O PAPEL DA ENFERMEIRA NA PRIMEIRA VISITA DOS PAIS EM UMA UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO NEONATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 1
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- João Victor Padilha Borba
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1 O PAPEL DA ENFERMEIRA NA PRIMEIRA VISITA DOS PAIS EM UMA UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO NEONATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 1 MOTA, Marina Soares 2 ; OLIVEIRA, Pâmela Kath 3 ; GOMES, Giovana Calcagno 4 ; SOUZA, Nathalia Zinn 5 ; RODRIGUES, Carmen Lúcia Munhoz 6. RESUMO Objetivou-se apresentar uma relato de experiência sobre o papel do enfermeiro na primeira visita dos pais ao bebê internado na UTIN. Trata-se de um relato de experiência gerado a partir das vivências de acadêmicas de enfermagem durante um estágio em uma Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal de um Hospital Universitário no Sul do Brasil, durante os meses de fevereiro à abril de Verificou-se que a primeira visita dos pais ao bebê apresenta-se como um momento critico, sendo necessária a presença de profissionais preparados para acompanhar os pais neste momento. O enfermeiro detém o conhecimento, as informações, além de saber lidar com a subjetividade de cada família. Conclui-se que através das ações de apoio aos pais, principalmente na primeira visita, o enfermeiro torna-se referência para o cuidado aos pais, diminuindo seus medos e angustias, aumentando sua visibilidade profissional. Descritores: Família; Prematuro; Papel do Enfermeiro; Terapia Intensiva Neonatal; Enfermagem Neonatal. ABSTRACT 1 Trabalho de pesquisa. Universidade Federal do Rio Grande-FURG 2-5 Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande-FURG, Rio Grande, RS, Brasil. 6 Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande-FURG, Rio Grande, RS, Brasil. Apresentadora. kalukaenfa@bol.com.br
2 This document provides the model format to be used in full papers or experience reports sent to the Second International Day of Nursing Center Franciscan University (2012). The abstract element is mandatory, in Portuguese and English, consisting of a sequence of objective sentences in the language of work, shall not exceed 250 words, and below are the keywords or descriptors. In it, should be the aim of the present work, the methods used, the most important results and conclusions. Will be entered compulsorily in Arial, size 11 (eleven) pt. It is recommended to use three (3) to five (5) keywords or descriptors, separated by semicolons, with the first letter of each word in uppercase and completed by point. Keywords: Model, Formatting, II International Nursing Day. 1. INTRODUÇÃO Quando o nascimento acontece de forma inesperada e esse bebê nasce prematuro, ou seja, com menos de 37 semanas, alguns sonhos e planos se transformam em angústias e incertezas na vida dos pais e da família em geral, visto tratar-se de um bebê de risco, em razão da sua própria imaturidade anatômica e fisiológica (1). Diversos são os motivos que podem levar a um parto complicado ou prematuro, uma cesariana não programada, ou qualquer outro problema ou intercorrência tornando necessária a internação do bebê em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e, consequentemente, a inevitável separação entre pais e bebê (2). Tornar-se pais em um contexto tão adverso como a UTIN, é uma realidade dificil onde é preciso sobrepujar os medos e fortalecer-se para apoiar e cuidar do bebê. A internação do bebê em uma UTIN, além de separar a família do bebê, o insere em um ambiente inóspito, podendo expor ao estresse e à dor por meio de terapias complexas necessárias para seu tratamento (3). O desconhecimento do que está se passando com o seu bebê e a sensação de impotência para ajudá-los pode provocar o afastamento da família dificultando a superação das adversidades que emergem a partir do nascimento e da hospitalização do bebê na UTIN (4).
3 Durante a realização de atividades práticas em uma UTIN percebemos que os pais, durante a primeira visita, apresentam-se angustiados, sendo este um momento de um misto de sentimentos, pois ao mesmo tempo que sentem uma grande emoção de poderem ver seus filhos pela primeira vez, existem as incertezas e o medo do inesperado. Assim, é necessária a preparação dos pais para a primeira visita ao bebê internado na UTIN de forma a diminuir seus medos e temores, esclarecer suas dúvidas e favorecer a consolidação de sua parentalidade. Neste sentido, a questão que norteou este estudo foi: Qual o papel do profissional enfermeiro na primeira visita dos pais ao bebê internado em uma UTIN? A partir desta, o estudo teve como objetivo apresentar um relato de experiência sobre o papel do enfermeiro na primeira visita dos pais ao bebê internado na UTIN. 3. METODOLOGIA O estudo aqui apresentado trata-se de um relato de experiência gerado a partir das vivências de acadêmicas de enfermagem durante um estágio em uma UTIN de um Hospital Universitário no Sul do Brasil. As acadêmicas acompanharam as ações do profissional enfermeiro de fevereiro à abril de A UTIN, unidade em questão, atende recém-nascidos de 0 até 28 dias, possuindo nove leitos, sendo seis leitos comuns e três de isolamento. Recebe bebês principalmente do município de Rio Grande e cidades vizinhas, mas atende, quando necessário, todos os municípios do estado do Rio Grande do Sul e Brasil. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante o estágio na UTIN pudemos observar que a internação do bebê trata-se de um momento complexo na vida dos pais. Visto que esses precisam mobilizar forças no sentido do seu enfrentamento, tanto da realidade de ter um bebê de risco, quanto da descontrução da imagem do bebê perfeito idealizado ao longo da gestação que agora precisa mais do que nunca do apoio de seus pais para superar o momento vivido, muitas vezes, doloroso. A primeira visita dos pais ao bebê internado na UTIN é permeada de emoções e angústias, visto que para os pais, trata-se de um ambiente desconhecido repleto de tecnologia onde está depositado suas angústias e
4 incertezas. Desta forma, há a necessidade de um profissional que una o conhecimento cientifico pertinente à UTIN e, que compreenda e trabalhe as subjetividades dos pais, principalmente na primeira visita onde sofrem um forte impacto tanto pelo ambiente como por ver seu bebê, muitas vezes, com uma série de aparatos tecnológicos. Este primeiro contato com a UTIN e seu bebê poderá determinar o maior ou menor envolvimento dos pais no tratamento, sendo crucial para a recuperação do bebê5. Assim, faz-se necessário um profissional preparado para acompanhar este momento tão decisivo. O enfermeiro, normalmente, é o profissional que acompanha a família na primeira visita. Visto a proximidade tanto com o funcionamento da unidade por ser quem ha administra, bem como com a parte assistencial realizada por ele e sua equipe de enfermagem. Este profissional fornece as orientações sobre o funcionamento da UTIN, o estado de saúde do bebê, os equipamentos que esse está usando, retirando as dúvidas que os pais possam ter, estimulando o envolvimento dos pais com o bebê e o cuidado deste. Sendo assim, a enfermeira, possui um papel fundamental na redução da ansiedade e do medo sentido pelos pais criando condições mínimas de conforto, buscando reduzir o impacto de ter seu filho em uma UTIN (6). A presença dos pais favorece a melhora clínica do bebê prematuro e seu processo de crescimento e desenvolvimento (7). Entretanto, a visão de um bebê extremamente doente, cercado de cuidados e de aparelhos, torna a situação dolorosa para os pais e a reação emocional deles frente a este luto e a maneira como são apoiados, ou não, a enfrentarem esta fase, provavelmente influenciará na qualidade do contato inicial entre os pais e o bebê, e na formação do vínculo afetivo (8). Dependendo como este primeiro contato é trabalhado os pais poderão ter a visão desse ambiente como assustador gerando uma sensação de desamparo (3). Desta forma, faz-se necessário acompanhar os pais na primeira visita ao setor, minimizando seus pré-conceitos e dúvidas, mostrando para estes que a UTIN objetiva o cuidado e a reabilitação do bebê, mas que também visa o cuidado da família neste momento difícil que é ter um bebê de risco.
5 5. CONCLUSÃO O estudo mostrou que a enfermeira, por possuir o conhecimento necessário e ser um profissional preparado para o cuidado tanto à família quanto ao bebê, está apto a acompanhar os pais na sua primeira visita à UTIN, esclarecendo suas dúvidas, reduzindo suas ansiedades, fornecendo informações para que possam estabelecer maior vínculo e cuidado ao bebê, vivenciando este processo de forma menos traumática. Assim, ao apoiar os pais a enfermeira, passa a ser visualizada tanto como fonte de informações, bem como de cuidado, aumentando sua visibilidade profissional junto aos pais e outros profissionais da saúde. REFERÊNCIAS 1 Rabelo MZS, Chaves EMC, Cardoso MVLML, Sherlock MSM. Sentimentos e expectativas das mães na alta hospitalar do recém-nascido prematuro. Acta Paul Enferm 2007; 20(3): Simsen CD, Crossetti MGO. O significado do cuidado em UTI neonatal na visão de cuidadores em enfermagem. Rev Gaúcha Enferm. 2004; 25(2): Schmidt KT, Sassá AH, Veronez M, Higarashi IH, Marcon SS. Primeira visita ao filho internado na UTIN. Esc Anna Nery. 2012; 16 (1): Pinheiro EM, Balbino FS, Balieiro MMFG, De Domenico EBL, Avena MJ. Percepções da família do recém-nascido hospitalizado sobre a comunicação de más notícias. Rev Gaúcha Enferm. 2009;30(1): Merighi MAB, Jesus MCP, Santin KR, Oliveira MD. Cuidar do recém-nascido na presença de seus pais: vivência de enfermeiras em unidade de cuidado intensivo neonatal. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2011; 19(6):[07 telas] 6 Gaíva MAM, Scochi CGS. A participação da família no cuidado ao prematuro em UTI Neonatal. Rev Bras Enferm 2005; 58(4):444-8.
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