DIA NACIONAL DA ÁGUA 2007 Água, um bem ambiental global António Eira Leitão
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- Ana Luísa Sá Lobo
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1 1 DIA NACIONAL DA ÁGUA 2007 Água, um bem ambiental global António Eira Leitão GEOTA 1 de Outubro 2007 Dia Nacional da Água
2 A função social e a importância económica e ambiental da água 2 A água é um dos mais importantes, senão o mais importante, de todos os recursos naturais, por ser essencial à vida (no mínimo, são necessários 2 ou 25 litros/dia) e constituir um factor insubstituível nas actividades económicas e no equilíbrio biofísico do planeta. 1 kg de arroz 5m 3 1 kg de papel 200/250 l É conhecida a importância histórica dos cursos de água para a radicação e evolução de grandes civilizações, cuja cultura e vitalidade marcaram a presença do Homem sobre a Terra. Casos do Egipto e da Mesopotâmia Barragem mais antiga conhecida (Egipto): 2600 anos A.C. O crescimento demográfico, o desenvolvimento industrial e a progressiva concentração urbana fizeram a procura de água aumentar drasticamente x 10 6 hab em 2020 contra 1000x10 6 hab em 1900 ; 50% urbanizados
3 A função social e a importância económica e ambiental da água 3 O desenvolvimento associado à maior exploração dos recursos hídricos evolui de forma não equitativa, pois 1100 milhões de pessoas ainda não têm acesso a água potável e 2600 milhões a serviços de saneamento. Esses baixos níveis de atendimento sanitário têm consequências graves, originando todos os anos a morte de 1,5 milhões de crianças (UNICEF, 2006). Os ecossistemas aquáticos continentais albergam importantes núcleos de diversidade biológica, encontrando-se entre os sistemas sujeitos a maior pressão antrópica a nível global. As disputas sobre águas compartilhadas têm originado problemas agudos de segurança pública, suscitando desequilíbrios e tensões políticas locais, regionais e, mesmo, internacionais. Casos mais significativos: Jordão, Tigre e Eufrates
4 As disponibilidades mundiais de água 4 Superfície da Terra Oceanos km 2 Continente e ilhas km 2 total km 2 Reservas de água existentes Água salgada ~ km 3 Água doce ~ km 3 total ~ km 3 Calotes polares e glaciares 32 a km 3 Rios e lagos 0.40 a km 3 Águas subterrâneas (econ. utilizáveis) 0.35 a km 3 2,5% Reservas 0,05% Reservas Recursos hídricos potenciais (valores anuais médios) Precipitação km 3 Evapotranspiração km 3 Escoamento superficial e subterrâneo km 3 (834 mm) (293 mm) Apenas 30% dos recursos utilizáveis ; Consumos globais de ~4000 km 3 /ano
5 O enquadramento europeu da gestão da água 5 A Directiva-Quadro da Água (DQA), que está na génese e impulsionou a elaboração da nova Lei da Água portuguesa, assumiu a perspectiva global e integrada da gestão da água, visando estabelecer um enquadramento para a sua protecção a nível europeu. A DQA caracteriza-se por: uma abordagem da água e dos meios hídricos numa óptica social, isto é, como parte integrante da qualidade e da sustentabilidade da vida - a água não é um produto comercial como outro qualquer, mas um património que deve ser protegido, defendido e tratado como tal ; uma visão ambiental, através de objectivos e programas de medidas que integrem os aspectos qualitativos e quantitativos da protecção da água, tendo em conta as condições do seu fluxo natural dentro do ciclo hidrológico ou hidrogeológico, independentemente dos usos. uma dimensão económica, decorrente da necessária integração da gestão da água com as políticas sectoriais e do pagamento (gradual) do custo dos serviços de água, segundo os princípios do utilizador-pagador e do poluidor-pagador;
6 Pressupostos consonantes da nova legislação portuguesa sobre recursos hídricos 6 A tomada de consciência da comunidade nacional e internacional para o novo posicionamento que as sociedades devem assumir face à importância estratégica da água. A opção por um enquadramento único da gestão dos recursos hídricos, qualquer que seja a sua titularidade, abrangendo, além das águas de superfície e subterrâneas, os respectivos leitos e margens, bem como as zonas adjacentes, de infiltração máxima e protegidas. O novo paradigma que associa a função social e económica da água, à progressiva escassez do recurso e à sua protecção no âmbito da gestão ambiental, do desenvolvimento sustentável e das alterações climáticas. A necessidade de gerir de forma integrada e eficiente a utilização dos recursos hídricos nacionais, perante a irregularidade com que ocorrem no espaço e no tempo as suas disponibilidades e necessidades.
7 Os aspectos essenciais da nova Lei da Água (Lei n.º 58/2005) 7 O planeamento e a gestão dos recursos hídricos passam a ter como unidade básica a região hidrográfica, a qual abrange as águas superficiais (interiores, de transição e costeiras) e as águas subterrâneas, de uma ou mais bacias hidrográficas contíguas. A nova Lei da Água define um novo enquadramento institucional para a gestão global e integrada dos recursos hídricos portugueses, criando as Administrações de Região Hidrográfica. A nova Lei da Água reforma integralmente o regime de utilização dos recursos hídricos, qualquer que seja a sua natureza e titularidade, bem como o regime económico-financeiro aplicável às diferentes utilizações, internalizando os custos de recuperação ambiental e de escassez do recurso. Contém também importantes disposições sobre as infra-estruturas hidráulicas, públicas e privadas, de fins únicos ou múltiplos, a participação do público (sobretudo no planeamento) e a responsabilidade civil por dano ambiental.
8 Recursos hídricos em Portugal Continental 8 Escoamento anual médio no período de 1941/42 a 1990/91 (mm) Disponibilidades subterrâneas (hm 3 /ano/km 2 ) Fonte: PNA/2001 Fonte: PNA/2001
9 Recursos hídricos superficiais em Portugal Continental 9 Bacia Escoamento anual médio (mm) Escoamento anual médio (km 3 ) Portugal Espanha Total Portugal Espanha Total Minho ,1 11,05 12,15 Lima ,5 1,9 3,5 Cávado ,1 2,1 Ave ,1 1,2 Leça ,1 0,1 Douro ,2 13,66 22,86 Vouga ,9 1,9 Mondego ,4 3,4 Lis ,3 0,3 Rib, Oeste ,3 0,3 Tejo ,2 10,88 17,08 Sado ,0 1,0 Mira ,2 0,2 Guadiana ,9 5,47 7,37 Rib, Algarve ,3 0,3 Continente ,7 42,96 73,66 (extraído do PNA/2001)
10 Balanço hídrico por bacia hidrográfica em Portugal Continental. Situação actual 10 Bacia Hidrográfica Disponibilidades anuais regularizadas Garantia de 80% (hm 3 ) Necessidades totais actuais Razão entre disponibilidades e necessidades actuais Garantia de 80% (hm 3 ) Minho ,2 Lima ,8 Cávado ,3 Ave ,2 Leça ,0 Douro ,7 Vouga ,5 Mondego ,7 Lis ,7 Rib. Oeste ,9 Tejo ,2 Sado ,9 Mira ,2 Guadiana ,2 Rib. Algarve ,7 Total ,3 (extraído do PNA/2001)
11 Objectivos do Conselho Nacional da Água (CNA) 11 Constituir um fórum de discussão alargada da política de gestão dos recursos e meios hídricos nacionais, numa perspectiva ecossistémica, de desenvolvimento equilibrado e duradouro e de integração dos interesses sectoriais e territoriais. Pronunciar-se sobre a elaboração de planos e projectos com relevância nos usos da água e no domínio hídrico e sobre as medidas que permitam a melhor articulação das acções deles decorrentes. Contribuir para o estabelecimento de opções estratégicas da gestão e controlo dos sistemas hídricos e para a harmonização de procedimentos e de metodologias de intervenção.
12 Natureza e composição do CNA 12 O CNA é o órgão independente de consulta do Governo, de âmbito nacional, no domínio da gestão sustentável da água. Foi criado pela legislação de 1994 que regula o processo de planeamento e o regime de utilização dos recursos hídricos portugueses. A estrutura orgânica, competências e regime de funcionamento do CNA foram redefinidos em 1997 e em 2004, para melhor adequação às funções a desempenhar. No Conselho participam: - a Administração Pública central (15 representantes / 7 ministérios); - a Administração Pública regional e local (15 representantes / incluindo as Regiões Autónomas); - as organizações científicas, económicas, profissionais e não governamentais mais representativas nos usos da água (18 representantes); e - os vogais convidados pelo seu reconhecido mérito no mesmo domínio (no máximo de 16 pessoas).
13 Criação do Dia Nacional da Água 13
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