Observatório das Micro e Pequenas Empresas Maranhenses - Emprego
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- Nicolas Antunes Castanho
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1 Estudo do Emprego Formal nas MPE Maranhenses Junho de 21 Mercado de Trabalho 1 Número de demissões em abril surpreendeu até os mais pessimistas Em abril de 21, o saldo entre admissões e demissões no país foi negativo (-97,8 mil), surpreendendo as previsões mais pessimistas. Em relação ao mês anterior, quando foram abertas 19,3 mil vagas, o resultado foi uma tremenda ducha de água fria. Na comparação com o mesmo mês de 214, quando foram abertas no país 1,3 mil novas vagas, houve forte reversão. E nos últimos doze meses, encerrados em abril/21, o resultado foi decepcionante: 263, mil postos formais de trabalho fechados. Tais números demonstram que o mercado de trabalho não deve passar incólume à atual recessão. No mês de abril de 21, todos os setores de atividade econômica registraram saldo negativo, com exceção da Agropecuária. Somente na Indústria de Transformação, foram 3,8 mil postos de trabalho encerrados. Os segmentos com pior desempenho no mês foram aqueles ligados à cadeia automobilística: Mecânico (-9,7 mil), do Material de Transporte (-9,7 mil) e Metalúrgico (-8,8 mil). Só a título de informação, as vendas de automóveis caíram 2% nos primeiros quatro meses de 21, na comparação com o mesmo período de 214. A Construção Civil completou o sétimo mês com mais demissões que admissões. Com a perda de mais 23, mil postos de trabalho em abril, já são mais de 298,1 mil vagas fechadas no setor desde outubro do ano passado. Não é pouco: quase 1% dos trabalhadores formais empregados na Construção Civil foram demitidos nos últimos sete meses. O desempenho no Comércio também deixou a desejar: 2,8 mil vagas fechadas em abril. Diante da inflação e dos juros em alta, a queda na venda de bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos, móveis, etc) tem pressionado para baixo o desempenho do setor. E mesmo o setor de Serviços, que há muito tem sido o setor mais dinâmico da economia, fechou vagas em abril (-7, mil). No acumulado do ano, até abril, o saldo entre admissões e demissões é negativo (-137, mil), tendo no Comércio sido registrado mais demissões. O resultado nos primeiros quatro meses do ano sinaliza para um resultado negativo em 21. Movimentação líquida de empregos formais, segundo o setor de atividade Brasil e Maranhão (à direita) Setores de Atividade 214* 21* Setores de atividade 214* 21* Total Extrativa mineral Ind. de Transformação SIUP¹ Construçao civil Comércio Serviços Administração pública Agropecuária Total Extrativa mineral 8-38 Ind.de Transformação SIUP¹ Construçao civil Comércio Serviços Administração pública 3 89 Agropecuária ¹Serviços Industriais de Utilidade Pública *Janeiro a Abril 1 Nota Metodológica: Edição de junho, com dados referentes ao mês de abril. 1
2 No Maranhão, o saldo também foi negativo em abril (-73), completando o sétimo mês consecutivo com mais demissões que admissões no mercado de trabalho formal maranhense. Nesse período, 2,2 mil postos formais de trabalho foram fechados. No acumulado deste ano, até abril, foram 7,4 mil vagas encerradas. O pior desempenho, por setor, é o da Construção Civil, que já fechou 1,8 mil vagas entre outubro do ano passado e abril deste ano. O cenário é de tempestade perfeita diante do fim do boom imobiliário na capital São Luís, da elevação das taxas de juros para financiamentos imobiliários, da conclusão de obras públicas e do arrefecimento dos investimentos no Minha Casa Minha Vida, cujo lançamento da 3ª fase ainda não tem data. Também é destaque o número de demissões na Indústria de Transformação, sobretudo no segmento metalúrgico e no segmento de produtos minerais não metálicos. No primeiro caso, há o peso do anúncio da Alumar, de interrupção da produção em uma de suas plantas na capital, com previsão de demissão de 6 trabalhadores que já se iniciaram em abril. No segundo o caso, diante da demanda mais fraca da Construção Civil, as fábricas de cerâmica fizeram cortes, assim como haviam procedido no início de 214. Como resultado do menor dinamismo do emprego formal, a taxa de desocupação subiu no início deste ano, de acordo com as informações da PNAD Contínua. No Brasil, entre o último trimestre de 214 e o 1º trimestre de 21, o contingente de desocupados passou de 6,42 milhões para 7,934 milhões, fazendo a taxa de desocupação crescer de 6,% para. No Maranhão, o contingente de desocupados de 199 mil para 24 mil, e salto na taxa de desocupação foi ainda maior, de 7,% para 8,9%. População desocupada (mil pessoas) e taxa de desocupação 1º tri/212 a 1º tri/21: Brasil e Maranhão (à direita) 1,% 9,% 8,% 7,% 8,% ,% 9,% 8,% 7,% 9,3% 6,4% 8,9% ,%,% 6,2% ,%,% 1 4,% 4,% População Desocupada Taxa de desocupação (à esquerda) População Desocupada Taxa de desocupação (à esquerda) Fonte: PNAD Contínua; IBGE. As dificuldades no plano econômico não deverão ceder tão cedo, uma vez que os efeitos recessivos do ajuste fiscal ainda não foram plenamente sentidos a recessão do 1º trimestre e o crescimento do desemprego estão ligados à aceleração da inflação no período (reajuste de energia e combustíveis, principalmente) que aumentaram os custos para o setor industrial e reduziram a renda disponível da população em geral, aos desdobramentos da Operação Lava-Jato, cujo impacto sobre o desempenho das empresas envolvidas foi significativo, e à piora das expectativas como um todo, que terminam freando a disposição das famílias para o consumo e dos empresários para o investimento. O cenário, portanto, continua sendo de cautela para as micro e pequenas empresas. 2
3 MPE Brasil: micro e pequenas empresas da Indústria foram as que mais demitiram em abril O mercado de trabalho demorou a sentir os efeitos da desaceleração econômica, mas não é imune a uma recessão. Os números de abril no mercado de trabalho formal brasileiro acenderam um alerta: foi o pior resultado para o mês desde Os setores mais afetados tem sido a Indústria, a Construção Civil e o Comércio, pelos fatores já citados. O setor de Serviços, por sua vez, que vinha sustentando a geração de empregos, começou também a perder dinamismo. Até o final do ano passado, percebia-se uma grande resistência das micro e pequenas empresas quando o tema era a geração de empregos, uma vez que a maior parte delas se concentra no Comércio e Serviços, até então menos sujeitos a desaceleração da economia. Com a crise começando a atingir todos os setores no início de 21, o desempenho das micro e pequenas empresas, em termos de criação de vagas, foi mais tímido. Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, segundo o setor de atividade: Brasil Abril. Em abril de 21, somente as micro e pequenas empresas do setor de Serviços registraram saldo positivo (+27,6 mil), mas com recuo de 48,7% frente ao mesmo mês do ano passado. Nos demais setores, os pequenos negócios mais demitiram que admitiram. Na Indústria, foram 17,4 mil e no Comércio 11,7 mil o número de vagas cortadas pelas micro e pequenas empresas. O resultado mensal foi bastante ruim, quando comparado a abril de 214. No acumulado de janeiro a abril de 21, o saldo entre admissões e demissões nas micro e pequenas empresas brasileiras continuou positivo (,7 mil), graças ao bom desempenho no setor de Serviços (+141,9 mil). No Comércio, mais de 8 mil vagas formais foram fechadas pelas micro e pequenas empresas, refletindo as dificuldades relacionadas à inflação alta e o crédito mais caro Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, segundo o setor de atividade: Brasil Acumulado (Jan-Abr) abr/14 abr/
4 MPE Maranhão: dinamismo do setor de Serviços surpreende Em abril de 21, as micro e pequenas empresas maranhenses, seguindo a dinâmica do restante do país, fecharam um total de 3 postos formais de trabalho. Apesar do resultado negativo, cuja maior contribuição veio do setor da Construção Civil, no Comércio e nos Serviços houve geração líquida de empregos. Os dados do CAGED mostram que, nestes últimos dois setores, as vagas abertas em abril se concentraram em negócios com até 4 (quatro) empregados. Esse fenômeno tem sido particularmente importante no início de 21. Como já dito na edição anterior, pode ser um sinal do potencial do microempreendedorismo individual (que pode contar com até 1 empregado no negócio) frente ao cenário de enfraquecimento da demanda, isto é, os demitidos nas médias e grandes empresas, atingidas primeiro pela crise, podem estar se reinserindo no mercado de trabalho, em empresas de menor porte. Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, segundo o setor de atividade: Maranhão Abril. 8 abr/14 abr/ Por setor de atividade econômica, o desempenho das micro e pequenas empresas foi bem distinto em abril. Enquanto resultados negativos (e piores que no mesmo mês do ano passado) foram registrados na Indústria e na Construção, no Comércio e no setor de Serviços o saldo entre admissões e demissões foi positivo (e melhor do que o registrado em abril de 214). Movimentação líquida de empregos formais nas MPE, segundo o setor de atividade: Brasil Acumulado (Jan-Abr) No acumulado de janeiro a abril de 21, o saldo entre admissões e demissões nas micro e pequenas empresas maranhenses foi praticamente nulo (-46). Enquanto na Construção, a desmobilização de trabalhadores foi ampla (-1,8 mil), no setor de Serviços o saldo foi bastante positivo (+2,2 mil), superando o registrado no mesmo período do ano passado. 4
5 Unidades Regionais SEBRAE: destaque para o setor de Serviços na UR São Luís Na UR São Luís, o saldo entre admissões e demissões nas micro e pequenas empresas foi positivo (+34) em abril de 21. Na região que tem como polo a capital do Estado, o Comércio e o setor de Serviços tiveram bom desempenho, e contrabalancearam os números negativos da Indústria e da Construção Civil. Também foi destaque no mês a UR Presidente Dutra (+61), onde igualmente o Comércio e Serviços garantiram o resultado positivo. O lado negativo ficou por conta da UR Imperatriz (-24), UR Caxias (-12) e UR Balsas (-11). Nas duas primeiras, houve desmobilização de mão-de-obra nas micro e pequenas empresas da Construção. Na última, o fraco desempenho dos pequenos negócios do Comércio afetou o resultado. Movimentação líquida de empregos formais nas micro e pequenas empresas, por unidade regional SEBRAE- MA: Acumulado (Jan-Abr) e Mensal (à direita) UR São Luís UR Santa Inês UR Presid. Dutra UR Pinheiro UR Lençóis-Munim UR Imperatriz UR Grajaú UR Chapadinha UR Caxias UR Balsas UR Bacabal UR Açailândia abr/1 UR São Luís UR Santa Inês UR Presid. Dutra UR Pinheiro UR Lençóis-Munim UR Imperatriz UR Grajaú UR Chapadinha UR Caxias UR Balsas UR Bacabal UR Açailândia abr/ No acumulado de janeiro a abril deste ano, somente cinco das doze Unidades Regionais SEBRAE-MA apresentaram saldo entre admissões e demissões positivo: São Luís, Caxias, Bacabal, Grajaú e Presidente Dutra MONITORAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO MARANHÃO Publicação mensal do SEBRAE MA Diretoria Executiva: João Batista Martins (Diretor Superintendente); José de Ribamar da Silva Morais (Diretor Técnico) Unidade de Gestão Estratégica: Antônio Paixão Garcês (Gerente); Teresinha Drummond Gonçalves Moreira (Coordenadora de Pesquisa) Cenário Econômico Consultoria Ltda. Felipe de Holanda (Coordenador); Daniele Amorim, Dionatan Silva Carvalho e Talita Sousa Nascimento (Pesquisadores); Rafael Thalysson; Vicente Anchieta Jr (Auxiliares de Pesquisa). Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.
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