diretamente relacionada à imunossupressão, com a inibição das células T. Em relação aos fatores de risco, além do órgão transplantado, o status sorológico prétransplante (doador e receptor) e o tempo do transplante são fatores relacionados.

9 A vigilância para o tratamento pode ser realizada com medidas da carga viral utilizando-se a amplificação do DNA viral (por PCR) no sangue periférico. Os portadores de PTLD apresentam cargas virais mais elevadas. O aumento súbito da carga viral também sugere o disgnóstico. (9). O tratamento pode incluir a redução da imunossupressão, rituximab, tratamento cirúrgico (para doença localizada), radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. ADENOVIRUS O Adenovírus é um DNA vírus linear usualmente relacionado a quadros respiratórios, gastrointestinais ou de conjuntivite. Entretanto, pode ter apresentação clínica diferente em indivíduos expostos à imunossupressores. (17) No transplante renal, a infecção pelo adenovírus pode ocorrer por infecção de novo, adquirida por fontes ambientais ou pelo doador. O mais comum, entretanto, é que ocorra por reativação de infecção latente. Na maior parte das vezes manifesta-se como quadros limitados de infecções do trato urinário (18, 26), mas pode variar desde viremia assintomática à cistite hemorrágica ou doença disseminada: com acometimento de múltiplos órgãos. Rejeição e perda do enxerto, assim como aumento da mortalidade também estão relacionadas. A doença é mais comum nos primeiros meses pós-transplante, com mais de 90% dos casos ocorrendo no primeiro ano (11,26). Viremia assintomática pode ser encontrada em 6.5% dos pacientes. (17) Pacientes sintomáticos, com viremia positiva e acometimento de dois ou mais sistemas são classificados como portadores de doença disseminada. O diagnóstico é realizado por PCR quantitativa ou por exame histopatológico. Pode ser realizada cultura do vírus. A PCR é utilizada, ainda, como monitorização de resposta ao tratamento. As alterações histopatológicas consistem em inclusões basofílicas intranucleares com aumento do tamanho dos núcleos das células acometidas. Os túbulos distais costumam ser mais acometidos que os proximais. Necrose tubular

10 aguda e nefrite intersticial aguda com um infiltrado pleiomórfico composto por linfócitos, histiócitos, plasmócitos e neutrófilos, edema e hemorragia podem estar presentes. Nefrite interstitial granulomatosa parece ser característica da infecção por Adenovírus. Necroses focais podem acometer o parênquima renal. (32) O primeiro passo para o controle da doença, como em outras infecções virais, baseia-se na redução da imunossupressão. Esta medida muitas vezes é suficiente para a resolução da cistite hemorrágica. O tratamento com antivirais e imunoglobulinas é indicado nos casos em que existe piora ou progressão da infecção mesmo após a redução da imunossupressão. Dentre os antivirais utilizados incluem-se cidofovir, ganciclovir e ribavirina. O cidofovir não deve ser a droga de primeira escolha pelo risco de nefrotoxicidade (17). Uma alternativa poderá ser o brincidofovir, derivado lipídico do cidofovir, que além de apresentar maior penetração celular parece minimizar o risco de nefrotoxicidade. Existem estudos em andamento a fim de avaliá-lo no tratamento de Adenovírus tanto nos receptores de transplante de medula como nos de órgãos sólidos (17). Além dos descritos detalhadamente, outros agentes como o herpes vírus-6, 7 e 8, os vírus da hepatite B e C podem causar manifestações após o transplante renal. Nos últimos anos, o uso de novos agentes imunossupressores contribuiu para o aumento das infecções. A instituição de uma prevenção eficaz e o tratamento precoce permanecem desafiando os médicos que lidam com o transplante renal.

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ALMEIDA LN, AZEVEDO RS, AMAKU M, MASSAD E. Cytomegalovirus soroepidemiology in an urban community of São Paulo, Brazil. Rev Saude Publica 2001; 35(2): ANDERSSON, Jan. An Overview of Epstein-Barr Virus: from Discovery to Future DirectioNs for Treatment and Prevention. Herpes : 200 Oct; 7(3): BAMOULID J. et al, Subclinical Epstein Barr virus viremia among adult renal transplant recipients: incidence and consequences. Am J Transplant. 2013;13: DALL A, HARIHARAN S. BK Virus Nephritis after Renal Transplantation. Clinical Journal of the American Society of Nephrology : CJASN. 2008;3(Suppl 2):S68-S75. doi: /cjn DIERICKX D, TOUSSEYN T, SAGAERT X, et al. Single-center analysis of biopsy confirmed posttransplant lymphoproliferative disorder: incidence, clinicopathological characteristics and prognostic factors Leuk Lymphoma 2013; 54: DIERICKX M, HABERMANN. Post-transplantation Lymphoproliferative Disorders in Adults. N Engl J Med 2018;378: DOI: /NEJMra EBELL MH, CALL M, SHINHOLSER J, GARDNER J. Does This Patient Have Infectious Mononucleosis?: The Rational Clinical Examination Systematic Review. JAMA Apr 12;315(14): [PubMed]

12 8. ELGI A, KOHLI S, DICKENMANN M et al. Inhibition of polyomavirus BK specific T cell responses by immunosuppressive drugs. Transplantation 2009; 88: HIIRSCH HH, KNOWLESK W, DICKENMANN M, et al. Prospective study of poly- omavirus type BK replication and nephropathy in renal-transplant recipi- ents. N Engl J Med. 2002;347: HIRSCH HH, BRENNAN DC, DRACHENBERG CB et al. Polyomavirus associated nephropathy in renal transplantation: interdisciplinary analyses and re- commendations. Transplantation 2005; 10: HOFLAND CA, ERON LJ, WASHECKA RM. Hemorrhagic adenovirus cystitis after renal transplantation. Transplant Proc. 2004;36: HUMAR A, LIMAYE P, BLUMBERG EA, HAUSER IA, VINCENTI F, JARDINE AG, ABRAMOWICZ D, IVES JAL, FARHAN M, PEETERS P. Extended Valganciclovir Prophylaxis in D+/R- Kidney Transplant Recipients is Associated With Long-Term Reduction in Cytomegalovirus Disease: Twoyear Results of the IMPACT Study. Transplantation. 90(12): , DEC 2010 DOI: /TP.0b013e3181ff1493 PMID: Issn Print: Publication Date:2010/12/ KLEIM V, FRICKE L, WOLLBRINK T, BURG M, RADERMACHER J, ROHDE F. Improvement in long-term renal graft survival due to CMV prophylaxis with oral ganciclovir: results of a randomized clinical trial. Am J Transplant May;8(5): doi: /j x. Epub 2008 Feb KOTTON, C.N. (2013), CMV: Prevention, Diagnosis and Therapy. American Journal of Transplantation, 13: Doi: /ajt LE J, DURAND CM, AGHA I, BRENNAN DC. Epstein Barr virus and renal transplantation. Transplantation Reviews, Volume 31, Issue 1, MALVEZZI P, JOUVE T, ROSTANG L. Use of Everolimus-based Imunossupression to Deceased Cytomegalovirus Infection after Kidney

13 Transplant. Exp Clin Transplant Aug;14(4): doi: /ect Epub 2016 Apr MROCH H, TUTTLE K, OJOGHO O, ROONEY M, DESMOND S, BANI- HANI S. Disseminated Adenovirus Nephritis After Kidney Transplantatio.Kidney International Reports, Volume 3, Issue 1, NANMOKU K. Clinical characteristics and outcomes of adeno- virus infection of the urinary tract after renal transplantation. Transpl Infect Dis. 2016;18: OPELZ G, D.HLER B. Lymphomas after solid organ transplantation: a collaborative transplant study report. Am J Transplant 2004; 4: PURIGHALLA R, SHAPIRO R, MCCAULEY J, RANDHAWA P: BK virus infection in a kidney allograft diagnosed by needle biopsy. Am J Kidney Dis 26 : ,1995 [PubMed] 21. RAMANAN P, RAZONABLE RR. Cytomegalovirus Infections in Solid Organ Transplantation: A Review. Infection & Chemotherapy. 2013;45(3): doi: /ic SAWINSK D, GORAL S. BK virus infection: an update on diagnosis and treatment. Nephrol Dial Transplant (2015) 30: doi: /ndt/gdoi: /ndt/gfu023 Advance Access publication 25 February SIEGEL RL, MILLER KD, JEMAL A. Cancer statistics, CA Cancer J Clin 2016;66: SUASSUNA JH, LEITE LL, VILLELA, LH. Prevalence of cytomegalovirus infection in diferente patient groups of an urban university in Brazil. Rev Soc Bras Med Trop 1995; 28(2): TEDESCO-SILVA H, FELIPE C, FERREIRA A, CRISTELLI M, OLIVEIRA N, SANDES-FREITAS T, AGUIAR W, CAMPOS E, GERBASE-DELIMA M, FRANCO M, MEDINA-PESTANA J. Reduced Incidence of Cytomegalovirus Infection in Kidney Transplant Recipients Receiving Everolimus and Reduced Tacrolimus Doses. Am J Transplant Oct;15(10): doi: /ajt Epub 2015 May 18.

14 26. WATCHARANANAN SP. Adenovirus disease after kidney trans- plantation: course of infection and outcome in relation to blood viral load and immune recovery. Am J Transplant. 2011;11: WEIKERT BC, BLUMBERG EA. Clin J Am Soc Nephrol Mar; 3(Suppl 2): S76 S86. doi: /CJN PMCID: PMC YAMADA Y, TSUCHIYA T, INGAKI I, SEISHIMA M, DEGUCHI T. Prediction of Early BK Virus Infection in Kidney Transplant Recipients by Number of Cells with Intranuclear Inclusion Bodies (Decoy Cells). (Transplantation Direct 2018;4: e340; doi: /TXD Published online 23 January, 2018.) 29. KDIGO (KIDNEY DISEASE IMPROVING GLOBAL OUTCOMES).American Journal of Transplantation 2009; 9 (Suppl 3): S1 S The Authors Wiley Periodicals Inc. Journal compilation 2009 The American Society of Transplantation and the American Society of Transplant Surgeons. 30. KOTTON CN, KUMAR D, CALIENDO AM, ASBERG A, CHOU S, DANZIGER-ISAKOV L, HUMAR A on behalf of The Transplantation Society International CMV Consensus Group. Updated International Consensus Guidelines on the Management of Cytomegalovirus in Solid-Organ Transplantation. Transplantation: August 27th, Volume 96 - Issue 4 - p ; doi: /TP.0b013e31829df29d. 31. FOGO AB ET AL. AJKD Atlas of Renal Pathology: Cytomegalovirus Infection. American Journal of Kidney Diseases, Volume 68, Issue 6, e35 - e LUSCO MA, FOGO AB, NAJAFIAN B, ALPERS CE. AJKD: Atlas of Renal Pathology: Adenovirus Infection. AJKD Atlas of Renal Pathology: Adenovirus Infection. American Journal of Kidney Diseases, Volume 71, Issue 1, e1 - e2.

15

Infecções virais no rim transplantado

Infecções virais no rim transplantado Infecções virais no rim transplantado Gabriel Teixeira Montezuma Sales Nefrologista Pós graduando em Nefrite INTRODUÇÃO Neoplasia DAE Perda do enxerto Infecção Viral Rejeição Mortalidade Cukuranovic et

Leia mais

Polioma vírus e Transplante Renal

Polioma vírus e Transplante Renal Polioma vírus e Transplante Renal Arthur Heinz Miehrig Médico Nefrologista UNIFESP/EPM! INTRODUÇÃO Polioma vírus é um pequeno vírus de DNA que infecta uma variedade de animais, incluindo humanos (1). Exemplos

Leia mais

INTRODUÇÃO LESÃO RENAL AGUDA

INTRODUÇÃO LESÃO RENAL AGUDA INTRODUÇÃO Pacientes em tratamento imunossupressor com inibidores de calcineurina estão sob risco elevado de desenvolvimento de lesão, tanto aguda quanto crônica. A manifestação da injuria renal pode se

Leia mais

Análise de custo do uso oral de Valganciclovir para tratamento de viremia por citomegalovírus

Análise de custo do uso oral de Valganciclovir para tratamento de viremia por citomegalovírus Instituto Nacional de Cardiologia Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde - NATS Análise de custo do uso oral de Valganciclovir para tratamento de viremia por citomegalovírus Demanda : Giovanna Ferraiuoli

Leia mais

GESF no Transplante. Introdução

GESF no Transplante. Introdução GESF no Transplante Introdução A glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) é um padrão histológico de lesão renal que pode apresentar diferentes etiologias, incluindo doenças imunológicas, genéticas,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO COMISSÃO DE EXAMES DE RESIDÊNCIA MÉDICA. Nome do Candidato Caderno de Prova 15, PROVA DISSERTATIVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO COMISSÃO DE EXAMES DE RESIDÊNCIA MÉDICA. Nome do Candidato Caderno de Prova 15, PROVA DISSERTATIVA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO COMISSÃO DE EXAMES DE RESIDÊNCIA MÉDICA Novembro/2010 Processo Seletivo para Residência Médica - 2011 15 - Ano Opcional em Nefrologia Nome do Candidato Caderno de Prova

Leia mais

Casos Clínicos Sessão 5. Caso 6

Casos Clínicos Sessão 5. Caso 6 Casos Clínicos Sessão 5. Caso 6 Receptor: S.A.V, 45 anos, masculino, branco. DRC por DM1 HD por 1 ano e 2 meses. Tx renal há 1 ano e 6 meses Outras comorbidades: HAS. Doador: Doador falecido - F.G.H, 50

Leia mais

Anatomia patológica da rejeição de transplantes

Anatomia patológica da rejeição de transplantes Anatomia patológica da rejeição de transplantes Transplantes de Órgãos e Tecidos Aspectos inflamatórios e imunológicos da rejeição Daniel Adonai Machado Caldeira Orientador: Prof. Nivaldo Hartung Toppa

Leia mais

COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO

COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO COMPLICAÇÕES RENAIS NO TRANSPLANTE HEPÁTICO Serviço de Nefrologia HUCFF - UFRJ Rodrigo Alves Sarlo Alvaro Luis Steiner Fernandes de Souza TRANSPLANTE HEPÁTICO Primeiro transplante no início dos anos 60

Leia mais

Controle da hepatite C no pós-transplante hepático

Controle da hepatite C no pós-transplante hepático Controle da hepatite C no pós-transplante hepático II Workshop Internacional de Atualização em Hepatologia Curitiba - 2007 Rosângela Teixeira História natural da hepatite C recorrente após o TX 2-6% Colestática

Leia mais

Glomerulonefrite pós infecciosa

Glomerulonefrite pós infecciosa Glomerulonefrite pós infecciosa Residentes: Liliany Pinhel Repizo Roberto Sávio Silva Santos Nefrologia HCFMUSP Epidemiologia Cerca de 470.000 casos por ano no mundo, 97% em países em desenvolvimento.

Leia mais

Retrovírus Felinos. Fernando Finoketti

Retrovírus Felinos. Fernando Finoketti Retrovírus Felinos Fernando Finoketti Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil Maio de 2014 Retrovírus - Características Capsídeo icosaédrico. Possuem envelope. Genoma composto de duas moléculas idênticas

Leia mais

Farmácia Clínica em Oncologia: Como eu faço no TCTH?

Farmácia Clínica em Oncologia: Como eu faço no TCTH? Farmácia Clínica em Oncologia: Como eu faço no TCTH? Farm. Carlos Henrique Moreira da Cunha Farmacêutico do Desenvolvimento no HSL Tutor do Programa de Residência Multiprofissional no Cuidado ao Paciente

Leia mais

Hepatites. Introdução

Hepatites. Introdução Hepatites Introdução As hepatites virais são importantes causas de morbidade e mortalidade em todo mundo. As hepatites B e C são etiologias de grande relevância na população com cirrose hepática, sendo

Leia mais

Caso Clínico. (abordagem de Glomerulopatias pós-transplante)

Caso Clínico. (abordagem de Glomerulopatias pós-transplante) 16 A 18 DE ABRIL, 2018 HOSPITAL DO RIM, SÃO PAULO, SP Caso Clínico (abordagem de Glomerulopatias pós-transplante) Dra. Maria Almerinda V. F. Ribeiro Alves Dr. Henrique Machado Proença Caso clínico Transplante

Leia mais

Patogenia Viral II. Rafael B. Varella Prof. Virologia UFF

Patogenia Viral II. Rafael B. Varella Prof. Virologia UFF Patogenia Viral II Rafael B. Varella Prof. Virologia UFF Patogenia: interação de fatores do vírus e do hospedeiro, com consequente produção de doença Patogenia das viroses Processo de desenvolvimento de

Leia mais

Caso Clínico 1. HD: Síndrome Retroviral Recente

Caso Clínico 1. HD: Síndrome Retroviral Recente Caso Clínico 1 Mulher, 36 anos. Final Nov 2015- febre, adenomegalia cervical, cefaleia, náuseas. Relação sexual desprotegida nos últimos 30 dias. Anti HIV+ CD4+ 1.830 cel/mm³ (47%); CD8+ 904 cel/mm³ (23.2%);

Leia mais

PARECER COMISSÃO FORMADA POR: Valter Duro Garcia, Roberto C. Manfro, Mário Abbud, Hélio Tedesco Silva Jr. e Lucio Moura

PARECER COMISSÃO FORMADA POR: Valter Duro Garcia, Roberto C. Manfro, Mário Abbud, Hélio Tedesco Silva Jr. e Lucio Moura PARECER COMISSÃO FORMADA POR: Valter Duro Garcia, Roberto C. Manfro, Mário Abbud, Hélio Tedesco Silva Jr. e Lucio Moura HISTÓRICO DO PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PARA O TRANSPLANTE RENAL

Leia mais

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. HIV/AIDS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. HIV/AIDS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS HIV/AIDS Aula 2 Profª. Tatiane da Silva Campos Diagnóstico - investigação laboratorial após a suspeita de risco de infecção pelo HIV. janela imunológica é

Leia mais

NEFROTOXICIDADE MEDICAMENTOSA. Dr. Carlos Alberto Balda Professor afiliado da Disciplina de Nefrologia da EPM - UNIFESP

NEFROTOXICIDADE MEDICAMENTOSA. Dr. Carlos Alberto Balda Professor afiliado da Disciplina de Nefrologia da EPM - UNIFESP NEFROTOXICIDADE MEDICAMENTOSA Dr. Carlos Alberto Balda Professor afiliado da Disciplina de Nefrologia da EPM - UNIFESP FUNÇÃO RENAL 7.507 PACIENTES INTERCONSULTA HSP/ UNIFESP NORMAL; 392 AGUDO; 3785

Leia mais

ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER. Doenças Sexualmente Transmissíveis Parte 8. Profª. Lívia Bahia

ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER. Doenças Sexualmente Transmissíveis Parte 8. Profª. Lívia Bahia ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER Doenças Sexualmente Transmissíveis Parte 8 Profª. Lívia Bahia HIV/AIDS A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS, do inglês acquired immune deficiency syndrome) é causada

Leia mais

INFECÇÃO URINÁRIA EM ADULTO

INFECÇÃO URINÁRIA EM ADULTO Página: 1 de 6 1. Definição: É o comprometimento de uma ou mais estruturas do sistema urinário geralmente de etiologia bacteriana. 2. Diagnóstico: 2.1 Clínico Início abrupto dos sintomas a seguir sugerem

Leia mais

Herpesvírus linfotrópicos: CMV e EBV. Prof. Dr. Eurico Arruda Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP

Herpesvírus linfotrópicos: CMV e EBV. Prof. Dr. Eurico Arruda Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP Herpesvírus linfotrópicos: CMV e EBV Prof. Dr. Eurico Arruda Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP Caso Clínico Uma semana depois de uma famosa festa a fantasia, um aluno do 2º ano de medicina da

Leia mais

O fardo atual da infecção por citomegalovírus em receptores de transplante renal que não recebem profilaxia farmacológica

O fardo atual da infecção por citomegalovírus em receptores de transplante renal que não recebem profilaxia farmacológica Artigo Original Original Article O fardo atual da infecção por citomegalovírus em receptores de transplante renal que não recebem profilaxia farmacológica The current burden of cytomegalovirus infection

Leia mais

Após um episódio de ITU, há uma chance de aproximadamente 19% de aparecimento de cicatriz renal

Após um episódio de ITU, há uma chance de aproximadamente 19% de aparecimento de cicatriz renal Compartilhe conhecimento: Devemos ou não continuar prescrevendo antibiótico profilático após diagnóstico da primeira infecção urinária? Analisamos recente revisão sistemática e trazemos a resposta. Em

Leia mais

TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA JOSÉ ULYSSES AMIGO FILHO fevereiro de de 2012 Dr.Donall Thomas Dr.Ricardo Pasquini Transplante de medula óssea TIPOS DE TRANSPLANTE SINGÊNICOS ALOGÊNICOS - aparentados haploidênticos

Leia mais

INVESTIGAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL DE INFECÇÃO POR POLIOMAVÍRUS EM TRANSPLANTE RENAL

INVESTIGAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL DE INFECÇÃO POR POLIOMAVÍRUS EM TRANSPLANTE RENAL 488 INVESTIGAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL DE INFECÇÃO POR POLIOMAVÍRUS EM TRANSPLANTE RENAL Polyomavirus infection in kidney transplantation Juliana Montagner, Tatiana Michelon, Regina Schroeder, Alexandre

Leia mais

Rejeições em transplantes renais. Henrique Machado de Sousa Proença Médico Patologista

Rejeições em transplantes renais. Henrique Machado de Sousa Proença Médico Patologista Rejeições em transplantes renais Henrique Machado de Sousa Proença Médico Patologista Rejeições em transplantes renais Rejeição celular Rejeição humoral Classificação de Banff 1997-2015 Categorias 1 Normal

Leia mais

Biologia. Transplantes e Doenças Autoimunes. Professor Enrico Blota.

Biologia. Transplantes e Doenças Autoimunes. Professor Enrico Blota. Biologia Transplantes e Doenças Autoimunes Professor Enrico Blota www.acasadoconcurseiro.com.br Biologia HEREDITARIEDADE E DIVERSIDADE DA VIDA- TRANSPLANTES, IMUNIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES Os transplantes

Leia mais

Comparação de biópsia renal guiada ou não por ultrassom em transplantados renais

Comparação de biópsia renal guiada ou não por ultrassom em transplantados renais Vol. 5 (1): 14-18 2018 REVISTA ELETRÔNICA DA COMISSÃO DE ENSINO E TREINAMENTO DA SBU ARTIGO ORIGINAL Comparação de biópsia renal guiada ou não por ultrassom em transplantados renais Douglas J. Kamei (1),

Leia mais

Glomerulonefrites Secundárias

Glomerulonefrites Secundárias Doenças sistêmicas nfecto-parasitárias Nefropatia da gravidez Medicamentosa doenças reumáticas, gota, mieloma, amiloidose, neoplasias SDA hepatite viral shistossomose Doenças Reumáticas Lupus eritematoso

Leia mais

Família Herpesviridae

Família Herpesviridae Herpesvírus Humanos Família Herpesviridae Vírus ubíquos Altamente espécie-específicos Causam Latência: Capacidade de manter conteúdo genético dentro da célula hospedeira, sem replicar ou causar doença.

Leia mais

Interação vírus célula Aspectos Gerais. Tatiana Castro Departamento de Microbiologia e Parasitologia (UFF)

Interação vírus célula Aspectos Gerais. Tatiana Castro Departamento de Microbiologia e Parasitologia (UFF) Interação vírus célula Aspectos Gerais Tatiana Castro Departamento de Microbiologia e Parasitologia (UFF) Interação Vírus - Célula Relacionada ao ciclo de replicação do vírus Efeitos primários da infecção

Leia mais

INFECÇÕES NO TRANSPLANTE DE FÍGADO. Edson Abdala 2016

INFECÇÕES NO TRANSPLANTE DE FÍGADO. Edson Abdala 2016 INFECÇÕES NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Edson Abdala 2016 HISTÓRIA NATURAL CLÁSSICA Primeiro mês Fatores de risco perioperatórios/ IRAS Segundo sextomês Fatores de risco imunossupressão/ IOs >6meses Infecções

Leia mais

Vale a pena tratar o Imunotolerante na Hepatite Crônica B? Patrícia LofêgoGonçalves HUCAM-UFES

Vale a pena tratar o Imunotolerante na Hepatite Crônica B? Patrícia LofêgoGonçalves HUCAM-UFES Vale a pena tratar o Imunotolerante na Hepatite Crônica B? Patrícia LofêgoGonçalves HUCAM-UFES Introdução Fases da infecção pelo VHB Considerações sobre tratamento da hepatite crônica B Razões para não

Leia mais

Particularidades no reconhecimento da IRA, padronização da definição e classificação.

Particularidades no reconhecimento da IRA, padronização da definição e classificação. Particularidades no reconhecimento da IRA, padronização da definição e classificação. Camila Eleuterio Rodrigues Médica assistente do grupo de Injúria Renal Aguda do HCFMUSP Doutora em nefrologia pela

Leia mais

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA TRABALHO FINAL DO 6º ANO MÉDICO COM VISTA À ATRIBUIÇÃO DO GRAU DE MESTRE NO ÂMBITO DO CICLO DE ESTUDOS DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA PEDRO HENRIQUE

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS CCV

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ COORDENADORIA DE CONCURSOS CCV Conhecimentos Específicos - Questão 27 Houve erro no gabarito oficial. A resposta correta é a opção B, nódulos de distribuição centro-lobular são os achados radiológicos mais característicos da silicose,

Leia mais

FABIANA CARVALHO VIEIRA DA COSTA ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA RECIDIVA DE DOENÇA POR CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL

FABIANA CARVALHO VIEIRA DA COSTA ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA RECIDIVA DE DOENÇA POR CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL FABIANA CARVALHO VIEIRA DA COSTA ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA RECIDIVA DE DOENÇA POR CITOMEGALOVÍRUS EM PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo

Leia mais

Desfechos clínicos de transplantes renais realizados em centro único - Hospital do Rim

Desfechos clínicos de transplantes renais realizados em centro único - Hospital do Rim Artigo Original Original Article Desfechos clínicos de 11.436 transplantes renais realizados em centro único - Hospital do Rim Clinical outcomes of 11,436 kidney transplants performed in a single center

Leia mais

Anemia Infecciosa das Galinhas

Anemia Infecciosa das Galinhas Anemia Infecciosa das Galinhas Leonardo Bozzi Miglino Programa de Pós-graduação - UFPR Mestrado Ciências Veterinárias 2010 Histórico: Isolado e descrito no Japão (1979), chamado de agente da anemia das

Leia mais

Espectro clínico. Figura 1 Espectro clínico chikungunya. Infecção. Casos Assintomáticos. Formas. Típicas. Fase Aguda. Fase Subaguda.

Espectro clínico. Figura 1 Espectro clínico chikungunya. Infecção. Casos Assintomáticos. Formas. Típicas. Fase Aguda. Fase Subaguda. Secretaria de Vigilância em Saúde Espectro clínico O período de incubação intrínseco, que ocorre no ser humano, é em média de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no vetor,

Leia mais

Infecções Herpéticas. Benedito Antônio Lopes da Fonseca Disciplina de Moléstias Infecciosas e Tropicais Departamento de Clínica Médica FMRP - USP

Infecções Herpéticas. Benedito Antônio Lopes da Fonseca Disciplina de Moléstias Infecciosas e Tropicais Departamento de Clínica Médica FMRP - USP Benedito Antônio Lopes da Fonseca Disciplina de Moléstias Infecciosas e Tropicais Departamento de Clínica Médica FMRP - USP Transmissão HSV-1 secreções respiratórias HSV-2 contato sexual vertical 85%

Leia mais

Imagem da Semana: Fotografia

Imagem da Semana: Fotografia Imagem da Semana: Fotografia Figura 1: Lesão cutânea em membro inferior Figura 2: Lesão cutânea em região frontal Enunciado Criança, sexo masculino, 3 anos e 6 meses, portador de leucemia linfoide aguda,

Leia mais

PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA PAV IMPORTÂNCIA, PREVENÇÃO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E NOTIFICAÇÃO

PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA PAV IMPORTÂNCIA, PREVENÇÃO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E NOTIFICAÇÃO PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA PAV IMPORTÂNCIA, PREVENÇÃO CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E NOTIFICAÇÃO IRAS PAINEL GERAL O risco de um passageiro morrer numa viagem aérea é de cerca de um em dez milhões

Leia mais

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais Profa. Claudia Vitral Importância do diagnóstico laboratorial virológico Determinar a etiologia e acompanhar o curso de uma infecção viral Avaliar a eficácia

Leia mais

Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos

Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos 1. Introdução A rejeição mediada por anticorpos (RMA) é reconhecida como uma das principais causas de perda do enxerto renal, insultos de naturezas diversas podem

Leia mais

Infecção por Poliomavírus: tratamento com Cidofovir e Imunoglobulina Inespecífica, um esquema promissor?

Infecção por Poliomavírus: tratamento com Cidofovir e Imunoglobulina Inespecífica, um esquema promissor? INFECÇÃO POR POLIOMAVÍRUS: TRATAMENTO COM CIDOFOVIR E IMUNOGLOBULINA INESPECÍFICA, UM ESQUEMA PROMISSOR? Case Report Rev Port Nefrol Hipert 2006; 20 (1): 51-60 Infecção por Poliomavírus: tratamento com

Leia mais

APLICAÇÕES DA BIOLOGIA MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HEPATITE B. Maio

APLICAÇÕES DA BIOLOGIA MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HEPATITE B. Maio APLICAÇÕES DA BIOLOGIA MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HEPATITE B Maio - 2009 BIOLOGIA MOLECULAR & HEPATITE B INFECÇÃO CRÔNICA PELO VÍRUS B Afeta mais de 300 milhões de indivíduos em todo o mundo.

Leia mais

O papel do farmacêutico no transplante renal Alexandra Nicolau Ferreira Brígido, MD

O papel do farmacêutico no transplante renal Alexandra Nicolau Ferreira Brígido, MD O papel do farmacêutico no transplante renal Alexandra Nicolau Ferreira Brígido, MD Hospital do Rim, disciplina de nefrologia, UNIFESP Transplante renal Opção terapêutica para pacientes com Insuficiência

Leia mais

MANEJO HEPATITES VIRAIS B/C

MANEJO HEPATITES VIRAIS B/C MANEJO HEPATITES VIRAIS B/C HEPATITE C PAPEL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE EDUARDO C. DE OLIVEIRA Infectologista DIVE HCV HCV RNA vírus família Flaviviridae descoberta do HVC (1989) Vírus da hepatite não

Leia mais

PROTOCOLO MÉDICO DIARRÉIA AGUDA. Área: Médica Versão: 1ª

PROTOCOLO MÉDICO DIARRÉIA AGUDA. Área: Médica Versão: 1ª Página: 1 de 6 1. Introdução: Diarréia aguda se refere ao aumento do volume e/ou frequência das fezes e perda de nutrientes fecais com um curso menor que 14 dias. A incidência de diarreia aguda é pouco

Leia mais

ENFERMAGEM DOENÇAS HEPÁTICAS. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS HEPÁTICAS. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM DOENÇAS HEPÁTICAS Profª. Tatiane da Silva Campos - Consideradas por muitos profissionais da área da saúde como pouco expressivas. - Porém, são altamente prevalentes na população e algumas como

Leia mais

Cam ila L a ú L c ú ia D a e D di d vitis T i T ossi

Cam ila L a ú L c ú ia D a e D di d vitis T i T ossi M I O C A R D I T E Serviço de Hospital Infantil Darcy Vargas Camila Lúcia Dedivitis Tiossi Nailton José Soares Formiga CONCEITO É a inflamação do miocárdio associada à necrose miocelular. Covisat - em

Leia mais

Merkel Cell Carcinoma Tratamento imunológico

Merkel Cell Carcinoma Tratamento imunológico Merkel Cell Carcinoma Tratamento imunológico Dr Frederico Perego Costa Centro de Oncologia Hospital Sírio Libanês São Paulo - Brasil Merkel cell carcinoma - incidência Carcinoma neuroendócrino bastante

Leia mais

III Tema: Imunoglobulinas em dermatomiosite e polimiosite

III Tema: Imunoglobulinas em dermatomiosite e polimiosite Parecer do Grupo Técnico de Auditoria em Saúde 013/06 Tema: Imunoglobulinas em Dermatomiosite e polimiosite I Data: 02/05/2006 II Grupo de Estudo: Dra. Silvana Márcia Bruschi Kelles Dra. Lélia Maria de

Leia mais

Toxoplasmose Cerebral em paciente portadora de Esclerose Múltipla sob tratamento com Natalizumabe

Toxoplasmose Cerebral em paciente portadora de Esclerose Múltipla sob tratamento com Natalizumabe Toxoplasmose Cerebral em paciente portadora de Esclerose Múltipla sob tratamento com Natalizumabe Autores: Castro R.S1; Quinan, T.D.L2; Protázio F.J3; Borges, F.E4 Instituição: 1- Médico Residente em Neurologia

Leia mais

BENEFIT e CHAGASICS TRIAL

BENEFIT e CHAGASICS TRIAL BENEFIT e CHAGASICS TRIAL Estudos Clínicos em Chagas Patricia Rueda Doença de Chagas Terceira doença parasitária mais comum do mundo (Malária e Esquistossomose) Cardiopatia chagásica é a forma mais comum

Leia mais

Vírus DNA tumorais: PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) Testes inespecíficos:

Vírus DNA tumorais: PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) Testes inespecíficos: Vírus DNA tumorais: PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) Os vírus do papiloma humano são classificados na família Papillomaviridae, gênero Papilomavírus. São vírus envelopados, de simetria icosaédrica, com 72 capsômeros

Leia mais

Clostridium difficile NA REALIDADE BRASILEIRA. Maria Beatriz S. Dias Hospital Sírio Libanês, HC-FMUSP

Clostridium difficile NA REALIDADE BRASILEIRA. Maria Beatriz S. Dias Hospital Sírio Libanês, HC-FMUSP Clostridium difficile NA REALIDADE BRASILEIRA Maria Beatriz S. Dias Hospital Sírio Libanês, HC-FMUSP TRATAMENTO TRATAMENTO DIARRÉIA POR C. DIFFICILE vancomicina, metronidazole, fidaxomicina, acido fusidico,

Leia mais

Sindrome Hepatorenal(HRS) Dr Rodrigo S Kruger UFPR- CTSI

Sindrome Hepatorenal(HRS) Dr Rodrigo S Kruger UFPR- CTSI Sindrome Hepatorenal(HRS) Dr Rodrigo S Kruger UFPR- CTSI Avaliação da função renal na CIRROSE Medidas de creatinina com interferência pela bilirrubina. Produção hepatica de creatina reduzida Edema importante

Leia mais

TRATAMENTO PREEMPTIVO NA HEPATITE B: QUEM DEVERIA SER TRATADO?

TRATAMENTO PREEMPTIVO NA HEPATITE B: QUEM DEVERIA SER TRATADO? TRATAMENTO PREEMPTIVO NA HEPATITE B: QUEM DEVERIA SER TRATADO? WORNEI BRAGA FMT-HVD MANAUS - BRASIL VHB E SUA IMPORTÂNCIA VHB E SUA IMPORTÂNCIA VÍRUS DNA PEQUENO CIRCULAR FITA DUPLA PARCIAL Hepadnaviridae

Leia mais

Incidência e fatores de risco para complicações infecciosas no primeiro ano após o transplante renal

Incidência e fatores de risco para complicações infecciosas no primeiro ano após o transplante renal Artigo Original Original Article Incidência e fatores de risco para complicações infecciosas no primeiro ano após o transplante renal Incidence of infectious complications and their risk factors in the

Leia mais

HBV e o paciente imunossuprimido. VII WIAH 29 e 30 de agosto de 2014 Prof Dra Dominique Muzzillo - UFPR

HBV e o paciente imunossuprimido. VII WIAH 29 e 30 de agosto de 2014 Prof Dra Dominique Muzzillo - UFPR HBV e o paciente imunossuprimido VII WIAH 29 e 30 de agosto de 2014 Prof Dra Dominique Muzzillo - UFPR Paciente TMO chamado Antonio t HBsAg negativo Imunossupressão Reconstituição imune HBsAg positivo

Leia mais

GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 1.317, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2000

GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 1.317, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2000 GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 1.317, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2000 O Ministro de Estado da Saúde no uso de suas atribuições legais, Considerando a Lei nº 9.434, de 04 de fevereiro de 1997, que dispõe sobre

Leia mais

Novas Perspectivas da Equipe Multiprofissional para o Transplante Haploidêntico

Novas Perspectivas da Equipe Multiprofissional para o Transplante Haploidêntico Novas Perspectivas da Equipe Multiprofissional para o Transplante Haploidêntico Desafios do gerenciamento do cuidado no TCTH Haploidêntico Enfª Msc Maria Fernanda V. Esteves Coordenadora Enfermagem Hospital

Leia mais

Centro Universitário de Anápolis UniEVANGÉLICA CURSO DE MEDICINA

Centro Universitário de Anápolis UniEVANGÉLICA CURSO DE MEDICINA Centro Universitário de Anápolis UniEVANGÉLICA CURSO DE MEDICINA SOROPREVALÊNCIA DE CITOMEGALOVÍRUS NO TRANSPLANTE RENAL EM UMA UNIDADE HOSPITALAR NO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA - GO Andreza Araújo Costa Rios

Leia mais

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014 PROVA OBJETIVA

RESIDÊNCIA MÉDICA 2014 PROVA OBJETIVA RESIDÊNCIA MÉDICA 2014 1 Questão 1 Paciente de 23 anos, do sexo masculino, é trazido ao hospital em anasarca. Sua história clínica teve início quatro semanas antes, quando notou urina com espuma e edema

Leia mais

Tratamentos do Câncer. Prof. Enf.º Diógenes Trevizan

Tratamentos do Câncer. Prof. Enf.º Diógenes Trevizan Tratamentos do Câncer Prof. Enf.º Diógenes Trevizan As opções de tratamento oferecidas para os pacientes com câncer devem basear-se em metas realistas e alcançáveis para cada tipo de câncer específico.

Leia mais

HEPATITE B INTRODUÇÃO À PATOLOGIA

HEPATITE B INTRODUÇÃO À PATOLOGIA INTRODUÇÃO À PATOLOGIA O vírus da Hepatite B (VHB) é o agente etiológico da Hepatite B vírica, uma das doenças infecciosas mais frequentes a nível mundial. A infecção aguda pelo VHB pode ter uma apresentação

Leia mais

HÁBITOS DE VIDA: caminhoneiro, tabagista (um maço/dia), consumo moderado de álcool (1 drink 15 g / dia).

HÁBITOS DE VIDA: caminhoneiro, tabagista (um maço/dia), consumo moderado de álcool (1 drink 15 g / dia). CASO CLÍNICO HMA: LCU, 43 a, sexo masculino, com anorexia, náuseas, vômitos, mal-estar geral há uma semana. Nos últimos dois dias apresentou cefaleia, fotofobia, tosse e coriza. HÁBITOS DE VIDA: caminhoneiro,

Leia mais

Avaliação Clínica do Paciente com Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica

Avaliação Clínica do Paciente com Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica XVI WORKSHOP INTERNACIONAL DE HEPATITES VIRAIS DE PERNAMBUCO V SIMPÓSIO DE TRANSPLANTE HEPÁTICO E HIPERTENSÃO PORTA BRASIL/INGLATERRA RECIFE 03 E 05 DE MAIO DE 2012 Avaliação Clínica do Paciente com Doença

Leia mais

Transplante de Células Tronco Hematopoéticas

Transplante de Células Tronco Hematopoéticas Transplante de Células Tronco Hematopoéticas Fábio Rodrigues Kerbauy Andreza Alice Feitosa Ribeiro Introdução Transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH) é uma modalidade de tratamento baseado

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS HEPATITES VIRAIS. Adriéli Wendlant

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS HEPATITES VIRAIS. Adriéli Wendlant UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS HEPATITES VIRAIS Adriéli Wendlant Hepatites virais Grave problema de saúde pública No Brasil, as hepatites virais

Leia mais

Quando parar o tratamento da hepatite B nos cirróticos e não-cirróticos? Deborah Crespo

Quando parar o tratamento da hepatite B nos cirróticos e não-cirróticos? Deborah Crespo Quando parar o tratamento da hepatite B nos cirróticos e não-cirróticos? Deborah Crespo Metas de tratamento da hepatite B crônica Melhora na qualidade de vida e sobrevida Evitando a progressão da doença

Leia mais

TÍTULO: IMUNOMARCAÇÃO DE COX-2 DE MODELO CARCINOGÊNESE MAMARIA POR INDUÇÃO QUÍMICA

TÍTULO: IMUNOMARCAÇÃO DE COX-2 DE MODELO CARCINOGÊNESE MAMARIA POR INDUÇÃO QUÍMICA TÍTULO: IMUNOMARCAÇÃO DE COX-2 DE MODELO CARCINOGÊNESE MAMARIA POR INDUÇÃO QUÍMICA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FARMÁCIA INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE JAGUARIÚNA AUTOR(ES):

Leia mais

Hemocomponentes filtrados, irradiados e lavados. Fabiana Sinnott Ghaname

Hemocomponentes filtrados, irradiados e lavados. Fabiana Sinnott Ghaname Hemocomponentes filtrados, irradiados e lavados Fabiana Sinnott Ghaname Hemocomponentes filtrados Hemocomponentes filtrados Filtração: remoção de leucócitos (99,9%) < 5 x 10 6 leucócitos/ unidade atividade

Leia mais

1ª Aula Teórico-Práticas Doenças Infeciosas Ano letivo 2016/2017

1ª Aula Teórico-Práticas Doenças Infeciosas Ano letivo 2016/2017 1ª Aula Teórico-Práticas Doenças Infeciosas Ano letivo 2016/2017 Módulo I Mecanismos de patogenicidade dos agentes de infeção Mecanismos de patogenicidade dos vírus Bibliografia: Murray, 7th, cap 45 15

Leia mais

PALAVRAS-CHAVE Processos Linfoproliferativos. Linfoma não Hodgkin. Epidemiologia

PALAVRAS-CHAVE Processos Linfoproliferativos. Linfoma não Hodgkin. Epidemiologia 13. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ISSN 2238-9113 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE

Leia mais

Avanços Atuais no Manejo da Hepatite C

Avanços Atuais no Manejo da Hepatite C Avanços Atuais no Manejo da Hepatite C Impacto e Tratamento da Hepatite C Crônica A Hepatite C Crônica Progride Lentamente Hepatite C Aguda Hepatite Crônica 50 85% 10 30 anos Cirrose 20 30% Descompensação

Leia mais

REGISTO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃO RENAL

REGISTO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃO RENAL REGISTO PORTUGUÊS DE TRANSPLANTAÇÃO RENAL 1980-2013 GABINETE DO REGISTO DE RIM DA SPT RUI ALVES FILIPE SOCIEDADE PORTUGUESA DE TRANSPLANTAÇÃO Presidente: Dr. Fernando Macário TRANSPLANTAÇÃO RENAL EM PORTUGAL

Leia mais

ATIVAÇÃO ENDOTELIAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA

ATIVAÇÃO ENDOTELIAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA ATIVAÇÃO ENDOTELIAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA CRISTINA DE MELLO GOMIDE LOURES Silva RMM 1, Sousa LPN 1, Loures CMG 1, Silva ACS 2, Carvalho MG 1, Dusse LMS 1 1 Faculdade de Farmácia

Leia mais

Mutações em ESR1 e DNA tumoral circulante

Mutações em ESR1 e DNA tumoral circulante Mutações em ESR1 e DNA tumoral circulante Diagnóstico de resistência ao tratamento endócrino CristianeC. B. A. Nimir cristiane.nimir@idengene.com.br Resistência molecular e heterogeneidade tumoral RESISTÊNCIA

Leia mais

Imunossupressores e Agentes Biológicos

Imunossupressores e Agentes Biológicos Imunossupressores e Agentes Biológicos Imunossupressores Redução da resposta Imune Usos Clínicos Prof. Herval de Lacerda Bonfante Departamento de Farmacologia Doenças autoimunes Transplantes de órgãos

Leia mais

Indicador: Incidência de mucosite em Unidades de Internação e em pacientes Ambulatoriais

Indicador: Incidência de mucosite em Unidades de Internação e em pacientes Ambulatoriais Indicador: Incidência de mucosite em Unidades de Internação e em pacientes Ambulatoriais Definição: Relação entre o número de pacientes que desenvolveram mucosites e o número total de pacientes em tratamento

Leia mais

Vírus associados à surtos alimentares (Rotavirus, Norovirus e Hepatite A)

Vírus associados à surtos alimentares (Rotavirus, Norovirus e Hepatite A) Vírus associados à surtos alimentares (Rotavirus, Norovirus e Hepatite A) Disciplina : Microbiologia Curso: Nutrição Professora: Adriana de Abreu Corrêa (adrianacorrea@id.uff.br) DOENÇAS TRANSMITIDAS POR

Leia mais

Imunologia da infecção pelo HIV

Imunologia da infecção pelo HIV Imunologia da infecção pelo HIV Histórico e epidemiologia 1981 - Em oito meses foram diagnosticados 5 casos de pneumonia pelo FUNGO (Pneumocystis jiroveci). Entre 1967 e 1979 foram diagnosticados apenas

Leia mais

Transplante de pâncreas

Transplante de pâncreas Transplante de pâncreas Marcelo Moura Linhares mlinhares@unifesp.br Prevalência do diabetes 8,7% Terceira doença mais comum. Média de vida: 15 anos menor que a população não diabética. International Diabetes

Leia mais

Pneumonite por Droga: Abordagem Prática. João G. Pantoja

Pneumonite por Droga: Abordagem Prática. João G. Pantoja : Abordagem Prática João G. Pantoja Conflito de interesse: nenhum Geral Quimioterápicos Imunológicos Fluxograma Geral Efeitos adversos causados por drogas são diversos: - Alérgico / hipersensibilidade

Leia mais

Tacrolimus!em!baixas!doses!em!paciente!idoso! transplantado!renal!!

Tacrolimus!em!baixas!doses!em!paciente!idoso! transplantado!renal!! UNIVERSIDADEESTADUALPAULISTA JÚLIODE MESQUITAFILHO FACULDADEDEMEDICINA ChristianeAkemiKojima EficáciaesegurançadoSirolimusassociadoa Tacrolimusembaixasdosesempacienteidoso transplantadorenal DissertaçãodeMestradoapresentada

Leia mais

Aplicação de métodos nãoinvasivos

Aplicação de métodos nãoinvasivos Aplicação de métodos nãoinvasivos no acompanhamento do enxerto no pós-transplante hepático Dr. Paulo Roberto Abrão Ferreira Prof. Afiliado da Disciplina de Infectologia UNIFESP Médico do CRT DST Aids de

Leia mais

Dentista Laserterapia

Dentista Laserterapia Caderno de Questões Prova Objetiva Dentista Laserterapia SRH Superintendência de Recursos Humanos DESEN Departamento de Seleção e Desenvolvimento de Pessoal 01 Em 1989, Karu revisou, em seus estudos,

Leia mais

Tipo histológico influencia no manejo local das metástases. Fabio Kater oncologista da BP oncologia

Tipo histológico influencia no manejo local das metástases. Fabio Kater oncologista da BP oncologia Tipo histológico influencia no manejo local das metástases Fabio Kater oncologista da BP oncologia Introdução Metástases cerebrais primários mais comuns Tumores mais frequentes do sistema nervoso central

Leia mais

Forum de Debates INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM. Rui Toledo Barros Nefrologia - HCFMUSP rbarros@usp.br

Forum de Debates INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM. Rui Toledo Barros Nefrologia - HCFMUSP rbarros@usp.br Forum de Debates Sociedade Paulista de Reumatologia INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM PACIENTE COM LES Rui Toledo Barros Nefrologia - HCFMUSP rbarros@usp.br Resumo do Caso Feminino, i 43 anos diagnóstico prévio

Leia mais

NK CELL ADOPTIVE IMMUNOTHERAPY FOR RELAPSED/REFRACTORY ACUTE MYELOID LEUKEMIA A SAFETY AND FEASIBILITY CLINICAL TRIAL: PRELIMINARY RESULTS

NK CELL ADOPTIVE IMMUNOTHERAPY FOR RELAPSED/REFRACTORY ACUTE MYELOID LEUKEMIA A SAFETY AND FEASIBILITY CLINICAL TRIAL: PRELIMINARY RESULTS NK CELL ADOPTIVE IMMUNOTHERAPY FOR RELAPSED/REFRACTORY ACUTE MYELOID LEUKEMIA A SAFETY AND FEASIBILITY CLINICAL TRIAL: PRELIMINARY RESULTS Gomes CF, Valim V, Zambonato B, Silva MAL, Pezzi A, Brender C,

Leia mais

ICAP Journal Club. Artigo. Resumo do estudo

ICAP Journal Club. Artigo. Resumo do estudo ICAP Journal Club O Journal Club do ICAP foi criado para informar as equipes e os parceiros do ICAP sobre a literatura científica mais recente, fornecendo um resumo sucinto e uma análise crítica de estudos

Leia mais

INFECÇÕES RELACIONADAS A CATETERES VASCULARES

INFECÇÕES RELACIONADAS A CATETERES VASCULARES INFECÇÕES RELACIONADAS A CATETERES VASCULARES Cateteres vasculares são fundamentais para terapia intravenosa e monitorização hemodinâmica. EUA: 150 milhões de cateteres vasculares/ano Os cateteres provocam

Leia mais

Mucosite oral: perfil dos pacientes pediátricos do Hospital das Clínicas da UFMG

Mucosite oral: perfil dos pacientes pediátricos do Hospital das Clínicas da UFMG Mucosite oral: perfil dos pacientes pediátricos do Hospital das Clínicas da UFMG Projeto de extensão Odontologia Hospitalar Coordenador(a): prof.dr. Denise Travassos Bolsista: Raíssa Costa Área temática:

Leia mais