Os textos que compõem a Seção Temática1 deste número do Correio

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1 EDITORIAL Os textos que compõem a Seção Temática1 deste número do Correio foram produzidos por seus autores para a I Jornada o Instituto Appoa, ou a partir dela, e não constituem a totalidade dos trabalhos apresentados na Jornada, ocorrida em 27 e 28 de junho últimos, mas vão permitir ao leitor ter uma idéia do que abordamos no evento e do que representou sua realização. Para aqueles que sustentamos a aposta da criação do Instituto APPOA, a Jornada representou um marco. Marco quanto ao tema proposto: A Psicanálise e as intervenções sociais ; pela presença de um numeroso público interessado e implicado, que permaneceu atento e dialogando até o fim dos trabalhos e pela qualidade e diversidade dos trabalhos, calcados nas mais diversas experiências de psicanalistas que desenvolvem sua prática em diferentes campos. Encerramos a Jornada concernidos pela enorme responsabilidade de sustentar os laços que ali se ampliaram, laços que vem sendo construídos pelo Instituto APPOA, desde a sua fundação, como um lugar de entrecruzamento da clínica, pesquisa e intervenção. A própria Jornada institui-se como um dispositivo de diálogo termo muito presente ao longo das discussões. Pudemos constatar ali um vivo interesse pela psicanálise, com a presença cada vez maior de psicanalistas inscrevendo seu trabalho em instituições sociais: na universidade, na escola, nas instituições jurídicas, nas de saúde e de saúde mental, na assistência social em diferentes dispositivos grupais, incidindo diretamente no âmbito das políticas públicas. Sabemos que Freud, ao longo de toda a sua obra, tentou estabelecer o aspecto científico da psicanálise, ele insistia na importância de estender a psicanálise às instituições públicas, torná-la acessível. Muitos ainda se levantam contra a prática da psicanálise num âmbito que seja fora do consultório. As resistências são muitas. 1 Essa Seção contou com a colaboração de Ester Trevisan. 1

2 EDITORIAL NOTÍCIAS Lacan, ao abrir a sua primeira lição do Seminário Os Escritos técnicos de Freud, convida seus interlocutores a justamente seguir as técnicas de uma arte do diálogo : ele emprega a metáfora do bom cozinheiro, que, para cortar o animal, deve saber onde e como fazer o bom corte para poder separar as articulações nos pontos de menor resistência. Ele aponta para o que vai fazer ao longo de seu ensino: este exercício constante e continuado que todo o psicanalista deve fazer de trabalhar e se deixar trabalhar pelos conceitos psicanalíticos, a partir da clínica. Nem Freud, nem Lacan, estabelecem o lugar onde a prática da psicanálise se dá, mas insistem sim, que é preciso saber o que se está fazendo. Esperamos que o leitor que esteve presente na Jornada possa reter algo mais do que ali se passou e que aqueles que ali não estiveram possam, a partir da leitura dos textos aqui incluídos, sentirem-se convidados a colocar algo de si nesta aposta de pensar os avatares da experiência analítica. JORNADA DO PERCURSO VIII SÁBADO 08 DE AGOSTO DE 2009 Convidamos para a JORNADA DO PERCURSO DE ESCOLA VIII, momento especial para a turma já que desejamos compartilhar os efeitos singulares da caminhada de cada um de nós. Caminhadas descontínuas, percursos traçados na temporalidade que nos constitui como sujeitos, histórias tecidas pela transferência singular que produzimos com a Psicanálise, testemunham possibilidades de transmissão. Concluímos este Percurso, porém sabendo que se está sempre na experiência da travessia... Vemos a Jornada como um marco importante para a realização de bordas para nossos interrogantes, pois é do enlaçamento com o outro que faremos emergir novas possibilidades criadoras e criativas da linguagem. A diversidade de temas e as interrogações formuladas em nossos trabalhos, nascem da trama complexa em que se realiza a transmissão em Psicanálise. INSCRIÇÕES Valor: R$20,00 (incluindo o Coquetel). Vagas limitadas. As inscrições podem ser realizadas antecipadamente na Secretaria da APPOA. LOCAL Sede da Associação Psicanalítica de Porto Alegre Rua Faria Santos, 258 Petrópolis Porto Alegre RS Fone: Fax:

3 NOTÍCIAS NOTÍCIAS QUADRO DE ENSINO 2009 EIXO DE TRABALHO DO ANO ENCONTROS DE ESTUDO DO SEMINÁRIO AS PSICOSES DE JACQUES LACAN Reuniões sistemáticas de trabalho, que estão acontecendo ao longo do ano, para estudo do Seminário As Psicoses. Esse estudo envolve toda a instituição, inspirando também seus eventos. Coordenação: Eda Tavares, Maria Lúcia Müller Stein e Otávio Nunes Quintas-feiras, 21h, reuniões quinzenais, gratuitas e abertas aos interessados. SEMINÁRIOS A TOPOLOGIA NA CLÍNICA DA NEUROSE E DA PSICOSE Coordenação: Ligia Víctora Sexta-feira, 18h15min, quinzenal. CLÍNICA PSICANALÍTICA NA CONTEMPORANEIDADE Coordenação: Rosane Ramalho Segunda-feira, 20h30min, mensal O DIVÃ E A TELA Coordenação: Enéas de Souza e Robson de Freitas Pereira Sexta-feira, 19h, mensal. OS VINTE CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE LACAN Coordenação: Alfredo Jerusalinsky Quarta-feira, 20h30min, quinzenal (1 a e 3 a quartas-feiras do mês). SEMINÁRIOS RSI E SINTHOMA: CONSTITUIÇÃO E CORTE DO NÓ Coordenação: Adão Costa Segunda-feira, 10h, semanal. A PSICANÁLISE NA CLÍNICA COM CRIANÇAS Coordenação: Alfredo Jerusalinsky Bimensal, em Buenos Aires, Ar. A PSICOSSOMÁTICA NA INTERDISCIPLINA E TRANSDISCIPLINA Coordenação: Jaime Betts Sábado, 10h, mensal, em Novo Hamburgo, RS. DE FREUD A LACAN CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PSICANÁLISE Coordenação: Alfredo Jerusalinsky Bimensal, em Belém, Pará. NOVAS BATALHAS ENTRE A PSICANÁLISE E O POSITIVISMO Coordenação: Alfredo Jerusalinsky Sábado, 9h, mensal, dias 15/08, 12/09, 17/10 e 14/11, em São Paulo, SP. FUNDAMENTOS CONCEITUAIS DA PSICANÁLISE Coordenação: psicanalistas da APPOA e da AEP (Associação Espaço Psicanalítico) Último sábado de cada mês, de 9-12h e 14-17h. Em Ijuí, RS A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO Coordenação: Carmen Backes Sexta-feira,10h30min, quinzenal. GRUPOS TEMÁTICOS 4 5

4 NOTÍCIAS NOTÍCIAS ADOLESCÊNCIA, EXPERIÊNCIA E LAÇO SOCIAL Coordenação: Roselene Gurski Sexta-feira, 12h30min, quinzenal. ADOLESCÊNCIA, VIOLÊNCIA E LEI Coordenação: Márcia Menezes Ribeiro e Norton Cezar da Rosa Jr. Sexta-feira, 14h30min, mensal. AS FORMAÇÕES DO INCONSCIENTE Coordenação: Gerson Smiech Pinho Sexta-feira, 16h15min, quinzenal CLÍNICA PSICANALÍTICA: ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS Coordenação: Carmen Backes Sexta-feira, 14h30min, quinzenal. FREUD E LACAN: A CLÍNICA PSICANALÍTICA E O SUJEITO CONTEMPORÂNEO Coordenação: Maria Ângela Brasil e Eduardo Mendes Ribeiro Segunda-feira, 10h30min, quinzenal. HISTÓRIAS DA PSICANÁLISE Coordenação: Ana Maria Gageiro e Maria Lúcia Müller Stein Segunda-feira, 18h15min, quinzenal. LIDERANÇA E PODER NAS RELAÇÕES DE TRABALHO: UMA LEITURA PSICANALÍTICA Coordenação: Rosana Coelho Sexta-feira, 19h30min, quinzenal. LITERATURA E PSICANÁLISE Coordenação: Marieta Madeira Rodrigues Quarta-feira, 14h, mensal (2 a quarta-feira do mês). Início no 2 semestre: 12/08. O BEBÊ E OS PROCESSOS DE ESTRUTURAÇÃO PSÍQUICA DO LAÇO PARENTAL AO LAÇO SOCIAL Coordenação: Ana Paula Melchiors Stahlschmidt e Mercês Ghazzi Terça-feira, 10h, quinzenal. O SUJEITO NAS FRONTEIRAS: DIÁLOGOS POSSÍVEIS ENTRE ABOR- DAGENS PSICANALÍTICAS E BIOLOGIZANTES Coordenação: Marcelo Victor e Roselene Gurski Sexta-feira, 12h30min, quinzenal. PSICANÁLISE E MÚSICA Coordenação: Heloisa Marcon Quinta-feira, 19h, quinzenal. ANALISAR UMA CRIANÇA: CONSTITUIÇÃO SUBJETIVA E CLÍNICA DA IN- FÂNCIA Coordenação: Mercês Ghazzi e Siloé Rey Sábado, 10h, quinzenal, em Osório, RS. ADOLESCÊNCIA: ENTRE A CLÍNICA, AS INSTITUIÇÕES E OS SINTOMAS SOCIAIS Coordenação: Ângela Lângaro Becker e Ieda Prates da Silva Sábado, 10h, mensal, em Novo Hamburgo, RS. A PSICANÁLISE, A INFÂNCIA E AS INSTITUIÇÕES Coordenação: Ieda Prates da Silva e Larissa Costa B. Scherer Terça-feira, 19h30min, quinzenal, em Novo Hamburgo, RS. AS ESTRUTURAS CLÍNICAS NA PSICANÁLISE LACANIANA Coordenação: Marianne Stolzmann Mendes Ribeiro Data e horário a confirmar, quinzenal, Novo Hamburgo, RS 6 7

5 NOTÍCIAS NOTÍCIAS CLÍNICA PSICANALÍTICA DAS PSICOSES Coordenação: Rosane Ramalho Terça-feira, 15h, quinzenal, no Rio de Janeiro, RJ. COMO NASCE UM SUJEITO? A INFÂNCIA EM SEUS PRIMÓRDIOS Coordenação: Simone Mädke Brenner Quinta-feira, 19h30min, mensal, em Novo Hamburgo, RS. (2 a quintafeira do mês). ESPECIFICIDADES DA CLÍNICA PSICANALÍTICA NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL Coordenação: Volnei Dassoler Quarta-feira, 18h30min, quinzenal, em Santa Maria, RS. INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE CONCEITOS FUNDAMENTAIS Coordenação: Walter Cruz Segunda-feira, 19h, quinzenal, em Parnaíba, Piauí. PROBLEMAS DE CLÍNICA PSICANALÍTICA Coordenação: Alfredo Jerusalinsky Sábado, 17h30min, mensal, em São Paulo (3º sábado do mês). GRUPOS TEXTUAIS GRUPO DE ESTUDOS SOBRE O LIVRO LACAN E A FILOSOFIA, DE ALAIN JURANVILLE Coordenação: Aidê Ferreira Deconte e Sonia Mara Moreira Ogiba Terça-feira, 18h, quinzenal. MOMENTO DE LER: Seminário XV de Lacan Ato analítico Coordenação: Maria Auxiliadora Südbrack Sexta-feira, 16h, semanal. Início: 06/06 SEMINÁRIO I DE JACQUES LACAN - OS ESCRITOS TÉCNICOS DE FREUD Coordenação: Norton Cezar da Rosa Jr Sexta-feira, 10h, quinzenal. SEMINÁRIO XXIV DE LACAN - O NÃO SABIDO QUE SABE DE UMA EQUIVOCAÇÃO OU O INSUCESSO DO INCONSCIENTE É O AMOR Coordenação: Maria Auxiliadora Südbrack Quinta-feira, 14h, quinzenal. ESCRITOS, DE J. LACAN Coordenação: Luis Fernando Lofrano de Oliveira Terça-feira, quinzenal. Em Santa Maria, RS. GRUPO DE ESTUDOS SOBRE O SEMINÁRIO X - A ANGÚSTIA DE LACAN Coordenação: Sidnei Goldberg Quarta-feira, 20h30min, quinzenal, em São Paulo, SP. O SEMINÁRIO III DE LACAN AS PSICOSES Coordenação: Charles Elias Lang Quinta-feira, 19h, semanal, em Maceió, Al. ATIVIDADES EM CONJUNTO COM O INSTITUTO APPOA CLÍNICA, INTERVENÇÃO E PESQUISA EM PSICANÁLISE SEMINÁRIOS CLINICANDO Coordenação: Ana Costa Quarta-feira, 20h, quinzenal. (2 a e 4 a semana do mês) 8 9

6 NOTÍCIAS NOTÍCIAS DESEJO E INSTITUIÇÃO Coordenação: Eduardo Mendes Ribeiro e Simone Paulon Terça-feira, 14h, quinzenal. Atividade vinculada ao Instituto de Psicologia da UFRGS. SEMINÁRIO: A ÉTICA DA PSICANÁLISE Coordenação: Maria Cristina Poli e Simone Moschen Rickes Quarta-feira, 14h30min, quinzenal (1 a e 3 a quartas-feiras do mês). GRUPOS TEMÁTICOS OS DISPOSITIVOS CLÍNICOS NAS SITUAÇÕES SOCIAIS CRÍTICAS Coordenação: Jorge Broide Sábado, 10h, mensal. NÚCLEOS DE ESTUDO NÚCLEO PASSAGENS SUJEITO E CULTURA Responsáveis: Ana Costa, Edson Sousa e Lucia Pereira SEMINÁRIO A FICÇÃO NA PSICANÁLISE: FREUD, LACAN E OS ESCRI- TORES. Coordenação: Lucia Serrano Pereira Data e horário a confirmar, mensal, início no segundo semestre. NÚCLEO DAS PSICOSES Responsáveis: Ester Trevisan, Maria Ângela Bulhões, Mário Corso, Nilson Sibemberg e Rosane Ramalho APRESENTAÇÃO DE PACIENTES (com Alfredo Jerusalinsky) Atividade a ser desenvolvida em conjunto com o Cais Mental Centro Datas e horários a confirmar. NÚCLEO DE PSICANÁLISE DE CRIANÇAS Sábado, 10h, reuniões mensais. Responsáveis: Alfredo Jerusalinsky, Beatriz Kauri dos Reis, Eda Tavares, Ieda Prates da Silva, Gerson Pinho, Marta Pedó, Siloé Rey e Simone Moschen Rickes. OFICINA DE TOPOLOGIA Coordenação: Ligia Víctora Sábado, 10h, semestral. OFICINAS EXERCÍCIOS CLÍNICOS Atividade marcada em função da proposição de algum membro da Instituição, e que ocorre aos sábados pela manhã. Datas: 25/04 e 07/11. LETRA VIVA Atividade proposta pela Comissão da Biblioteca, com leitura e discussão de trabalhos elaborados por colegas da APPOA. Acontecerá aos sábados pela manhã, datas a confirmar. JORNADAS E EVENTOS MAIORES JORNADA DO PERCURSO DE ESCOLA Data: 8 de agosto Local: APPOA 10 11

7 NOTÍCIAS NOTÍCIAS JORNADA DO PERCURSO DE PSICANÁLISE DE CRIANÇAS Data: 12 de setembro Local: APPOA JORNADA CLÍNICA Data: 17 e 18 de outubro Local: Centro de Eventos Plaza São Rafael PERCURSO DE ESCOLA TURMA: IX Sexto semestre: Temas cruciais da psicanálise; história e formação TURMA:X Segundo semestre: Édipo e castração PERCURSO EM PSICANÁLISE DE CRIANÇAS Seminário compartilhado com o Núcleo de Estudos Sigmund Freud TURMA: III Primeiro e segundo semestres: Metapsicologia do sujeito infantil I e II; Constituição do sujeito psíquico de acordo com as diferentes escolas; Metapsicologia do sujeito infantil III e IV. ROBERTO HARARI ( ) É com pesar que, a APPOA, comunica a seus associados o falecimento de Roberto Harari, ocorrido em 30 de junho. Psicanalista, doutor em psicologia, fundador e ex-presidente da Mayéutica Institución Psicoanalítica Buenos Aires e da Maiêutica de Florianópolis. Harari dedicou sua vida ao estudo da obra de Freud e de Lacan, comentando, interpretando através de suas aulas, conferências, dos seus li vros publicados, procurando recolocar uma ampla gama de questões atinentes à psicanálise e a sua prática. Roberto Harari chegou a Porto Alegre em 1976 para, mensalmente, ministrar aulas a um pequeno grupo de interessados em psicanálise freudlacaniana, pois que em nossa cidade Lacan era desconhecido pelos psicanalistas e Freud era estudado pelo enfoque Kleiniano. Seu ensino foi estendendo-se e se estruturando, produzindo efeitos que resultaram na Fundação da Maiêutica Porto Alegre Instituição Psicanalítica (1980) onde continuou seus seminários até Roberto Harari era discreto, elegante no trato, ao mesmo tempo amigo e incentivador do ato da escrita pelos seus alunos. Marcou com sua palavra e seu modo de ser, um lugar aberto ao desejo de analista, um lugar de ética na experiência clínica psicanalítica. Sua leitura da obra freudiana e lacaniana era rigorosa e detalhista, o que não o impedia de fazer articulações inovadoras de grande fineza e pertinência. Partindo do ensino dos mestres e de sua prática clínica Harari produziu uma reescritura, conforme ele mesmo diz ao comentar o texto de Lacan L Etourdit :... o que se segue deve se inscrever na conta de minha reescritura do texto. Entre os livros que escreveu destacam-se os primeiros Textura y Abordaje del Inconsciente, Discorrer a Psicoanalise, que obteve o prêmio maior do gênero ensaio pela municipalidade de Buenos Aires (1986), posteriormente traduzido em português. Também, em português, estão: Uma Introdução aos Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise, O Seminário A Angustia de Lacan, O que acontece no Ato Analítico?, Como se 12 13

8 NOTÍCIAS COSTA, A. De uma clínica... chama James Joyce?, Porque não há relação sexual? e Dissipações do Inconsciente. Roberto Harari deixa a sua marca inovadora na transmissão da psicanálise e, mais recentemente, na fundação e no incentivo da Convergencia, movimento lacaniano pela psicanálise freudiana do qual a APPOA é uma das instituições convocantes. DE UMA CLÍNICA QUE NÃO SERIA DO SEMBLANTE Ana Costa Ajornada Psicanálise e Intervenções Sociais traz a marca de uma primeira apresentação pública do Instituto APPOA. Assim, gostaria de situar a especificidade do esforço da Associação Psicanalítica de Porto Alegre ao propor a abertura deste lugar que denominamos Instituto. Essa especificidade diz respeito a duas questões: por um lado, é preciso reconhecer as iniciativas que nos precederam e não ignorar as contradições e problemas que acompanham a nomeação Instituto dentro da história da psicanálise. Por outro lado, na esteira de discordâncias em relação aos fundamentos das experiências precedentes, a necessidade de inventar um outro dispositivo a partir de nosso campo de experiência. Para que se estabeleça, neste momento, as balizas de onde partimos, retomarei rapidamente alguns trânsitos por essa história, bem como indicarei algumas das referências que propomos. UM POUCO DE HISTÓRIA É inevitável lembrar aqui do Instituto Psicanalítico de Berlim, criado em 1920, que ainda trazia a marca de alguns dos primeiros fundadores de instituições psicanalíticas. Foi ali que se estabeleceu a primeira experiência de uma escola de formação de psicanalistas, ao mesmo tempo em que se abria a alternativa do atendimento psicanalítico para a população: tanto gratuitamente, quanto conforme a renda. Dessa primeira experiência partem dois vícios que acompanham muitas instituições ao longo de toda essa história. De um lado, o controle e dogmatização da prática, submetida aos poderes institucionais de reconhecimento do analista. De outro lado, a oferta de uma clínica-escola, onde praticantes se iniciariam atendendo pessoas que não pudessem pagar no consultório particular. Essa duplicidade equívoca ainda tem ressonâncias em nosso tempo, no surgimento de instituições que propõem uma psicanálise para pobres. Que espécie de proposição de 14 15

9 COSTA, A. De uma clínica... experiência é essa? Que formação engendra? Reconhecemos nessas proposições a mesma via social de exclusão que marca tantos outros laços. Pois bem, a ruptura de Lacan com a IPA incide diretamente nessas duas vias: seja no que diz respeito à submissão e dogmatização da prática, ou seja, isso em que se tornou a análise didática. Seja na referência à questão do pagamento, ou mesmo a restrição da psicanálise ao consultório. De lá para cá, tem havido uma grande abertura no campo da experiência e os psicanalistas de formação lacaniana têm se inserido cada vez mais nas chamadas práticas públicas (saúde, justiça, assistência), no ensino universitário, ou na cultura, de uma forma mais ampla. A abertura do Instituto APPOA, como um lugar que se dirige ao estabelecimento de práticas interinstitucionais, busca situar-se em relação ao que faz borda nos discursos. Nesse sentido, a proposição do Instituto não está situada para o interior 1 da psicanálise, no interesse exclusivo da formação. Busca, sim, fóruns de debate e intervenção nos quais as práticas discursivas incidem em decisões e políticas que afetam diretamente o sujeito que nos concerne. Busca levar à consideração das práticas sociais, sujeito e sintoma tal qual a psicanálise os propõe de maneira que a singularidade do sujeito em seu ato possa ter lugar, furando o dogmatismo das concepções de indivíduo e massa. Estes termos, como sabemos, são correlatos, não constituindo singularidades. Assim, como é possível perceber, uma das questões por onde caminharemos diz respeito à relação das práticas institucionais com o estabelecimento de políticas: é nelas que pode ser situada a relação entre sujeito e ato. Para abordar esta correlação sujeito/ato como rompendo com o fechamento indivíduo/massa, a psicanálise propõe pressupostos que não estão evidenciados no que corriqueiramente se pensa como política. Esse tema interessa na consideração de alguns fundamentos que estão em causa numa clínica que tenta dar conta de uma demanda social. 1 Cabe lembrar aqui a referência moebiana que sempre está em causa em nossa clínica. Ou seja, uma clínica na qual a demanda de atendimento não parte necessariamente do indivíduo, também na qual o lugar do sujeito se confunde com o excluído, ou com o desamparado. Ela se estabelece em instituições do Estado, as quais tentam responder muitas vezes a partir de uma suplência ao lugar da família. Essa questão requer considerações bastante complexas, na medida em que são demandas que encontram as bordas discursivas que antes mencionava. Na esteira de preocupações político/institucionais, percebe-se que não é suficiente atender a essa demanda suprindo somente necessidades básicas, aquelas que se ocupariam do amparo do corpo, como se este fosse somente biológico; ou mesmo somente considerando o chamado trabalho psíquico, como se dele pudesse ser dispensado o corpo. Há uma intricada rede de relações entre os suportes corporais e o lugar do sujeito. Elas estão na base das diferenciações primárias, tão bem situadas por Freud num texto bem conhecido, onde o autor aborda a função psíquica do registro da negação. Assim, torna-se necessário repensar os pressupostos que temos em relação ao corpo. Nossa forma de pensá-lo toma por base uma ciência, que se crê ter franqueado os limites de nossa natureza. Ou seja, uma ciência que pensa dispensar o sujeito. Lembrarei aqui alguns fundamentos psicanalíticos, na medida em que estes nos permitem propor uma série de questões que vão interessar sobremaneira à clínica de que estamos tratando. CORPO E DIFERENCIAÇÃO: AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DOS LAÇOS SOCIAIS Situando rapidamente, Freud trata, no texto sobre a negação, das condições de representação, a partir das quais se dá a circunscrição dos limites do corpo. Ali, situa-se um ponto de partida, um recalcamento originário, no qual se estabelece um dentro e um fora do corpo, como relações pautadas pelas referências prazer/desprazer. A criança constitui suas primeiras diferenciações na afirmação de um eu de prazer, no qual o desprazer (mesmo quando situado no próprio corpo) e o fora o não-eu se confundem. Vemos em quê isso nos interessa: são balizas primárias a partir das 16 17

10 COSTA, A. De uma clínica... quais construímos nossas relações ao corpo, ao outro e à realidade. Num segundo tempo, uma segunda negação atinente ao juízo de existência, reconhece ou não o traço de permanência do objeto prazeroso. A marca dessa constituição preliminar do campo representacional insiste numa ampla gama de construções tardias do sujeito. Apesar da direção desse funcionamento buscar diferenciações identidades, diferenças a relação ao corpo traz a persistência de uma captura naquilo que retorna como indiferenciado e que implica algo que é vivido como incestuoso. Algumas disciplinas, como a antropologia, se ocuparam e se ocupam da relação entre cultura e interdição do incesto. Freud, a sua maneira, abordou isso em Totem e Tabu. Ali, o vemos trabalhar com o tema da indiferenciação situado nas representações que pode tomar por exemplo a palavra sagrado. Dessas referências podemos reconhecer que algo persiste ao longo do tempo e em diferentes organizações sociais, compondo o elemento social do interdito. Esse elemento tem importância nas representações coletivas do corpo, inserindo as formas culturais em que o sagrado se expressa. Situa-se ali um termo que traz em si as significações de puro, intocado e, ao mesmo tempo, impuro. Originalmente, nas sociedades tribais designava o interdito ao toque. O que ficava interditado era tanto o elevado o chefe, ou o sacerdote quanto o excluído, como a mulher menstruada, por exemplo. Pode-se reconhecer, na especificidade dessa busca de diferenciação, a relação com o excluído do corpo, ou mesmo do corpo excluído. Ou seja: o tema da diferenciação/indiferenciação de onde deriva toda referência primária ao incesto situa seus elementos tanto na palavra, quanto no corpo. É com eles que se constrói a pregnância do imaginário nas constituições fantasmáticas. Esses elementos constituem invariantes que vão acompanhar questões mais complexas. Em termos sociais, a relação entre a interdição e o sagrado repercute nas dimensões de sacrifícios, cujo sítio se faz presente tanto em pequenos sintomas do sujeito, quanto em expressões grupais. Apesar de não evidente, é algo insistente ao longo do tempo e em diferentes culturas. No que concerne à constituição de laços institucionais pode-se pensar na dimensão do sacrifício como algo da ordem da nomeação do excluído, situando ali o retorno e encarnação de um gozo que havia sido colocado fora de circulação. A dimensão do retorno é importante de ser sublinhada. Muitas vezes a injúria vai cumprir essa função. A injúria implica numa função de borda entre um real que insiste e uma interpelação ao dar um nome à coisa. Michel de Certeau constrói uma alegoria utilizando-se de uma palavra que compõe o relato de um conhecido caso de psicose o caso Schreber. Como sabemos, a produção psicótica produz uma forma peculiar de linguagem que precisa ser acolhida e considerada. No caso em questão, Certeau toma a palavra alemã Luder, que Schreber situa na sua língua fundamental, na medida em que ela lhe permite construir uma espécie de referência à decomposição do corpo simbólico. O que lhe interessa é o efeito de verdade que tem para Schreber essa palavra, mas de uma verdade que não provoca engano e, nesse sentido, é suporte da transformação de seu corpo. É assim que Certeau a propõe como uma palavra performativa. Luder, para Schreber, teria funcionado como o nome próprio funciona na nossa sociedade. É o lugar do sem sentido e do vazio, que nada significa, mas que confere uma significação ao nomeado. Aqui se colocam termos delicados no encontro de diferentes discursos. Para a psicanálise, Luder é sim a nomeação de um gozo enigmático que vem do Outro deste Outro que tem efeito interpelativo para Schreber. No entanto, não é a causa de sua psicose. A psicanálise propõe suspender nossa busca pela função da causa. E, de uma forma completamente avessa a tudo o que nos orienta no campo dos valores fálicos, propõe que Schreber precisa fazer com, fazer algo com isso que pensaríamos ser sua injúria. Não é que Schreber despreze os valores da civilização. Não: ele pede que seja reconhecido que o nome singular de seu gozo é Luder porcaria, prostituta de Deus. A psicanálise vai ainda mais longe nisso: Freud propõe que toda a dinâmica produzida pelas representações movidas por essa palavra os delírios e alucinações são uma tentativa de cura. Este exemplo nos traz uma série de questionamentos na forma como normalmente se organizam as diferenciações, para constituição de laços 18 19

11 COSTA, A. De uma clínica... esses de que dependemos na construção de nossas instituições. Eles implicam na produção de um dentro e um fora. Os mecanismos originários responsáveis pela constituição dessas diferenciações foram analisados por Freud, como já apontamos anteriormente. Ele os propôs a partir da construção da negação e podemos reconhecer que esse mecanismo tem incidências importantes nas representações coletivas. No juízo de existência, por exemplo, a incidência da negação se dá com base no sistema de crenças, num circuito representacional compartilhado, se sobrepondo como uma base moral, instituída a partir de valores estabelecidos pelo sistema. Trata-se, portanto, da transição do bom ou mau (na constituição do dentro/fora a partir do prazer/desprazer) para o bem ou o mal. Com estes elementos propomos uma distinção específica entre crença e saber. Do lado deste último teremos as referências ao inconsciente, naquilo que do pulsional busca expressão. A colocação lacaniana a propósito do inconsciente como um saber que se constitui como insabido sublinha essa questão. A desnaturação do corpo pela linguagem não implica num funcionamento desorientado. O que dirige esse funcionamento é a insistência de uma repetição, como inscrição mesma do movimento pulsional. O saber, ali, fica regido por uma gramática pulsional que, ao longo da vida, busca sua representação por meio da fantasia. Já do lado da crença, encontraremos as condições de inscrição coletiva de uma representação, no lugar em que se apresenta um furo no saber. Assim, no lugar do furo no saber, as instituições organizam seus sistemas de crenças e investiduras fálicas. Por meio delas constituem-se o bom de dentro e o mau de fora, ou mesmo o Bem e o Mal. Os temas da exclusão e da injúria podem ser pensados a partir desses dois registros constituídos pela negação. Poderíamos propor que o excluído é aquele que fica fora dos circuitos instituídos, fora, portanto, de qualquer acesso ao saber em nome próprio. O que se sabe estaria sempre do lado do Outro, e aí permaneceria como um gozo inacessível. Já o injuriado padece do retorno de um significante que representa coletivamente um excesso do saber. Ele encarna, em um determinado sistema de crenças e de investiduras fálicas, uma figuração do mal. Ambos situam, nos circuitos instituídos, nas representações coletivas, formas de inscrição que denotam a inclusão do corpo na linguagem. São, portanto, excedentes pulsionais que cumprem uma função na economia das instituições. Se pensarmos nos termos freudianos, propostos em Totem e tabu, constituiriam dimensões do sagrado : do que instaura o sacrifício do corpo no coletivo. DISCURSO E SUJEITO Uma outra proposição importante de lembrar diz respeito ao tema dos discursos, que foi abordada por Lacan, como se sabe, a partir de um diálogo com Foucault. Neste diálogo ele ficou interessado em pensar a posição do mestre no discurso, propondo, a partir daí, quatro estruturas discursivas como determinantes da posição do sujeito no campo da linguagem. Não é certo que cada discurso esteja situado no lugar onde sua designação se coloca. Por exemplo, não é certo que o discurso universitário esteja na universidade, pode estar em outras instituições. O discurso da histérica, por exemplo, não está colado à sintomática histérica. Os discursos não estão colados ao lugar de onde Lacan se inspirou para nomeá-los. E, na produção dos discursos, vamos encontrar distintas posições do sujeito. O tema do sujeito para a psicanálise toma sua referência ao significante, com sua produção no lugar mesmo da repetição onde o sujeito apresenta sua condição singular de alienação à linguagem. Essa produção significante tem toda importância, na medida em que enlaça simbólico e real: significante e ato (que, por outro lado, são vertentes em causa na repetição). Nessa questão encontramos uma proposição que Lacan desenvolve no Seminário sobre os quatro conceitos fundamentais, onde diz que o inconsciente não é ôntico, é ético. A menção à ontologia diz respeito a que o sujeito sempre está tentando capturar uma apreensão qualquer de seu ser. O aspecto extremamente fugaz e evanescente, em que implicam as determinações da linguagem, fazem com que o sujeito tenha essa inclinação por tentar estabelecer algo de fixado. No entanto, se conseguimos pensar no que nos determina, vamos chegar a esse estatuto ético, no sentido em que 20 21

12 COSTA, A. De uma clínica... ele se situa por relação à ética de cada discurso. Isso está dentro do que abordamos anteriormente: nossos atos são inscritos discursivamente. Como pensar nesse estatuto ético proposto por Lacan? Podemos situar a ética de uma maneira aproximativa como o que dirige os atos do sujeito. A construção da referência ao ser é determinada pela posição num discurso: isso que faz a ética de nossos atos determinando nossas escolhas. E em que base se determinam nossas escolhas? Lidamos, aqui, com o que faz limite, que implica o impossível e que, por outro lado, é o que abre o campo das possibilidades. A ética se determina pelo que é impossível em cada discurso. O impossível não se confunde com a moral. Tentamos traduzi-lo para o campo da moral, na medida em que funcionamos pela encarnação no Outro de atributos e censuras. A ética é a linha traçada pelo que amarra o sujeito ao discurso. Nesse sentido traça a borda do impossível. A partir daí o sujeito precisa dar as razões, precisa preencher o vazio, criado por essa borda. Que essas razões se situem nas invenções de sintomas, a partir dos restos catados do lixo da civilização, abre um campo clínico de difícil trabalho, na medida em que ele não pode ser prescritivo, como o é a moral e a legislação. É aqui que se constitui um trabalho necessário de produção de uma temporalidade que se inscreve no a posteriori da experiência. Passamos, aqui, por balizas que nos parecem essenciais à fundamentação de uma clínica, que como colocamos no início deste trabalho encontra rapidamente as bordas dos discursos. É nesse sítio de borda que muitas vezes se encontra injúria e exclusão, componentes dos limites do instituído. De uma clínica que não seria do semblante encontraria esse sítio do Real como impossível, saindo do registro imaginário da impotência. Essa expressão pode tornar-se um dos motores de sua potência de criação. Lacan, J. O seminário. Livro 11. Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., O seminário. Livro 17. O avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., O seminário. Livro 3. As psicoses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., O seminário. Livro 23. O sinthoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., Referências bibliográficas: Certeau, M. Histoire et psychanalyse: entre science et fiction. Paris : Gallimard, Freud, S. Totem y tabu. In: Obras completas. Madrid: Biblioteca Nueva, La negación. Op. Cit

13 RIBEIRO, M. H. DE M. Diálogos com o direito. DIÁLOGOS COM O DIREITO 1 Marcia H. de Menezes Ribeiro Trabalho em uma equipe técnica num JRIJ (Juizado Regional da Infância e Juventude), que abarca uma região com 23 Comarcas e atende 81 municípios. Esta equipe responde pelas demandas de avaliação em processos criminais e cíveis que envolvam crianças, adolescentes e suas famílias. Vou trazer para discussão uma experiência de acompanhamento de adoções de crianças (com mais de quatro anos) com trajetória de abrigamento, que uma vertente do campo psicojurídico convencionou chamar de adoção tardia. Para situar como nessa equipe conduzimos essa experiência hoje, quero levá-los à época que comecei no Juizado da infância para compartilhar algumas passagens que influenciaram nosso estilo de trabalho. Então, em 1997, e a data é importante porque ainda que já estivéssemos à época com sete anos de vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente, recebíamos os desdobramentos do que havia sido o tempo sob vigência do Código de Menores (1979). Foi com o Código de Menores que se criou no Brasil o instituto da adoção semelhante ao que se conhece hoje. Embora admitisse ainda adoção de menores, em situação regular, por escritura pública firmada em cartório 2. Maria Luiza Marcírio 3 propõe que esta forma de adoção, por escritura pública, fosse resquício do tempo da escravidão. 1 Trabalho apresentado na Jornada do Instituto APPOA: Psicanálise e Intervenções Sociais Porto Alegre, 26 e 27 de junho A Lei de 10 de outubro de 1979, denominada Código de Menores, estabelecia que a adoção simples, de menor em situação irregular, somente se procederia sob intervenção do Poder Judiciário. Com efeito, em se tratando de menor, em situação regular, a adoção, antes do advento da Lei 8.069/90, que revogou o referido Código de Menores, poderia ser realizada por meio de escritura pública, nos termos do art. 375 do Código Civil de MARCÍLIO, M. L. História social da criança abandonada. São Paulo: HUCITEC, Com o Código de Menores a adoção dividia-se em dois tipos: a simples, que não assegurava direitos de filiação e patrimoniais à criança; e a plena, que assegurava os mesmo direitos que ao filho biológico com paternidade reconhecida. As formalidades para a adoção plena eram tão complexas que eram deixadas para mais tarde, num mais tarde que tardava verdadeiramente a chegar. Nestas condições, as crianças cresciam no seio da família adotiva na condição de agregados ou criados. Desde o advento do ECA (07/1990) a adoção é ato privativo do juiz, tem caráter irrevogável e irretratável, e confere à criança a condição de filho para todos os efeitos legais. A adoção por escritura pública não é admitida. Voltemos então ao primeiro ano de trabalho. Recebi muitos processos e a palavra muitos talvez aqui se imponha pela crueza da experiência para avaliação com a seguinte demanda: famílias procuravam o juizado para devolver o adolescente que estivera sob sua responsabilidade desde o nascimento, porque o convívio tornara-se insuportável por um sem número de problemas, nada incomuns da passagem adolescente. Para algumas situações em que a questão parecia ser mais de auxiliar no andamento da resolução de conflitos entre pais e filhos, redimensionando os lugares, foi suficiente acolher as queixas mútuas para encaminhar aos colegas, deixando à seara da justiça apenas o que lhe cabia em termos legais, como, por exemplo, a formalização da adoção. Outras situações mais dramáticas resultaram no abrigamento dos adolescentes por absoluta falta de alternativas. Nestas situações em que foi impossível a manutenção do convívio do adolescente na família em que crescera, um argumento se repetia no discurso dos adultos: estavam decepcionados, ele ou ela tornara-se muito diferente daquele que criaram desde bebê e que isso sem dúvida era efeito do sangue ruim da família que agora se manifestava. Logo, sendo responsabilidade da carga genética que ele ou ela trazia nas veias sem nem mesmo saber, ninguém tinha responsabilidades, que se ocupasse dele o Estado ou que se procurasse a família biológica. Poderia ser uma opção a considerar, sem dúvida

14 RIBEIRO, M. H. DE M. Diálogos com o direito. Havia uma recusa consistente dos adultos para reconhecerem sua implicação naquela história, no laço construído e que resultara no adolescente problema. Passada a estupefação provocada pelo insólito encontro com a crueza do desamparo, do abandono, restaram muitas perguntas que hoje posso reduzir a duas: qual a origem disso e se havia algo em comum, além do ato de entrega, nestas devoluções. Com aqueles que puderam, retomamos a história e identificamos que o acolhimento daqueles bebês, tornados adolescentes, fora movido predominantemente por compaixão caridosa, pela situação de miséria/abandono que se encontravam com suas famílias de origem. Não raro os guardiões se descreviam como pessoas que haviam agido com intensa dedicação e abnegação, dando tudo de si para suprir as carências das crianças. E o adolescente ingrato que ele se transformara era muito diferente da criança obediente do passado. A lógica que possibilitava a devolução do adolescente, e insisto em não usar a palavra filho porque como bem lembrou uma dessas pessoas, a gente devolve uma criança, mas não devolve um filho, revela que o laço que ali pôde se produzir se sustentava na justa medida do retorno da imagem da criança feliz. Desfeita imagem desfazia-se a liga. Contemporânea a essas devoluções era a prática do abrigo de autorizar pessoas caridosas da comunidade a levar crianças abrigadas para suas casas para os finais de semana ou em datas comemorativas, como Natal, dia da criança... Essa prática, diziam, encontrava amparo em artigo do ECA: toda criança tem direito a vida familiar, social e comunitária. A prática causava uma série de problemas às crianças, e destaco, ao que interessa neste trabalho, a reprodução desta lógica de acolhimento, por compaixão caridosa, que inscreve aquele que recebe a graça numa posição de devedor eternamente cobrado. Ao término dos finais de semana idílicos as crianças eram devolvidas ao abrigo onde passavam o restante da semana, às vezes à espera do próximo encontro. Esse circuito de passeio/devolução se repetia até que a família desaparecia ou se sentia moralmente responsável pela criança e a levava para sua casa por tempo indeterminado. Não raro, passado o tempo do encantamento recíproco, iniciava-se o tempo de testes de consis- tência do laço: birras, desafios, cenas de ciúme, desobediências... Enfim, detalhes mais bicudos do laço de amor. Quando a vertente insuportável falava alto, a devolução ao abrigo ocorria. Ou, se o peso da responsabilidade moral fosse deveras forte, a criança era enviada para alguém das relações de amizade ou mesmo da família, evitando o retorno à instituição. Zezinho, um menino de quase quatro anos, que vivia no abrigo desde o primeiro ano de vida, era o segundo de três irmãos de um casal de andarilhos, cuja embriaguez fizera esquecer dos filhos mais de uma vez nos lugares mais insólitos da cidade. Embora o casal fosse alvo de intervenções dos órgãos de assistência, o amor ao álcool se impunha a eles como escravidão. A embriaguez transformava os filhos em personagens coadjuvantes, cuja ausência por vezes nem percebiam. Zezinho e os irmãos freqüentavam separadamente a casa de três famílias e a idéia era avaliar se esta acolhida significava desejo de adotálos. O casal que recebia Zezinho para os finais de semana o encontrara pela primeira vez quando fora ao abrigo para escolher uma criança para passar o Natal; para animar a festa que só tinha adultos. Seis meses haviam se passado desde aquela primeira visita quando os encontrei. O casal não tinha filhos biológicos, tampouco diagnóstico de infertilidade. Ela acalentava o sonho de engravidar. Ele se imaginava pai de Zezinho. Ela dizia que ele não parecia em nada com o filho que sonhava, mas para não decepcionar o marido pensara adotá-lo e, afinal dizia ela eu me distraio com ele, o tempo passa mais rápido. Zezinho produzia sintomas: abria o portão e saía para rua para caminhar, deixando a guardiã atônita, que identificava este comportamento com aquele dos pais andarilhos. Ela falava e ele parecia surdo. Manifestações de desagrado ou desafio vindas de Zezinho produziam interpretações dantescas: um dia ela o repreende e ele toma de uma faca de mesa num gesto ameaçador, o laço se desfaz na fantasia de parricídio, em que Zezinho crescido os mataria a facadas enquanto estivessem dormindo. Este discurso que antecipa o futuro sinistro de Zezinho é termômetro da relação que ali se produzia e baliza as intervenções subseqüentes. As visitas, que já vinham 26 27

15 RIBEIRO, M. H. DE M. Diálogos com o direito. sendo parcimoniosamente dosadas, foram definitivamente suspensas e o pseudoprojeto de adoção terminado. Zezinho volta a viver em tempo integral no abrigo. Era uma criança excepcional, se destacava dos demais pela vivacidade, que andava de mãos dadas com um estilo mais autônomo e voluntarioso. Corajoso, sabia deixar bem claro o que queria. Muito perto, sentia-se seus espinhos. Com ele nada era simples, emburrava-se e emudecia, era preciso reconstruir de novo, mais uma vez o caminho até ele. Passados alguns meses do retorno ao abrigo há uma determinação judicial para colocá-lo em família substituta. Uma criança vivendo no abrigo em condições jurídicas para adoção não é compreensível para o Direito. A manutenção no abrigo quando há condições jurídicas para adoção não raro corre o risco de ser interpretada pelos operadores do Direito como índice de negligência ou descaso dos profissionais responsáveis pela colocação da criança em família substituta.ocorre que há uma disjunção, nem sempre conciliável, entre o tempo do processo e o tempo subjetivo da criança, e dos adotantes. Ou seja, a autorização judicial não corresponde necessariamente ao desejo de ser adotado. Da autorização formal à adoção há um percurso singular, construído na delicada arquitetura do laço, sem o qual a adoção não é viável, exeqüível, prudente. Quando Zezinho começou a montar brincadeiras de uma criança machucada que era levada para casa para ser tratada pela mãe e outros roteiros similares, começamos a pensar que poderia ser o momento de falar em pai e mãe, em sair do abrigo para sua família. Por estas coincidências inexplicáveis da vida, recebemos um casal que conhecera Zezinho em visita ao abrigo e queria saber mais dele. Começava ali um trabalho de apresentações, aproximações, passeios e visitas que culminou um ano e meio depois com a formalização da adoção de Zezinho pelo casal. Dentre as experiências que tive o privilégio de testemunhar recordo de um momento fundamental para todos. Zezinho ouve da mãe, após um episódio de birra, que daquele jeito não dava para continuar, ao que ele responde: se eu não sou mais teu filhinho tu também não é mais mamãe. Zezinho, pequeno psicanalista. Os lugares de mãe e de filho são interpendentes, um define o outro. Se não há mãe, logo não há filho e se não há filho, não há mãe. O bem fundado de uma adoção repousa no desejo de filho, de onde emana a potência que assegura o laço e que permite partilhar esta experiência. Zezinho e seus pais foram mestres, de cujos ensinamentos sou profundamente grata. Ensinaram um caminho e inauguraram uma experiência de preparação e acompanhamento de adoção de crianças maiores na equipe onde trabalho, conhecido no campo psicojurídico como adoção tardia. O adjetivo tardio alimenta o imaginário que haveria um tempo correto para adotar e estimula uma idéia que, a partir deste ponto em que deixa de ser só adoção para ser também tardia, adotar seria por altruísmo. Adotar não é solução para a infância abandonada. Aqueles meninos e meninas que foram devolvidos são a prova viva que o acolhimento por altruísmo, caridade ou piedade corre o risco de produzir justo o que queria evitar: desamparo, abandono, abrigamento. A letra fria da lei é incapaz de abarcar a complexa arte da construção dos laços de filiação, cuja delicada arquitetura não aceita atropelos. O diálogo da Psicanálise com este Direito da infância abre um campo interessante de trabalho ao lembrar que as intervenções no campo humano se produzem no caso a caso, dando voz, tornando visíveis e audíveis questões fundamentais que, no intuito de cumprir a lei, a criança, propósito do processo, corre o risco de ficar escondida atrás de enunciados legais

16 AMARAL, I. E.; ALMEIDA, R. M. DE. Psicanálise e intervenção... PSICANÁLISE E INTERVENÇÃO NO CUIDADO À PRIMEIRA INFÂNCIA 1 Inajara Erthal Amaral Renata Maria Conte de Almeida Opresente trabalho contém, como tessitura do texto, discussões e questionamentos de um grupo de trabalho 2 a partir de um caminho que parte do instituto APPOA para as diferentes instituições que se ocupam da infância. Ou seja, partimos justamente da discussão sobre implicação e responsabilidade enquanto psicanalistas preocupados com o lugar que a infância ocupa atualmente. Traremos hoje algumas inquietações desse grupo de profissionais reunidos na linha de trabalho Cuidado à primeira infância: psicanálise e intervenção, do Instituto APPOA. Iniciamos questionando: como tomar o cuidado à primeira infância, sob a ética da psicanálise, como uma possibilidade de intervenção no social? Há muito que o sofrimento infantil bate às portas de consultórios, ambulatórios, creches e escolas. Nosso grupo tem como premissa construir uma proposta de intervenção neste universo de creches, escolas infantis e seus berçários. Adentramos na questão específica das creches, enquanto grupo, após a organização de um evento de lançamento de uma campanha nacional em parceria com outras instituições articuladoras do projeto da ABRINQ: A primeira infância vem primeiro, responsável pelo programa Creche para todas as crianças. Neste momento inicial surgiram muitas questões: maior número de vagas, construção de novas creches e também como qualificar o atendimento existente. A discussão de projetos educacionais, 1 Trabalho apresentado na Jornada do Instituto APPOA em 26 e 27 de junho de Luciana Leiria Loureiro, Dorisnei Jornada da Rosa, Glaucia Escalier Braga, Márcia Contri, Verónica Perez, Cláudia Meffazioli, Cláudia Miüller, Eda Estevanel Tavares, Inajara Erthal Amaral e Renata Maria Conte de Almeida. propostos para berçários e maternais, como essenciais, foi nos dando um retrato da profundidade e complexidade da questão. Educação de bebês? Como são cuidadas estas crianças que estão em plena constituição subjetiva nos espaços de creches e escolas infantis? O olhar em algum momento recai sobre o sujeito ou apenas em suas necessidades básicas? Como compreender os sintomas de bebês e das crianças pequenas, que permanecem em instituições por 10, 12 horas e que, da família, só têm notícias durante o sono e no fim de semana? A quem escutar? Família? Cuidadoras? A que Outro estes bebês, estas crianças, estão referidos quando iniciam quadros de sofrimento e adoecimento precoces? Quais as conseqüências do Outro poder estar encarnado em uma figura que não é o casal parental? De esta criança ser inserida no discurso por um outro não familiar? O grupo é formado por psicanalistas, médicos e psicólogos, todos trabalhando com a infância, alguns em consultório, outros em instituições governamentais e em organizações da sociedade civil. A complexidade dos enfrentamentos na lide diária com as políticas públicas, mesmo interferindo diretamente no trabalho em si, não impossibilita que o psicanalista se faça aí presente. Acreditamos que isto possibilite aberturas para que o singular surja do conjunto e assim cada sujeito possa assumir e reconhecer algo próprio no lugar desde o qual emerge o seu discurso, o discurso do seu desejo. De articuladores de um projeto a proponentes de uma intervenção. A proposta deste grupo segue um fluxo que é o inverso da maioria dos trabalhos. A partir de um convite para sermos articuladores, ocupamos o lugar de questionadores, flexionando as certezas, não aceitando a fixidez do pré-determinado e nos responsabilizando por criar um espaço onde a troca, as discussões sobre o trabalho de escuta dos pedidos lançados ao grupo fundam possibilidades de intervir nas políticas públicas, nas instituições, nos programas, fomentando a pesquisa e criando demandas por novos espaços da clínica. Em tempos em que se intensifica no discurso social a urgência de promoção dos direitos das crianças, ainda parece necessário lembrar que, em se tratando, especialmente, da primeira infância, não há proteção sem 30 31

17 AMARAL, I. E.; ALMEIDA, R. M. DE. Psicanálise e intervenção... um olhar cuidadoso. E sabemos que, no que se refere aos primórdios da constituição psíquica, um olhar só fará função de convocação, inclusive para o que é da ordem do funcionamento, se estiver sustentado por um desejo articulado na palavra. A clínica psicanalítica nos faz saber que se há olhar (que faz marca no corpo convertendo-o em desejo) por conseqüência haverá cuidados. O inverso está longe de ser verdadeiro. Tanto a clínica em intenção como a circulação por espaços institucionais nos leva a constatar a facilidade com que os cuidados das crianças pequenas são terceirizados a prestadores de serviço. Com freqüência tais serviços estão restritos à puericultura e, logo mais, a intervenções pedagógicas que, em detrimento dos tempos de subjetivação em jogo, buscam inserir os pequenos, tão cedo quanto possível, no mundo das aprendizagens formais e da conquista de habilidades. Assim, interessa-nos pensar, por exemplo, as relações entre as diferentes formas de cuidados dirigidos à pequena criança, nos serviços e nas famílias de origem: afinal, como circula o saber acerca da criança? Pensamos em concentrar nossas investigações em espaços destinados ao acolhimento de crianças de 0 a 6 anos, sejam com fins educativos (abrigos, creches, por exemplo) ou de intervenções na área da saúde (maternidades, ambulatórios pediátricos, postos de saúde, etc). O formato de tais investigações tem sido o objeto central de nosso trabalho. Por aí direcionamos a possibilidade de trabalho partindo de muitas interrogações sobre as possíveis intervenções, pautadas por alguns caminhos surgidos pelas tensões da combinatória de bordas, entre disciplinas distintas como a relação entre psicanálise, saúde e educação. Se a modernidade traz os avatares do declínio dos Nomes-do-Pai, como pensar o momento de constituição subjetiva dentro de creches e escolas municipais de educação infantil, estas últimas hoje responsáveis pelo atendimento das crianças em situações de risco social, muitas vezes apartadas de suas figuras parentais? Frente a essa realidade qual o lugar do psicanalista, ou seja, qual é a responsabilidade com a ética proposta pela psicanálise? Como manter a ética de uma intervenção em psicanálise nos primórdios do tempo de subjetivação? Tempo em que o cronológico e o lógico se enlaçam para dar conta da constituição de um sujeito. O cronológico, tempo evolutivo que conta particularmente na primeira infância na medida em que a maturação, o crescimento e o desenvolvimento são cruciais para que se opere a intersecção com o tempo lógico das operações psíquicas fundamentais. Tempo em que a palavra ocupa um lugar humanizante. Como tomar essa preocupação com o tempo, ao pensarmos uma intervenção, sem cair na armadilha da urgência, já que a escuta neste tempo da primeira infância não desconhece a passagem cronológica, pois o desenvolvimento que está em marcha obedece tanto ao ritmo biológico quanto ao desejo? Sabemos que as aquisições nesse momento são muito rápidas e as paralisações no desenvolvimento podem bloquear processos complexos que nem sempre são resgatáveis depois. Temos aqui um dos paradoxos que a questão do tempo na infância nos coloca. Portanto, se faz necessário manter em segundo plano a pressão do tempo contida no termo intervenção precoce, utilizado para referir o trabalho com bebês e crianças pequenas. Tal intervenção precisa em muitos momentos ser menos interpretativa para poder se sustentar em um ato, que vai do acolhimento do sofrimento em jogo à sustentação das funções que fraquejam e ao encontro das palavras que organizam os lugares e as memórias. Pensar a ética da psicanálise como espaço de escuta do sujeito nos ancora: o eu não se funda na verdade que enuncia, mas no diálogo propriamente dito (Kehl, 2002) 3. A palavra é metade daquele que a diz, e metade de quem a escuta (Maria Rita Kehl, citando Montaigne) 4. A ética da psicanálise é deixar falar a verdade do sujeito, singularizando os discursos, o que implica em ocupar o lugar de produtor de dúvida e não de certezas. Assim, como intervir em ato sem produzir certezas paralisantes, pensando o trabalho com as instituições responsáveis atualmente pelo cuidado à infância? 3 Kehl, Maria Rita Sobre ética e psicanálise. São Paulo: Companhia das Letras, 2002 p Ibidem

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