Aula 01. Sem saber que era impossível, ele foi lá e fez! ÍNDICE. Surge assim a Filosofia... Introdução a Filosofia ENEM PROFESSOR DISCIPLINA

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1 PROFESSOR DISCIPLINA ENEM ÍNDICE Aula Conteúdo Página 01 Surge assim a Filosofia Mito x Razão Os pré-socráticos e Sócrates Platão e Aristóteles Filosofia Medieval: Ciência x Fé. 813 Sem saber que era impossível, ele foi lá e fez! 06 Racionalismo x Empirismo. 817 Aula 01 Surge assim a Filosofia... Introdução a Filosofia elaborada. Mas pode ser um ponto de partida e, se for bem desenvolvido, pode tornar-se um conceito. Portanto surge a pergunta: FILOSOFIA, QUE BICHO É ESSE? Atribui-se ao filósofo e matemático Pitágoras (IV a.c.) o uso inicial desta palavra. Para Pitágoras somente o ser humano é capaz de filosofar, isto é, de buscar sabedoria. O filosofar apresenta três significados distintos. O primeiro se apresenta como sinônimo de pensar, ou seja, é exercer uma atividade do espírito; imaginar; planejar; refletir. O segundo significado de filosofar se apresenta como sinônimo de saber, ou seja, conhecer mediante a demonstração de um objeto. O terceiro significado de filosofar se apresenta como sinônimo de razão, ou seja, é a faculdade de raciocinar. Então, etimologicamente falando, a composição da palavra FILOSOFIA, no grego, é: Quando se fala em FILOSOFIA, geralmente as pessoas olham meio atravessadas, com se dissessem: Lá vem este com papo de vagabundo! Ou então: Xiiii, vai começar a viajar em pensamento! Alguns mais ousados falam: Isso é papo de lombrado! Logo a FILOSOFIA irá exigir três ações: análise reflexão crítica. Pois, antes de chegar ao conceito de alguma coisa, porém, se forma um pré-conceito. E aí o pré-conceito não é um conhecimento seguro, já que é uma ideia ainda não Porém, quando começamos a estudar FILOSOFIA, nossa primeira surpresa surge ao descobrirmos que não há apenas uma definição da 791

2 FILOSOFIA, mas várias, e que além de várias, as definições parecem contradizer-se. dos valores. Volta-se também para o estudo da consciência, procurando descrever as relações entre o ser humano e o mundo, do ser humano consigo mesmo e com os outros. Podemos nos aproximar de pelo menos quatro definições comuns do que pode ser a FILOSOFIA: 1) Visão de mundo de um povo, de uma civilização ou de uma cultura. Filosofia corresponde de modo vago e geral ao conjunto de ideias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma. O problema desta definição é que ela é tão genérica que não permite, por exemplo, distinguir filosofia e Religião, filosofia e arte, filosofia e ciência. 2) Sabedoria de vida. Aqui, a Filosofia se identifica com a definição e a ação de alguns indivíduos que pensam sobre a vida moral, se dedica à contemplação do mundo para aprender com ele a controlar e dirigir suas vidas de modo ético e sábio. Exemplo disso é a filosofia religiosa. Porém, esta definição nos diz, de modo vago, o que se espera da Filosofia. A Filosofia se interessa por aquele instante em que a realidade natural (o mundo das coisas) e a histórica (o mundo dos homens) tornam-se estranhas, incompreensíveis e enigmáticas, quando o senso comum já não sabe o que pensar e proferir e as ciências e as artes ainda não sabem o que pensar e dizer. Aqui é que a atividade filosófica irá propor aquelas três ações do começo do nosso texto: Análise: das condições da ciência, da religião, da arte, da moral. Reflexão: é a volta da consciência para si mesma para conhecer-se enquanto capacidade para o conhecimento, o sentimento, e a ação. Crítica: das ilusões e dos preconceitos individuais e coletivos, das teorias e práticas científicas, políticas e artísticas. 3) Esforço racional para conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. Aqui, começaremos a distinguir Filosofia e religião e até mesmo contrapor uma à outra, sendo que a primeira o faz através do esforço racional, enquanto a segunda, por confiança (fé) numa revelação divina. No entanto, há um problema nesta definição, porque prende a Filosofia numa tarefa de oferecer uma explicação e uma compreensão totais sobre o Universo, elaborando um sistema universal ou um sistema do mundo. Existem também duas limitações principais a esta pretensão: primeiro, a explicação sobre a realidade também é oferecida pelas ciências e pelas artes, o estudo (no caso das ciências) e a expressão (no caso das artes). Segundo, a própria Filosofia já não admite que seja possível um sistema de pensamento único que ofereça uma única explicação para o todo da realidade. 4) Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas. A Filosofia ocupa-se, cada vez mais, com as condições e os princípios do conhecimento que pretenda ser racional e verdadeiro; com a origem, a forma e o conteúdo dos valores éticos, políticos, artísticos e culturais; com a compreensão das causas e das formas da ilusão e do preconceito no plano individual e coletivo; com as transformações históricas dos conceitos, das ideias e 792

3 Platão definia a Filosofia como um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres humanos. Epicuro definia Filosofia não como uma ciência pura e teórica, mas uma regra de prática e de ação. René Descartes dizia que a Filosofia é o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de todas as coisas que os humanos podem alcançar para o uso da vida, a conservação da saúde e a invenção das técnicas e das artes. Immanuel Kant afirmou que a Filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana. Karl Marx declarou que a Filosofia havia passado muito tempo apenas contemplando o mundo e que se tratava agora de conhecê-lo para transformá-lo, transformação que traria justiça, abundância e felicidade para todos. Merleau-Ponty escreveu que a Filosofia é um despertar para ver e mudar nosso mundo. Baruch Espinosa afirmou que a Filosofia é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade. Hegel dizia que a Filosofia é o fundamento do racional, é a inteligência do presente e do real. QUAL SERIA, ENTÃO, A UTILIDADE DA FILOSOFIA? Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes. COMO SURGIU A FILOSOFIA? admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos e as coisas da Natureza, os acontecimentos e as ações humanas podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se a si mesma. Portanto, a Filosofia surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos podia ser conhecida por todos, através da razão, que é a mesma em todos; quando se descobriu que tal conhecimento depende do uso correto da razão ou do pensamento e que, além da verdade poder ser conhecida por todos, podia, pelo mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos. CONDIÇÕES HISTÓRICAS PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA. Podemos apontar como as principais condições históricas para o surgimento da Filosofia na Grécia: As viagens marítimas: permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos diziam ser habitantes dos deuses, na verdade era habitação de outros seres humanos. A invenção do calendário: a forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma percepção de tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível A invenção da moeda: que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas trocados por semelhança, mas uma troca abstrata. O surgimento da vida urbana: com predomínio da classe de comerciantes e do artesanato, a diminuição do prestígio das famílias da aristocracia proprietária de terras, por quem e para quem os mitos foram criados. A invenção da escrita alfabética: onde revela o crescimento da capacidade de abstração e de generalização, uma vez que a escrita alfabética ou fonética diferencia de outras escritas. A invenção da política: introduz três aspectos decisivos para o nascimento da Filosofia: a ideia da lei, o espaço público e o estímulo a pensamentos e discursos que possam ser ensinados, comunicados e discutidos, onde todos possam compreender. Matriz de Referência do ENEM: Competência de área 1 - Compreender os elementos culturais que constituem as Identidades. Competência de área 3 - Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associandoas aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. Surgiu quando alguns gregos, no final do século VII e no início do século VI antes de Cristo, 793

4 01. (UF Amapá 2008) Leia o texto a seguir:... tendo fundamentalmente o mesmo objetivo que o mito, a saber, o de fornecer uma explicação exaustiva das coisas, a filosofia procura atingir este seu objetivo de modo completamente diferente. De fato, o mito procede mediante a representação fantástica, a imaginação poética, a intuição de analogias, sugeridas pela experiência sensível; permanece, pois aquém do logos, ou seja, aquém da explicação racional. A filosofia, ao contrário, trabalha só com a razão, com rigor lógico, com espírito crítico, com motivações racionais, com argumentações rigorosas, baseadas em princípios cujos valores foram prévia e firmemente estabelecidos de forma explícita. (Chauí, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª edição revista ampliada. São Paulo, Ed. Ática, 2004). A partir do texto e dos conhecimentos sobre filosofia, julgue os itens abaixo. a) Etimologicamente, a palavra filosofia é formada por dois termos gregos: Philia (amizade, amor) e Sophia (sabedoria, sábia). Assim, a filosofia tem o sentido etimológico de amor à sabedoria. Com o decorrer do tempo, entretanto, a palavra foi perdendo o significado original. Na própria Grécia antiga passou a designar não apenas o amor ou procura da sabedoria, mas um tipo especial de sabedoria, aquela que nasce do uso metódico da razão, da investigação racional, na busca do conhecimento. b) A Filosofia é o conjunto de conhecimentos e doutrinas e não pode ser uma atitude e nem um posicionamento perante a vida, ela é sim um conjunto de verdades perenes e um sistema fechado. Filósofo é aquele que possui sabedoria e conhecimento total do universo. c) Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia por volta do século VI (ou VII) a.c, rompendo bruscamente com o saber mítico. d) O conhecimento filosófico é uma posse e não uma busca permanente, a busca permanente e constante do conhecimento que faz parte da existência do homem em sua relação com o mundo e com os outros homens. e) n.d.a. 02. (UFSCar SP) O legado da Grécia Antiga à filosofia ocidental é a filosofia ocidental (Bernard Williams. In: Finley M. I. O legado da Grécia, 1998.) A afirmação baseia-se no fato de que: a) A filosofia moderna ocidental, apesar de ter deixado o pensamento filosófico grego para trás, recupera como princípio básico o legado mítico dos helenos. b) Os filósofos gregos foram lidos pelos romanos, depois negados pela tradição românica medieval e, posteriormente recuperados por iluministas como Voltaire e Diderot. c) Os gregos foram criadores de quase todos os campos importantes do conhecimento filosófico, como a metafísica, a lógica, a ética e a filosofia política. d) Os sofistas, como Sócrates e Platão, responsáveis pela produção de obras no campo da mitologia, consolidaram os princípios da filosofia ocidental moderna. e) A metafísica de Platão tem estruturado, até hoje, as bases conceituais e filosóficas do pensamento científico e tecnológico contemporâneo ocidental. 03. ÍTALO COLARES Etimologicamente, o que significam os termos: Filosofia e Logos? a) Amor à Sabedoria e lógica. b) Busca da sabedoria e estudar. c) Amor à sabedoria e palavra/sentido. d) Amigo do sábio e Razão. e) Amor à razão e ao estudo. 04. (UEL/2014) Sobre a relação entre a organização da cidade de Atenas, a ideia de pólis e o aparecimento da filosofia na Grécia Clássica, considere as afirmativas a seguir. I. A filosofia surgiu simultaneamente à cidade-estado, ambiente em que predominava o discurso público baseado na troca de opiniões e no desenvolvimento da argumentação. II. A filosofia afastava-se das preocupações imediatas da aparência sensível e voltava-se para as questões do espírito. III. O discurso proferido pelo filósofo era dirigido a pequenos grupos, o que o distanciava da vida pública. IV. O discurso da filosofia no contexto da pólis restringia-se ao mesmo tipo de discurso dos guerreiros e dos políticos ao desejar convencer em vez de proferir a verdade. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 05. (ENEM/2014) TEXTO I Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil; nós, cidadãos atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos na crença de que não é o debate que é empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação. TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: UnB, 1987 (adaptado). TEXTO II Um cidadão integral pode ser definido por nada mais nada menos que pelo direito de administrar justiça e exercer funções públicas; algumas destas, todavia, são limitadas quanto ao tempo de exercício, de tal modo que não podem de forma alguma ser exercidas duas vezes pela mesma pessoa, ou somente podem sê-lo depois de certos intervalos de tempo prefixados. ARISTÓTELES. Política. Brasílía: UnB,

5 Comparando os textos I e II, tanto para Tucídides (no século V a.c.) quanto para Aristóteles (no século IV a.c.), a cidadania era definida pelo(a) a) Prestígio social. b) Acúmulo de riqueza. c) Participação política. d) Local de nascimento. e) Grupo de parentesco. 06. (UEL 2006) Os poemas de Homero serviram de alimento espiritualaos gregos, contribuindo de forma essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a harmonia, a proporção, o limite e a medida, assim como a presença de questionamentos acerca das causas, dos princípios e do porquê das coisas se faziam presentes, revelando depois uma constante na elaboração dos princípios metafísicos da filosofia grega. (Adaptado de: REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. v. I. Trad. Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, p. 19. ) Com base no texto e nos conhecimentos acerca das características que marcaram o nascimento da filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir. I. A política, enquanto forma de disputa oratória, contribuiu para formar um grupo de iguais, os cidadãos, que buscavam a verdade pela força da argumentação. II. O palácio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela Ágora, espaço público onde os problemas da pólis eram debatidos. III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nos ditos do rei, perdeu a função ritualista de fórmula justa, passando a ser veículo do debate e da discussão. IV. A expressão filosófica é tributária do caráter pragmático dos gregos, que substituíram a contemplação desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do pensar racional. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV. 07. ÍTALO COLARES Ao definir a Filosofia como sabedoria de vida, toca-se em algo que se espera da Filosofia, mas não se define o que é e o que faz a Filosofia. Sobre essa definição, observe as características abaixo. I permite responder o que, o como e o porquê dos fenômenos. II identifica-se com a atividade de algumas pessoas que pensam sobre a vida moral. III seria uma escola de vida ou uma arte do bem-viver. IV seria uma contemplação do mundo dos homens para nos conduzir a uma vida justa, sábia e feliz. As características que correspondem à definição criticada são: a) Somente I, II e III. b) Somente I, III e IV. c) Somente II e III. d) Somente III e IV. e) Somente II, III e IV 08. (ENEM/2015) O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária proeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado) Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função a) Agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade. b) Permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados. c) Constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade. d) Reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra. e) Congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias. 09. (UNIOESTE) Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento voltase para si mesmo, interrogando a si mesmo. A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecerse a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento. Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo. [...] A reflexão filosófica também se volta para essas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos nessas relações. (M. Chauí) Sobre a Filosofia, conforme o texto acima segue as seguintes afirmações: I. Independentemente de seu conteúdo ou objeto, uma característica fundamental da Filosofia é a indagação, a interrogação. II. A Filosofia direciona perguntas como o que é?, por que é? e como é? ao mundo que na cerca, ao próprio homem e às relações que o homem estabelece. III. A Filosofia não é algo importante porque não somos apenas seres pensantes. IV. A reflexão sobre o conhecer e o agir humanos fazem parte da reflexão filosófica. V. A reflexão filosófica é radical porque é feita sem nenhum tipo de objetivo. Das afirmações feitas acima a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas. b) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. c) Apenas as afirmativas I, II, III e V estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. e) Todas as afirmativas estão incorretas. 10. (ENEM/2015) A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas, em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em 795

6 estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. O que, de acordo com Nietzche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos? a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real. MITO X RAZÃO Aula 02 Gabarito A C C A C D E C A C A todo o momento estamos diante de crenças, julgamentos e regras de comportamento. Muitas dessas crenças são silenciosas, muitos desses comportamentos são aceitos como óbvios e naturais. Toda nossa conduta se baseia em valores morais, religiosos, políticos, artísticos e estéticos. Em nosso cotidiano, as opiniões e os preconceitos orientam nossas conversas e ações, é o chamado senso comum. O que caracteriza o senso comum não é sua verdade ou falsidade, mas a sua falta de fundamentação coerente, precisa e sistemática. Esse senso comum está ligado com a ideia que os gregos tinham de verdade, antes do surgimento da Filosofia. Tudo era explicado através dos mitos. E a história, para a maioria dos manuais, tem como primeiro adversário da filosofia: o mito, que, aos olhos do filósofo, não estaria preocupado em levar ao saber, ao conhecimento, tomando aqui a palavra conhecimento como saber verdadeiro. A palavra mito também tem uma origem grega, ela vem de mythos. Há dois verbos que confluem para mytheo, que tem a ver com a conversação e a designação, e mytheyo, que tem a ver com a narração, com o contar algo para outro. O mito narra algo que é inquestionável para quem está inserido fielmente na atividade de ouvi-lo. Ele tem a função de dizer algo que tal pessoa acredita sem que venha pensar muito de modo a colocá-lo em dúvida. Seu papel é de informar e dar sentido à existência de quem crê nele, mas, principalmente, o de socializar as pessoas e criar uma comunidade que forma o "nós", os que se organizam socialmente da mesma forma exatamente porque, entre o que possuem de comum, o mito é não só alguma coisa forte, mas é exatamente a narrativa (única) que diz o que é comum para este "nós". Os mitos cumpriam uma função social de tal forma, que essas narrativas ocupavam o imaginário dos cidadãos da pólis grega direcionando suas condutas. Na Atenas do século V a.c. existia também o espaço para as comédias que satirizavam os poderosos e personagens célebres, e as tragédias que narravam as aventuras e prodígios dos heróis, bem como suas desventuras e fracassos. Haviam festivais em que os poetas e escritores competiam elegendo as melhores peças e textos, estes festivais eram muito importantes na vida da pólis grega, era por meio destes eventos sociais que as narrativas míticas se difundiam. O nascimento da filosofia pode ser entendido como o surgimento de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito. Uma visão de mundo que se formou de um conjunto de narrativas contadas de 796

7 geração a geração por séculos e que transmitiam aos jovens a experiência dos anciãos. Como narrativas, os mitos falavam de deuses e heróis de outros tempos e, dessa forma, misturavam a sabedoria e os procedimentos práticos do trabalho e da vida com a religião e as crenças mais antigas. subordinar a multiplicidade de expressões à ordem racional, de enfrentar a dificuldade de entender os contrários misturados que povoam a vida. Entre mito e filosofia têm-se duas ordens ou duas concepções de mundo e a passagem da primeira à segunda expressa uma mudança estrutural da sociedade. As narrativas míticas tentavam responder as questões fundamentais, como: a origem de todas as coisas, a condição do homem e suas relações com a natureza, com o outro e com o mundo, enfim, a vida e a morte, questões que a filosofia desenvolveu no decorrer de sua história. Mas aqui podemos formular outra questão: a filosofia nasceu da superação dos mitos, mas foi uma superação gradual ou um rompimento súbito? Para tanto, temos que primeiramente identificar algumas diferenças básicas entre os mitos e a filosofia: 1º) MITO: fixa a narrativa no passado; FILOSOFIA: se preocupa em explicar como e porque, no passado, no presente e no futuro; Ao aliar crenças, religião, trabalho, poesia, os mitos traduziam o modo que o grego encontrava para expressar sua integração ao cosmos e à vida coletiva. Os gregos a partir do século V a.c. viveram uma experiência social que modificou a cotidianidade grega: a vivência do espaço público e da cidadania. A cidade constituía-se da união de seus membros para os quais tudo era comum. O sentimento que ligava os cidadãos entre si era a amizade, a filia, resultado de uma vida compartilhada. O MITO E A ORIGEM DE TODAS AS COISAS 2º) MITO: narra a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas (Urano, Ponto e Gaia); FILOSOFIA: explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais (céu, mar e terra). 3º) MITO: não se importa com contradições, com o fabuloso e o incompreensível; a autoridade é posta na confiança religiosa no narrador; FILOSOFIA: não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis; exige explicação coerente, lógica e racional; autoridade: vem da razão, que é a mesma em todos os seres humanos, e não da pessoa do filósofo. COSMOGONIA E COSMOLOGIA As cosmogonias são de certa forma, narrativas sobre as origens do mundo. Em geral elas estão presentes nos mitos, isto quando não é a sua essência. Falam de união sexual entre deuses, que geram o mundo, ou união sexual entre deuses e humanos, que em geral criam situações complexas e dão o enredo a uma história que explica divisões, guerras, ciúmes, paixões, disputas sobre a justiça, etc. As cosmologias já estão mais para o campo do pensamento filosófico do que para o pensamento mitológico. Para vários autores da história da filosofia, elas são a origem do pensamento filosófico, e outros, mais propensos a verem continuidade do que rupturas na história do pensamento tendem a ver as cosmologias como o início do pensamento científico. A multiplicidade de ideias e vertentes que formam o mito pode aparecer, muitas vezes, como desordem. A filosofia pode ser entendida como a tentativa de 797

8 As cosmologias são teorias a respeito da natureza do mundo. As cosmogonias são genealogias. a serviço do capital. Além disso, este saber técnico pode coisificar o homem e neste sentido os mitos modernos apresentam-se camuflados. Por isso, a crença na razão de forma absoluta gera um mito, o que caracterizaria um retrocesso no percurso do mito ao logos que, de certo modo, não era a intenção. Assim o homem moderno continua ainda a moverse em direção a um valor que o apaixona e só posteriormente é que busca explicitá-lo pela razão. Matriz de Referência do ENEM: Competência de área 1 - Compreender os elementos culturais que constituem as Identidades. Competência de área 3 - Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. Competência de área 5 - Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade. 01. (FUNCAB-2012) O nascimento da reflexão filosófica na Grécia antiga está associado aos pensadores que antecederam a Sócrates, os chamados pré-socráticos. As questões fundamentais propostas por esses filósofos são de âmbito eminentemente: a) Moral. b) Político. c) Cosmológico. d) Educacional. e) Religioso. 02. (UEL/2015) O MITO HOJE Na modernidade, podemos pensar filosoficamente outros conceitos para o mito. Um dos modos de entender o mito é pensá-lo como fantasmagoria, isto é, aquilo que a sociedade imagina de si mesma a partir de uma aparência que acredita ser a realidade. O iluminismo partiu do pensamento de que a razão seria um instrumento capaz de iluminar a realidade, libertando os homens das trevas da ignorância, da ingenuidade da imaginação e do mito. O animismo, a magia e o fetichismo teriam sido finalmente superados e o mundo estaria livre desses flagelos. O entendimento e a razão assumiriam o comando sobre a natureza e transformar-se-iam em senhores absolutos e imperativos. No entanto, o iluminismo não deu conta da tarefa que se propôs. O iluminismo pretendeu retirar o mito e a fantasia de seu altar, mas colocou a razão e a técnica em seu lugar, logo, não derrubou o mito, apenas inverteu, dando à ciência e à técnica o brilho da verdade, gestando, assim, o mito moderno da racionalidade. Para Nietzsche o Iluminismo não libertou os homens de seus prejuízos, os mitos não foram abandonados, mas substituídos por novos e mais elaborados heróis. O que pode ser tão escravizador quanto o dogma, isso porque a técnica e o saber científico podem estar Texto I De onde vem o mundo? De onde vem o universo? Tudo o que existe tem que ter um começo. Portanto, em algum momento, o universo também tinha de ter surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo de repente tivesse surgido de alguma outra coisa, então essa outra coisa também devia ter surgido de alguma outra coisa algum dia. Sofia entendeu que só tinha transferido o problema de lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha de ter surgido do nada. Existe uma substância básica a partir da qual tudo é feito? A grande questão para os primeiros filósofos não era saber como tudo surgiu do nada. O que os instigava era saber como a água podia se transformar em peixes vivos, ou como a terra sem vida podia se transformar em árvores frondosas ou flores multicoloridas. (Adaptado de: GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, p ) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgimento da filosofia, assinale a alternativa correta. a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos e as transformações da natureza e porque a vida é como é, tendo como limitador e princípio de verdade irrefutável as histórias contadas acerca do mundo dos deuses. b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convicção de que havia alguma substância 798

9 básica, uma causa oculta, que estava por trás de todas as transformações na natureza e, a partir da observação, buscavam descobrir leis naturais que fossem eternas. c) Os teóricos da natureza que desenvolveram seus sistemas de pensamento por volta do século VI a.c. partiram da ideia unânime de que a água era o princípio original do mundo por sua enorme capacidade de transformação. d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem homérica do mundo e reforçou o antropomorfismo do mundo dos deuses em detrimento de uma explicação natural e regular acerca dos primeiros princípios que originam todas as coisas. e) Para os pensadores jônicos da natureza, Tales, Anaxímenes e Heráclito, há um princípio originário único denominado o ilimitado, que é a reprodução da aparência sensível que os olhos humanos podem observar no nascimento e na degeneração das coisas. 03. ÍTALO COLARES Durante o séc. XIX intelectuais europeus afirmavam que a filosofia tinha surgido da condição puramente grega e tinha realizado uma ruptura com o mito. Da segunda metade do Séc. XX mediante o avanço das pesquisas históricas, arqueológicas, antropológicas e sociológicas. O conceito sobre esse tema modificou-se e hoje é mais coerente afirmar: a) A filosofia se desenvolve a partir de um conjunto de fatores; o desenvolvimento da pólis, a intercontextualização do ocidente com o oriente, a necessidade de novas respostas, a experiência poética grega. O seu nascimento correspondeu a uma linguagem diferenciada do mito para a tentativa de explicação das coisas, porém passa a conviver com a explicação mítica. b) A filosofia nasce a partir do milagre grego, causando uma total ruptura com a explicação mítica. c) O nascimento da filosofia nasce a partir da necessidade existencial do homem de uma explicação lógica e sistematizada de sua realidade, talo como era o mito que precisava de questionamento. d) A filosofia tem sua origem no séc. Il d.c., e tem como principal característica o questionamento e a sistematização do pensamento cientifico. e) A filosofia se origina com o filosofo Tales de Mileto que tem sua total ruptura com o mito quando afirma que "Tudo é Água". 04. (UEL-2003) Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles? (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, p. 56.) c) As explicações míticas constroem-se de maneira argumentativa e autocrítica. d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas. e) A verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não-contradição. 05. (UEL/2015) Leia os textos a seguir. Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre. Segundo a mitologia ioruba, no início dos tempos havia dois mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que seria dos homens, feito apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus supremo, o orixá Oduduá veio à Terra trazendo uma cabaça com ingredientes especiais, entre eles a terra escura que jogaria sobre o oceano para garantir morada e sustento aos homens. No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a forma de um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Yin e Yang, as duas forças opostas que compõem o universo. Yin e Yang são escuridão e luz, feminino e masculino, frio e calor, seco e molhado. Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a passagem do mito para o logos na filosofia, considere as afirmativas a seguir. I. As diversas narrativas míticas da origem do mundo, dos seres e das coisas são genealogias que concebem o nascimento ordenado dos seres; são discursos que buscam o princípio que causa e ordena tudo que existe. II. Os mitos representam um relato de algo fabuloso que afirmam ter ocorrido em um passado remoto e impreciso, em geral grandes feitos apresentados como fundamento e começo da história de dada comunidade. III. Para Platão, a narrativa mitológica foi considerada, em certa medida, um modo de expressar determinadas verdades que fogem ao raciocínio, sendo, com frequência, algo mais do que uma opinião provável ao exprimir o vir-a-ser. IV. Quando tomado como um relato alegórico, o mito é reduzido a um conto fictício desprovido de qualquer correspondência com algum tipo de acontecimento, em que inexiste relação entre o real e o narrado. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta. a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação. b) O conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades. 799

10 06. ITALO COLARES As lendas sempre foram alicerces para os povos antigos. Os gregos, por exemplo, tributavam suas origens aos heróis que protagonizam a poesia de Homero, e os romanos, aos irmãos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte, eternizados no relato do historiador Tito Livio. Essas explicações lendárias: a) Alteram ou reinventaram fatos históricos, justificando alguma condição ou ação posterior dos homens. b) Sempre se basearam em acontecimentos reais, com o único propósito de explicar o passado. c) Confirmaram que as civilizações, em sua origem, não possuem vínculos com seu passado lendário, denominado idade das trevas. d) Afirmam uma reação inconsciente de todos os povos, que tem por fundamento o ideal religioso, desligado de qualquer interesse político. e) São apenas formas artísticas ou literárias independentes dos interesses políticos, por serem estéticas. 07. (UEM Verão 2008) O homem tem necessidade de conhecer e de explorar o meio em que vive. O senso comum, o bom senso, a arte, a religião, a filosofia e a ciência são formas de saber que auxiliam o homem a entender o mundo e a orientar suas ações. Assinale o que for incorreto. a) O senso comum é o conhecimento adquirido por exigências da vida cotidiana; fornece condições para o agir, todavia é um conjunto de concepções fragmentadas, recebidas sem crítica e, muitas vezes, incoerentes, tornando-se, assim, fonte de preconceitos. b) O bom senso, ao contrário do senso comum, apresenta-se como uma elaboração refletida e coerente do saber; em vez da aceitação cega de determinações alheias, pelo bom senso o sujeito livre e crítico questiona os valores estabelecidos e decide pelo que se revela mais sensato ou plausível. c) A ciência caracteriza-se como um sistema de conhecimentos, expressos em proposições gerais e objetivas sobre a realidade empírica; é um conhecimento construído por um processo de raciocínio rigoroso e metodicamente conduzido, baseado na experiência, permitindo explicar, prever e atuar sobre os fenômenos. d) Religião e filosofia são duas formas antagônicas de interpretação da realidade; a filosofia, unicamente com o raciocínio lógicoformal, busca entender apenas o mundo natural e o humano; a religião ocupa-se apenas da razão. e) O conhecimento filosófico caracteriza-se como um saber elucidativo, crítico e especulativo; como elucidativo, visa a esclarecer e a delimitar conceitos e problemas; como crítico, nada aceita sem exame prévio e reflexão; como especulativo, assume a atitude teórica e globalizadora, que envolve os problemas em uma visão total. 08. ÍTALO COLARES A filosofia é entendida como uma ciência universal que procura a razão mais fundamental, ou seja, as causas primeiras de todas as coisas. Com relação ao conhecimento e às ciências, em confronto com a filosofia, é correto afirmar que: a) O mito, tanto na Grécia antiga como atualmente, encerra o sentido da filosofia, que é dar uma explicação para tudo, mesmo que, para isso, tenha que construir ideias fantasiosas e irracionais. b) A filosofia serve-se também do senso comum para intuir explicações sobre a realidade, mas com ele não se confunde. c) A filosofia é a ciência que fundamenta as opiniões dos indivíduos, não importando se elas são ilógicas ou inconsequentes. d) Tanto a filosofia como a teologia são conhecimentos causais, racionais, teóricos, universais e teleológicos. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 09. (UEL 2007) Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último da origem e essência das coisas as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo. (Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar: a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia. b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representando uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens. c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual. d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar. e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica. 800

11 10. (UEL 2005) Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir. I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia. II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos. III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico. IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de qualquer base religiosa. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS/Filosofia Aula 03 OS PRÉ-SOCRÁTICOS E SÓCRATES Período pré-socrático ou cosmológico, do sec. VI ao final do século V a. C. é o nascimento da Filosofia, momento em que se investiga o mundo e as transformações da natureza. Os principais filósofos foram Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Pitágoras de Samos, Heráclito de Éfeso, Parmênides de Eléia, e Zenão de Eléia, que fizeram parte de várias escolas. É denominado período Cosmológico, pois buscava uma visão ordenada do mundo, a explicação racional e sistemática sobre origem, ordem e transformação da natureza e seres humanos. Investigava o princípio universal, imutável e eterno que gerou todas as coisas e seres: de onde tudo vem e para onde tudo retorna. Cosmo Ordem e organização do mundo. Lógico Conhecimento racional. Gabarito C B A D D A D B C D O novo pensamento filosófico possui características centrais que rompem com a narrativa mítica. Esses pensadores desenvolveram um conjunto de noções que constituem o ponto de partida de uma visão de mundo que, apesar de terem sofrido profundas transformações, foram as 801

12 raízes do nosso pensamento filosófico-científico de hoje. a) A physis o mundo natural. A compreensão da realidade natural está nela mesma e não no mundo sobrenatural b) A causalidade tudo tem uma causa natural e não mais mítica misteriosa. c) A arché existe um elemento primordial que serviria de ponto de partida para todo o processo, o que dá uma unidade à natureza. d) O cosmo - surge a idéia de ordem, harmonia e beleza. O mundo natural é uma realidade ordenada de acordo com os princípios racionais. e) Os logos não é mais uma narrativa de caráter poético e míticos logos é a explicação fundamentada na razão. É um discurso racional. f) O caráter crítico as verdades não eram apresentadas como verdades absolutas, de forma dogmática, mas passiveis de serem discutidas, discordadas, criticadas. Não se trata de verdades absolutas, mas da construção do pensamento de um filosofo e pode e deve ser questionado. pensamento) governa todas as coisas, e está associado ao fogo, gerador do processo cósmico. Tudo está em incessante transformação. As coisas estão, pois, em constante movimento, nada permanece o mesmo ( não nos banhamos duas vezes no mesmo rio ). Heráclito, entendia que havia uma lógica o logos governando tal mudança. PARMÊNIDES DE ELÉIA: Para o filósofo, o ser é uno, imóvel, eterno, imutável. Desse modo, o devir, a mudança seria ilusão e simples aparência; o movimento é, assim, engano dos nossos sentidos. O ser é, não-ser não é. Ou seja: o ser imutável, eterno, permanente das coisas, é o único que existe, enquanto o não-ser, que seria a mudança, não existe. As principais escolas filosóficas pré-socráticas, além da escola jônica, são: Escola atomista: inclui Leucipo e Demócrito. Escola Pitagórica: fundada por Pitágoras. Escola Eleata: de Xenófanes, Parmênides e Zenão. Escola Mobilista: de Heráclito. Surge a atitude crítica em lugar da transmissão dogmática da verdade. Os chamados filósofos présocráticos são os primeiros filósofos que viveram antes de Sócrates, e alguns foram contemporâneos deste. TALES DE MILETO: É considerado o pai da filosofia grega. Para ele a água seria o elemento primordial (a arché) de tudo o que existe. Atribui-se a Tales a demonstração do primeiro teorema de geometria. Tales é tido como fundador da escola jônica. ANAXIMANDRO DE MILETO: O princípio gerador de todas as coisas, segundo o filósofo, seria o apeiron (ilimitado, indeterminado, infinito). A ordem do mundo surgiu do caos em virtude deste princípio. Assim, o apeiron seria o princípio original de todos os seres, tanto de seu aparecimento quanto de sua dissolução. ANAXÍMENTES DE MILETO: Segundo este pensador, o elemento gerador de tudo é o ar. Através da rarefação e da condensação, o ar forma tudo que existe. Da mesma maneira que a nossa alma, que é ar, nos mantém vivos, também o sopro e o ar mantém o mundo inteiro. SÓCRATES E OS SOFISTAS. HERÁCLITO DE ÉFESO: É conhecido como o filósofo do devir, da mudança. De acordo com Heráclito, o logos (razão; inteligência; discurso; Sócrates é considerado um marco por sua influencia e por introduzir as questões humanas e sociais na discussão filosófica. A Filosofia passa a investigar as questões humanas, deixando de se preocupar apenas com as questões da natureza e suas transformações. Esse período é marcado pelo pensamento que rompe com a temática central da realidade natural dos filósofos anteriores e passa a investigar as questões éticas e políticas. É a época da democracia em Atenas, em que o cidadão começa a exercer a cidadania, precisa 802

13 opinar, discutir, falar, persuadir nas assembléias. Surgem os chamados sofistas, que foram contemporâneos de Sócrates e compartilharam assim da mesma realidade histórica e, apesar das visões diferentes, tiveram o mesmo interesse pela problemática ético-politica. Os Sofistas ensinavam a arte da oratória, a arte da persuasão. Ensinavam um modo de defender uma opinião por meio de argumentos. Eram mestres na arte da argumentação. Sofista significa sábio, entretanto ganhou o sentido de impostor. Eles eram professores que vendiam ensinamentos práticos da filosofia. Os mais conhecidos sofistas foram Protágoras e Górgias. Protágoras afirma que O homem é a medida de todas as coisas, as coisas são como nos parecem ser, como se mostram a nossa percepção sensorial e não temos nenhum outro critério para decidir essa questão. Nesse contexto, surge então Sócrates, considerado o patrono da filosofia. Ele discordava dos antigos poetas (mitologia), dos antigos filósofos (cosmologia) e dos sofistas (oradores). Nascido em Atenas é considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Seu pensamento marca o nascimento da filosofia clássica, que foi posteriormente desenvolvida por Platão e Aristóteles. É considerado o patrono da filosofia. As divergências inerentes à democracia da época levaram Sócrates a refletir em seu interior. Refletindo sobre si mesmo, Sócrates descobriu que apesar da variedade de coisas, somos capazes de criar conceitos universais. Ele pensou que poderíamos criar um conceito universal de justiça que, por ser igual para todos, seria capaz de dissolver as divergências e discórdias nas assembleias de cidadãos. As praças públicas eram suas salas de aula. Buscava conhecer a si próprio e ajudava as pessoas a encontrar a verdade das coisas e conceitos, por meio do diálogo, pois acreditava que pelo diálogo a pessoa começa a revisar as crenças, opiniões, transformando a sua maneira de ver as coisas. Em um primeiro momento ele interrogava (processo chamado ironia, em grego significa interrogar). Depois ele conduzia o aluno à buscar em seu interior os conceitos verdadeiros (processo chamado de maiêutica, arte de dar a luz). Sócrates valorizava o debate e o ensinamento oral, sem nunca haver escrito nada. É Platão quem registra seus ensinamentos. Não existe o registro do pensamento original de Sócrates e sim a visão de Platão. Ele buscava a definição essencial de coragem, virtude, etc. é ir alem da opinião que se tem a respeito de algo. Para ele, o homem é sua alma, a alma é o desejo da razão, e isso distingue o ser humano de todos os outros seres da natureza. Ele dialogava com ricos e pobres, cidadãos ou escravos e dava importância às características internas de cada pessoa. Assim, foi considerado uma ameaça a sociedade, pois não fazia distinção de classe ou posição social. Ele estava interessado na prática da virtude e na busca da verdade, e contrariava os valores dogmáticos da sociedade ateniense. Era considerado um grande sábio e contrariou os interesses de muitos poderosos. Sócrates, em 399 a.c., é acusado de graves crimes por desrespeito às tradições religiosas e por corrupção da juventude, mas na verdade queriam puni-lo por suas críticas à democracia grega. Ele foi julgado por 501 cidadãos ema Atenas e não se declarou inocente, ao contrário, permanece coerente com suas idéias. É condenado à morte, por meio de envenenamento cicuta. Matriz de Referência do ENEM: Competência de área 1 - Compreender os elementos culturais que constituem as Identidades. Competência de área 3 - Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. Competência de área 5 - Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade. 803

14 satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de dano. EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, (ENEM/2012) TEXTO I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descedência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transformase em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC- Rio, 2006 (adaptado). No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim a) alcançar o prazer moderado e a felicidade. b) valorizar os deveres e as obrigações sociais. c) aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. d) refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade. e) defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber. 04. ÍTALO COLARES TEXTO II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha. GILSON, E.: BOEHNER, P. História da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que: a) Eram baseadas nas ciências da natureza. b) Refutavam as teorias de filósofos da religião. c) Tinham origem nos mitos das civilizações antigas. d) Postulavam um princípio originário para o mundo. e) Defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. 02. (UFU-2008) Sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, marque a alternativa INCORRETA. a) Segundo Heráclito, a realidade do Ser é a imobilidade, uma vez que a luta entre os opostos neutraliza qualquer possibilidade de movimento. b) Heráclito concebe o mundo como um eterno devir, isto é, em estado de perene movimento. Nesse sentido, a imobilidade apresenta-se como uma ilusão. c) Para Heráclito, a guerra (pólemos) é o princípio regulador da harmonia do mundo. d) Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múltiplo é um. e) N.D.A. 03. (ENEM/2014) Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não "Faz dias que te procuro caro Apolodoro com a intenção de saber de ti quais foram os discursos que sobre o amor pronunciaram Sócrates, Alcibíades e outros (...)" (O banquete, Platão). Mediante o fragmento acima podemos identificar que a filosofia Socrática assumiu uma característica: a) De investigação a respeito das questões humanas, buscando a compreensão do lugar ao qual o homem ocupa no mundo. b) De investigação do cosmo, a descoberta da essência e origem do mundo. c) De investigação da origem do mundo d) De investigação sistemática sobre o mito. e) De investigação de tudo o que cerca o universo humano, explicando sempre a partir de fabulas e mitos. 05. ÍTALO COLARES "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia tudo passa o tempo todo no mundo". O fragmento da música de Lulu Santos pode assemelhar-se ao sistema filosófico de: a) Parmênides; que baseia sua teoria na mutabilidade. b) Pitágoras; que afirma que a transformação do cosmo vem através dos números. c) Sócrates; que tem inúmeros escritos baseados na transformação constante do mundo. d) Tales; que afirma que tudo se transforma tal como a água. 804

15 e) Heráclito; que baseia seu sistema filosófico na mutabilidade e constante transformação do cosmo. 06. (UE de Maringá 2008) Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia pré-socrática se preocupava com o conhecimento da natureza (physis), Sócrates procura o conhecimento indagando o homem. Assinale o que for correto. a) Sócrates, para não ser condenado à morte, negou, diante dos seus juízes, os princípios éticos da sua filosofia. b) Discípulo de Sócrates, Aristóteles utilizou, como protagonista da maior parte de seus diálogos, o seu mestre. c) O método socrático compõe-se da maiêutica. d) Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus ensinamentos. e) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a necessidade e adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo caminho para a sabedoria. 07. ÍTALO COLARES Entre os físicos (pré-socráticos), o caráter positivo invadiu de vez a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza (physis). Os homens, a divindade, o mundo formam um universo unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma natureza (physis) que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As vias (caminhos) pelas quais essa natureza nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou no começo de maneira diferente de como o faz, ainda, a cada dia. (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, p.110.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre os pré-socráticos, ASSINALE a alternativa CORRETA: a) Para explicar o que acontece no presente é preciso compreender como a natureza agia no começo, ou seja, no momento original. b) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais. c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode ser compreendida racionalmente. d) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação da totalidade dos mesmos está além da capacidade humana. e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas estas explicações podem ser racionalmente compreendidas. 08. (UFPE) A sociedade grega criou seus mitos e deuses, mas também elaborou um pensamento filosófico que expressava sua preocupação com a verdade e a ética. Além de Aristóteles, Platão e Sócrates, muitos pensadores merecem ser citados e discutidos, como os sofistas, que: a) Formularam princípios éticos, revolucionários para a época e de grande significado para o pensamento de Platão. b) Defenderam a liberdade de expressão, embora estivessem ligados à aristocracia ateniense, contrária à ampliação da cidadania. c) Construíram reflexões sobre o comportamento humano que serviram de base para Aristóteles pensar a sua metafísica. d) Criticaram a existência de verdades absolutas, afirmando ser o homem a medida de todas as coisas. e) Ajudaram a consolidar o pensamento conservador grego, reafirmando a importância da mitologia. 09. (ENEM/2015) Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de a) Determinações biológicas impregnadas na natureza humana. b) Verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais. c) Mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas. d) Convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes. e) Sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas. 10. (UFSC/2009) Considere o seguinte extrato do diálogo Mênon, de Platão. MÊNON: - Seja, Sócrates! Entretanto, o que é que te leva a dizer que nada aprendemos e que o que chamamos de saber nada mais é do que recordação? Poderias provar-me isso? SÓCRATES: - Não faz muito, excelente Mênon, que te chamei de habilidoso! Perguntas se te posso ensinar, quando agora mesmo afirmei claramente que não há ensino, mas apenas reminiscência; estás procurando precipitar-me em contradição comigo mesmo! MÊNON: - Não, por Zeus, caro Sócrates! Não foi com essa intenção que fiz a pergunta, mas apenas levado pelo hábito. Todavia, se te é possível mostrarme de qualquer modo que as coisas de fato se passam assim como o dizes, demonstra-o, pois esse é o meu desejo! SÓCRATES: - Não é uma tarefa fácil o que pedes; fá-la-ei, entretanto, de boa vontade, por se tratar de ti. Chama a qualquer um dos escravos que te acompanham, qualquer um que queiras, a fim de que por meio dele eu possa fazer a demonstração que pedes. MÊNON: - Com prazer. (Dirigindo-se a um de seus escravos moços): Aproxima-te! Sócrates: - Ele é grego e fala grego? MÊNON: - Sim; nasceu em minha casa. Sócrates: - Então, caro Mênon, presta bem atenção, e examina com cuidado se o que ele faz com meu auxílio é recordar-se ou aprender. MÊNON: - Observarei com cuidado. 805

16 (Diálogos de Platão - Mênon) A partir do texto citado, é CORRETO afirmar que: a) no processo de educação o mestre força a extração do conhecimento do discípulo. b) a figura do mestre é central no processo do conhecimento, porém vai depender da força de vontade do discípulo. c) no processo de conhecimento denominado maiêutico, a pergunta e a resposta têm importância equivalente. d) o escravo do texto, declarado por Mênon como tendo crescido em sua casa, na verdade apresentava uma formação matemática anterior ao período em que foi servir ao seu senhor. e) a Ágora e sua dimensão peripatética não era tão importante para a formação do homem grego. Aula 04 PLATÃO E ARISTÓTELES Platão ( ou 347 a.c.) Filósofo grego, discípulo de Sócrates, Platão deixou Atenas depois da condenação e morte de seu mestre. Peregrinou doze anos. Conheceu entre outros, os pitagóricos. Retornou a Atenas em 387 a.c., com 40 anos, procurando reabilitar Sócrates, de quem guardava a memória e o ensinamento. Retomou a teoria de seu mestre sobre a "ideia", e deu-lhe um sentido novo: a ideia é mais do que um conhecimento verdadeiro: ela é o ser mesmo, a realidade verdadeira, absoluta e eterna, existindo fora e além de nós, cujos objetos visíveis são apenas reflexos. A doutrina central de Platão é a distinção de dois mundos: o mundo visível, sensível ou mundo dos reflexos, ou mundo dos reflexos, e o mundo invisível, inteligível ou mundo das ideias. Gabarito D B A A E E C D D C 806

17 A essa concepção dos dois mundos se ligam as outras partes de seu sistema: 1) o método é a dialética, consistindo em que o espírito se eleve do mundo sensível ao mundo verdadeiro, o mundo inteligível, o mundo das ideias; ele se eleva por etapas, passando das simples aparências aos objetos, em seguida dos objetos às ideias abstratas e, enfim, dessas ideias as ideias verdadeiras que são seres reais que existem fora de nosso espírito. 2) a teoria da reminiscência: vivemos no mundo das ideias antes de nossa encarnação em nosso corpo atual e contemplamos face a face às ideias em sua pureza; dessa visão, guardamos uma mudança confusa; nós a reencontramos, pelo trabalho da inteligência, a partir dos dados sensíveis, por reminiscência. 3) a doutrina da mortalidade da alma, demonstrada em Fédon. MUNDO SENSÍVEL: realidade material, constituída pelos objetos da percepção sensorial; mundo da experiência. Especialmente em Platão, o mundo sensível opõe-se ao mundo inteligível, do qual é cópia. MUNDO INTELIGÍVEL: mundo das ideias ou formas, em Platão entendido como tendo uma realidade autônoma, tanto em relação ao mundo sensível, do qual constitui o modelo perfeito, quanto ao pensamento humano, que entanto o atinge pela dialética. Das obras de Platão, as mais importantes são: Apologia de Sócrates; Hippias Maior; Eutifron; Menon; Teeteto; Fédon; Crátilo; O banquete; Górgias; A República; Críton; Fedro; Parmênides, Timeu e Filebo. Na República, no Político e nas Leis, Platão enuncia as condições da cidade harmoniosa, governada pelo filósofo rei, personalidade que governa com autoridade, mas com abnegação de si, com os olhos fixos na ideia do bem. A virtude suprema consiste no "desapego" do mundo sensível e dos bens exteriores a fim de orientar-se para a contemplação das ideias, notadamente da ideia do bem, e realizar esse ideal de perfeição que é o bem. Abaixo dessa virtude quase divina situa-se a virtude propriamente humana: a justiça, que consiste na harmonia interior da alma. Toda a doutrina de Platão pode ser interpretada como uma crítica em relação ao dado sensível, social ou político, e com uma exortação a transformá-lo se inspirando nas ideias, cuja ação (cognitiva, moral e política) deve reproduzir, o mais fielmente possível, a ordem perfeita no mundo do futuro. Para realizar seu projeto filosófico, Platão funda a Academia, assim chamada por situar-se nos jardins do herói ateniense Academos. ALEGORIA DA CAVERNA No livro VII da República, Platão narra uma história que se tornou célebre com o nome de mito ou alegoria da caverna. Seu objetivo é fazer compreender a diferença entre a nossa opinião (doxa) e o conhecimento verdadeiro (episteme). Ou seja é um exemplo claro da teoria das ideias elaborado pelo filósofo. 807

18 Aristóteles ( a.c.) Filósofo nasceu em Estagira, Macedônia. Discípulo de Platão na Academia. Preceptor de Alexandre Magno. Construiu um grande laboratório, graças a amizade com Felipe e seu filho Alexandre. Aos cinquenta anos funda sua própria escola, o Liceu. Seus últimos anos são entremeados de lutas políticas. O partido nacional retoma o poder em Atenas. Aristóteles se exila na Eubéia, onde morre. Sua obra aborda todos os ramos do saber: lógica, física, filosofia, botânica, zoologia, metafísica, etc. Suas principais obras são: Retórica, Ética a Nicômaco, Ética a Eudemo, Órganon: conjunto de tratados da lógica, Física, Política e Metafísica. 808

19 Para Aristóteles, contrariamente a Platão, que ele critica, a ideia não possui uma existência separada. Só são reais os indivíduos concretos. A ideia só existe nos seres individuais: ele a chama de "forma". Preocupado com as primeiras causas e com os primeiros princípios de tudo, dessacraliza o "ideal" platônico, realizando as ideias nas coisas. O primado é o da experiência. Os caminhos do conhecimento são os da vida. Sua teoria capital é a distinção entre potência e ato. O que leva à segunda distinção básica, entre matéria e forma. Daí sua concepção de Deus como Ato puro, Primeiro Motor do mundo, motor imóvel, Inteligência, Pensamento que ignora o mundo e só pensa a si mesmo. Quanto ao homem, é um "animal político" submetido ao Estado que, pela educação, obriga-o a realizar a vida moral, pela prática das virtudes: a vida social é uni meio, não o fim da vida moral. A felicidade suprema consiste na contemplação da realização de nossa forma essencial. A política aparece como um prolongamento da moral. A virtude não se confunde com o heroísmo, mas é uma atividade racional por excelência. O equilíbrio da conduta só se realiza na vida social: a verdadeira humanidade só é adquirida na sociabilidade. CONCEPÇÃO DA REALIDADE: os dados captados pelos nossos sentidos constituem a existência do ser. A partir desses dados, a ciência deve buscar as estruturas essenciais. O conhecimento teria que evoluir do individual para o universal. Só existe ciência do universal. A indução é o processo básico do conhecimento científico. CONCEPÇÃO DO SER: o ato é a manifestação atual do ser. A potência representa as possibilidades do ser, sua capacidade de vir a ser. TEORIA DA CAUSALIDADE: distingue quatro tipos de causas: material, formal, eficiente e final. A causa final comanda o movimento da realidade - passagem da potência para o ato. válida, sobretudo da inferência dedutiva e dos métodos de prova e demonstração, dedução: implicação. A lógica formal ou aristotélica consiste em uma investigação das categorias e princípios através dos quais pensamos sobre as coisas, do ponto de vista apenas da estrutura formal desse pensamento, abstração feita de seu conteúdo. Divide-se em lógica do conceito, ou seja, dos termos ou categorias que usamos; lógica das proposições, ou seja, do modo como formamos nossos juízos relacionando os conceitos e expressando-os em proposições; e uma lógica do raciocínio, ou do silogismo, que examina como relacionamos inferencialmente as proposições para delas extrair conclusões. DEFINIÇÃO DE HOMEM: ser racional, cuja essência é pensar. VIRTUDE: é o meio-termo entre o excesso e a falta de um atributo qualquer. LÓGICA ARISTOTÉLICA. Em um sentido amplo, a lógica é o estudo da estrutura e dos princípios relativos à argumentação O caráter formal da lógica aristotélica pode ser representado pelo uso de variáveis. Assim, da proposição "todo A é B" podemos deduzir corretamente que "algum B é A", mas não que "todo B é A", quaisquer que sejam os AA e BB a que nos referimos. O Silogismo é um método de dedução de uma conclusão a partir de duas premissas, por implicação lógica. Para Aristóteles, considerado o primeiro formulador da teoria do silogismo, "o silogismo é um argumento em que, estabelecidas certas coisas, resulta necessariamente delas, por 809

20 serem o que são, outra coisa distinta do anteriormente estabelecido" (Primeiros analíticos, I, 24). Ex.: "Todos os homens são mortais, Todos os gregos são homens, Logo, todos os gregos são mortais". c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. 02. (ENEM/2014) SANZIO, R. Detalhe do afresco A Escola de Atenas. Disponivel em: Acesso em: 20 mar A conclusão se obtém assim por um processo de combinação dos elementos contidos nas premissas através do termo médio (no exemplo, "homens"), que permite relacionar os outros termos (no exemplo, "gregos" e "mortais") aí contidos, formando uma nova proposição. Segundo as regras do silogismo válido, não é possível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão seja falsa. A teoria do silogismo de Aristóteles sofreu uma série de modificações e desenvolvimentos na escola aristotélica e na escolástica. No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a: a) Suspensão do juízo como reveladora da verdade. b) Realidade inteligível por meio do método dialético. c) Salvação da condição mortal pelo poder de Deus. d) Essência das coisas sensíveis no intelecto divino. e) Ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade. 03. ÍTALO COLARES 01. (ENEM/2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.c.-346 a.c.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. No filme Matrix a realidade é forjada por uma espécie de inteligência artificial (A Matrix), que funciona como um "útero" universal ao qual dentro estão todos os seres humanos, vivendo em uma realidade virtual ou falsa. Analisando o filme sobre um prisma filosófico, em especial a partir do mito da caverna de Platão, qual das reflexões a baixo seria mais adequada. a) A Matrix, sobre uma perspectiva platônica é a caverna a qual todos os indivíduos habitam, sendo esta a única e filosófica 810

21 realidade que os seres humanos estão inseridos. b) Os nossos sentidos conseguem sempre constatar a realidade tal como ela é. c) É a partir da credibilidade inquestionável nas ideias do senso comum que damos o primeiro passo ruma a reflexão filosófica. d) A caverna na concepção platônica assemelha-se a Matrix, pois ambas representam o mundo de aparências e preconceitos ao qual vivemos alienados da realidade, sendo impossível nos libertar sem a filosofia, que propõe a reflexão do próprio pensamento. e) Platão critica através do mito da caverna, o homem grego descrente dos deuses, e propõe que o ser humano deve agir de acordo com a vontade dos deuses. 04. (UEL 2012) Leia o texto a seguir. No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis (natureza) que se manifesta no finalismo do bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo que caracteriza a physis como domínio da necessidade, com o advento do diferente no espaço da liberdade aberto pela práxis. Embora, enquanto autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a physis, ele reinstaura, de alguma maneira, a necessidade de a natureza fixar-se na constância do hábito. (Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São Paulo: Loyola. Coleção Filosofia - 8, 2000, p ) Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal como empregada por Aristóteles, compreende: a) A disposição da ação humana, que ordena a natureza. b) A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza. c) A ordem da natureza, que determina o hábito das ações humanas. d) A origem da virtude articulada, segundo a necessidade da natureza. e) A razão matemática, que assegura ordem à natureza. 05. (UFPA 2012) Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a cada um no estado de direito é o que permite, do ponto de vista formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades de organizações instituídas no interior de uma sociedade. Isso leva Aristóteles a afirmar que a justiça é uma virtude completa, porém não em absoluto e sim em relação ao nosso próximo ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função própria e universal atribuída à justiça, no estado de direito, é a) Conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder normativo positivo e irrestrito. b) Instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os mecanismos contidos nos sistemas jurídicos. c) Determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e independentes que possam valer por si mesmos. d) Promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do Estado e as de cada cidadão individualmente. e) Estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que isso seja possível por meio de leis. 06. (UFU 2012) Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão ser segundo a potência e o ato, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato. REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a alternativa correta. a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente dele mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-potência). b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo sensível. Tudo o que possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma). c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel. d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência se encontra tão-somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 07. (IFSC 2015) A Lógica é uma área da Filosofia que estuda como podemos raciocinar melhor. Trata-se de um instrumento para tornar nosso pensamento mais eficaz, evitando erros. Para Aristóteles, a quem é atribuída a criação da Lógica clássica, a Lógica também tentaria estabelecer leis gerais do raciocínio que seriam também as leis do pensamento, as bases fundamentais na qual toda verdade se estrutura e se torna possível. Considere as definições abaixo. I. Princípio lógico segundo o qual a conjunção de qualquer frase ou proposição, p, com a sua negação, não-p, é invariavelmente falsa. II. Princípio lógico que estabelece que a disjunção de qualquer frase indicativa (dotada de sentido) com a sua negação é sempre verdadeira. III. Princípio segundo o qual qualquer objeto é idêntico a si próprio. Assinale a alternativa que corresponde CORRETAMENTE aos princípios definidos acima. a) Não-contradição - Terceiro Excluído - Identidade de Indiscerníveis b) Terceiro Excluído - Não-contradição - Identidade. c) Identidade de Indiscerníveis - Terceiro Excluído - Não-contradição. 811

22 d) Não-contradição - Terceiro Excluído - Identidade. e) Não-contradição - Terceiro Excluído - Círculo Vicioso. 08. (UNCISAL 2012) No contexto da Filosofia Clássica, Platão e Aristóteles possuem lugar de destaque. Suas concepções, que se opõem, mas não se excluem, são amplamente estudadas e debatidas devido à influência que exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento ocidental. Todavia é necessário salientar que o produto dos seus pensamentos se insere em uma longa tradição filosófica que remonta a Parmênides e Heráclito e que influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os racionalistas, empiristas, Kant e Hegel. Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas opções abaixo aquela que se identifica corretamente com suas concepções. a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo inteligível) se opõe radicalmente as concepções de caráter empírico defendidas por Platão. b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e pragmatismo, afastando-se do misticismo e de conceitos transcendentais. c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da observação das coisas, por meio da valorização do conhecimento sensível. d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento sensível são ilusórios. e) As concepções platônicas negam veementemente a validade do inatismo. (Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A. Cultural, p.16. (Coleção Os Pensadores.)) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que indica, corretamente, a ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras. a) Causa final, causa eficiente, causa material e causa formal. b) Causa formal, causa material, causa final e causa eficiente. c) Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final. d) Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final. e) Causa material, causa formal, causa final e causa eficiente. 09. (ENEM/2013) A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. Das Letras, Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como a) Busca por bens materiais e títulos de nobreza. b) Plenitude espiritual e ascese pessoal. c) Finalidade das ações e condutas humanas. d) Conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. e) Expressão do sucesso individual e reconhecimento público. 10. (UENP 2011) Leia o texto a seguir. É, pois, manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos cada coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se em quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência (o porquê reconduz-se pois à noção última, e o primeiro porquê é causa e princípio); a segunda causa é a matéria e o sujeito; a terceira é a de onde vem o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente, é o fim para que e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento). Gabarito D B D B E B D D C C 812

23 Aula 05 FILOSOFIA MEDIEVAL: CIÊNCIA X FÉ CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS/Filosofia (2) Respeito aos insights dos antigos filósofos, em particular Aristóteles, e consideração à sua autoridade. (3) A obrigação de conciliar os insights na filosofia com a transmissão teológica e a revelação Sendo o último o mais importante. Seguramente, nenhuma outra questão preocupou os pensadores medievais mais do que a relação fé/razão. A Idade Média foi caracterizada pela influência religiosa, baseada nos princípios e nos limites determinados pela Igreja Católica, o que causou um atraso no debate filosófico. O período também sofreu influências de conceitos platônicos e aristotélicos. A característica fundamental dessa filosofia é a ênfase nas questões teológicas, destacando-se temas como: o dogma da Trindade, a encarnação do Deus-Filho, a liberdade e a salvação, a relação entre fé e razão. Destaca-se dois momentos da filosofia medieval: PATRÍSTICA: (séc. IV ao séc. VIII), no qual se busca uma conciliação entre razão e a fé. Destaca-se a Santo Agostinho. ESCOLÁSTICA: (séc. IX ao séc. XVI), no qual se busca uma sistematização da filosofia cristã. Destaca-se Santo Tomás de Aquino. Em geral, há três facetas que caracterizam o pensamento medieval. (1) o uso da lógica, da dialética e da análise para descobrir a verdade. SANTO AGOSTINHO ( ) Aurélio Agostinho, bispo de Hipona, nasceu em Tagaste (Argélia). É um dos mais importantes iniciadores da tradição platônica no surgimento da filosofia cristã, sendo um dos principais responsáveis pela síntese entre o pensamento filosófico clássico e o cristianismo. Estudou em Cartago, e depois em Roma e Milão, tendo sido professor de retórica. Reconverteu-se ao cristianismo em 386, após ter passado pelo maniqueísmo e pelo ceticismo. Suas obras mais conhecidas são: As Confissões e A Cidade de Deus. Santo Agostinho sofreu grande influência do pensamento grego, sobretudo da tradição platônica, através da escola de Alexandria e do neoplatonismo, com sua interpretação espiritualista de Platão. Sua filosofia tem como preocupação central a relação entre a fé e a razão, mostrando que sem a fé a razão 813

24 é incapaz de promover a salvação do homem e de trazer-lhe felicidade. A razão funciona assim como auxiliar da fé, permitindo esclarecer, tornar inteligível, aquilo que a fé revela de forma intuitiva. Este o sentido da célebre fórmula agostiniana Credo ut intelligam (Creio para que possa entender). Na Cidade de Deus, Santo Agostinho interpreta a história da humanidade como conflito entre a Cidade de Deus, inspirada no amor a Deus e nos valores cristãos, e a Cidade Humana, baseada exclusivamente nos fins e interesses mundanos e imediatistas. Ao final do processo histórico, a Cidade de Deus deveria triunfar. Devido a esse tipo de análise, Santo Agostinho é considerado um dos primeiros filósofos da história, um precursor da formulação dos conceitos de historicidade e de tempo histórico. Tanto as Confissões quanto as Retratações (escritas no final de sua vida) fazem dele um precursor de Descartes, de Rousseau e do existencialismo: "Se eu me engano, eu existo". SANTO TOMÁS DE AQUINO ( ) Nasceu na Itália, de família nobre, e entrou cedo na Ordem dos Dominicanos. Percorreu toda a Europa medieval. Depois dos estudos em Nápoles, Paris e Colônia (onde teve por mestre Alberto Magno), ensina em Paris e nos Estados do papa. Morreu quando se dirigia ao Concílio de Lyon. Sua imensa obra compreende duas Sumas: Suma contra os gentios e Suma teológica. Vários tratados e comentários sobre Aristóteles, a Bíblia, Boécio, etc. O pensamento de Sto. Tomás de Aquino está profundamente ligado ao de Aristóteles, que ele, por assim dizer, "cristianiza". Seu papel principal foi o de organizar as verdades da religião e de harmonizá-las com a síntese filosófica de Aristóteles, demonstrando que não há ponto de conflito entre fé e razão. Sua teoria do conhecimento pretende ser, ao mesmo tempo, universal (estende-se a todos os conhecimentos) e crítica (determina os limites e as condições do conhecimento humano). O conhecimento verdadeiro seria uma "adequação da inteligência á coisa". Retomando a física e a metafísica de Aristóteles, estabelece as cinco "vias" que nos conduzem a afirmar racionalmente a existência de Deus: a partir dos "efeitos", afirmamos a causa. Estabelece sua concepção de natureza como ordem do mundo. Ordem decifrável nas coisas e que permite fixar fins particulares a cada uma delas. Deus é a causa de tudo, mas não age diretamente nos fatos da criação: Ele instaurou um sistema de leis, causas segundas, ordenando cada um dos domínios naturais segundo sua especificidade própria. Deus é o primeiro motor imóvel, é a primeira causa eficiente, é o único Ser necessário, é o Ser absoluto, o Ser cuja Providência governa o mundo. Santo Tomás mostra que há, em Aristóteles, uma filosofia verdadeiramente autônoma e independente do dogma, mas em harmonia com ele. Assim, Santo Tomás introduz no teísmo cristão o rigor do naturalismo peripatético. Porém, distingue o Estado e a Igreja, o direito e a moral, a filosofia e a teologia, a natureza e o sobrenatural. "A última felicidade do homem não se encontra nos bens exteriores, nem nos bens do corpo, nem nos da alma: só pode encontrar-se na contemplação da verdade." FILOSOFIA ÁRABE NA IDADE MÉDIA Os dois maiores filósofos do mundo árabe medieval foram: Averróis e Avicena. AVICENA ( ) Ele faz uma distinção clara entre a existência e a essência das coisas, argumentando que a forma e a matéria não podem interagir sozinhas e por conta própria gerar o movimento, que é o que ele chama de fluxo vital do universo, nem gerar a própria existência. A existência tem origem em uma causa que necessariamente coloca em relação a essência e a existência, somente dessa forma a causa das coisas que existem podem coexistir com os efeitos. Ele resolveu o problema da essência e dos atributos do mundo através de uma análise ontológica da modalidade do ser que ele subdivide em três tipos: Impossibilidade: O ser impossível é aquele que não existe. Contingência: O ser contingente é o que tem necessidade de uma causa externa a si para existir. Necessidade. O ser necessário, que é único, reflete a sua essência e tem a capacidade de gerar a primeira inteligência. O propósito da filosofia é de esclarecer e demonstrar através da razão as verdades reveladas por Deus. Aos filósofos cabe fazer considerações e elucidações sobre as partes obscuras e ocultas das doutrinas divinas reveladas. O homem, animal munido de razão, tem o poder de conhecer, através da alma racional, as formas inteligíveis que três formas: através de uma emanação; segundo através do raciocínio e da demonstração e terceiro através dos sentidos. AVERRÓIS ( ) Para este filósofo, é na filosofia de Aristóteles que se encontra a mais alta verdade. A 814

25 filosofia busca esta verdade através da razão, mas a razão filosófica para Averróis deve ser protegida e amparada pela religião, pois se tanto a filosofia como a religião buscam a verdade, não pode haver discordância entre as duas. características do mito grego e abordam a relação entre liberdade humana e providência divina. A expressão filosófica que torna como pressuposta a tese do determinismo é: a) Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu minha de mim mesmo. Jean Paul Sartre. b) Ter fé é assinar uma folhar em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser. Santo Agostinho. c) Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte. Arthur Schopenhauer. d) Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo. Michel Foucault. e) O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança Friedrich Nietzsche. 02. (ENEM 2010) Averróis divide a inteligência, o entendimento humano em duas partes: O INTELECTO POTENCIAL: é a inteligência de cada ser humano, de cada indivíduo, e ele é potencial porque pode ou não se desenvolver, da mesma forma que podemos ou não ver as cores dos objetos dependendo se temos ou não luz. O INTELECTO POSSÍVEL OU ATIVO: Se essa luz vai possibilitar o intelecto potencial a desenvolver suas capacidades isso é o intelecto possível, que é uma emanação divina e nele se ligam todos ou outros intelectos. Averróis nega a imortalidade da alma. Acredita ainda que o conhecimento da ciência é o único caminho para atingirmos a felicidade, o êxtase espiritual e religioso. A vida de todos os homens tem fim com a morte. E a alma humana nasce e morre com o corpo. 01. (ENEM/2010) Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-la ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrouse com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia. (Disponível em: Acesso em: 28 ago adaptado). No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino e do determinismo. Ambos são Considere os textos: (...) de modo particular, quero encorajar os crentes empenhados no campo da filosofia para que iluminem os diversos âmbitos da atividade humana, graças ao exercício de uma razão que se torna mais segura e perspicaz com o apoio que recebe da fé. (Papa João Paulo II. Carta Encíclica Fides et Ratio aos bispos da igreja católica sobre as relações entre fé e razão, 1998) As verdades da razão natural não contradizem as verdades da fé cristã. (São Tomás de Aquinopensador medieval). Refletindo sobre os textos, pode-se concluir que: a) A encíclica papal está em contradição com o pensamento de São Tomás de Aquino, refletindo a diferença de épocas. b) A encíclica papal procura complementar São Tomás de Aquino, pois este colocava a razão natural acima da fé. c) A Igreja medieval valorizava a razão mais do que a encíclica de João Paulo II. d) O pensamento teológico teve sua importância na Idade Média, mas, em nossos dias, não tem relação com o pensamento filosófico. e) Tanto a encíclica papal como a frase de São Tomás de Aquino procuram conciliar os pensamentos sobre fé e razão. 03. ÍTALO COLARES Sobre a Escolástica, surgida na Idade Média e tida como uma das manifestações da filosofia medieval, é CORRETO afirmar que: a) É o único movimento filosófico originado da sociedade normanda. b) Consiste no conteúdo formado pela síntese das doutrinas platônico-aristotélicas com as doutrinas cristãs. c) Não tinha ligações com a prática pedagógica. d) Sofreu duras críticas por parte do pensamento de São Tomás de Aquino. e) Resistiu a um caráter formalista, repetitivo, verbalista e dogmático. 04. (UNIFESP/SP) Terminada a Antiguidade, havia à disposição do Ocidente medieval duas concepções filosóficas fundamentais e distintas: a visão grega (resumida por Aristóteles) de que o homem foi formado para viver numa cidade, e a visão cristã (resumida por 815

26 Santo Agostinho) de que o homem foi formado para viver em comunhão com Deus. Nos últimos séculos da Idade Média, com relação a essas duas filosofias, é correto afirmar que: a) Foram reconciliadas por São Tomás de Aquino ao unir razão (livre-arbítrio) com revelação (fé); b) Entraram em conflito e deram lugar a uma nova visão, elaborada por frades beneditinos e dominicanos; c) Continuou a prevalecer a visão grega, como se pode ver nos escritos de Abelardo a Heloísa; d) Sofreram um processo de adaptação para justificar a primazia do poder temporal ou secular; e) Passou a predominar a visão cristã, depois de uma longa hegemonia da visão grega. 05. (FPM/SP) Sobre a Filosofia Medieval é incorreto afirmar: a) Quando Santo Agostinho escreveu A Cidade de Deus, seu esforço demonstrava a angústia diante da cidade dos homens, que aparecia extremamente hostil. Tendo estudado a doutrina dos filósofos neoplatonistas, sua utopia, refletindo a Utopia de Platão, procurou desenvolver no homem medieval a constante preocupação com a salvação eterna. b) As obras de Santo Agostinho desenvolveram a ideia de predestinação do homem. Para ele, os homens estão predestinados ou para o bem ou para o mal daí a salvação eterna não depende do indivíduo, e sim de uma escolha a priori do Deus-Pai. c) A elaboração da síntese teológica medieval só se completou no século XIII. d) Num estudo mais aprofundado, entende-se que a Escolástica serviu apenas como um instrumento à Teologia. e) A Suma Teológica foi escrita em dialeto toscano. 06. (ENEM/2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. 07. ÍTALO COLARES Com relação à filosofia na Idade Média, analise as assertivas abaixo. I. Avicena e Averrois foram pensadores do mundo muçulmano. Influenciaram o ocidente cristão em seus trabalhos, principalmente sobre a filosofia aristotélica. Marcaram também o estilo filosófico ocidental, com a paráfrase e o comentário. II. Pedro Abelardo ficou famoso por seus escritos sobre lógica e ética. Foi um dos principais teóricos a questio. Fez uso da lógica e da dialética aristotélica para explicar as Sagradas Escrituras e esclarecer questões de fé. Debateu com Bernardo de Claraval, de quem foi adversário sobre questões teológicas. III. Mestre Eckhart foi frade dominicano e principal representante da denominada Mística Renana. Teve como principais discípulos João Tauler e Henrique Suso. Foi Influenciado pelo pensamento de Dionísio, o Pseudo-Areopagita. Seus pensamentos foram condenados pela Igreja Romana no século XIV. Estão corretas: a) I e II apenas. b) I, II e III. c) II e III apenas. d) I e III apenas. 08. (UEM/2009 Adaptada) Na Idade Média, o patrimônio cultural do Ocidente cristão é enriquecido com valiosas contribuições dos intelectuais muçulmanos. O renascimento cultural promovido pelos árabes no Oriente, nos séculos VIII e IX, é marcado por avanços científicos e pela retomada do pensamento racional grego. Assinale o que for correto. a) Os cientistas islâmicos foram responsáveis pela introdução da álgebra, da trigonometria e do conceito do número zero na matemática. b) O islamismo, por ser uma religião de caráter fundamentalista e fanático, perseguia persistentemente os judeus e os cristãos, tendo como consequência a destruição sistemática da cultura judaico-cristã, tanto na península ibérica quanto na itálica. c) Avicena, com suas obras Livro da cura e O cânon da medicina, monumentais enciclopédias médicas, trouxe à medicina um desenvolvimento significativo. d) Averróis foi médico e filósofo; na filosofia, destaca-se por ser um dos maiores comentaristas da obra do filósofo grego Aristóteles, tornando-se, assim, um dos mais ilustres pensadores da baixa Idade Média. e) Nenhuma das alternativas anteriores. AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de a) Refrear os movimentos religiosos contestatórios. b) Promover a atuação da sociedade civil na vida política. c) Unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum. d) Reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística. e) Dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual. Gabarito B E B A E C B B 816

27 RACIONALISMO X EMPIRISMO Aula 06 O século XVII representa um momento de mudanças para a humanidade, pois é a partir desse período que a percepção em relação ao indivíduo e ao mundo começam a ter conotações diferenciadas. A participação da nova classe, a burguesa, determina novidades em relação à produção cultural. A chamada Revolução científica significou uma ruptura com a proposta aristotélica em relação à inteligibilidade. Com o objetivo de não cometer equívocos surge como característica do pensamento moderno, a Questão do método. Destinado ao problema do conhecimento (teoria do conhecimento) através da centralização da questão do conhecimento no sujeito. As tentativas de encontrar soluções para o conhecimento deram origem a duas correntes, o empirismo e o racionalismo. RACIONALISMO Filosofia que afirma que a razão (aí incluído o pensamento, a lógica, a matemática) é a maior garantia que temos em relação ao conhecimento, visto que não podemos confiar na nossa experiência, que é muito falível. O maior expoente do racionalismo foi René Descartes ( ) CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS/Filosofia Tentou provar, por meio da lógica, que o ser humano pode confiar nas ciências. Seu raciocínio, bastante complexo, foi o seguinte: Posso confiar no meu conhecimento? A dúvida metódica é o método de conhecimento que tem por objetivo descobrir a verdade, consistindo em considerar provisoriamente como falso tudo aquilo cuja verdade não se encontra assegurada. Trata-se da dúvida cartesiana caracterizada pelo fato de ser indubitável. RENÉ DESCARTES ( ) Francês de família nobre, sempre inquieto em busca da verdade dedica-se ao estudo da filosofia, com o objetivo de conciliar a nova ciência com as verdades do cristianismo. A fim de evitar problemas coro a Inquisição, vai para a Holanda (1629), onde estuda matemática e física. Escreve muitos livros e cartas. Os mais famosos: O discurso do método, As meditações metafísicas, Os principais de filosofia, O tratado do homem e O Tratado do mando. O cogito ergo sum (Penso, logo existo), será indubitável, correspondendo, intelectualmente, à alavanca de Arquimedes e permitindo eliminar-se toda possibilidade de dúvida. O caráter voluntário e metódico dessa dúvida aparece claramente no recurso ao gênio maligno, simples hipótese usada por Descartes para permanecer na dúvida enquanto não consegue encontrar o indubitável. Para Descartes, o cogito ergo sum (penso, logo existo) é o primeiro é o primeiro princípio da 817

28 filosofia, inaugurando uma revolução que consiste em partir da presença do pensamento e não da presença do mundo. E na segunda Meditação Metafísica que ele afirma essa verdade cogito sum (penso, existo): a primeira verdade, o modelo de toda verdade e o lugar da autenticidade consistem nessa percepção que o sujeito presente tem de sua própria existência, nessa luz de si a si: Esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a pronuncio ou que a concebo em meu espírito. direta ou indiretamente, da experiência sensível externa ou interna. Frequentemente fala-se do "empírico" como daquilo que se refere à experiência, às sensações e às percepções, relativamente aos encadeamentos da razão. O empirismo, sobretudo de Locke e de Hume, demonstra que não há outra fonte do conhecimento senão a experiência e a sensação. As ideias só nascem de um enfraquecimento da sensação, e não podem ser inatas. Daí o empirismo rejeitar todas as especulações como vãs e impossíveis de circunscrever. BARUCH ESPINOSA ( ) DAVID HUME ( ) De origem judaica, devido às suas ideias foi excomungado da Sinagoga, fato que lhe permitiu uma maior aproximação às ideias de pensadores cristãos como Descartes. Devido as suas contestações contra a religião cristã foi excomungado, em Espinosa defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade. Ele afirmou que esse Deus sive Natura (Deus ou Natureza) era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão e o pensamento eram dois. Acreditava profundamente no determinismo. A filosofia de Espinosa tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito dos estoicos num aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que a razão pode dominar a emoção. O filósofo e historiador escocês David Hume nasceu em Edimburgo. Estudou filosofia e se interessou pelas letras. A filosofia de Hume caracteriza-se como um fenomenísmo que procede ao mesmo do empirismo de Locke e do idealismo de Berkeley: também é conhecida por ser um ceticismo, na medida em que reduz os princípios racionais a ligações de ideias fortificadas pelo hábito e o eu a uma coleção de estados de consciência. Suas principais obras: Tratado da Natureza Humana; Ensaios: Morais, Políticos e Literários; Investigação sobre o Entendimento Humano; Investigação sobre os Princípios da Moral; A História da Inglaterra; Diálogos sobre a Religião Natural (póstumo). EMPIRISMO É a doutrina ou teoria do conhecimento segundo a qual todo conhecimento humano deriva, Os principais pontos de sua filosofia são: Não é possível nenhuma teoria geral da realidade: o homem não pode criar ideias, pois está inteiramente submetido aos sentidos; todos os nossos conhecimentos vêm dos sentidos; A ciência só consegue atingir certezas morais: suas verdades são da ordem da probabilidade; 818

29 Não há causalidade objetiva, pois nem sempre as mesmas causas produzem os mesmos efeitos; Convém que substituamos toda certeza pela probabilidade. CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS/Filosofia dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável. DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado). TEXTO II É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). JOHN LOCKE ( ) Inglês que tem influências na filosofia em três áreas: política (liberalismo); filosofia e educação. Suas principais obras são: Cartas sobre a tolerância; Dois Tratados sobre o governo; Ensaio a cerca do entendimento humano; Pensamentos sobre a educação. Sua obra é uma reação contra Descartes e sua doutrina das ideias inatas. Ao descrever a formação das ideias, Locke mostra que elas têm por fonte a experiência. O essencial de sua doutrina é sua teoria do conhecimento: Todo conhecimento humano tem sua origem na sensação - não há ideias inatas no espírito. A partir dos dados da experiência, o entendimento vai produzir novas ideias por abstração. Se o entendimento humano é passivo na origem, pois é tributário dos sentidos, tem um papel ativo, pois pode combinar as ideias simples e formar ideias complexas. 01. (ENEM/2013) TEXTO I Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se a) Retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. b) Questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. c) Investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. d) Buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. e) Encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados 02. (ENEM/2012) TEXTO I Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. (DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.) TEXTO II- Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. (HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).) Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume: a) Defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. b) Entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. c) São legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. d) Concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. e) Atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento. 03. (ENEM/2009) (...) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor do Sol. (...) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente mas duma maneira 819

30 aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos. (COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium.) Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas. (VINCI, Leonardo da. Carnets.) O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é: a) A fé como guia das descobertas. b) O senso crítico para se chegar a Deus. c) A limitação da ciência pelos princípios bíblicos. d) A importância da experiência e da observação. e) O princípio da autoridade e da tradição. 04. (ENEM/2013) Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu de um prazer de poder, de um mero imperialismo humano, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em a) Expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. b) Oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. c) Ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. d) Explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. e) Explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos. 05. (ENEM/2013) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento. KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado). O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que a) Assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. b) Defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo. c) Revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão filosófica. d) Apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos objetos. e) Refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por Kant. 06. (ENEM/2012) TEXTO I Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, TEXTO II Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado). Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume a) Defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. b) Entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. c) São legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. d) Concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. e) Atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento. 07. (ENEM/2015) Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural,

31 Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que a) Os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação. b) O espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível. c) As ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso. d) Os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória. e) As ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria. 08. (UEL/2014) Leia o texto a seguir. Descartes, na segunda parte do Discurso do Método, apresenta uma crítica às cidades antigas por serem caóticas. Tais cidades, por terem sido no início pequenos burgos e havendo se transformado, ao longo do tempo, em grandes centros, são comumente mal calculadas. Suas ruas curvas e desiguais foram obra do acaso e não uma disposição da vontade de alguns homens que se utilizaram da razão. (Adaptado de: DESCARTES, R. Discurso do Método. São Paulo: Nova Cultural, p (Coleção Os Pensadores.)) Com base no texto, nos conhecimentos sobre o racionalismo cartesiano e sobre uma possível relação com o tema do planejamento e da construção das cidades, assinale a alternativa correta. a) A arquitetura das cidades compreende as edificações planejadas, em que coincidem a ordem racional e a ordem da realidade objetiva. b) A experiência sensível era o princípio capaz de fundamentar as leis do conhecimento, permitindo certo ordenamento das construções nas cidades. c) A mente é como uma folha em branco, isenta de impressões, assim, o conhecimento que nos permite edificar as cidades inicia-se na execução. d) O conhecimento se constrói num processo que vai do particular para o universal, o que valoriza o caráter indutivo na construção das cidades. e) Os engenheiros e os mestres de obras se utilizam do conhecimento empírico para a edificação e o planejamento de nossas cidades. e) Fortalecimento dos preconceitos religiosos. 10. (ENEM/2012) Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado). Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa: a) A reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade. b) O exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas. c) A imposição de verdades matemáticas, como caráter objetivo, de forma heterônoma. d) A compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento. e) A emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão. 09. (ENEM-2014) É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. l. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter positivo por contribuir para o(a) a) Dissolução do saber científico. b) Recuperação dos antigos juízos. c) Exaltação do pensamento clássico. d) Surgimento do conhecimento inabalável. 821

32 Gabarito B E D C A E A A D A 822

A palavra MITO procede do grego mythos, que é uma palavra ligada ao verbo mythevo, que significa crio uma história imaginária, que se refere a uma

A palavra MITO procede do grego mythos, que é uma palavra ligada ao verbo mythevo, que significa crio uma história imaginária, que se refere a uma Prof. Cícero Robson A palavra MITO procede do grego mythos, que é uma palavra ligada ao verbo mythevo, que significa crio uma história imaginária, que se refere a uma crença, a uma tradição ou a um acontecimento.

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