Assistência de enfermagem a neonatos prematuros em unidade de terapia intensiva neonatal: revisão integrativa
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1 681 Assistência de enfermagem a neonatos prematuros em unidade de terapia intensiva neonatal: revisão integrativa Nursing care for preterm infants in neonatal therapy unit: integrative review. Cuidados de enefermería va a bebés prematuros em la unidad de cuidados neonatales: revisión integrada. Jeysse Brenda de Andrade Sousa 1, Ana Cláudia Antunes de Castro 1, Bentinelis Braga da Conceição 1, Francisco Igor dos Reis Gonçalves 1, Mayra Polline da Conceição Teixeira 1, Misael Mota Coelho 1, Patrícia Vidal Sousa 1, Renata Kelly Da Silva Santos 1, Tâmara Alice Alves Galvão Silva 1, Mayron Morais Almeida 1, Francisco Braz Milanez Oliveira 2 RESUMO Objetivo: Analisar na literatura científica a assistência de enfermagem a neonatos prematuros em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados PubMed e BVS, com os seguintes descritores: enfermagem, neonatos, prematuridade e UTI Neonatal, em outubro de Resultados: Os resultados mostram que a assistência de enfermagem prestada ao neonato prematuro deve incluir o manejo da dor, cuidados com a integridade da pele e a manutenção da lactação, estimulando o vínculo materno. Conclusão: Das análises realizadas no presente estudo, destaca-se a necessidade de capacitação dos profissionais para a efetivação e padronização do cuidado prestado, assim como a elaboração e implementação de protocolos clínicos baseados em evidências para subsidiar as práticas assistenciais. Palavra-chave: Enfermagem, Neonatos, Prematuridade, UTI Neonatal. ABSTRACT Objective: To analyze the nursing care of preterm neonates in the Neonatal Intensive Care Unit in the scientific literature. Method: This is an integrative review of the literature performed in the PubMed and VHL databases, with the following descriptors: nursing, neonates, prematurity and Neonatal ICU, in October Results: The results show that nursing care provided to the premature neonate should include pain management, skin integrity and maintenance of lactation, stimulating the maternal bond. Conclusion: The analysis carried out in the present study highlights the need for professional qualification for the effectiveness and standardization of care provided, as well as the elaboration and implementation of evidence-based clinical protocols to subsidize care practices. Key words: Nursing, Neonates, Prematurity, Neonatal ICU. RESUMEN Objetivo: Analizar en la literatura científica la asistencia de enfermería a neonatos prematuros en Unidad de Terapia Intensiva Neonatal. Método: Se trata de una revisión integrativa de la literatura realizada en las bases de datos PubMed y BVS, con los siguientes descriptores: enfermería, neonatos, prematuridad y UTI Neonatal, en octubre de Resultados: Los resultados muestran que la asistencia de enfermería prestada Al neonato prematuro debe incluir el manejo del dolor, cuidados con la integridad de la piel y el mantenimiento de la lactancia, estimulando el vínculo materno. Conclusión: De los análisis realizados en el presente estudio, se destaca la necesidad de capacitación de los profesionales para la efectividad y estandarización del cuidado prestado, así como la elaboración e implementación de protocolos clínicos basados en evidencias para subsidiar las prácticas asistenciales. Palabra clave: Enfermería, Neonatos, Prematuridad, UTI Neonatal. 1 Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão (FACEMA). * jeyssebrendastar@hotmail.com 2 Enfermeiro pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Mestre em Enfermagem pela UFPI, Docente do Curso de Enfermagem e Coordenador de Pesquisa e Pós-graduação da FACEMA. Recebido em: 3/2017 Aceito em: 4/2017 Publicado em: 8/2017
2 682 INTRODUÇÃO Os recém-nascidos pré-termos (RNPT) são aqueles, que por ventura, tenham nascido com idade gestacional menor que 37 semanas completas de gestação. A prematuridade pode ser classificada em dois tipos principais: a espontânea, que é devido ao trabalho de parto espontâneo ou rotura prematura de membranas e a eletiva que se trata de uma indicação clínica, sendo esta última responsável por cerca de 20 a 30% dos partos prematuros. Neste contexto, a internação hospitalar do RN na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é ocasionado pela dificuldade de adaptação do mesmo ao ambiente extrauterino, condicionado principalmente pela imaturidade anatomo-fisiológica do RN, além do processo de diagnóstico e terapêutico (TRONCO C. et al., 2015). A sobrevida do RNPT tem melhorado, fazendo com que neonatos com idades gestacionais extremas e/ou de muito baixo peso ao nascimento sobrevivam. No Brasil, um país em desenvolvimento, a taxa de nascimentos prematuros é de aproximadamente 7% (SANTOS L. et al., 2012). Segundo Frota et al. (2013) mesmo com ajustes para morbidade materna e fatores sociodemográficos de riscos, os RNPT possuem até cinco vezes mais chances de vi a óbito logo no primeiro ano de vida. Deste modo, a prematuridade exerce um papel de destaque no percentual de óbitos do público infantil, sendo necessárias intervenções práticas e efetivas para a redução da mortalidade dos RNPT. As características individuais maternas antecedentes a gestação interfere diretamente na ocorrência do parto prematuro, além de estar associado a intercorrências clínicas durante a gestação e a fatores de risco demográficos e obstétricos que podem influenciar em riscos ao RNPT, tais fatores como idade materna, antecedente de prematuridade, sangramento vaginal no segundo trimestre, amadurecimento cervical e aumento da atividade uterina antes da 29ª semana gestacional são indicadores plausíveis de prematuridade (TRONCO C. et al., 2015). Discutindo acerca do grande número de procedimentos a que são submetidos os recém-nascidos prematuros internados em UTIN, Santos et al. (2012) afirma que os enfermeiros das unidades neonatais devem considerar a subjetividade da inabilidade e a dor do RN em relatá-la verbalmente, devendo atentarse na linguagem peculiar e subjetiva destes, que é expressa através de alterações comportamentais e fisiológicos. Tendo como base esses indicadores o profissional enfermeiro promove o cuidado integral, seguro e humanizado ao prematuro. Nesse sentido, a consideração, manejo e o tratamento da dor, além de outros indicadores de complicações ao RN podem inferir diretamente na redução da morbidade, no tempo de internação, preveni complicações minimizar o desconforto associados ao mesmo (BOTTEGA F. H et al., 2014). A equipe de enfermagem dentro das unidades neonatais podem e devem fazer uso das medidas não farmacológicas de maneira continua para o manejo da dor com o intuito de prevenir, e o restabelecimento do bem estar do recém-nascido. A exemplos, contenção do recém-nascido em um ninho, denominado útero artificial, o qual pode ser improvisado para acalmar e promover a organização comportamental do recémnascido prematuro e também temos a solução glicosada e a sucção não nutritiva utilizadas para amenizar a dor durante a realização de procedimentos (SANTOS L. M; RIBEIRO I. S; SANTANA R. C. B, 2012). Sabe-se que a pele é uma barreira essencial na proteção dos órgãos internos contra agentes externos, portanto, o cuidado voltado à pele do recém-nascido deve ser prioridade durante as ações da enfermagem, sendo ainda necessário que a monitoração do estado de integridade da pele deve ser contínua e dinâmica, devendo ser prorrogada durante toda a permanência do recém-nascido na UTI neonatal. Neste sentido, os enfermeiros necessitam assumir um compromisso de desempenhar proteção por meio dos cuidados com a pele do recém-nascido (NIETSCHE E. A. et al., 2012). Para os recém-nascidos prematuros, a exposição prolongada aos níveis elevados de ruídos representa um perigo ao seu bem-estar, tendo em vista que essa exposição pode levar a algumas complicações como, por exemplo, lesões na cóclea, perda da audição e predispor a ocorrência de hemorragia intraventricular.
3 683 Além disso, há alterações fisiológicas como o aumento do consumo de oxigênio e da frequência cardíaca, resultando em um gasto energético maior e retardo no ganho de peso e, consequentemente, prolonga o período de hospitalização. Assim, baseado nas demandas das rotinas de cuidados prestados aos recémnascidos, foi desenvolvido nas UTIN a estratégia denominada horário do soninho, que consiste em reduzir a luminosidade, os ruídos e a manipulação excessiva durante determinados períodos do dia, visando proporcionar melhores condições no ambiente para o repouso e conforto dos recém-nascidos prematuros (SANTOS B. R. et al., 2015). A inclusão dos pais de recém-nascidos prematuros na UTI neonatal faz parte da assistência de enfermagem e deve ser inserida na rotina de cuidados por meio de metodologias ativas, com atendimento humanizado e terapêutica holística. A equipe de profissionais precisa ser conscientizada sobre a importância e necessidade das orientações repassada aos pais, visando prepará-los para os cuidados básicos que devem ser realizados ao recém-nascido prematuro após a saída do hospital, diminuindo as probabilidades de ocorrência de várias doenças respiratórias e infecciosas que levam ao alto índice de mortalidade na infância (FROTA M. A. et al., 2013). A questão problematizadora desta revisão foi: Quais práticas da assistência de enfermagem são efetivas nos cuidados a neonatos pré-termos internado em UTI? Para tal, o objetivo desta revisão foi analisar os enfoques abordados na produção científica acerca da assistência de enfermagem a neonatos prematuros em UTIN. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, um dos recursos da prática baseada em evidência, que resume o passado da literatura empírica ou teórica, para fornecer uma compreensão mais abrangente de um fenômeno particular. Sua elaboração inclui: definição do objetivo; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão para a seleção da amostra; definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados; análise, e discussão dos resultados. Para orientar este estudo, formulou-se a seguinte questão: Quais práticas da assistência de enfermagem são efetivas nos cuidados a neonatos pré-termos internados em UTI? Consultaram-se por meio de descritores as bases de dados Pub Med da National Library of Medicine e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e por meio da combinação de descritores e palavras chaves na base Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): DeCS - recém-nascido; prematuro; cuidados de enfermagem; unidades de terapia intensiva neonatal -; e MeSH - Infant, Newborn; Infant, Premature; Nursing Care; Intensive Care Units, Neonatal. Os critérios de inclusão definidos foram: artigos disponíveis em sua totalidade, publicados nos últimos 5 anos (2012 à 2016), nos idiomas Português, Espanhol e Inglês, utilizando as bases de dados MEDLINE, LILACS, BDENF ENFERMAGEM, que atendessem a temática do estudo. Foram excluídos da busca inicial capítulos de livros, resumos, textos incompletos, teses de doutorado, dissertações de mestrados e relatos técnicos, e artigos publicados até o ano de A pesquisa ocorreu em outubro de 2016 por cinco pesquisadores simultaneamente. Os estudos foram pré-selecionados segundo os critérios de inclusão e exclusão e de acordo com a estratégia de funcionamento e busca de cada base de dados, obtendo-se estudos como busca geral na BVS, sendo que limitando a busca para artigos disponíveis em sua totalidade, publicados nos últimos 5 anos, nos idiomas Português, Espanhol e Inglês, obtendo-se 65 artigos. Na segunda fase os artigos foram analisados títulos e resumos onde apenas 15 artigos foram condizentes com a questão desta pesquisa. Essa etapa foi realizada por cinco pesquisadores. Foram realizadas reuniões online e presenciais para discussão e consenso entre os pesquisadores acerca da inclusão ou exclusão de cada artigo na pesquisa.
4 684 RESULTADOS Caracterização dos artigos Os 15 artigos incluídos nesta revisão foram identificados de A1 a A15 (Quadro 1). Os artigos utilizados estão (90%) no idioma português e (10%) em inglês. A maioria das publicações foi concentrada no ano de 2013 (5/33, 3%), e houve predomínio de estudos realizados nos Brasil (100%). Em relação à natureza do estudo, houve prevalência de Análise de conteúdo (6/40%). A principal linha de pesquisa investigada nessa temática versou sobre a assistência de enfermagem na identificação, avaliação e tratamento da dor do RNPT (3/20%), a manutenção da lactação do RNPT (2/13, 3%) e as práticas de enfermagem no processo de alta hospitalar do RNPT (2/13, 3%). Houve uma grande variação no tamanho amostral de todos os artigos. Em sua maioria os estudos avaliaram a assistência de enfermagem na avaliação e tratamento da dor do RNPT, a manutenção da lactação do RNPT e os cuidados no processo de alta hospitalar do RNPT. Caracterização do cuidador em neonatologia Nos estudos, houve prevalência de profissionais técnicos de enfermagem (A6, A10, A13) e enfermeiros (A4, A14), do sexo feminino (A1, A4, A6, A10, A14), com faixa etária predominante variando entre 25 e 55 anos e o tempo de atuação na UTIN de 1 ano e 15 meses a 14 anos. Parâmetros para avaliação da saúde do neonato Os estudos demonstraram que os profissionais se baseiam em alterações nos parâmetros fisiológicos, como frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio e entre as alterações comportamentais destacaram o choro, expressão facial, resposta motora, irritabilidade (A1, A6). O choro foi o parâmetro mais descrito nos estudos, mas se tem conhecimento de que as expressões faciais são mais específicas e facilmente identificadas na dor pediátrica (A1, A6, A13). Cuidado prestado pela equipe de enfermagem ao neonato Os estudos apresentaram a elaboração e implementação de protocolos assistenciais e guidelines, programas educativos para os profissionais e ampliação das estratégias de educação em saúde, visando melhorar o planejamento e a continuidade do cuidado prestado (A1, A5, A8). A assistência de enfermagem prestada ao neonato prematuro deve incluir a dor como quinto sinal vital a ser avaliado, por meio de instrumentos do cuidado, tais como as escalas neonatais. Ademais, utilizar medidas não farmacológicas para o alívio da dor, tais como sucção não nutritiva e a solução glicosada, proporcionando calma e minimizando o desconforto durante a realização de procedimentos em sua maioria invasivos e dolorosos (A1, A6, A13). Faz-se necessário também promover o conforto ao recém-nascido prematuro através da diminuição de ruídos e luminosidade, caracterizando o horário do soninho, a prática de fazer um pacotinho proporcionando aconchego (neonato em posição confortável e embrulhado), utilizando protetores auriculares em concomitância com a avaliação dos padrões de sono dos neonatos hospitalizados (A5, A6, A9). Os estudos identificaram ainda a necessidade de manter a integridade da pele, preservando as funções de proteção e diminuindo os riscos de infecções decorrentes da hospitalização, realizando o exame físico diariamente para se obter uma avaliação contínua e fidedigna (A9). Por meio de práticas educativas e rotinas hospitalares o profissional desenvolve ações de assistência ao bebê junto às mães estimulando o envolvimento da mãe no cuidado ao filho, potencializando o vínculo entre eles. Além do mais, definir estratégias para que haja sucesso no processo de aleitamento materno, estimular a amamentação na UTIN melhorando a assistência à mãe e ao recém-nascido prematuro (A2, A3, A10, A14).
5 685 Revista Eletrônica Acervo Saúde/ Electronic Journal Collection Health ISSN Quadro 1 - Distribuição das publicações incluídas segundo o título, ano de publicação, país onde o estudo foi realizado, delineamento da pesquisa e objetivo. Nº Título Ano País A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15 Delineamento da pesquisa 2012 Brasil Analise de Conteúdo 2013 Brasil Análise do conteúdo 2015 Brasil Revisão da literatura 2015 Brasil Análise de conteúdo 2015 Brasil Estudo Observacional 2014 Brasil Estudo exploratóriodescritivo Identificação e tratamento da dor no recémnascido prematuro na Unidade de Terapia Intensiva. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Manutenção da lactação de recém-nascido prétermo: rotina assistencial, relação mãe-filho e apoio. As práticas do cuidado centrado na família na perspectiva do enfermeiro da unidade neonatal. Efeito do horário do soninho para redução de ruído na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Equipe de enfermagem diante da dor do recémnascido pré-termo. A integralidade do cuidado ao recém-nascido: articulações da gestão, ensino e assistência Brasil Estudo Observacional Educação em saúde: planejamento e execução da alta em uma unidade de terapia intensiva neonatal Brasil Análise de Conteúdo Cuidados com a pele do recém-nascido: análise de conceito Brasil Análise de Conceito Práticas da equipe de enfermagem no processo de alta do bebê pré-termo Brasil Estudo Observacional Enfermagem neonatal: o sentido existencial do cuidado na Unidade de Terapia Intensiva Brasil Análise de conteúdo Enfermagem e a relação com a mães de neonatos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Brasil Revisão de literature Avaliação da dor em neonatos e crianças em terapia intensiva Brasil Análise de conteúdo Lactação em mulheres com bebês prematuros: reconstruindo a assistência de enfermagem Brasil Estudo exploratório Premature birth and prenatal assistance: an integrative review in the light of Canguilhem Brasil Revisão de literature Objetivo Analisar os parâmetros utilizados pela equipe de enfermagem de um hospital público da Bahia para a avaliação da dor no recém-nascido prematuro e descrever as intervenções utilizadas para aliviar a dor. Conhecer a percepção da mãe sobre a alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio após a primeira semana de alta. Compreender a vivência da mãe de recém-nascido pré-termo internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal diante da manutenção da lactação. Apreender as práticas do Cuidado Centrado na Família (CCF) no cuidado do recémnascido hospitalizado que têm sido incorporadas pelos enfermeiros. Identificar e comparar os Níveis de Pressão Sonora (NPS) no interior das incubadoras de UTIN com e sem a intervenção do "horário do soninho". Caracterizar a equipe de enfermagem e identificar as formas de avaliação e manejo da dor do recém-nascido (RN) prematuro. Foi apreender as práticas de integralidade reveladas nos âmbitos da gestão, da assistência e da formação a partir dos cuidados prestados ao recém-nascido internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Compreender a percepção dos profissionais de saúde e pais em relação ao planejamento e efetivação da alta do recém-nascido da UTIN. Analisar o conceito de cuidado com a pele do recém-nascido. Identificar as estratégias utilizadas pela equipe de enfermagem atuante na unidade neonatal de um hospital-escola, durante o preparo da família para a alta do prematuro. Desvelar o sentido existencial do cuidado às mães de bebês prematuros internados em UTIN. Delinear a relação entre a equipe de enfermagem e as mães com bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, apresentada em artigos publicados entre 2005 e Conhecer as ações da equipe de enfermagem referentes à avaliação da dor em neonatos e crianças durante o processo de hospitalização em terapia intensiva. Compreender as estratégias utilizadas pelos enfermeiros na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do HUAP, no manejo clínico da amamentação junto às mães de recém nascidos pré-termo. Identificar pesquisas que relacionam o nascimento prematuro com a assistência prénatal, refletindo essa relação por meio dos escritos de Canguilhem.
6 686 Foram identificados nos estudos a importância da inserção da família nos cuidados ao recém-nascido e a disponibilidade do profissional para dar informações detalhadas e em linguagem acessível aos pais acerca do estado clínico e procedimentos realizados com o recém-nascido. Com o objetivo de repassar aos pais as orientações relacionadas ao cuidado ao recém-nascido, após a alta hospitalar (A8, A10, A12). Prática baseada em evidências no suporte a saúde do neonato Diante do exposto, os estudos abordaram a importância da elaboração e implementação de protocolos clínicos baseados em vidências científicas para subsidiar os cuidados de enfermagem prestados aos neonatos prematuros, visando padronizar e efetivar a assistência, agregando teoria e prática (A1, A5, A9). Para a avaliação da dor as escalas de avaliação mais usadas nessa faixa etária considerando as particularidades são: o Sistema de Codificação da Atividade Facial Neonatal (Neonatal Facial Coding System NFCS), a Escala de Dor no Recém-Nascido e no Lactente (Neonatal Infant Pain Scale NIPS) e a Escala do Perfil de Dor do Recém-Nascido Prematuro (Premature Infant Pain Profile PIPP) (SILVA, et. al. 2007). DISCUSSÃO Segundo Mendes (2015) o principal problema de saúde pública é representa por um alto percentual na morbimortalidade neonatal e isso está relacionado a um elevado número de neonatos de baixo peso ao nascer. A mortalidade neonatal é responsável por cerca de 70% das mortes no primeiro ano de vida do recém-nascido, tendo como principal desafio reduzir os índices de mortalidade infantil em nosso País. Em contrapartida, no estudo realizado por Santos (2012) a sobrevida orgânica do RNPT tem melhorado, fazendo com que neonatos com idades gestacionais extremas e/ou de muito baixo peso ao nascimento, sobrevivam. Na neonatologia os cuidados intensivos têm sido modificados nos últimos anos tanto do ponto de vista tecnológico, quanto da veiculação de evidências científicas que tem proporcionado resultados positivos no cuidado ao recém-nascido prematuro e sua família. Nesta perspectiva a qualidade de vida dos recém-nascidos prematuros tem aumentado fazendo com que neonatos com idades gestacionais extremas e de muito baixo peso ao nascimento sobrevivam (SANTOS M.C.C., et al., 2015). Santos L.M., et al., (2012) afirmam que o sinal álgico mais citado foi o choro. Este resultado vai de encontro a outros estudos realizados sobre a dor em recém-nascidos, onde através das análises realizadas conclui-se que, na pratica clínica realizada na UTIN, a equipe de enfermagem usa como parâmetros o choro e a expressão facial do recém-nascido para identificar e avaliar a dor manifestada por ele. De acordo com Santos (2015) a dor neonatal é reconhecida através de alterações comportamentais e fisiológicas. O estudo realizado nas unidades neonatais em um hospital público de Feira de Santana, no estado da Bahia, a equipe de enfermagem avalia a dor, observando mudanças no comportamento da criança, incluindo choro, alterações na mímica facial, humor e movimentos corporais. Entre as medidas fisiológicas que são utilizadas para reconhecimento da algia no neonato destacam-se o aumento da saturação do oxigênio, da pressão arterial, da frequência respiratória, da frequência cardíaca, da pressão intracraniana, a sudorese palmar e o tônus vagal (SANTOS L.M., et al., 2012). As medidas para alívio da dor podem ser não farmacológicas para as dores agudas apresentadas na realização de procedimentos, como punção venosa, punção de calcanhar, coleta de sangue, aspiração. Podendo ser realizada durante a amamentação ou sucção não nutritiva (glicose ou sacarose), uso de solução adocicada, na tentativa de diminuição da dor. As tentativas farmacológicas indicadas para o tratamento das dores intensas e procedimentos de maior complexidade incluem o uso de opioides, antiinflamatórios não esteroides e anestésicos locais, e ingestão de glicose a 25%7,8 (AMARAL J.B., et al., 2014).
7 687 O Ministério da Saúde é um órgão governamental brasileiro que afirma que a prática da amamentação é a mais sábia estratégia de promoção à saúde da criança. Sendo essa temática amplamente divulgada, tendo como benefícios a proteção imunológica e nutricional, na busca por promoção de saúde da criança a curto e longo prazos. Esta prática beneficia o crescimento e desenvolvimento da criança, decorrente das vantagens nutricionais e imunológicos do leite humano, além disso, fortalece o vínculo mãe, filho e familiar, além de prevenir infecções e patologias, prevenindo a morbimortalidade até o primeiro ano de vida (Baptista S.S., et al., 2014). CONCLUSÃO A assistência de enfermagem aos recém-nascidos prematuros era baseada conforme a vivência profissional de cada membro da equipe de enfermagem, acarretando falhas na efetivação do processo de cuidar. Das análises realizadas no presente estudo, destaca-se a necessidade de capacitação dos profissionais atuantes nas UTIN para a efetivação e padronização do cuidado prestado, assim como a elaboração e implementação de protocolos clínicos baseados em evidências científicas para subsidiar as práticas assistenciais visando à construção de um cuidado pautado na integralidade. REFERÊNCIAS 1. AMARAL J. B; RESENDE T. A; CONTIM D; BARICHELLO E. Equipe de enfermagem diante da dor do recém-nascido pré-termo. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p , abr./jun BAPTISTA S. S; ALVES V. H; SOUZA R. M. P; RODRIGUES D. P; BARBOSA M. T. S. R; VARGAS G. S. A. Lactação em mulheres com bebês prematuros: reconstruindo a assistência de enfermagem. Revista Cuidado é Fundamental, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, p , jul./set BAPTISTA S. S; ALVES V. H; SOUZA R. M. P; RODRIGUES D. P; CRUZ A. F; BRANCO M. B. L. R. 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