1.1. «Economia da Inovação e do Conhecimento»: Objecto da disciplina
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- Aurélia de Caminha Quintanilha
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1 1.1. «Economia da Inovação e do Conhecimento»: Objecto da disciplina O que é Inovação? Como se inova? Quem benefecia com a inovação? 1
2 O que é a inovação?? 2
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5 O que é a inovação? (cont.) Coloquialmente a) novos métodos para fazer coisas antigas b) fazer coisas novas usando métodos antigos c) fazer coisas novas usando métodos novos Mais formalmente métodos processos (tecnologia, organização) coisas novas produtos (bens, serviços) a) novos processos para fazer produtos existentes b) introdução de produtos novos usando processos existentes c) introdução de produtos novos empregando processos novos 5
6 Conhecimentos sobre: a) tecnologia (em sentido estrito) inerente a produtos e processos (conhecimentos aplicados de engenharia e design) b) organização lay-out métodos organização recursos humanos logística (interna, externa) integração em redes canais de distribuição marketing financiamento (conhecimentos ensinados nas escolas de gestão...) tecnologia em sentido amplo diz simultaneamente respeito aos conhecimentos subjacentes a aplicações técnicas e a métodos organizacionais/de gestão 6
7 Ainda no «o que é a inovação?» Há que distinguir algumas características da inovação a) radical mudanças substanciais face ao estado da arte incremental pequenas melhorias radical: automóvel, ABS ou célula de energia (alguma subjectividade) b) questão da inovação ser: global/1 a vez no país/região na indústria/sector na empresa 7
8 DIFUSÃO A questão de a inovação também poder ser vista a nível da empresa remete-nos para a problemática da difusão Difusão da inovação : alastramento de uma dada inovação [produto, processo] através de uma população de potenciais utilizadores Trata-se de processo que ocorre ao longo do tempo Há processos de difusão rápidos e lentos porquê? Normalmente inovação não permanece estável durante período de difusão porquê? (radical/incremental) 8
9 T Airplan Radi Electricit Telephon Microwav VC Automobil Cell P Interne 9 Peter Brimelow, The Silent Boom, Forbes, July 7, 1997
10 Difusão Produto consumidores finais Difusão Processo bens intermédios, bens capital, métodos organizacionais Níveis de difusão : - Inter-países/regiões (espaço); - Inter-sectores; - Inter-empresas/intra-sector; - Intra-empresa 10
11 Como Inovar? Fontes da inovação Fornecedeores de bens de equipamento Recursos internos (departamento de I&D, unidade de desenho, sugestões de funcionários/técnicos) Observação/imitação dos concorrentes Informações recebidas da envolvente (visitas a feiras, participação em conferências/seminários técnicos, imprensa técnica, centros tecnológicos, actividades de formação, contactos com laboratórios e institutos de investigação técnica, contactos com departamentos, unidades e investigadores universitários...) Contratação de pessoal (recém-licenciados, vindos de outras empresas...) Interacção com clientes (pressão, exigência, procura comum de soluções...) Aplicação de normas/standards Legislação que afecta empresas, consumo e ambiente 11
12 Como Inovar? (cont.) Recurso crítico da inovação é conhecimento Produção de inovações decorre de: aplicação/re-combinação de conhecimentos existentes, na tentativa de resolução de problemas existentes (problem-solving) desenvolvimento de conhecimentos novos para responder a problemas existentes ou na tentativa de criar novas possibilidades Conhecimentos relevantes ensinados nas escolas de engenharia ( tecnologia ) ensinados nas escolas de gestão ( organização ) contudo... 12
13 Crescentemente, nos últimos dois séculos, conhecimento científico tem alimentado processo de geração de inovações (designadamente as de natureza tecnológica ) Ciência, enquanto método de estudo dos fenómenos naturais e de identificação das relações causais que explicam esses fenómenos, fornece ao mundo empresarial recursos relevantes: - métodos - equipamentos/instrumentos - instalações para experimentação/testes - recursos humanos altamente qualificados - soluções (I&D sob contrato) - ideias/sugestões 13
14 Relação inovação ciência: complexa Modelo linear... Modelos da 5 a geração Ciência é recurso relevante, mas é um entre vários Fontes /determinantes mais importantes da inovação são Necessidades / Procura Tentativas de aquisição de poder de mercado / obtenção de lucro 14
15 Facto de recurso-base da inovação ser conhecimento levanta problemas especiais/particulares face a outros domínios da actividade económica Tradicionalmente vê-se empresas como produtoras de bens com natureza tangível, usando recursos tangíveis Em contraste: conhecimento: bem intangível Questões de apropriabilidade não rivalidade (difusão a custo 0) não excludibilidade (dificuldade de impedir acesso de terceiros) Várias soluções institucional / política (DPIs) nas empresas: outras soluções (segredo, liderança sistemática, descida rápida da curva de aprendizagem, domínio canais distribuição, reputação, serviço pós-venda...) 15
16 Para Quem? A quem benefecia a inovação? Aos consumidores (finais ou outras empresas-clientes) (produtos já existentes a preço mais baixo, novos produtos com novos benefícios, adaptação de produtos existentes a novas aplicações) Aos produtores (redução de custos, alargamento de quotas de mercado, entrada em novos mercados/nichos de mercado, criação de poder de mercado*, aumento de receitas, aumento de lucros) * diferenciação face aos concorrentes, criação de barreiras à entrada, aquisição de vantagem competitiva 16
17 A quem prejudica a inovação? Aos concorrentes (efeitos mais ao menos simétricos aos dos inovadores) Aos empregados (inovação de processo é normalmente labour-saving, podendo causar reduções do emprego, embora hajam efeitos compensadores.) (inovação de produto é mais amiga do emprego) contudo... 17
18 Para além dos efeitos micro descritos Existem efeitos meso e macro e há efeitos de MLP destruição criadora (substituição de indústrias), mudança de especialização e da composiação sectorial da economia redistribuição de rendimentos (em benefício dos monopolistas e genericamente dos detentores das competências mais requisitadas) aquisição de vantagens sistémicas e de competitividade regional/nacional, polarização e reorganização territorial incerteza gerada (quando surgiu automóvel, computador... não existia antevisão do potencial, dos efeitos benéficos ou prejudiciais...) aumento histórico da eficiência produtiva e dos produtos disponíveis 18
19 Destruição Criadora 1. Rádios transístores [e TV...] (rádios com válvulas) 2. Computador (máquina de escrever, máquinas calculadoras...) 3. CDs (discos de vinil) 4. Máquina digital (máquina analógica com filme fotográfico, indústria de filmes fotográficos, indústrias de materiais de revelação, empresas de revelação) 5. Internet + MP3 + IPOD... (indústria discográfica, indústria de CDs) 6. Telemóvel (telefone fixo) 7. Internet (telefones?) 19
20 Ainda no Para quem? / Efeitos da inovação Existe outro aspecto relevante dos efeitos da inovação a ser considerado Inovação: constitui resposta a necessidades existentes / procura potencial deriva de motivação das empresas (rendibilidade...) Contudo: inovação: métodos novos/não testados Exos.: nuclear, talidomida, DTT (ursos polares e malária), vacas loucas, pílula anti-concepcional, clonagem... Necessidade de avaliação social da tecnologia/inovação Consideração de custos e benefícios, directos e indirectos, no C e no MLP 20
21 Inovação Viu-se o que é?, para quem?, e como? Não se viu aonde? nem quando?, embora existam algumas sugestões a este respeito no que foi dito 21
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