Estudo de Benchmarking Internacional Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares. Marta Lampreia, Alfredo Magalhães Eco-Partner, SUCH
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- Rodrigo Madeira Farinha
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1 Estudo de Benchmarking Internacional Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares Marta Lampreia, Alfredo Magalhães Eco-Partner, SUCH 1
2 ÍNDICE 1. Introdução 2. Países e instalações visitadas Informação recolhida 3. Transposição para a realidade portuguesa 4. Conclusões 2
3 1 Introdução 3
4 Objectivos e metodologia do estudo Objectivos! Identificação de modelos alternativos de gestão de resíduos hospitalares! Identificação das melhores práticas / tecnologias utilizadas no ciclo da produção, valorização, reciclagem, tratamento e eliminação de resíduos hospitalares! Produção de recomendações de transferência de conhecimento / tecnologia, associados às melhores práticas encontradas, para melhorar a eficácia ambiental/ eficiência económica do ciclo de produção e de tratamento de resíduos em Portugal 4
5 Objectivos e metodologia do estudo Aspectos Metodológicos! Ponto de partida - informação recolhida de forma dispersa! Pesquisa direccionada para países onde parte do caminho já foi feito! Escolha de países com caminhos diferentes. 5
6 2 Países e instalações visitadas Informação recolhida 6
7 Países e instalações visitadas 7
8 A legislação nos vários países Quadro Síntese - legislação 8
9 A legislação nos vários países Exemplo Reino Unido Diagrama Síntese Reino Unido 9
10 Empresas visitadas Espanha Cogersa - Consorcio para la Gestión de los Residuos Sólidos de Astúrias (Tecnologia Kalfrisa - Incineração) Criada em 1982, inicialmente para gerir RSU s A gestão de Resíduos Industriais Perigosos na COGERSA começou em vacas loucas e Prestige. Gestão de Resíduos Hospitalares Até anos 90 - Resíduos hospitalares eliminados nos hospitais. Condições não adequadas do ponto de vista ambiental. Governo centralizou gestão nas Astúrias Cogersa - em 1993 (recolha, transporte e incineração). Equipamentos: Dois Fornos de Tratamento (um estático e um rotativo) - eliminação de resíduos hospitalares e animais Incineração conjunta de resíduos do processamento de animais e restos de animais Capacidade Instalada - De 1 tonelada / hora até 2.5 toneladas / hora: Farinhas de carne: 600 kg/h; Resíduos hospitalares: 700 kg/h; Resíduos de matadores e animais: kg/h " Produz 1 MWh/ton de electricidade. 10
11 Empresas visitadas França Dalkia - Centre Hospitalier Henri Mondor (Tecnologia ECODAS) Dalkia é prestador de serviços de elevado valor acrescentado aos estabelecimentos de saúde públicos e privados Assegura actividades não médicas (gestão de energia, gestão de riscos sanitários, gestão global do edifício, gestão de resíduos). Recolhe resíduos desde o parque de grupagem no exterior e encaminha-os para a instalação de tratamento. Tratamento on-site permite equiparar os resíduos hospitalares a resíduos sólidos urbanos. Seché Environment - L'oisonnière (Tecnologia ECODAS) Opera na área de gestão dos resíduos (sólidos urbanos, industriais e hospitalares), ecologística e outros serviços ambientais. Dois sistemas de desinfecção de Resíduos Hospitalares Kg/hora e 100 Kg/hora. Trata cerca de 1000 ton/ano - dois 2 turnos de 7 horas. 11
12 Empresas visitadas Reino Unido Grundon Knowl Hill Englaterra Grundon fundada em empresa familiar. Maior grupo privado de gestão de resíduos do Reino Unido. Resíduos hospitalares Março de 1992 investimento num incinerador a elevada temperatura - passo de gigante em relação à concorrência. Unidade em reabilitação - evolução da legislação (Directiva da Incineração de Resíduos Perigosos) Hydroclave para Tratamento de resíduos hospitalares de baixa contaminação, subprodutos animais: Legislação UK mais exigente - Guia de Boas Práticas do Departamento de Saúde Safe management of healthcare waste implica que os resíduos hospitalares têm de ser adequadamente geridos, independentemente da dimensão do respectivo produtor. A Grundon combina uma unidade de esterilização a vapor que trabalha a alta temperatura (Hydroclave) com uma unidade de incineração de resíduos perigosos, para oferecer um serviço de gestão global de resíduos hospitalares. 12
13 Empresas visitadas Bélgica Indaver Antuérpia Bélgica Na instalação estão a funcionar várias unidades de tratamento: 2 fornos de incineração!rotativo (2* ton/ano 2*7.5 ton/hora)!estático (8.000 ton/ano) Unidade de reciclagem de solventes (8.000 ton/ano); Unidade de tratamento físico-químico; Unidade de estabilização de resíduos; Aterro de classe 1 (para resíduos perigosos estabilizados). Os resíduos hospitalares são incinerados em forno rotativo em conjunto com resíduos industriais perigosos. 13
14 Empresas visitadas Holanda Zavin - Ziekenhuis Afval Verwerkings Installatie Nederland (Tecnologia VSI) Política de licenciamentos do país implicou criação em 1988 de empresa especializada no tratamento de Resíduos Hospitalares por incineração Interesse em controlar totalmente este fluxo - construção de uma unidade centralizada de processamento dos Resíduos Hospitalares Específicos. Unidade arrancou em 1991 e processa actualmente 100% dos resíduos hospitalares produzidos no país (6.700 ton/ano) Escolha da localização - sinergias entre: # a unidade da GEVUDO (processamento de RSU s da cidade de Dordrecht) vapor para turbina # e a empresa DRSH (incinerador de lamas de estações de tratamento de efluentes) vapor para o processo. A ZAVIN produz energia a partir dos resíduos (~ 750 KWh/ton, da qual 25% é utilizada internamente). 14
15 Empresas visitadas EUA Safewaste Charlotte - Carolina do Norte / Sanitec LA Los Angeles California (Tecnologia Sanitec) A SANITEC Industries Inc. é construtora e detentora de uma tecnologia alternativa por microondas. A empresa opera nos EUA e noutros países do mundo (Austrália, Brasil, Coreia, Japão, Reino Unido, Filipinas, Arábia Saudita, entre outros). Segundo a empresa, existem cerca de 80 unidades a operar no mundo. Nos EUA a empresa opera as suas próprias unidades. Capacidade: 8 ton/dia. Consumo energético ~ 75 KW/hora. Testes para triagem dos resíduos tratados obtidos tentar viabilizar reciclagem da fracção plástico 15
16 Empresas visitadas Canadá HSS Vancouver British Columbia (Tecnologia Hydroclave) Empresa Canadiana privada especializada na gestão de resíduos biomédicos. É privada e opera uma instalação licenciada pelo governo da Colúmbia Britânica. Tecnologia HydroClave : redução de volume até 80% e de peso até 40%. Capacidade: 5 a 6 ton /dia. Ciclos de 1.2 a 1.3 horas Kg/ciclo. 16
17 Empresas visitadas Canadá Hospital de Kingston Kingston Ontário (Tecnologia Hydroclave) Instalação on-site - Hospital na região de Ontário. Evita custos de contentorização e de recolha. São expedidos resíduos equiparados a RSU s. 17
18 Empresas visitadas Tecnologias utilizadas - Incineração Pirolise/Gaseificação em Forno Estático Zavin Incineração em Forno Rotativo Indaver / Cogersa 18
19 Empresas visitadas Tecnologias utilizadas Desinfecção Hydroclave Ecodas Sanitec Industries 19
20 Empresas visitadas Conclusões O que podemos concluir Disparidade em termos da legislação aplicável à gestão de resíduos hospitalares nos países da Europa, nos diferentes estados dos EUA e nas províncias do Canadá. Os resíduos são classificados de forma diferente, a contentorização obedece a normas diferentes, as soluções de tratamento variam. No entanto, em relação ao transporte, verifica-se uma homogeneidade (Regulamento ADR na Europa semelhante ao aplicável nos EUA e Canadá). Pode observar-se que não há soluções perfeitas nem isentas de risco ou impacto ambiental. As soluções têm de coexistir, utilizando-as de forma a maximizar as vantagens que estas conferem e minimizar impactos negativos. Nota-se ainda nalguns países uma especial atenção à Higiene e Segurança no Trabalho. 20
21 Empresas visitadas Conclusões O que podemos concluir A maioria das unidades actuais de incineração / pirólise permitem valorização energética / Waste to Energy (WTE). O custo unitário de tratamento por incineração / pirólise é altamente dependente da escala / dimensão do incinerador. Podem existir sinergias potenciais entre unidade de incineração / pirólise e outras indústrias (processamento de carcaças animais, tratamento de lamas de ETAR, reciclagem de plásticos, outras que necessitem de vapor ou energia). Há tecnologias alternativas à autoclavagem estática mais efectivas, que dão mais garantias em termos de desinfecção / esterilização dos resíduos. Há projectos em curso para viabilizar a reciclagem do resíduo tratado por microondas (vai demorar pelo menos 1 ano Sanitec EUA). 21
22 3 Transposição para a realidade portuguesa 22
23 Situação actual Portugal Grupo 1 e 2 75% Quantidade Anual: Ton Tratamento: Reciclagem ou deposição em aterro Grupo 3 Quantidade Anual: Ton Tratamento: Autoclavagem estática 22% Grupo 4 Quantidade Anual: 1437 Ton Tratamento: Incineração dedicada 3% Fonte: Relatório DGS
24 Situação actual Portugal Localização das Unidades de Tratamento Centrais de Autoclavagem Braga Vila Nova de Gaia Trajouce Central de Incineração Lisboa Barreiro Beja Aljezur 24
25 Situação actual Portugal Tratamento Autoclavagem Estática Parâmetros de funcionamento Tempo de esterilização Temperatura de esterilização N.º de ciclos de vácuo Controlo microbiológico de resíduos tratados Imposições legais Sem imposição legal de parâmetros mínimos de funcionamento Incineração Limites de emissões gasosas Tempo de residência na câmara de pós-combustão e temperatura de incineração Decreto-Lei n.º 85/2005 Estabelece o regime legal da incineração e co-incineração de resíduos Portaria n.º 286/93 Fixa valores limites e valores guias Despacho 242/96 Fixa temperatura de incineração para citostáticos 25
26 Portugal vs Outros países Dois grandes temas de antítese entre Portugal e a Europa / EUA 1. Abandono da tecnologia de tratamento por autoclavagem estática de forma generalizada, com excepção da Espanha. 2. Crescimento da tecnologia de tratamento por incineração com valorização energética (Waste to Energy). 26
27 Portugal vs Outros países Em relação ao ponto 1 (abandono autoclavagem estática) Existem diversos estudos que põem em dúvida a eficácia da autoclavagem estática para tratamento de resíduos do Grupo III, em ciclos curtos como os frequentemente utilizados. AFEC Solutions LLC, New Jersey, USA,February 1,2007 AJIC: American Journal of Infection Control 32(3):E9 May 2004 Destrution of Spores on Building Decontamination Residue in a Commercial Autoclave, American Society for Microbiology, 2006 Aposta-se noutras tecnologias mais eficazes de desinfecção. 27
28 Portugal vs Outros países Em relação ao ponto 2 (crescimento Waste to Energy) Clima de claro favorecimento do tratamento por incineração com valorização energética (urbanos não recicláveis, hospitalares perigosos, industriais e animais), em centrais combinadas ou dedicadas. Produção de energia Redução da deposição de resíduos em aterro 28
29 4 Conclusões 29
30 Conclusões Situação Actual - Portugal O que está bem Contentorização Condições de Transporte Elevado nível de organização das empresas prestadoras Evolução da triagem de várias fileiras Capacidade instalada 30
31 Conclusões Situação Actual - Portugal O que pode ser melhorado....ao nível das fases de gestão a montante do tratamento Melhoria da triagem do Grupo I e II Aumento de recicláveis Melhoria da triagem do Grupo III e IV Redução de perigosos 31
32 Conclusões Situação Actual - Portugal O que pode ser melhorado....ao nível do tratamento Definição de parâmetros de funcionamento para a autoclavagem estática (tempo de esterilização, temperatura de esterilização, n.º de ciclos de vácuo, microbiologia de resíduos tratados) Alteração de paradigma - Valorização dos resíduos energética (Waste to Energy) e/ou por desinfecção e reciclagem posterior (Waste to Food) 32
33 Estudo de Benchmarking Internacional Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares Marta Lampreia Alfredo Magalhães marta.lampreia@eco-partner.pt amagalhaes@somos.pt Eco-Partner SUCH 33
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