Água e Alterações Climáticas
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- Vitorino Wagner Peres
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1 Água e Alterações Climáticas Impactos e Adaptação Conselho Nacional da Água 18 de Abril de 2008
2 IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change Grupos de Trabalho WG1 A Ciência das Alteracões Climáticas WG2 Os impactos ambientais e sócio-económicos das alterações climáticas WG3 A Formulação de estratégias de resposta, incluindo as de mitigação e de adaptação Relatórios de Avaliação AR1 (1990) AR2 (1995) AR3 (2001) AR4 (2007)
3 Variação da temperatura IPCC AR3 3
4 Alteração de temperaturas para 2 horizontes e 3 cenários IPCC AR4 4
5 Alteração detemperatura Livro Verde da UE sobre Adaptação,
6 Alterações relativas de precipitação (%) para Áreas Brancas- menos de 66% dos modelos concordam Áreas ponteadas mais de 90% dos modelos concordam IPCC AR4 6
7 Alteração de precipitação Livro Verde da UE sobre Adaptação,
8 Temperatura Nível do mar Cobertura de neve IPCC AR
9 Água e clima Emissões de gases com efeito de estufa Emissões de GEE Concentração de gases com efeito de estufa Concentração de GEE Temperatura do ar Saúde Biodiversidade Energia Industria Estimulo climático Precipitação Nível médio do mar Turismo Agricultura Sócioeconomia Recursos hídricos Fenómenos extremos Cheias e Secas Quantidade de água Qualidade da água Energia Zonas Costeiras Agricultura Pescas Florestas Saúde Disponibilidades de água Necessidades de água Bio diversidade Turismo Outros sectores Balanço hídrico 9
10 Impactos das Alterações Climáticas sobre a água 1.IMPACTOS SOBRE AS VARIÁVEIS HIDROLÓGICAS 2. IMPACTOS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS 3. IMPACTOS SOBRE A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS 10
11 Impactos das alterações climáticas sobre as variáveis hidrológicas temperatura precipitação evapotranspiração humidade do solo escoamento recarga de aquíferos 11
12 Impactos das alteraçôes climáticas sobre os recursos hídricos relacionadas com a variação das variáveis hidrológicas Alteração de: quantidade total de água disponível e sua distribuição tempora e espacial; frequencia e intensidade de cheias e secas; qualidade da água; regimes de erosão, transporte e deposição de sedimentos; condições ecológicas dos rios e estuários; procura da água 12
13 Impactos das alteraçôes climáticas sobre os recursos hídricos relacionados com a subida do nível médio do mar Inundação de regiões litorais e estuarinas Inutilização de obras e infraestruturas Intrusão salina em aquíferos e estuários Alteração dos regimes de erosão, transporte e deposição de sedimentos nas regiões litorais e estuarinas Alteração das condições ecológicas nas regiões litorais e estuarinas 13
14 Importância da Adaptação A mitigação não é, por si só, suficientemente eficaz A mitigação têm um tempo de resposta lento, mas os efeitos da adaptação são praticamente imediatos A adaptação é, em muitos casos, mais económica do que a mitigação A adaptação proactiva é normalmente mais económica do que a adaptação reactiva As acções de adaptação caracterizam-se, em muitos casos, por efeitos win-win 14
15 Estudos recentes sobre Adaptação Climate Change and the European Water Dimension. Joint Research Center, 2005 Marine and Coastal Dimension of Climate Change. Joint Research Center, 2006 Climate Change and Water Adaptation Issues. European Environmental Agency, 2007 Climate Change: the Cost of Inaction and the Cost of Adaptation. EEA, 2007 Economics of Climate Change: The Stern Review. HM Treasury, London,
16 Sintese A água é o grande mediador dos impactos das ACs Os impactos das ACs fazem-se sentir tanto do lado da oferta de água como do da procura As ACs têm impactos nas águas superficiais, nas águas subterrâneas e na subida do nível do mar As ACs influenciam tanto a quantidade (disponibilidades, cheias, secas) como a qualidade. Na Europa do Sul os impactos negativos incluem a redução da disponibilidade de água, do potencial hidroeléctrico, do turismo de verão, bem como do agravamento das secas 16
17 Sintese (cont.) O controle dos impactos das ACs sobre os recursos hídricos deve fazer-se recorrendo, de forma complementar, a acções de mitigação e de adaptação Na definição das acções de adaptação a água desempenha um papel crucial Os impactos têm muito a ver com Energia e Transportes. A adaptação tem fundamentalmente a ver com Água e Ordenamento do Território 17
18 Capacidade dos modelos climáticos Temperatura média anual Precipitação anual média 18
19 Cenários climáticos Norte 19
20 Cenários climáticos Centro 20
21 Cenários climáticos Sul 21
22 Impactos das alterações climáticas nos recursos hídricos portugueses Impacto Cenário Causa Disponibilidades da água Necessidades da água Risco de cheias Qualidade das águas superficiais Qualidade das águas subterrâneas Redução da disponibilidade de água: superficial (escoamento); subterrânea (recarga); Aumento do risco de seca; Possível aumento das necessidades de água para rega; Aumento das necessidades de água para produção de energia; Aumento do risco, intensidade e frequência das cheias; Diminuição da qualidade da água Degradação da saúde dos ecossistemas fluviais Salinização dos aquíferos Diminuição dos valores anuais de precipitação; Aumento da variabilidade da precipitação; Aumento da assimetria regional de precipitação; Aumento da assimetria sazonal de precipitação; Aumento da evapotranspiração; Reforço da capacidade hidroelectrica; Aposta em biocombustíveis; Aumento da variabilidade do regime de precipitação; Aumento dos valores máximos da precipitação (Norte); Diminuição do escoamento; Aumento da temperatura da água; Aumento das cargas poluentes difusas. Subida do nível médio do mar; Aumento da evapotranspiração; Diminuição da recarga; 22
23 Variação do escoamento ( vs ) SIAM 23
24 Variação da recarga anual ( vs ) SIAM 24
25 Resposta às alterações climáticas Emissões de gases com efeito de estufa MITIGAÇÃO Concentração de gases com efeito de estufa ADAPTAÇÃO Estimulo climático Recursos hídricos ADAPTAÇÃO Energia Zonas Costeiras Agricultura Pescas Florestas Saúde Bio diversidade Turismo Outros sectores 25
26 Princípios de uma estratégia de adaptação Visão abrangente e de longo prazo: Pensar a longo prazo; Abordar todos os aspectos das alterações climáticas; Internalização: Internalizar a estratégia de adaptação na organização instutucional e nas políticas sectoriais (e.g. DQA); Antecipação e revisão contínua: Planear com os melhores dados disponíveis; Aceitar a actuação com níveis de incerteza significativos; Rever planos com frequência. Flexibilidade: Adoptar medidas flexíveis e faseáveis: Priveligiar medidas win-win ou no-regret; Evitar decisões que restrinjam opções futuras. Conhecimento: Promover o conhecimento e a capacidade de análise e de decisão. 26
27 Adaptação no sector dos recursos hídricos Eixos de acção: Procura da água; Disponibilidade da água; Controlo de cheias e secas; Qualidade da água e ecossistemas. Tipos de medidas: Técnicas; Legais; Económicas; Info&comunicação. 27
28 Procura da água Objectivo Redução de perdas nos sistemas de adução e de distribuição; Medidas Tecn. Econ. Leg. Info& Com Redução do consumo de água; Reutilização da água e compatibilização do uso da água com a sua qualidade; Compatilização geográfica da procura da água com a oferta da água. 28
29 Disponibilidade da água Objectivo Melhor aproveitamento da capacidade de regularização e de adução instalada; Melhor aproveitamento dos recursos hídricos subterrâneos; Promoção a recarga de aquíferos, incluindo através de recarga artificial; Protecção das massas de água para redução da sua contaminação; Aumento da capacidade de armazenamento e de regularização de escoamento; Medidas Tecn. Econ. Leg. Info& Com Transferência de água entre bacias ou sub-bacias; Dessalinação da água do mar ou de águas salobras; 29
30 Protecção contra cheias Objectivo Deslocação de bens e pessoas das zonas com elevado risco de cheia Medidas Tecn. Econ. Leg. Info& Com Melhoria dos sistema de vigilância e alerta Reforços das infra-estruturas de defesa Incremento do volume de encaixe para atenuação de cheias 30
31 Qualidade da água e ecossistemas Objectivo Reduzir stress de origem não climática, nomeadamente decorrente da descargas de poluentes Controlo da erosão e da poluição difusa Redução das captações superficiais para manutenção de um regime escoamento adequado Tecn. Medidas Econ. Leg. Info& Com 31
32 Sistema institucional Reforço da investigação no domínio da avaliação dos impactos das alterações climáticas e das necessárias medidas de adaptação; Re-avaliação das actuais políticas e metodologias de gestão da água, tendo em conta a nova realidade climática; Promoção da educação e da conscialização do cidadão; Reforço da participação pública e dos vários agentes interessados; Melhoria da gestão transfronteiriça de recursos partilhados. 32
33 Áreas prioritárias de intervenção Monitorização e investigação; Gestão da procura de água; Planeamento e gestão da disponibilidade de água; Controlo do risco de cheias e inundações; Definição de orientações de análise e dimensionamento de infra-estruturas; Validação climática das políticas sectoriais e em particular da política de recursos hídricos. 33
34 Procura de água: Alguns projectos com beneficios para a adaptação Plano Nacional para o Uso Eficiente da Água; Implementação do novo regime económico-financeiro. Risco de cheias: Implementação da directiva de avaliação e gestão do risco de inundações; Manutenção e aprofundamento do SNIRH/SVARH; Nova geração de Planos de Ordenamento. Qualidade da água e ecossistemas: PEAASAR II; Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro- Industriais. Planeamento e gestão: Novo quadro institucional e legal; Nova geração de PGRH. 34
35 Cenários climáticos:espanha HadRM itação (%) Variação da Precipi Noroeste Português Noroeste Espanhol Douro Português Douro Espanhol Tejo Português Tejo Espanhol Guadiana Português Guadiana Espanhol Variação da Tem peratura (ºC) 35
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