RECURSO ADMINISTRATIVO. EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Representação. Não atendeu a carta SUSEP. Recurso conhecido e provido.

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1 ,çt MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS E.. PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÀO - CRSNSP 32 Sessão Recurso n 1065 Processo SUSEP n / RECURSO ADMINISTRATIVO RECORRENTE: RECORRIDA: PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS; SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP. EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Representação. Não atendeu a carta SUSEP. Recurso conhecido e provido. PENALIDADE: multa de R$ ,68. BASE LEGAL: Art. 88 do Decreto-Lei n 73/66. ACÓRDÀO/CRSNSP N. 0344/02: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, decidem os membros do Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização, por maioria, dar provimento ao recurso da PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS, reformando a decisão do Orgão de primeira instância uma vez que a Seguradora demonstrou as razões pelas quais não tinha o documento solicitado. A Conselheira representante do Ministério da Fazenda votou pela manutenção da penalidade. Participaram do julgamento os Conselheiros Lucyneles Lemos Guena, Guilherme Baldan Cabral dos Santos, Francisco José Magalhães Luz, Ricardo Bechara Santos, Wagner Nannetti Dias e Henrique Jorge Duarte Brandão. Presentes a Dra. Maria Lúcia Sá Mona Américo dos Reis, Procuradora da Fazenda Nacional. e a Sra. Theresa Christina Cunha Martins, Secretária-Executiva. das SesseshRJ), 29 RICARDO 4'L14/Á BECH.M1A 5 OS MARIA LUCIA SÁ TTA AMÉRICO DOS REIS Procuradora da Fazenda Nacional

2 Cr CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO. Rio de Janeiro, 02 de maio de 2002 Senhores Conselheiros, Ref. Processo SUSEP n /00-51 Recurso ao CRSNSP n Recorrente: Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais Recorrida: SUSEP Conselheiro Relator: Ricardo Bechara Santos Conselheiro Revisor: Guilherme Baldan Cabral dos Santos RELATÓRIO - Resumo da ocorrência: A Representação de fl. 01 atribui à Representada infração ao art. 88 do D.L. 73/66, por entender que a resposta (fi. 03/13) que deu ao Oficio SUSEP/DEFIS/GEFIS/N 162/00 (fi. 02) importa em seu não atendimento, pelo que propõe seja aplicada a penalidade prevista no art. 50, II, da CNSP 14/95 (multa de R$6.872,34). Intimada (fi. 14) para responder aos tennos da Representação, a Representada apresenta sua alentada defesa de fis. 17/29, pela qual reitera não haver infringido o art. 88 do DL 73/66, na medida em que efetivamente manifestou-se em resposta ao Oficio 162 do DEFIS, até porque dito Oficio advertia a seguradora de que só na falta de manifestação estaria ela sujeita à penalidade prevista no inciso II do art. 5 da CNSP 14/95. No que pertine à comprovação de opção do segurado pelas IS's na modalidade "Principal" + Cônjuge", ou "Somente Principal", a Representada, tratando-se de Seguro de Vida em Grupo, onde intervém a figura do Estipulante como mandatário dos segurados na definição do art. 21 do DL 73/66, sem a qual o seguro coletivo se tornaria inviável, caberia ao Estipulante e não a cada um dos inúmeros segurados por ele representados, definir, mediante proposta, o alcance das coberturas disponibilizadas ao grupo segurável, lembrando de que, nesses contratos ditos massificados, a inclusão dos componentes (principais e dependentes) é feita por adesão, podendo ser exigido, para análise de aceitação, o preenchimento de cartão - proposta, com certa automaticidade, e poderá depender de declaração de saúde, ou poderá ser vinculada a outros critérios, ressaltando que a nornm legal vigente admite a transferência do grupo segurado de uma para outra seguradora, sem recontagem de carência e sem que devam essas transferências se equiparar a novas contratações, onde não há solução de continuidade, por isso que o vinculo original, no caso, se dera com a primeira seguradora na sucessão de transferências. Tudo para demonstrar que, em não se cuidando de contrato novo, caberia ao Estipulante apresentar a opção solicitada junto à seguradora no ato da primeira contratação. Demais, ressalta, se a própria norma torna facultativa a proposta individual de cada segurado no seguro em grupo, não poderia a Representada ser punida por não dispor dessa proposta assinada pelo proponente de nome JOAO DIAS, quanto a inclusão ou não da cláusula suplementar de cônjuge. Pelo Relatório de fl. 31 o DEFIS, resumidamente, conclui pela manutenção da penalidade alvitrada pela Representação. A fi. 32 consta o parecer da doutra Procuradoria da SUSEP, colado nos autos por etiqueta impressa adesiva, carimbando sua rotineira concordância com a manifestação dos órgãos técnicos.

3 II - Decisão do Conselho Diretor: Louvada no pronunciamento do DEFIS e da PRGER, como no voto do Conselheiro Relator de fi. 33, adveio a Decisão do Conselho Diretor de [1. 35, que igualmente concluiu pela procedência da Representação e conseqüente aplicação da penalidade alvitrada, porém acrescida em face de reincidência que teria sido apurada em dois processos, elevando a multa para R$ ,68. III - Recurso ao CRSNSP: Intimada da Decisão do Conselho Diretor, a Representada interpôs competente e tempestivo Recurso à este E. Conselho (fls.39/44), anexando o comprovante do depósito recursal correspondente ao valor da multa de R$ ,68, conforme indicado na Intimação de II. 35, oportunidade em que, reiterando tudo quanto já havia argüido em sua defesa exordial, faz unia resenha das razões pelas quais deva ser julgada insubsistente a Representação, mostrando-se inconformada com a pena que se lhe foi imposta pelo só fato de não haver apresentado um documento que não tinha e nem era obrigado a ter, por isso que, havendo se manifestado em resposta Oficio 162/00 de fi. 02, não poderia ser penalizada com base nos dispositivos indicados na Representação, e nem estaria obrigada a deter documento que, quando muito, poderia, facultativamente, ter sido apresentado pelo Estipulante nos idos da primeira contratação. IV - Manifestação da Representante da Procuradoria da Fazenda Nacional: Apensa aos autos encontra-se a manifestação de fis. 47/48 da ilustre Procuradora da Fazenda do recurso, porém pelo seu indeferimento. PORTO Rec maio-02

4 CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZA ÇÃO. Rio de Janeiro, 29 de maio de 2002 Senhores Conselheiros, lief. Processo SUSEP no /00-51 Recurso ao CRSNSP n Interessado/Recorrido: SUSEP Recorrente: Porto Seguro Cia de seguros Gerais Conselheiro Relator: Ricardo Bechara Santos Conselheiro Revisor: Guilherme Baldan Cabral dos Santos VOTO À vista do Relatório de 02/05/2002, e do que mais dos autos consta, resta induvidoso o não cometimento, pela Recorrente, da infração que lhe é imputada na Representação de fi. 01, qual a do art. 88 do DL 73/66, pois a resposta, tempestiva, que deu ao Oficio SUSEP/DEFIS/GEFIS/N 162/2000, de forma alguma, importa em seu não atendimento. Por conseguinte, descabe a tipiflcação da penalidade prevista no art. 50, fl da CNSP 14/95. Demais porque, o próprio Oficio 162, dito desatendido, brandia a ressalva de que só na falta de manifestação da seguradora estaria ela sujeita à penalidade ali acenada. E na sua efetiva e tempestiva manifestação a Seguradora demonstrou, à saciedade, as razões pelas quais não tinha o documento solicitado e nem estava obrigada a tanto. Trata-se de apólice de seguro de vida em grupo, que antes de ser assumida pela recorrente, submeteu-se, ao longo do tempo, desde a origem de sua contratação com a Cia. Adriática de Seguros, por várias e sucessivas transferências para outras seguradoras, cujas condições já preestabeleciam que, sendo o proponente/segurado casado, como no caso presente, era automática a inclusão da cláusula "Principal + Cônjuge", com a faculdade de a qualquer tempo o segurado optar por sua não adoção, o que jamais fez, embora ciente da cláusula, pressupondo-se que só o faria diante do desfazimento de seu casamento, se assim desejasse. Pois se a Denunciante viesse a falecer antes do segurado principal, este estaria se beneficiando da cláusula de cônjuge, o que não sucederia se ela inexistisse. Tratando-se de seguro em grupo, caberia, de qualquer sorte, ao Estipulante, na condição de mandatário legal do grupo por ele representado a inclusão dos componentes (principais e dependentes), com ou sem cartão proposta, como faculta a

5 norma que rege esse seguro, cuja adesão costuma se dar com certa automaticidade. Por isso que, não se cuidando, ademais, de contrato novo, caberia ao estipulante apresentar a opção solicitada no ato da primeira contratação, ressaltando-se que a própria norma toma facultativa a proposta individual de cada segurado no seguro em grupo, descabendo qualquer punição à seguradora por não dispor dessa proposta assinada pelo proponente de nome João Dias, quanto a inclusão ou não da cláusula suplementar de cônjuge. Posto assim, voto para conhecer do recurso e pelo seu integral provimento, para tomar insubsistente a Representação e inteiramente reformada a decisão recorrida, ambas destituídas do necessário coeficiente de razoabilidade, anulando-se