f PRIVADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAçAO - CRSNSP 214 Sessão Recurso n 5983 Processo SUSEP n

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1 \ '7 MINISTERIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS f PRIVADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAçAO - CRSNSP 214 Sessão Recurso n 5983 Processo SUSEP n / RECORRENTE: RECORRIDA: CORRETORA DE SEGUROS SICRED LTDA. SUPERINTENDENCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Denáncia. No site da empres, não constam as expressoes obrigatórias "corretora de seguros" ou "corretagen de seguros". Recurso conhecido e provido parcialmente. PENALIDADE ORIGINAL: Suspensäo temporária do exercicio da profissä pelo prazo de 30 dias. BASE NORMATIVA: Art. 127 do Decreto-Lei n 73/66 c/c art. 8 da Circula SUSEP n 127/2000 e corn inciso IV do art. 6 e dos arts. 36 e 37 da Lei n 8.078/90. ACORDAO/CRSNSP N 5340/15. Vistos, relatados e discutidos os presente autos, decidem os membros do Conseiho de Recursos do Sisterna Nacional de Seguros Privados, d Previdência Privada Aberta e de Capitalizacäo, por maioria, dar provimento parcial ao recurso d. Corretora de Seguros SICRED Ltda., para convolar penalidade de multa em advertência, nos termo do voto do Conseiheiro Claudio Carvaiho Pacheco, vencida a Relatora, que negou provimento a4 recurso. Presente o advogado Dr. Daniel Schmitt que sustentou oralmente em favor da recorrente intervindo nos termos do Regimento Interno deste Conseiho o Senhor representante da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araüjo Duarte. Participaram do julgamento os Conseiheiros Ana Maria Melo Netto Oliveira Claudio Carvaiho Pacheco, Thompson da Gama Moret Santos, Paulo Antonio Costa de Almeid Penido, André Lea! Faoro e Marcelo Augusto Camacho Rocha. Presentes o Senhor Representante d Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araüjo Duarte, e a Secretária Executiva, Senhora Theresa Christina Cunha Martins. Sala das Sessöes (RJ), 21 de rnaio de ANA MARIA MELO NETTO OLIVEIRA Presidente e Re t a CLA DIO CARVALHO PACHECO Relator para o95rdão çjose EDUARDO DE ARAUJO DUARTE Procurador da Fazenda Nacional

2 MINISTERIO 1)A F'AZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAcAO RECURSO CRSNSP No PROCESSO SUSEP No / RECORRENTE: CORRETORA DE SEGUROS SICREDI LTDA. RELATORA: ANA MARIA MELO NETTO OLIVEIRA RELATORIO Trata-se de processo instaurado contra a Corretora de Seguros SICREDI, ante a constataçào de que no site da empresa no constavam as expressoes ohrigatórias "corretora de seguros" ou "corretagem de seguros", mas apenas a designaco "SICREDI Seguros". Os autos foram formados a partir de copia integral do PAC no / , cuja nulidade houvera sido declarada pelo fato de o denunciante - SINCOR/RS - nâo se enquadrar como consumidor de seguros, beneficiário ou representante, conforme determina a Circular SUSEP no 292/05 (f. 39). Em sede de defesa, a SICREDI alegou que a denominacâo 'SICREDI Seguros", mencionada no site, nâo se refere a corretora, mas aos produtos de seguro custornizados para a SICREDI pelas seguradoras ICATU e MAPFRE. Alega que não utiliza norne de fantasia e que sua denorninaçâo social atende integralmente a norma. 0 parecer técnico de fis. 49/50, acatado pelo pareccrjuridico de Ii. 51, opina pela procedéncia da denincia, concluindo que a pagina inicial e links do site da denunciada (fls. 14 a 38) nâo permitem ao consumidor identilicar fácil e irnediatamente tratar-se de corretora, e nâo a responsável pelas coberturas securitárias, ausentes as expressöes obrigatórias 'corretora de seguros" ou "corretagem de seguros", corn infraço ao artigo 127 do Decreto-Lei no 73/66 c.c artigo 8 da Circular SUSEP no 127/00 e aos artigos 60, IV, 36 e 37 do Codigo de Defesa do Consurnidor. Em decisão datada de 28 de dezembro de 2010 (11. 59), decidiu o Coordenador-Geral de Julgamentos pela subsisténcia da representacäo, aplicando ao SICREDI a sançâo de suspenso temporaria pelo prazo de 30 dias.

3 CRSNSP RECURSO No 5983 Intimada da decisão condenatória, a corretora recorreu tempestivamente ao CRSNSP. Em suas razoes recursais (fls. 75/87) a recorrente sustenta, prelirninarmente, a nulidade do processo, porquanto originado de denóncia declarada nula, e portanto inexistente, não tendo sido lavrada a representacão circunstanciada, conforme prescreve o artigo 46 da Resoluçäo CNSP n i 86/08. Alega, ainda, a nulidade do termo de julgamento, por ausência de fundamentaçâo, eis que a penalidade aplicada (art. 40, inciso IV da Resolucâo CNSP n 60/200 1) nâo foi a defendida pelo Parecer do DEFIS de fls. 49/50, que sugeria a corninaço da pena prevista no inciso V do art. 40. Aduz ofensa ao principio da tipicidade administrativa e da legalidade, afirmando a inexistência de cornprovaço da conduta, na medida em que näo ha dernonstraçâo de que a razão social nâo foi devidamente informada a seus clientes, mas apenas "foiha" coihida do site da entidade que näo serviria a fundarnentar a acusaco. Alega que a entidade curnpriu corn o dever informacional, fazendo constar de forma clara o nome de todas as seguradoras garantidoras dos produtos securitários. Informa que a página na internet do SICREDI sofreu recentes alteracoes, juntando corno anexo cabeçalho da página da entidade que apresenta a expressão "corretora de seguros SICREDI". A representaco da PGFN junto ao CRSNSP, chamada a opinar sobre o feito nos termos regimentals, opinou pelo conhecimento do recurso e, no mérito, pelo seu desprovirnento. E o relatório. ) CM' a ANA MARIA MELO NETTO OLIVEIRA Conselheira Relatora Representante do Ministérlo da Fazenda Brasilia, 13 de outubro de

4 MINISTERIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAcAO RECURSO CRSNSP No 5983 PROCESSO SUSEP No / RECORRENTE: CORRETORA DE SEGUROS SICREDI LTDA. RELATORA: ANA MARIA MELO NETTO OLIVEIRA Inicialmente, cumpre examinar as preliminares arguidas em sede de recurso. A recorrente requer seja declarada a nulidade do processo, porque iniciado por noticia trazida por denunciante considerada ilegitima no PAC / , sern que tenha havido a lavratura da correspondente representaco. Entendo que näo procede a alcgacao da recorrente. Corn efeito, tendo havido a decretação de nulidade de outro processo, por vicio de forma, inépcia da denincia ou ilegitirnidade do denunciante, não ha como se fulminar o ato que deflagrara o processo anterior, eis que a própria Resolução CNSP n 1 86/08 prevé a instauraçäo de processos de oficio (art. 2 ), admitindo que "as irregularidades, incorreçôes e omissöes nto imporlardo em nulidade, desde que haja, no processo, elementos que perm i/an? saná-ias scm cercearnento do dire ito de defrsa" (art 28). A Resoluçäo, como se ye, consagra o principio do pas de nullité sans grie/ que prescreve que, não haverá de ser declarada a nulidade quando näo houver prejuizo a defesa. Reputo ap!icável ao caso em tela o comando deste principio, tendo em vista que. ainda que näo tenha sido lavrado o instrumento da representacão, houve extracão completa das cópias do processo que apurava a irregularidade, como atestado pelo Despacho de fi. 39. A recorrente foi devidarnente notificada desta apuracão. e dela pôde defender-se plenamente, tanto é que suas contestaçoes ao longo dos autos, quer em sede de defesa, quer em sede de recurso, atacam o ncicleo da imputacâo que Ihe é feita neste processo. Entendo que tambérn näo ha como reconhecer nulidade do termo de julgamento, como requer a recorrente. A toda evidência, a capitu!acâo legal mencionada no Termo de Julgamento padece de erro material, pois faz alusäo ao inciso IV do art. 41, quando é cedico que o referido artigo 41 concentra a sua redaco no caput, inexistindo incisos, parágrafos ou alineas. Note-se que tanto o parecer técnico de fls. 49/50, apontando

5 CRSNSP RECURSO No 5983 como fundamento da decisào, quanto a intimaçäo de fi. 63, fazem a correta mencäo ao inciso V do art. 40 da Resoluçâo CNSP n 60/2001, razâo pela qual entendo que, também quanto a este ponto, näo ha prejuizo a ser suportado pela defesa, não havendo de ser declarada nulidade. Näo vislumbro, de outra sorte, qualquer ofensa aos principios da tipicidade e da legalidade. A atuacão administrativa, no caso, pautou-se nos estritos termos dos comandos estabelecidos no art. 127 do Decreto Lei 73/66 e no art. 8 da Circular SUSEP n 127/00, que dispoem: Art 127, Caberá responsabilidade pro/issional, perante a SUSEP, ao correlor que deixar de cumprir as leis, regulamentos e resoluçôes em vigor, ou que der causa dolosa ou culposa a prejuizos as Sociedades Seguradoras ou aos segurados. Art. 8 E obrigatório cons/ar uma das expressöes: "Corretora de Seguros" ou "Corretagetn de Seguros ' nesmo que intercaladas por out ra(s) a/ividade(s), no denominaçio social e/ou no nome Jan/asia da correlora de seguros. Corn efeito, da documentaçâo juntada as fis. 14/35 dos autos, encontra-se farta comprovacão de que a página da recorrente na internet, na versâo da época, nao faz qualquer alusão ao fato de tratar-se de uma corretora de seguros. Ao contrário, a forma como as informaçoes sâo apresentadas criam a clara aparência de tratar-se de seguradora, ainda que, em alguns casos, haja informaçoes em letras mittdas sobre a seguradora que oferta o produto. A materialidade da conduta, portanto está cabalmente comprovada, eis que nâo ha no nome de fantasia as expressoes obrigatórias determinadas pelo art. 81 da Circular SUSEP n 127/2000. A recorrente, alias, parece reconhecer a falta apontada pela Autarquia, tanto é que em sede de recurso anexa nova apresentacão de seu site, na qual ha clara referenda ao fato de tratar-se de corretora de seguros. Dessa forma, entendendo que nâo ha razoes para reformar a deciso de origem, e considerando que nao ha possibilidade legal de convolação da penalidade em multa pecuniária, nego provimento ao recurso. Em 21 demaiode2ol5. cn.a A MELO NETTO OLIVEIRA Conselheira Relatora Representante do Ministério da Fazenda 2

6 MINISTERIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE capitalizacao Processo SUSEP N / Processo CRSNSP N 5983 Recorrente: Corretora de Seguros SICREDI Ltda. Recorrida: Superintendéncia de Seguros Privados - SUSEP Conseiheiro Relator: Ana Maria Melo Netto Oliveira VOTO CONDUTOR Trata-se de Denüncia instaurada pelo SINCOR em face da Corretora SICREDI, por nao constar no site da empresa as expressöes obrigatorias "corretora de seguros" ou "corretagem de seguros", de acordo corn o que dispöe o art. 80 da Circular SUSEP n 127/2000, nao permitindo ao consumidor identificar corn clareza e de forma imediata tratar-se de uma Corretora. Como bern demonstrado pelo DEFIS no parecer de fls. 49/50, do qual me louvo, restou configurada a materialidade da infracao, urna vez que a Corretora nao utilizou em seu nome fantasia, constante em seu site na internet (fls.14) e em outras publicidades veiculadas, as expressoes obrigatôrias dispostas pelo art. 80 da Circular SUSEP n 127/2000, dificultando a compreensao do consurnidor de que a Corretora era a responsável por intermediar a contratacao das coberturas securitárias. Assim, não ha duvidas de que a Recorrente deve responder pela infraçao cometida. No entanto, a pena de suspensao temporária do exercicio da profissao por 30 dias, aplicada a Recorrente, encontra-se desproporcional, em razão da insignificante gravidade da infraçao, devendo, no presente caso, ser observado o principio da razoabilidade para a aplicacao da pena, corolário dos principios constitucionais da legalidade e finalidade, visto que o ilicito nao compromete de forma relevante a credibilidade ou funcionamento da Corretora ou do mercado securitário. Isto posto, e considerando a primariedade da Corretora, parece-me mais apropriado a aplicaçao da sancao administrativa de advertência, na forma dos 20 e 30 do artigo 38 da Resolucao CNSP n 60/01, que assirn dispoe: 2

7 "Art. 38. A infraçao a disposiçoes legais ou infralegais discip/inadoras da correta gem de seguros sujeitará o corretor de seguros dos ramos elementares e seus prepostos as seguintes san coes administrativas: I - mu/ta; II - suspensao ternporária do exercicio da pro fissão; e III - cancelamento do registro. 10 A sançao administrativa de mu/ta poderá ser curnulada corn as demais san çoes pre vistas neste artigo. 2 A san cáo administrativa de advertência serã aplicada ao corretor de seguros e seus prepostos, direta ou indiretamente responsaveis pela prática de qualquer infracao prevista nesta Resolu cáo, desde que nao seja reincidente. (grifo meu) 30 A advertência será formalizada por escrito e comunicada por via posta/, corn aviso de recebimento." Cumpre ressaltar que a penalidade, ora proposta, decorre da atual auséncia de previsao normativa para a convolaçao da pena de suspensao das atividades em pena pecuniária. Assim, deve ser convoada a pena aplicada a Recorrente de suspensao de suas atividades por 30 dias em adverténcia. Por fim, este Conseiho, em processos semeihantes, em que houve a apticacao da pena de suspensao das atividades da Corretora, vem revertendo a decisão de primeira instância, dando provimento aos apelos para convolar em advertência, conforme os Recursos n Processo SUSEP n /99, julgado na 193a Sessao do CRSNP; Recurso n Processo SUSEP n / , julgado na 209a Sessão do CRSNSP, e Recurso n Processo SUSEP n / , julgado na 204a Sessão do CRSNSP. Diante disto e pelo contido no processo supracitado, manifesto meu VOTO no sentido de conhecer do Recurso e dar parcial provimento ao mesmo, para convolar a pena de suspensao temporária do exercicio da profissão em advertência, conforme dispoe o artigo 38 da Resoluçao CNSP n 60/01. Rio de Janeiro, 21 de malo de 2015 Claudio Carvaiho Pacheco Consel heiro Representante da FENAPREVI Data:_1a31(oI Rubrica: RECEBTI3O SEICRSNSP/MF