METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DA REAÇÃO À GERMINAÇÃO NA ESPIGA DE GERMOPLASMAS DE TRIGO BRASILEIROS. Resumo

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1 METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DA REAÇÃO À GERMINAÇÃO NA ESPIGA DE GERMOPLASMAS DE TRIGO BRASILEIROS Só e Silva, M. 1 ; Unhares, A.G. 1 ; Susa, C.N.A. de': lrczeski, E.J. 1 ; Mreira, J.C.S. 1 ; Dei Duca, L. de J.A. 1 ; Miranda, M.Z. de": Scheeren, P.L. 1 Resum As cultivares Embrapa 16, BRS 119, BRS 120, Frntana, RS-1 Fênix e Fepagr RS-15 fram submetidas a um cnjunt de trataments simuland metdlgias descritas na literatura para a caracterizaçã de genótips de trig quant à germinaçã na espiga, medida pel Falling Number de Hagberg (FNH). Para iss, fi cnduzid um experiment fatrial 6x2x5 cm duas repetições cmpletamente casualizadas, envlvend feixes de espigas das seis cultivares, sem e cm 2 hras de banh de imersã, submetidas ainda a regimes de 0, 24, 48, 72 e 96 hras de chuva simulada em câmara úmida a 22 ºC. Fi determinad pder germinativ das sementes de cada cultivar (PG), cm e sem quebra de drmência. Huve crrelaçã significativa entre drmência, representada pel valres de PG de cada cultivar, médias de FNH das cultivares cm banh de imersã e médias ds regimes de chuva simulada de 48, 72 e 96 hras. Esses resultads mstram a necessidade d banh de imersã antes de submeter material à chuva simulada, para uma melhr diferenciaçã na reaçã de cultivares à germinaçã na espiga. Cnsiderand a cultivar suscetível Embrapa 16 cm "pnt de crte" para a caracterizaçã de genótips, um regime de 48 hras de chuva simulada seria suficiente para atingir s valres mínims de FNH, de 60 a 62 segunds, quand sã usadas 2 hras de banh 1 Eng.-Agr., Pesquisadr da Embrapa Trig, Cx. P. 451, CEP Pass Fund, RS. XVIII Reuniã Nacinal de Pesquisa de Trig 341

2 de imersã de espigas, cm cnheciment d nível de drmência ds materiais. Palavras-chave: trig - germinaçã na espiga - metdlgia Intrduçã A germinaçã na espiga em trig é um prblema característic de lcais cm alta precipitaçã acumulada durante subperid espigament-clheita, cmum em países cm Inglaterra, França e Japã e, também, na regiã sul d Brasil. As alternativas agrnômicas para superar esse prblema sã reduzidas, restand a melhrament genétic buscar ferramentas adequadas à btençã de germplasma tlerante. Váris métds têm sid prpsts para a caracterizaçã de trig quant à germinaçã na espiga, Baier (1987), Patersn et al (1989) e Nedel (1995), tds derivads de Macmaster & Derera (1976). O bjetiv d trabalh fi avaliar as metdlgias prpstas pr utrs autres, adaptand e melhrand sua eficiência na caracterizaçã de genótips brasileirs de trig cultivads na regiã sul d Brasil. Material e Métds N Ensai Estadual de Cultivares de Trig, em Vacaria, RS, fram selecinadas seis cultivares de acrd cm a sua reaçã à germinaçã na espiga, send Frntana a testemunha resistente; RS 1-Fênix, Fepagr RS15 e BRS 120 cm mderadamente resistentes; e Embrapa 16 e BRS 119 cm suscetíveis. Fram cletadas aprximadamente 600 espigas/cultivar, na maturaçã fisilógica, cnfrme descrit pr Hanft & Wych (1982), e nã na fase de maturaçã de clheita, cm prpst pr Nedel (1995). As espigas fram secadas a ar livre durante cinc dias. Fram separadas 20 espigas para determinaçã d nível de drmência de 342 XVIII Reuniã Nacinal de Pesquisa de Trig

3 cada cultivar, através d pder germinativ (PG), cm e sem quebra de drmência (cinc dias em temperaturas de 2 a 5 QC), analisad cm um fatrial de 6x2 (cultivar x drmência) cm duas repetições, usand-se a transfrmaçã angular ds dads. Para simulaçã das diversas metdlgias, fi aplicad um experiment fatrial 6x2x5 cm duas repetições, cmpletamente casualizadas, send s feixes de espigas das seis cultivares submetidas a dis níveis de imersã em água à temperatura ambiente, cm e sem banh de imersã de 2 hras e cinc níveis de irrigaçã, equivalend a regimes de O, 24, 48, 72 e 96 hras de chuva simulada em ambiente saturad (c- 95 % umidade relativa) à temperatura cntrlada de 22 QC. As espigas fram mantidas na psiçã vertical em estrads de tela e madeira na câmara de irrigaçã. Após s trataments, as espigas fram secadas em estufa durante 72 hras a 48 QC e, entã, trilhadas para determinaçã da atividade amilásica pel teste de Falling Number de Hagberg (FNH). Resultads e Discussã Os resultads d teste de germinaçã mstraram diferenças significativas n nível de drmência entre as cultivares (Figura 1). Fepagr RS-15, Frntana e RS-1 Fênix apresentaram alt nível de drmência na maturaçã fisilógica, enquant Embrapa 16 nã apresentu drmência. BRS 120 mstru nível intermediári de drmência (50 % de PG), enquant BRS 119 mstrava baixa drmência. O tratament para quebra de drmência mstru-se eficiente, resultand na unifrmizaçã d PG das sementes das cultivares, na faixa de 90 % a 94 % (Figura 1). Cm relaçã as resultads de FNH, as análises estatísticas mstraram diferenças entre cultivares, efeit significativ d banh de imersã e diferenças n númer de hras de chuva simulada na atividade amilásica. Tdas as interações entre s trataments fram significativas, mstrand reações diferenciadas de cada cultivar tant quant a banh de imersã cm quant à intensidade de chuva simulada. O XVIII Reuniã Nacinal de Pesquisa de Trig 343

4 tratament de banh de imersã, adaptad para substituir uma chuva de aprximadamente 50 mm e unifrmizar a umidade das sementes, mstru-se eficiente na melhr diferenciaçã das cultivares e ds trataments de chuva simulada (Tabela 1 e 2) ~ Figura 1. Percentagem de germinaçã de seis cultivares de trig cm e sem quebra de drmência, Pass Fund, RS, Após banh de imersã, fica mais evidente a diferenciaçã das cultivares, cm Frntana, RS-1 Fênix e Fepagr RS-15, apresentand FNH médi ds cinc regimes de chuva maires que BRS 120 e BRS 119 (Tabela 1), e, na média das seis cultivares cm banh, verifica-se um aument gradativ da atividade amilásica, pela reduçã linear d FNH, à medida que aumenta númer de hras de chuva até 96 hras (Tabela 2). A perfrmance individual de cada cultivar quant à germinaçã na espiga submetida as trataments de imersã e de chuva simulada é mstrada nas Figuras 2 a XVIII Reuniã Nacinal de Pesquisa de Trig

5 Tabela 1. Atividade amilásica, expressa pel FNH, em segunds, de seis cultivares de trig, sem e cm banh de imersã, na média de cinc regimes de chuva simulada, Pass Fund, RS, 1998 Cultivares/ RS-1 Fepagr BRS BRS Embrapa Frntana Tratament Fênix RS Sem Banh 445 A C 391 C 422 B 427 AB 216 D Cm Banh 411 A 381 B 364 B 316 C 324 C 152 D i Valres seguids de mesma letra, na linha, nã diferem estatisticamente, pel teste de Fisher, na prbabilidade de 5 % (LSD = 22,78 e CV = 7,27 %). Tabela 2. Atividade amilásica, expressa pel FNH, em segunds, de cinc regimes de chuva simulada em hras, sem e cm banh de imersã, na média de seis cultivares de trig, Pass Fund, RS,1998 Regime de Chuva! Tratament Sem Banh a398 A a404 A a374 B a367 B a335 C Cm Banh a415 A b363 B b334 C b298 D b214 E i Valres seguids de mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na cluna, nã diferem estatisticamente, pel teste de Fisher, na prbabilidade de 5 % (LSD = 20,8 e CV = 7,27 %). Verificu-se que a cultivar Embrapa 16 mstru alta suscetibilidade à germinaçã na espiga, apresentand valres de FNH de 62 segunds quand submetida a banh de imersã e regime de chuva simulada a partir de 48 até 96 hras (Figura 2), caracterizand uma relaçã quadrática. A cultivar BRS119 apresentu um padrã de respsta, tant a banh cm as regimes de chuvas, diferente d de Embrapa 16, pis só respndeu as trataments de chuva quand submetida a banh de imersã, apresentand valres de FNH menres que 300 segunds a partir de 72 hras de chuva e puc mais de 100 segunds cm 96 hras, mstrand uma relaçã quadrática (Figura 3). A cultivar BRS 120 (Figura 4) mstru uma queda linear e significativa d FNH a partir de 72 hras de chuva cm banh de imersã, chegand a valres de 170 segunds cm 96 hras de chuva. As cultivares Frntana XVIII Reuniã Nacinal de Pesquisa de Trig 345

6 (Figura 5) e RS-1 Fênix (Figura 6) mstraram um padrã linear de atividade amilásica em funçã d regime de chuva na presença de banh de imersã. Frntana só apresentu reduçã d FNH cm 96 hras de chuva cm banh. Fepagr RS-15 nã apresentu uma relaçã definida entre a atividade amilásica e regime de chuva simulada, embra tenha apresentad uma reduçã significativa d FNH cm 96 hras de chuva cm banh de imersã (Figura 7). Reunind tdas as médias de FNH pr cultivar dentr ds trataments de banh e chuva simulada, verificu-se uma crrelaçã negativa entre s valres de percentagem de germinaçã (PG nrmal sem quebra de drmência) que expressam nível de drmência e s valres de FNH cm banh ( r = -0,903 I P=0,049) e também cm as médias ds regimes de chuva simulada a partir de 48 hras cm banh de imersã ( r=-0,83/p=0,04, r=-0,93/p=0,006, r=-0,921p=0,009; respectivamente para 48,72 e 96 hras). Os resultads mstraram a necessidade d banh de imersã antes de submeter material à chuva simulada, para bter melhr diferenciaçã na reaçã das cultivares à germinaçã na espiga. Cnsiderand a cultivar Embrapa 16 cm suscetível, bem cm "pnt de crte" para a caracterizaçã de genótips, regimes de 48 a 72 hras de chuva simulada sã suficiente para atingir valres mínims de FNH de 60 a 62 segunds, quand sã usadas 2 hras de banh de imersã das espigas. O pnt de clheita das espigas deve ser efetuad mais próxim pssível da maturaçã fisilógica nas cndições de clima da regiã sul d Brasil, evitand a quebra de drmência quand crrer altas precipitações após a maturaçã fisilógica, cmuns nesse períd. Em países de primavera mais seca, cstuma-se clher as espigas na maturaçã de clheita, pis nã há precipitaçã nesse períd, cm é cas da Austrália e d Canada. Outr pnt imprtante é efetuar a determinaçã da drmência ds genótips a serem caracterizads n mment da clheita das espigas na maturaçã fisilógica, cmplementand as interpretações ds resultads de atividade da alfa-amilase pel FNH. 346 XVIII Reuniã Nacinal de Pesquisa de Trig

7 Referências Bibligráficas BAIER, A.C. Pre-harvest spruting in triticale. Annual Wheat Newsletter, 33: 40, MACMASTER, G.J. & DERERA, N.F. Methdlgy and sample preparatin when screening fr spruting damage in cereais. Cereal Research Cmmunicatins, Szeged, Hungary. 4(2): ,1976. HANFT, J.M. & WYCH, R.D. Visual indicatrs f physilgical maturity f hard red spring wheat. Crp Science, Madisn, 22: , NEDEL, J.L. Teste para germinaçã na espiga em trig. In: REUNIÃO DA COMISSÃO CENTRO-SUL BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO, 11., 1995, Cascavel, PR. Ata. Cascavel: OCEPAR, p 46-47,1995. PATERSON, A.H.; SORRELLS, M.E.; OBENDORF, R.L. Methds f evaluatin fr pre-harvest spruting resistance in wheat beeding prgrams. Canadian Jurnal f Plant Science, Ottawa, Canada. 69: , XVIII Reuniã Nacinal de Pesquisa de Trig 347

8 EMBRAPA BRS 119 Vi" Vi".,2. O u 0.95'", ' j~ u C C ~;_~t c I ::> 300 ::> 400 iil' iil' '", ~!'!.!'!. O (( (( w O w 300 CD 200 CD L L r..0,99 (P O.OOOll ::J ::J Z z 200 z 100 r 1 0,94 (P O.005) "~ Z :J :J -' O ',-Q -c -c -'. U- U- 100 L-_~-~-~-~---.J _ x~ x"1 + O, 'x"2 Sem Banh de Imersa O CmBanh de Imersa c-c O.66W x A l + O, x"2. Cm Banh de Imersa Sem Banh de Imersa {NS} Figura 2. Efeit d númer de hras Figura 3. de chuva simulada na atividade amilásica, expressa pel FNH, na cultivar Embrapa 16, cm e sem banh de imersã, Pass Fund, Efeit d númer de hras de chuva simulada na atividade amilásica, expressa pel FNH, na cultivar BRS 119, cm e sem banh de imersã, Pass Fund, BRS 120 FRONTANA 500 "' u C::> 400 iil'!'!. (( w CD 300 :::;; ::J Z z 200 :J -' -c U- 100, (p O.004) ---.!. r', (p O.0013) 'x'" _ 'x'" Sem Banh de Imersa O Cm Banh de tmersa O ~- <, ~ ~.", '" 0.63 (p ) "x"" Cm Banh de rmersac '-'-'-' Sem Banh de Imersa (NS) Figura 4. Efeit d númer de hras Figura 5. de chuvasimulada na atividade amilásica, expressa pel FNH, na cultivar BRS 120, cm e sem banh de imersã, Pass Fund, Efeit d númer de hras de chuva simulada na atividade arnilásica, expressa pel FNH, na cultivar Frntana, cm e sem banh de imersã, Pass Fund, XVIII Reuniã Nacinal de Pesquisa de Trig

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