PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
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- Luzia Rijo Vilaverde
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1 PROCESSO SELETIVO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA GABARITO DA PROVA ESCRITA PARA DOUTORADO EM GEOGRAFIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO TERRITÓRIO INGRESSO: 2017/2018 Questão teórico-conceitual obrigatória Sobre Humboldt e Ritter, Gomes (1996, p. 172) afirma: uma das formas que reveste essa dualidade no discurso dos fundadores é a concepção de uma ciência que seja ao mesmo tempo cosmológica e regional. Discuta como essa dualidade se apresenta nesses dois autores e suas consequências para o pensamento geográfico, conforme Gomes. - Humboldt e Ritter viveram o mesmo período, sem que tenha havido colaboração direta entre eles; (p. 163) - ambos pretendiam estabelecer as novas bases de um saber organizado e metodologicamente rigoroso (p. 163) - ambos foram buscar nos textos antigos as bases do saber geográfico; - Dualidades características da modernidade, com posições racionalistas e posições que lhe opõem o que se considera como moderno nessas obras é sua dualidade fundadora; (p. 172) - Esta dualidade é um dos principais legados desses autores; - Esta dualidade entre o cosmológico e o particular se transformou em dois ramos distintos do conhecimento: a geografia geral ou sistemática e a geografia regional (p. 173) - Geografia geral: herdeira da física newtoniana e das ciências naturais, mascada por um certo empirismo racionalista; - Geografia regional com raízes menos claras, ancoradas na Filosofia da Natureza e na concepção herderiana, e sob a forma de monografias, tributária da concepção romântica de Ritter; - A dupla tradição se exprime também na forma através da qual o papel do geógrafo é definido: um observador da natureza, com prazer estético, mas também um prazer intelectual de compreender as leis da natureza; Raízes no método hermeneutico: encontrar a ordem escondida que só se desvela no olhar do observador; Racionalismo e romantismo como formas complementares Humboldt: - Para a maioria dos historiadores da geografia, Humboldt é o primeiro a verdadeiramente estabelecer as novas regras do pensamento geográfico moderno (p. 151) - Humboldt retomou a perspectiva das viagens do século XVIII que valorizavam a observação direta e a descrição detalhada e juntou uma preocupação permanente de proceder a comparações e a raciocínios gerais evolutivos. Ele descrevia cada fenômeno na relação com os outros, acentuando sua relação recíproca; - Reconduziu as narrativas de viagem a um novo modelo científico; - Combinou as ideias recebidas do materialismo racionalista com as proposições do idealismo alemão e do romantismo filosófico (p. 154) que representa uma dualidade presente em toda a sua obra. - A natureza é vista como um todo. Segundo ele, o primeiro passo para desvelar o plano do mundo consiste em generalizar fatos particulares (p. 156). - Esforço em ir além da classificação e instaurar uma ordem e coerência (p. 160);
2 Ritter: - O tipo de determinismo desenvolvido na obra de Ritter é um exemplo de sua conduta metafísica. (p. 168). Não se deixava classificar exclusivamente pelo rótulo teleológico que lhe é frequentemente aplicado (p. 170); Mais próximo do cartesianismo do que se supõe habitualmente. 1ª Questão optativa Questões específicas da área de concentração - optativas Em sua obra 17 contradições e o fim do capitalismo, Harvey assinala que o capital tem que ser capaz de suportar o choque da destruição do velho e estar disposto a construir das cinzas uma nova paisagem geográfica (HARVEY, 2016, p. 143). Identifique as formas de intervenção do capital e do Estado no processo de construção de uma nova paisagem geográfica, analisando as contradições e os efeitos possíveis, segundo o autor. Formas de intervenção do capital: - criação e absorção dos excedentes de capital e de mão de obra, muitas vezes na forma de desemprego e superacumulação de capital, pela expansão geográfica e reorganização espacial (urbanização e desenvolvimento regional), quase sempre nas crises; p utiliza projetos de infraestrutura financiados pelo Estado, significando desenvolver "ajustes espaçotemporais"; p cooptando os interesses do Estado; p criando novas divisões territoriais do trabalho, novos complexos de recursos e novas regiões de acumulação; p.144 Contradições: - as expansões geográficas ameaçam valores já fixados em outros lugares; p o crédito intensifica a contradição, o endividamento; p os novos espaços dinâmicos de acumulação do capital geram excedentes e precisam encontrar meios de absorvê-los mediante novas expansões geográficas; p.144 e 145 Efeitos possíveis - redirecionamento dos fluxos de capital de um espaço para outro; p acirramento da concorrência internacional no contexto da internacionalização do trabalho (guerras comerciais, monetárias ou por recursos); p.145 e 146 Intervenções do Estado - organiza estruturas de administração e governo; p responde a pressões de vários interesses e ideologias; p.147 e responde a relações e conflitos geoeconômicos e geopolíticos; p. 147 e reorganiza a escala e a diversidade das especializações regionais. p.149 2ª Questão optativa Em A Natureza do Espaço (SANTOS, 1996) a visão sistêmica, envolvendo a categoria espaço, se revela nas noções de tecnosfera e psicosfera. Defina essas noções de acordo com a visão do autor, assim como as noções associadas de densidade técnica, densidade informacional e densidade comunicacional, no âmbito das relações com o reino da necessidade e o reino da liberdade.
3 1. Em que bases se instalam a tecnosfera e a psicosfera; p no âmbito do alargamento dos contextos, ou seja, das novas possibilidades de fluidez que estão na base da expansão do intercâmbio, assumindo a circulação a hegemonia, ampliando-se a divisão do trabalho; no âmbito do alargamento da dimensão dos contextos e de sua espessura emergem as noções de tecnosfera e psicosfera; 2. Definição de tecnosfera e de psicosfera; p a tecnosfera se adapta aos mandamentos da produção e do intercâmbio, traduzindo interesses distantes, substituindo o meio natural ou o meio técnico e aderindo ao lugar como uma prótese; é o mundo dos objetos; - a psicosfera é o reino das ideias, crenças e paixões, é o lugar da produção de um sentido e faz parte desse meio ambiente, fornece regras à racionalidade ou estimula o imaginário; - ambos são locais, mas sua inspiração e leis têm dimensões mais amplas; é a esfera da ação. 3. Tecnosfera e psicosfera enquanto pilares de outros conceitos; p. 204 e tecnosfera e psicosfera constituem pilares com os quais o meio técnico-científico introduz a racionalidade, a irracionalidade e a contra-racionalidade no conteúdo do território. 4. Definições associadas: p.205 e densidade técnica: referente a uma área onde há objetos técnicos maduros, como no centro de negócios renovado de uma grande cidade, onde espaços inteligentes são dispostos para atender prontamente as intenções dos que o conceberam e produziram. - densidade informacional: deriva da densidade técnica, depende da ação, de cuja intencionalidade depende o seu nível; indica o grau de extensividade do lugar, e a realização de sua propensão em entrar em relação com outros lugares, setores e atores; quando é obediente às regras de um ator hegemônico, introduz no espaço uma intervenção vertical, ignorando o entorno. - densidade comunicacional: resulta do caráter humano do tempo da ação; esse tempo plural do cotidiano partilhado é o tempo conflitual da co-presença; esse espaço banal da geografia é criador da interdependência obrigatória e da solidariedade, geradas pelas situações de casa a casa; mas esse resultado depende de que eu e você tenhamos o mesmo entorno; essas relações resultam do mesmo meio social ambiente; são mais da esfera da materialidade. Mesmo movidas por ordens distantes, essas relações têm mais que as outras um sabor geográfico. 5. Associações com o reino da necessidade e o reino da liberdade; p as relações informacionais estão associadas ao reino da necessidade e as comunicacionais podem apontar para o reino da liberdade. 6. Tendências atuais: união vertical e uniões horizontais p.206 e a tendência atual é que os lugares se unam mais verticalmente, mas os lugares podem se unir horizontalmente, reconstruindo a base de vida comum, criando normas locais, regionais, que podem afetar as normas nacionais e globais; - na união vertical os vetores de modernização são entrópicos, trazem desordem, porque a ordem que criam é em seu próprio benefício, porque está a serviço do mercado e tende a corroer a coesão horizontal, que está posta a serviço da sociedade civil; contudo, a eficácia da união vertical está sempre posta em jogo e só sobrevive às custas de normas rígidas; - as uniões horizontais podem ser ampliadas às próprias novas formas de produção e consumo, e esse caminho pode se antepor à globalização perversa; por enquanto o lugar é a sede da resistência, às vezes involuntária, mas é possível elevá-lo a desígnios e escalas mais altas; - por isso é preciso conhecer melhor a realidade via território e sua constituição no momento histórico atual; o território é a arena da oposição entre o mercado que singulariza, com as técnicas da produção e sua organização, e a sociedade civil, que generaliza e envolve todas as pessoas; - na atual democracia de mercado, o território é suporte das redes que transportam verticalidades, enquanto as horizontalidades consideram a totalidade dos atores e ações.
4 3ª Questão optativa Em A morfologia da paisagem Carl Sauer (2012) lança uma proposta metodológica para a geografia baseada no conceito de paisagem. Partindo desse conceito, discuta as características da proposta de Sauer para o método geográfico. - Texto publicado em 1925 com um conteúdo programático para a geografia, no qual procura apontar tanto a natureza do objeto como o problema do método sistemático; - Aponta então os fenômenos que compõem a seção da realidade que a geografia considera e, em seguida, os métodos de determinar suas conexões. (p. 182) - Ressalta a tradição da geografia, desde Estrabão em torno das descrições de áreas e suas relações internas, a corologia. - Entre os grandes campos do conhecimento, divididos por grandes categorias de fenômenos, cabe à geografia o estudo da área ou a paisagem (p. 183) - Sauer foi, antes mesmo de Hartshorne, quem propôs a geografia como ciência da diferenciação de áreas (Gomes). Influencia por Ritter, que, segundo Sauer, teria lançado as bases para o estudo regional comparativo. - O objetivo da geografia deveria ser buscar a conexão entre os fenômenos em uma área; Descobrir essa conexão e a ordem dos fenômenos em área é uma tarefa científica e, de acordo com a nossa posição, a única à qual a geografia deveria devotar suas energias (Sauer, p. 184) - A paisagem é o conceito a partir do qual o objeto e o método da geografia giram. A tarefa da geografia é estabelecer um sistema crítico que envolva a fenomenologia da paisagem, de modo a captar em todo seu significado e cor a variada cena terrestre. (p. 187) Posição que deriva de gregos como Heródoto: A moderna geografia é a moderna expressão da geografia mais antiga. (p. 187) - Mais do que descrever e analisar objetos na paisagem, é fundamental para a geografia analisa-los em sua inter-relação. Os objetos que existem juntos na paisagem existem em inter-relação (p. 187) - O termo paisagem é apresentado para definir o conceito de unidade em da geografia, para caracterizar a associação peculiarmente geográfica de fatos. (p. 187). Ela é definida como uma área composta por uma associação distinta de formas, ao mesmo tempo físicas e culturais. (p. 187). - Para ele, a paisagem tem uma identidade baseada na constituição reconhecível e relações com outras paisagens, que constituem um sistema geral de paisagens. A paisagem tem assim uma qualidade orgânica. - A paisagem é uma generalização e não é simplesmente uma cena real vista por um observador. No sentido aqui empregado, a paisagem não é simplesmente uma cena real vista por um observador. A paisagem geográfica é uma generalização derivada de observação de cenas individuais. (p. 188). - A paisagem geográfica é uma abstração, derivada de uma sistematização e classificação; O geógrafo deve, portanto, proceder por comparação. Qualquer que seja a opinião que se possa ter sobre a lei natural, ou nomotética geral, ou relação causal, uma definição de paisagem como única, desorganizada ou não relacionada não tem valor científico (p. 189) - Essa inter-relações são observadas sobretudo a partir da relação entre objetos naturais e culturais. A geografia baseia-se, na realidade, na união dos elementos físicos e culturais da paisagem. O conteúdo da paisagem é encontrado, portanto, nas qualidades físicas da área que são importantes para o homem e nas formas de seu uso da área, em fatos de base física e fatos da cultura humana. (p. 191) -Sauer propõem então o método morfológico para a interpretação das paisagens e, portanto, como o método para a geografia. Este método considera conceitos de unidades organizadas que estão relacionadas.
5 - Defende a analogia orgânica como procedimento produtivo em ciências humanas, daí o método morfológico ser adotado; - O método morfológico é constituído por uma descrição sistemática preparatória; - É importante observar as relações na paisagem, tanto no tempo como no espaço. Assim, é necessário proceder de maneira genética, buscando a paisagem natural original. As ações do homem se expressão por si mesmas na paisagem cultural. - A divisão de formas em naturais e culturais é a base necessária para determinar a importância da área e o caráter da atividade humana. (p. 199) - A paisagem cultural é a área geográfica em seu último significado (p. 208). - Através desse método, a geografia preocupa-se exclusivamente com as formas, resultado de processos. em geografia não nos preocupamos com a energia, os costumes ou as crenças dos homens, mas com as marcas do homem na paisagem. (p. 208) - A melhor geografia jamais deixou de levar em conta as qualidades da paisagem (p. 210) Através do método, coloca-se de maneira muito forte contra o ambientalismo em geografia (determinismo ambiental)
6 PROCESSO SELETIVO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA GABARITO DA PROVA ESCRITA PARA DOUTORADO EM GEOGRAFIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAL INGRESSO: 2017/2018 Questão teórico-conceitual obrigatória Tradicionalmente na Geografia Física, os sistemas têm sido classificados como morfológicos, em sequência, de processos-respostas, entre outros. Quando aplicamos a análise sistêmica ao estudo da evolução das formas de relevo de uma certa região, influenciada por mudanças ao longo do tempo no clima e/ou tectônica, temos que incorporar conceitos tais como: equilíbrio, transiência, magnitude e tempo de recorrência dessas mudanças externas, assim como o tempo de ajuste das diferentes formas de relevo envolvidas (Gregory, 1992; Inkpen, 2005). (a) Discuta as diferenças entre esses 3 tipos de sistemas. Dê um exemplo específico de cada um deles. (1,5 pts) (b) Quais os efeitos que os mecanismos de retroalimentação positiva e negativa podem gerar na evolução de um sistema? Dê um exemplo de cada. (1,5 pts) (c) Com base nessa afirmativa, discuta como as escalas espacial e temporal de análise podem influenciar na definição de equilíbrio para um determinado sistema. (2,0 pts) a) - Expressar de forma clara e objetiva, as diferenças entre esses 3 tipos de sistemas, conforme destacado nas páginas de Gregory (1992). - Apresentar e discutir um exemplo de aplicação de cada um desses 3 tipos de sistemas nos diversos campos da Geografia Física, dentre esses há vários exemplos de sistemas nas páginas de Gregory (1992). b) - Mencionar o significado e explicar os mecanismos de retroalimentação positiva e negativa no estudo de sistemas. - Apresentar e discutir em uma segunda etapa, através de dois exemplos, os possíveis efeitos desses dois tipos de retroalimentação na evolução temporal de um sistema, conforme discutido nas páginas de Inkpen (2005). c) - Debater o conceito de equilíbrio no estudo de sistemas e como ele pode ser afetado pelas escalas (espacial e temporal) utilizadas nas análises. Nessa discussão o candidato poderá trabalhar tempo de reação, tempo de reacomodação (relaxação), intervalo de recorrência dos distúrbios externos, entre outros. Tais discussões pode ser observadas em Gregory (1992; páginas ) e em Inkpen (2005; páginas ).
7 Questões específicas da área de concentração - optativas 1ª Questão optativa A mitigação e a prevenção de desastres naturais relacionados aos processos geomorfológicos são importantes na gestão da ocupação urbana em ambientes montanhosos (Downs e Booth, 2011). Estabeleça as relações entre a gestão ambiental e os processos de encosta, indicando de que maneira tais relações podem ser expressas conforme as premissas da cartografia temática, destacadas em Menezes e Fernandes (2013). (5,0 pts) - Comentar sobre o histórico da ocupação urbana a partir dos terrenos planos que, posteriormente expandiram-se de maneira densa em terrenos com declividades mais acentuadas. - Mencionar que os processos geomorfológicos atuantes nos domínios montanhosos são predominantemente os movimentos de massa e que impõem diferentes condições de risco às moradias ali construídas. - Apresentar relações das informações acima com a gestão de áreas urbanas em encostas, através da necessidade da elaboração de mapas de suscetibilidade e risco. - Mencionar a necessidade de multiescalaridade nestes estudos, assim como as diferentes tecnologias de obtenção de informações com sensores remotos e a importância dos sistemas de informação geográfica. - Apontar a relevância destes estudos integrados como subsídios à gestão ambiental nos domínios de encostas sob ocupação urbana. 2ª Questão optativa Existem várias interfaces entre a dinâmica das sociedades e os processos geomorfológicos atuantes. De um modo geral, podemos identificar dois níveis de interação: aquele onde os assentamentos humanos são afetados pelos processos geomorfológicos naturais e outros onde a ocupação humana gera modificações nestes processos (Kondolf e Piégay, 2011). Com base na análise da figura a seguir, que mostra dois momentos na ocupação de uma área de confluência fluvial, responda:
8 (a) De que maneira as variações de vazão influenciariam a dinâmica fluvial para a geração de inundações? (2,0 pts) (b) Descreva outros dois exemplos específicos em que os assentamentos humanos são afetados pela dinâmica natural e quando a ocupação humana gera modificação no tipo e nas taxas dos processos geomorfológicos atuantes. (3,0 pts) GABARITO a) - Apresentar os elementos fundamentais envolvidos no ambiente, relacionados ao clima, às bacias hidrográficas e à morfologia dos canais fluviais e discutir como eles interagem para influenciar na vazão dos rios. - Explicar como as alterações na dinâmica geomorfológica da bacia como um todo influenciam a vazão e deposição ao longo dos canais fluviais e explicar como as variações temporais dessas vazões afetam as planícies de inundação. b) - Indicar e discutir dois exemplos de interferências antropogênicas que possam trazer mudanças na vazão e na dinâmica fluvial, a ponto de trazer consequências para a própria ocupação humana. - Discutir como as transformações no ambiente afetam as taxas erosivas ou deposicionais e de que modo essas mudanças geram alterações no leito fluvial. - Mencionar como podem ser analisadas as inundações em termos de tempo de recorrência e estabelecer uma correlação qualitativa dessas, com situações mais habituais ou mais severas frente a ocupação humana em planícies de inundação. Fonte: Kondolf, M.; Piégay, H. Geomorpholgy and Society. 3ª Questão optativa Conforme destacado por Menezes e Fernandes (2013), a escolha da escala cartográfica a ser utilizada deve estar de acordo com a multiescalaridade dos dados e informações geográficas, que são relevantes na explicação da problemática em questão e resultam em diferentes significados e percepções de uma mesma paisagem. Com base nesta afirmativa, responda: (a) Como as medições das transformações de uso do solo e cobertura vegetal são influenciadas pelas escalas de observação? (2,5 pts) (b) Cite dois exemplos de estudos ambientais que envolvam a multiescalaridade na análise da paisagem. (2,5 pts) (a) - Conceituar multiescalaridade espacial e temporal como o conjunto de escalas a ser aplicado para uma análise integrada, uma vez que elementos estruturais da paisagem agem simultaneamente em diferentes escalas que irão influenciar no inter-relacionamento, localização, padrão e na própria escala operacional. - Problematizar a escolha de escalas adequadas, de acordo com os dados, informações, atuações espaciais e integração necessárias ao estudo das mudanças de uso e ocupação do solo. - Explicar como medidas realizadas sobre mapas são influenciadas pelas escalas, focando no uso do solo e cobertura vegetal e seus efeitos em cálculos de índices e comparações.
9 - Considerar a influência de outras questões cartográficas, tais como o sistema de projeção e o sistema de referência geodésica adotados. (b) - Selecionar dois estudos associados a temas ambientais, apresentando suas demandas relativas aos métodos de obtenção e representação de dados, que devem atender aos objetivos estabelecidos. - Considerar a importância de questões relacionadas à exatidão, atualização e detalhamento dos dados, que possam necessitar de cuidados especiais para garantir as integrações a serem realizadas. - Citar dois exemplos e justificar a importância dos estudos que necessitam da aplicação de mais de uma escala para análise do problema, aonde é preciso associar abrangência e detalhe. Fonte: Menezes, P.M.L & Fernandes, M.C. Roteiro de Cartografia. São Paulo: Oficina de textos, 2013
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