SONDAGEM INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

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1 Indicadores CNI ISSN Ano 6 Número 12 dezembro de SONDAGEM INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO Indústria da construção termina ano com queda intensa A indústria da construção encerrou com queda intensa e disseminada da atividade e do emprego. Os índices de evolução do nível de atividade e de número de empregados comparados ao mês anterior atingiram os menores níveis de suas séries. A elevada carga tributária, a alta taxa de juros e a demanda interna insuficiente têm prejudicado o segmento da construção. O cenário adverso, aliado ao aumento do custo dos insumos, tem causado insatisfação dos empresários com as condições financeiras e com a margem de lucro operacional. Além disso, as empresas tem tido dificuldade de acesso ao crédito. Para os próximos seis meses, as expectativas seguem pessimistas, em especial para empresas de grande porte, cujos indicadores de expectativa encontram-se muito abaixo dos demais portes. mais intensa do nível de atividade e do número de empregados em dezembro Índices de evolução do nível de atividade* e do número de empregados** NÍVEL DE ATIVIDADE NÚMERODE EMPREGADOS ,7 36,3 33,3 35,6 35,7 33,0 OUT NOV DEZ OUT NOV DEZ * O índice varia de 0 a 100. Valores maiores que 50 indicam crescimento do nível de atividade. ** O índice varia de 0 a 100. Valores maiores que 50 indicam crescimento do número de empregados. 1

2 ISSN Ano 6 Número 12 dezembro de EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO EM DEZEMBRO DE EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE E DO NÚMERO DE EMPREGADOS Os índices de evolução do nível de atividade e do número de empregados recuaram significativamente na passagem de novembro para dezembro, passando de 36,3 pontos para 33,3 pontos e de 35,7 pontos para 33,0 pontos, respectivamente. Os índices variam de 0 a 100 pontos, valores abaixo de 50 pontos indicam queda da atividade e do emprego em relação ao mês anterior. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, maior a queda. UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE DE OPERAÇÃO A Utilização da Capacidade de Operação (UCO) recuou 2,0 pontos percentuais na comparação entre dezembro e novembro, atingindo 55%, menor nível da série iniciada em janeiro de A baixa UCO foi observada em todos os portes e setores. CONDIÇÕES FINANCEIRAS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO 4º TRIMESTRE DE LUCRO OPERACIONAL E SITUAÇÃO FINANCEIRA Os índices de satisfação com a margem de lucro operacional e com a situação financeira variaram dentro da margem de erro e permanecem muito abaixo de 50 pontos, em 32,2 pontos e 36,4 pontos, respectivamente. Valores abaixo de 50 pontos indicam insatisfação com a margem de lucro e com a situação financeira. ACESSO AO CRÉDITO O indicador de acesso ao crédito manteve-se estável em 25,9 pontos, piso da série iniciada no quarto trimestre de O indicador varia de 0 a 100. Valores abaixo de 50 indicam dificuldade de acesso ao crédito. PREÇOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS O preço médio dos insumos e matérias-primas manteve a tendência de crescimento no último trimestre de. O índice variou dentro da margem de erro e atingiu 61,5 pontos, 0,2 ponto abaixo do valor observado no terceiro trimestre e 2,0 pontos abaixo do observado no quarto trimestre de

3 ISSN Ano 6 Número 12 dezembro de PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO 4º TRIMESTRE DE A carga tributária continua sendo o principal problema para 39% dos empresários entrevistados do segmento da construção. Em seguida encontram-se a alta taxa de juros (36,9%) e a demanda interna insuficiente (35,3%). Entre os problemas, o destaque foi para a demanda interna insuficiente, que teve aumento de 4,6 pontos percentuais na comparação do quarto com o terceiro trimestre. A forte retração da atividade econômica observada em e o alto nível da taxa de juros tem inibido a demanda para a indústria da construção. Demanda interna insuficiente ganha importância entre principais problemas Principais problemas enfrentados pela indústria da construção no trimestre (%) Elevada carga tributária Taxa de juros elevadas 39,0 39,6 36,9 36,6 POR PORTE: Assinalado por 41,9% das empresas de grande porte, a demanda interna insuficiente foi a maior dificuldade enfrentada no quarto trimestre de por estas empresas. No trimestre anterior, o item havia sido apontado por 31,6% das grandes empresas e destacado como a quarta principal dificuldade. Entre as empresas de pequeno e médio portes, o problema ainda é bastante assinalado (23,8% e 31%, respectivamente), mas a assinalação recuou na passagem do terceiro para o quarto trimestre. Uma das causas para esse comportamento pode ser o novo modelo de concessões de obras públicas, que visa aumentar a concorrência e a participação das pequenas e médias empresas nos programas de concessão. Além disso, o Programa de Aceleração do Crescimento e o Minha Casa, Minha Vida, mesmo em um menor ritmo, ainda dão alguma sustentação para as empresas de menor porte da indústria da construção. Para as empresas de pequeno porte, a alta taxa de juros que costumava ser relatada como o segundo principal problema, atrás apenas da elevada carga tributária, ganhou destaque no quarto trimestre e se posicionou como o principal problema enfrentado pelas pequenas empresas, assinalado por 34,9% dos empresários. O aperto monetário concedido pelo Banco Central ao longo de e a maior aversão dos bancos ao risco contribuíram para o aumento das taxas de juros dos financiamentos. Demanda interna insuficiente Inadimplência dos clientes Falta de capital de giro Burocracia excessiva Falta de financiamento de longo prazo Falta ou alto custo de trabalhador qualificado Falta ou alto custo da matéria-prima Insegurança jurídica Competição desleal (informalidade, contrabando, etc) Condições climáticas Licenciamento ambiental Falta ou alto custo da mão de obra não qualificada Falta ou alto custo de energia Dificuldades na logística de transporte (estradas, etc) Falta ou alto custo de equipamentos de apoio Disponibilidade de terrenos Outros Nenhum 1,8 3,0 1,0 2,6 0,9 1,3 8,8 8,2 8,1 8,8 7,3 4,3 6,8 5,8 6,3 8,2 5,6 6,9 10,2 11,7 9,8 13,5 8,9 8,0 8,7 8,5 12,0 14,3 22,9 25,7 19,5 22,0 35,3 30,7 30,7 29,1 4º trimestre 3º trimestre Nota: Na pesquisa é solicitado que o empresário marque até três itens que constituíram problemas reais para a sua empresa, desta forma a soma dos percentuais supera 100%. 3

4 ISSN Ano 6 Número 12 dezembro de EXPECTATIVAS PARA OS PRÓXIMOS SEIS MESES EM JANEIRO DE 2016 Os empresários estão mais pessimistas em relação à evolução da atividade e do emprego para os próximos seis meses. O indicador de expectativa do nível de atividade caiu 1,6 pontos em janeiro e atingiu 37,7 pontos, menor valor da série histórica. A expectativa em relação ao número de empregados passou de 38,2 pontos em dezembro para 37,0 pontos em janeiro, queda de 1,2 pontos. Quanto mais abaixo de 50 pontos, mais pessimista é a expectativa. A expectativa de novos empreendimentos e serviços e de compras de insumos e matérias-primas variaram dentro da margem de erro e permaneceram muito abaixo dos 50 pontos, o que indica expectativa de queda. Empresários esperam queda da atividade Índice de expectativa do nível de atividade* Emprego deve continuar em queda Índice de expectativa do número de empregados** ,6 46,9 37,7 37,0 JAN 2016 JAN 2016 Nível de atividade Linha divisória Número de empregados Linha divisória * O índice varia de 0 a 100. Valores maiores que 50 indicam expectativa de crescimento do nível de atividade. ** O índice varia de 0 a 100. Valores maiores que 50 indicam expectativa de crescimento do número de empregados. POR PORTE: Os empresários das empresas de grande porte estão mais pessimistas que os demais. Os indicadores de expectativa do nível de atividade, de novos empreendimentos e serviços, de compras de insumos e matérias -primas e do número de empregados tiveram queda brusca, enquanto os índices de pequenas e médias melhoraram (embora ainda mostrem pessimismo). 4

5 ISSN Ano 6 Número 12 dezembro de INTENÇÃO DE INVESTIMENTO EM JANEIRO DE 2016 A fraca atividade da indústria de construção, a baixa UCO e a expectativa de manutenção do cenário adverso para os próximos meses têm reduzido a intenção de investimento das empresas. O índice de intenção de investimento caiu 1,3 ponto na passagem de dezembro para janeiro de 2016, marcando 25,0 pontos. Intenção de investimento segue baixa Índice de intenção de investimento* , ,3 25,0 NOV 2013 JAN * O índice varia no intervalo de 0 a 100. Quanto maior o índice, maior é a intenção de investimento. 5

6 ISSN Ano 6 Número 12 dezembro de Resultados por porte de empresa DESEMPENHO MENSAL DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO UCO (%) 1 Evolução do nível de atividade 2 Nível de atividade em relação ao usual 3 Evolução do número de empregados 2 dez/14 nov/15 dez/15 dez/14 nov/15 dez/15 dez/14 nov/15 dez/15 dez/14 nov/15 dez/15 CONSTRUÇÃO ,4 36,3 33,3 38,2 26,9 26,7 39,5 35,7 33,0 POR PORTE PEQUENA ,3 37,9 34,9 41,0 28,6 28,7 40,7 37,4 35,3 MÉDIA ,0 35,8 32,6 38,1 27,1 27,1 39,4 35,8 33,9 GRANDE ,8 36,0 33,2 37,2 26,1 25,8 39,2 35,1 31,6 CONDIÇÕES FINANCEIRAS NO TRIMESTRE Satisfação com a margem de lucro operacional 4 Evolução dos preços de insumos e matérias-primas 2 Satisfação com a situação financeira 4 Facilidade de acesso ao crédito 5 IV-14 III-15 IV-15 IV-14 III-15 IV-15 IV-14 III-15 IV-15 IV-14 III-15 IV-15 CONSTRUÇÃO 38,5 31,9 32,2 63,5 61,7 61,5 41,4 36,1 36,4 32,9 25,9 25,9 POR PORTE PEQUENA 41,4 31,2 33,7 61,5 59,1 57,1 42,3 35,5 36,0 35,7 26,4 28,8 MÉDIA 37,9 30,4 31,1 62,7 62,6 65,1 42,4 34,5 35,8 33,0 27,0 24,3 GRANDE 37,7 33,0 32,3 64,6 62,1 61,1 40,5 37,3 36,8 31,9 25,0 25,8 EXPECTATIVAS Nível de atividade 6 Novos empreendimentos e serviços 6 1 Indicador varia no intervalo de 0% a 100%. Série iniciada em janeiro de Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam aumento. 3 Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam atividade acima do usual. 4 Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam situação mais que satisfatória. 5 Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam fácil acesso ao crédito. 6 Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam expectativa positiva. 7 Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Quanto maior o índice, maior é a intenção de investimento. Compras de insumos e matérias-primas 6 Número de empregados 6 Intenção de investimento 7 jan/15 dez/15 jan/16 jan/15 dez/15 jan/16 jan/15 dez/15 jan/16 jan/15 dez/15 jan/16 jan/15 dez/15 jan/16 CONSTRUÇÃO 48,6 39,3 37,7 47,7 36,7 37,1 47,1 36,5 36,3 46,9 38,2 37,0 40,8 26,3 25,0 POR PORTE PEQUENA 49,9 39,1 43,2 48,6 36,4 41,8 48,1 36,6 41,4 48,6 37,3 42,7 45,3 24,7 25,9 MÉDIA 50,5 39,2 39,6 50,7 38,1 39,6 50,2 36,6 38,6 49,1 38,4 39,1 43,5 25,5 25,9 GRANDE 47,0 39,4 34,6 45,6 36,1 34,0 45,0 36,5 33,1 45,0 38,5 33,8 37,6 27,3 24,1 6

7 ISSN Ano 6 Número 12 dezembro de Resultados por porte de empresa PRINCIPAIS PROBLEMAS CONSTRUÇÃO PEQUENAS MÉDIAS GRANDES III-15 IV-15 III-15 IV-15 III-15 IV-15 III-15 IV-15 ITENS % % Posição % % Posição % % Posição % % Posição Elevada carga tributária 39,6 39,0 1 40,9 33,7 2 41,0 42,7 1 35,5 38,7 3 Taxa de juros elevadas 36,6 36,9 2 35,4 34,9 1 36,6 30,6 3 38,2 41,1 2 Demanda interna insuficiente 30,7 35,3 3 28,3 23,8 4 31,9 31,0 2 31,6 41,9 1 Inadimplência dos clientes 29,1 30,7 4 25,8 27,9 3 27,8 25,4 4 35,5 34,7 4 Falta de capital de giro 25,7 22,9 5 21,2 19,2 5 27,5 24,6 5 28,3 23,4 5 Burocracia excessiva 22,0 19,5 6 22,7 18,0 6 25,6 22,2 6 14,5 18,5 6 Falta de financiamento de longo prazo 14,3 12,0 7 11,1 12,8 9 16,5 16,9 7 14,5 8,9 7 Falta ou alto custo de trabalhador qualificado 11,7 10,2 8 11,1 12, ,1 11,3 8 11,8 8,9 7 Falta ou alto custo da matéria-prima 13,5 9,8 9 14,6 14,5 7 14,3 9, ,5 8,1 11 Outros. Descreva: 8,0 8, ,6 7,6 13 7,0 9,7 10 6,6 8,9 7 Insegurança jurídica 8,2 8,8 11 4,0 4,7 16 9,9 11,3 8 10,5 8,9 7 Nenhum 8,5 8,7 12 9,6 13,4 8 7,0 6,9 17 9,9 8,1 11 Competição desleal (informalidade, contrabando, etc) 8,8 8,1 13 9,6 9,9 11 8,8 9,7 10 7,9 6,5 15 Condições climáticas 4,3 7,3 14 5,1 7,0 14 4,4 7,7 14 3,3 7,3 13 Licenciamento ambiental 5,8 6,8 14 5,6 4,7 16 5,9 7,3 15 5,9 7,3 13 Falta ou alto custo da mão de obra não qualificada 8,2 6,3 16 9,1 5,2 15 7,7 8,1 13 7,9 5,6 16 Falta ou alto custo de energia 6,9 5,6 17 7,6 9,3 12 6,2 7,3 15 7,2 3,2 17 Dificuldades na logística de transporte (estradas, etc) 3,0 1,8 18 3,5 1,2 20 3,3 2,4 18 2,0 1,6 18 Falta ou alto custo de equipamentos de apoio 2,6 1,0 19 3,0 2,3 18 3,7 2,0 19 0,0 0,0 19 Disponibilidade de terrenos 1,3 0,9 20 1,0 2,3 18 1,1 1,6 20 2,0 0,0 19 i Veja mais Mais informações como série histórica e metodologia da pesquisa em: Especificações técnicas Perfil da amostra: 547 empresas, sendo 174 pequenas, 248 médias e 125 grandes. Período de coleta: 4 a 13 de janeiro de SONDAGEM INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO Publicação Mensal da Confederação Nacional da Indústria - CNI Diretoria de Políticas e Estratégia - DIRPE Gerência Executiva de Política Econômica - PEC Gerente executivo: Flávio Castelo Branco Gerência Executiva de Pesquisa e Competitividade - GPC Gerente executivo: Renato da Fonseca Equipe: Flávia Junqueira Ferraz, Roxana Campos, Aretha Silícia Lopez Soares e Luis Fernando Melo Mendes (CBIC) Núcleo de Editoração CNI Design Gráfico: Carla Gadêlha Serviço de Atendimento ao Cliente - Fone: (61) sac@cni.org.br. Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.