PANORAMA ECONÔMICO BRASILEIRO
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- Clara Melgaço Ferreira
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1 PANORAMA ECONÔMICO BRASILEIRO Setembro 2014
2 POLÍTICAS INSTRUMENTOS COMPROMETIMENTOS RESULTADOS
3 Contenção artificial por meio de preços administrados. Exemplos: Gasolina Transportes Energia Elétrica Telefonia Início de acomodação de livres pela tendência geral Nova vilã: Impossibilidade de continuidade de forte represamento (há limites)
4 - sistema de metas de inflação: função é ANCORAR expectativas e para tal é necessário CREDIBILIDADE - Últimos 4 anos (2010 em diante) preocupante aumento da complacência com a inflação. Tolerância com o teto (meta+banda). Teto NÃO é meta. - Se é uma meta, qual é o prazo para ser atingida? É preciso fazer um regime e se perder 5 kg. Mas em quanto tempo? Em 3 meses ou em 2 anos? - Postergada através de artifícios (contenção de preços administrados energia, combustível, transporte, etc.). - Inflação de serviços resistente pela demanda. Governo não age sobre a demanda, continuando com expansão de gastos e promovendo expansão de crédito. Aumentos salariais sem aumento de produtividade + Indexação salarial + pleno emprego com mão de obra menos qualificada e ganhando mais. Porém, inflação alta reduz renda disponível final, aperta situação e começa a pressionar para baixo preços de serviços. Abandono informal (ou afrouxamento) deste ponto do tripé de comprometimento
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6 - PIB: CRESCIA E ARRECADAÇÃO CRESCEU - GASTO: CRESCIA MAIS AINDA - PRODUTIVIDADE PÚBLICA: DIMINUIU MUITO - Dívida pública bruta aumentando... (68,5% do PIB segundo FMI e 57,2% segundo governo brasileiro. FMI considera todos os títulos emitidos pelo Tesouro em poder do BC. Governo só considera os títulos que o BC usa para fazer operações compromissadas - instrumento de política monetária para enxugar a liquidez do mercado).
7 - Governo gasta muito, cada vez mais, e gasta mal - Investimento ínfimo - Gestão deficiente - Arrecadação continua alta e subindo... - Manipulação de números com contabillidade criativa... (entre outros, o crédito para bancos oficiais que são uma fábrica de resultado primário ) - Receitas extraordinárias como royalties do Campo de Libra, Refis, etc... - É O MAIOR PROBLEMA ENTRE TODOS OS DA CONJUNTURA Meta Meta ajustada Abandono informal deste ponto do tripé
8 Real apreciado ajuda no combate a inflação mas penaliza exportador. Intervenção no câmbio pelo BC atingiu R$ 90 bilhões líquidos em Swaps cambiais em 12 meses (até junho 2014). Ofereceu R$ 186 bilhões e retirou R$ 96 bilhões. Em agosto de 1996 USD 1 = R$ 1 Pela Inflação no período este R$ 1 valeria em agosto de 2014 R$ 4,11 1 USD em 1996 valeria hoje 1,52 USD Corrigindo pelas inflações, a taxa de cambio seria hoje 1 USD = R$ 2,70
9 Juros reais dependem, entre outros fatores, de: Política Fiscal Poupança Doméstica Volatilidade da Inflação Eficácia da transmissão da política monetária Solidez das Instituições Juros básicos são instrumento de política monetária e não meta em si
10 Política intensa de incentivo ao consumo via crédito Governo reduz compulsório, estica prazo de consignado e induz a maior oferta A oferta se acelera via bancos oficiais O crédito livre cresce a ritmo menor que a inflação O crédito direcionado cresce a um ritmo muito maior do que o livre
11 Apesar da queda de inadimplência, spread sobe Spread sobe mais para pessoas físicas
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13 Crescimento do PIB Expectativa Resultado Variação ,50% 2,73% -39,33% ,30% 1,00% -69,70% ,30% 2,20% -33,33% ,00% 0,30% -90,00%
14 Independentemente de ser tecnicamente uma recessão, o fato é que Não é uma situação confortável nem passageira
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18 O Brasil participa apenas em cerca de 1,3% do comércio mundial
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21 LABORATÓRIO ECONÔMICO Tentativa governamental de criar empresas fortes em segmentos específicos não produziu resultados interessantes Política de subsídios setoriais não trouxe os resultados esperados (nem de controle de inflação nem de investimentos) Proteção ilusória da indústria nacional Tentativa de controlar variáveis econômicas básicas na marra Propaganda oficial impede o reconhecimento claro da situação geral Não colaboram as manobras contábeis do governo visando demonstrar o atingimento do superávit primário previsto Idem uso dos bancos oficiais para repasses nos moldes da antiga conta movimento
22 Postergação de reajustes (Distribuidoras de energia, Petrobrás, Tarifas públicas etc.) para conter inflação na marra Rebaixamento de rating e perspectivas pelas agências internacionais Em 28/08/2014 o Executivo entregou ao Congresso o Orçamento da União Nele consta crescimento do PIB em 2015 de 3% e inflação de 5% (!!!)
23 Desaceleração de investimentos privados Indústria em geral tem optado mais por importar do que por investir PAC é um programa mais habitacional com clara vocação para apenas liberação de créditos Investimentos com prazos mais longos quase desapareceram IED alto mas tende a diminuir
24 Investidores não estão enxergando consistência macroeconômica e/ou receiam interferências, interpretações e/ou mudanças. Investimentos de longo prazo: Governo quer ser sócio direta ou indiretamente (Valec, BNDES, empresa do grupo Eletrobrás, Infraero etc.) ou Regular tudo nos mínimos detalhes, com grande abrangência, incluindo definir o lucro em patamar que acha adequado. Implica em alto risco, pouca atratividade e, portanto, não há investimento. País perde tempo e compromete o futuro.
25 Produtividade passa por mão de obra melhor qualificada, mais tecnologia aplicada e inovação Competitividade requer infraestrutura melhor e mais abrangente, e para tanto é fundamental a atração de capital privado. Passa também pela atuação do Estado. Se fala em produtividade e eficiência no setor privado mas pouco se fala disto no setor público. Estado deve ser mais eficiente, buscando fazer mais e melhor com muito menos. É isso que é exigido da iniciativa privada para ser competitiva no mundo todo. Não se pode exigir menos do Estado. Devem haver melhorias no ambiente de negócios, entre outras a busca de uma tributação mais racional (e NÃO MAIOR), a drástica redução da burocracia e um profundo respeito e incentivo à iniciativa privada.
26 Bancos Oficiais Gasto Público Visão ideológica Intervenção na economia Relações Exteriores Populismo Visão Ideológica e voluntarismo transbordou da parte externa para a interna e se sobrepõem à racionalidade econômica => Desequilíbrio macroeconômico e instabillidade
27 O QUE ESPERAR DAQUI EM DIANTE Panorama Econômico Brasileiro - Inflação: - Continuará alta. Acima da meta atual pelo menos pelos próximos 3 anos. - Foi postergada através de artifícios (contenção de preços administrados energia, combustível, transporte, etc.). - Preços administrados puxarão a alta enquanto preços de não comercializáveis tenderão a ter altas menores - Crescimento: - Crescimento fraco do PIB, mantendo ou elevando pouco o PIB per capita. - Em 2014 cerca de 0,3% e 2015 cerca de 1% - Centro-oeste, Nordeste, cidades médias, que fizeram o crescimento recente tendem a não colaborar tanto. - Juros e Crédito: - Tendência de alta de juros a partir de janeiro 2015, porém sem saltos. - Crédito tende a ser mais restritivo em geral com alguns direcionamentos específicos. - Câmbio: - Tendência de desvalorização do real. Nível de ajuste vai depender das demais condições da economia.
28 O QUE ESPERAR DAQUI EM DIANTE Panorama Econômico Brasileiro - Resultado Primário: - Superavit primário vai continuar mal. - Despesas vinculadas e obrigatórias impedem redução mais rápida. - Receita tende a subir menos pelo baixo crescimento. - Não se poderá contar com receitas extraordinárias (repasses, antecipações, dividendos, Refis, leilões Libra, 4G, etc.) da mesma forma que antes. - Com primário baixo e juros elevados, dívida pública tende a aumentar. - Balança Comercial e Balanço de Pagamentos: - Queda significativa de saldo comercial - Situação de parceiros não ajuda - Falta de competividade em produtos industriais e dependência de commodities - Nível de reservas ajuda mas não é infinito. - Necessidade de atração de capital externo, especulativo ou não. - Emprego e Renda: - Nível de emprego já está sendo afetado na indústria. - Começará a decrescer inclusive no comércio e serviços. - Inflação alta e menor aumento de remuneração deixarão a renda disponível menor.
29 O QUE ESPERAR DAQUI EM DIANTE Panorama Econômico Brasileiro - Investimentos: - Cresce a falta de confiança na economia - Estoques estão altos e resistentes a baixar - Cresce a capacidade ociosa - Governo pratica o intervencionismo - Falta de confiança na estabilidade regulatória e respeito a contratos - Conjuntura e baixa capacidade de investimento do governo aliado a baixa atração do capital privado implica em investimentos muito aquém do necessário. - Competitividade: - Burocracia continua alta (e até aumentando) - Sistema tributário caótico - Infraestrutura deficiente - Aumentos salariais (escassez e reajustes) sem aumento de produtividade
30 O QUE ESPERAR DAQUI EM DIANTE Panorama Econômico Brasileiro A partir de 2015 independentemente do atual governo obter mais 4 anos ou haver um novo governo, deverão sim haver ajustes mais acentuados, inclusive considerando-se a provável mudança do cenário externo que deverá ocorrer nos EUA no primeiro semestre (dependerá do inverno). O AJUSTE É INADIÁVEL E COMEÇARÁ EM 2015 O AJUSTE NÃO SERÁ RÁPIDO. DEVERÁ SER LENTO (DEMORARÁ ALGUNS ANOS) IMPLICARÁ NA REVISÃO DE ALGUMAS POLÍTICAS PÚBLICAS PROVAVELMENTE SERÁ UM PROCESSO PENOSO E DE CERTA FORMA TURBULENTO
31 OBRIGADO Panorama Econômico Brasileiro
GOVERNO DILMA 1 ( )
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