RECURSO Nº ACORDÃO Nº

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1 PUBLICAÇÃO DA DECISÃO DO ACÓRDÃO No D.O. 23 / 06 / 2014 Fls.: 04 SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL Sessão de 03 de junho de 2014 PRIMEIRA CÂMARA RECURSO Nº ACORDÃO Nº INSCRIÇÃO ESTADUAL Nº AUTO DE INFRAÇÃO Nº RECORRENTE BELMOCK SERVIÇOS LTDA RECORRIDA IFE 01 BARREIRAS FISCAIS RELATOR - CONSELHEIRO LUIZ CHOR Participaram do julgamento os Conselheiros: Luiz Chor, Paulo Eduardo de Nazareth Mesquita, Antonio Silva Duarte e Roberto Lippi Rodrigues. ICMS PRELIMINAR DE NULIDADE DO LANÇAMENTO Inexistindo ofensa ao art. 48 do Decreto nº 2.473/79, há de ser rejeitada a preliminar de nulidade do lançamento, notadamente quando não constatada qualquer violação ao direito de defesa e ao contraditório do contribuinte. Preliminar Rejeitada. Decisão Unânime. ICMS IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA LEVANTAMENTO DE PEREMPÇÃO RELEVÃNCIA DOCUMENTO FISCAL IDONEIDADE. Na forma do art. 253 do CTE, compete ao apreciar o recurso contra a decisão que nega seguimento à impugnação apresentada fora do prazo legal. Foram trazidos aos autos argumentos relevantes que justificaram a necessidade de apreciação do mérito e, por conseguinte, devolver o processo à instância anterior para julgamento. Recurso provido. Decisão unânime.

2 PRIMEIRA CÂMARA Acórdão nº fls. 2/5 RELATÓRIO De acordo com o relato do auto de infração de fl. 02, o contribuinte foi autuado por transportar mercadorias tributadas acobertadas por documento fiscal inidôneo. Foram citados como infringidos os artigos 2º, I; 3º, I; 18, IV, alínea c, e art. 47, parágrafo 1º da Lei n.º 2.657/96 e art. 24 do Livro VI, do RICMS/00 c/c Cláusula Primeira do ajuste SINIEF 07/05, inciso VI, do art. 19 do Convenio s/nº, de 15/12/70, 24, inciso II do Livro VI, do RICMS/00. Às fls. 09/19, a Autuada apresentou impugnação, levantando, primeiramente, nulidade do Auto de Infração por cerceamento do direito de defesa, diante da falta de informação e de clareza na indicação da suposta infração realizada pela Contribuinte. No mérito, o valor da multa não merece permanecer, por não ter ocorrido a infração apenada. Na IFE-01 (o Auto de Infração) a impugnação foi declarada intempestiva, por ter ultrapassado o lapso temporal (trinta dias). (fls. 46/47). Inconformado, o Contribuinte interpôs Recurso Voluntário em fls. 55/59, alegando nulidade do auto de infração, porquanto a placa do veículo responsável pelo transporte das mercadorias constava do Documento Auxiliar de Conhecimento de Transporte (fl. 43), razão pela qual restaria afastada a inidoneidade do documento fiscal apresentado. Em fls. 66/68 a Representação da Fazenda opina pelo desprovimento do Recurso Voluntário, e pela manutenção da decisão que indeferiu o levantamento da perempção. É o Relatório.

3 PRIMEIRA CÂMARA Acórdão nº fls. 3/5 VOTO DO RELATOR PRELIMINAR DE NULIDADE DO LANÇAMENTO. Inicialmente, cumpre rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento arguida, vez que na peça inaugural estão contidos todos os elementos necessários para a validade do ato, conforme o disposto pelo artigo 221 do Decreto-lei n.º 5/75 (CTE) com a redação dada pelo Decreto-lei n.º 343/77, e artigo 74 do Decreto n.º 2.473/79, que regula o processo administrativotributário no Estado do Rio de Janeiro. Da mesma forma, em virtude de o lançamento não ter infringido nenhuma das hipóteses previstas nos artigos 225 do Decreto-lei n.º 5/75 e 48 do Decreto n.º 2.473/79, fica afastada qualquer eminência de nulidade. Com efeito, a Recorrente mostrou pleno conhecimento e domínio dos fatos e dispositivos legais abordados pelo Auto de Infração, não havendo se caracterizado nenhum cerceamento do direito de defesa da Recorrente. Assim, REJEITO a preliminar suscitada. MÉRITO Cuida-se de Recurso Voluntário interposto em face do não acolhimento da impugnação apresentada pela Recorrente, haja vista sua flagrante intempestividade. Compulsando os autos, verifica-se que a lavratura do Auto de Infração ocorreu em e que a ciência da Recorrente se deu em A impugnação, por sua vez, somente foi apresentada em , quando já findo o prazo de 30 (trinta) dias previsto pelo art. 25, inciso III, do Decreto nº 2.473/79 c/c o art. 8º, 4º, da Res. nº 48/07.

4 PRIMEIRA CÂMARA Acórdão nº fls. 4/5 Embora no seu pleito recursal, a Recorrente não tenha se proposto a pedir o levantamento da perempção, apresentou argumentos plausíveis que se mostram perfeitamente capazes de elidir a autuação em apreço. Afinal, acostou aos autos do processo, não apenas a Nota Fiscal Eletrônica, mas também o Documento Auxiliar de Conhecimento de Transporte DACTE, o qual contém todos os dados pertinentes ao transportador. Neste sentido, impõe-se a observância do art. 9º, 2º, inciso I, alínea a, da Resolução SEFAZ nº 720/2014: Art. 9º As informações relativas a data, hora de saída e transporte, caso não constem do arquivo XML da NF-e e do seu respectivo DANFE, deverão ser comunicadas por meio do evento Registro de Saída. 1º Caso as informações relativas à data e à hora de saída não constem do arquivo XML da NF-e, nem seja transmitido o Registro de Saída no prazo estabelecido no Manual de Orientação do Contribuinte, será considerada a data de emissão da NF-e como data de saída. 2º Enquanto não disponível ao contribuinte o evento de que trata o caput deste artigo: I - as informações relativas ao transporte não serão exigidas desde que: a) o CT-e ou o Conhecimento Avulso de Transporte Aquaviário ou Rodoviário de Cargas contenham perfeita identificação da NF-e correspondente; Desta forma, considerando a emissão correta do DACTE com todos os dados relativos ao transportador, vislumbram-se argumentos capazes de elidir a perempção, nos termos do art. 253 do CTE: Art Se a autoridade fiscal negar seguimento (?) à impugnação, por perempta, caberá recurso, com efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da ciência do despacho, a uma das Câmaras do, por livre distribuição, a qual poderá levantar a perempção e reformar o despacho recorrido, se considerar relevantes os argumentos do interessado.

5 PRIMEIRA CÂMARA Acórdão nº fls. 5/5 Portanto, ante a nítida identidade do DACTE acostado e da Nota Fiscal que embasou a autuação, resta inquestionável a legitimidade do aludido documento fiscal, razão pela qual deve ser admitido o recurso voluntário com pedido de levantamento da perempção pelo princípio da fungibilidade e determinar a devolução do processo à instância anterior para julgamento do mérito. Pelo exposto, dou provimento ao recurso para determinar a devolução do processo à instância anterior para julgamento. É o voto. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos em que é Recorrente a BELMOCK SERVIÇOS LTDA e Recorrida a IFE 01 BARREIRAS FISCAIS. Acorda a PRIMEIRA CÂMARA do do Estado do Rio de Janeiro, à unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento, nos termos do voto do Conselheiro Relator. No mérito, também à unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para determinar a devolução do processo à instância anterior para julgamento, nos termos do voto do Conselheiro Relator. PRIMEIRA CÂMARA do do Estado do Rio de Janeiro, em 03 de junho de LUIZ CHOR RELATOR ROBERTO LIPPI RODRIGUES PRESIDENTE /PSA/