PROGRAMA DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE INGLÊS REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO/BH REGIONAL OESTE - OUTUBRO DE 2010
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1 PROGRAMA DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE INGLÊS REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO/BH REGIONAL OESTE - OUTUBRO DE 2010 Gêneros textuais: objetos de ensino nos referenciais curriculares da RME-BH. Abordagem comunicativa via gêneros textuais O que são gêneros textuais? Colocado de uma maneira bem simples, gêneros são as nossas ações pela linguagem. Agimos para ler uma notícia de jornal, um anúncio publicitário, um conjunto de instruções, uma bula, uma receita etc. Ouvimos um noticiário pela TV ou pelo rádio, uma música, um jingle de propaganda eleitoral etc. Trocamos de estação ou de canal se o assunto não nos interessa. Em nossas interações orais, conversamos, passamos um recado ou um conjunto de instruções, contamos uma piada, debatemos sobre um tema. Podemos, ainda, escrever um bilhete, uma carta, um , um cartão postal, um ensaio, um relatório, um depoimento, um artigo acadêmico etc. Assim, agimos, tanto na modalidade oral quanto na escrita, por meio de gêneros. Nas palavras de Bakhtin (1997, p. 169), se não existissem os gêneros do discurso [gêneros textuais] e se não os dominássemos, se tivéssemos de criálos pela primeira vez no processo da fala, se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase que impossível. Para reflexão e debate Faça cinco listas: (1) dos gêneros que você utiliza no seu dia a dia; (2) dos gêneros presentes em seu livro didático (LD); (3) dos gêneros que podem aparecer no LD de geografia e no de história; (4) dos gêneros presentes na academia; (5) dos gêneros presentes na publicidade. Discuta com um(a) colega. O que suas listas têm em comum? Como elas se diferem? Mais um desafio: Onde circulam estes gêneros? Alguns conceitos mais acadêmicos sobre gêneros textuais Os textos são produtos da linguagem em funcionamento permanente nas formações sociais: em função de seus objetivos, interesses e questões específicas, essas formações elaboram diferentes espécies de textos, que apresentam características relativamente estáveis (justificando-se que sejam chamados de gêneros de texto (BRONCKART, 2003, p. 137). Gêneros não são apenas formas. Gêneros são formas de vida, modos de ser. São frames para a ação social. São ambientes para a aprendizagem. São os lugares onde o sentido é construído. Os gêneros moldam os pensamentos que formamos e as comunicações através das quais interagimos. Gêneros são os lugares familiares para onde nos dirigimos para criar ações comunicativas inteligíveis uns com os outros e são modelos que utilizamos para explorar o não-familiar. (BAZERMAN, 2006, p.23). Gêneros de textos são as diferentes "espécies" de texto, escritos ou falados, que circulam na sociedade, reconhecidos com facilidade pelas pessoas. Por exemplo: bilhete, romance, poema, sermão, conversa de telefone, contrato de aluguel, notícia de jornal, piada, reportagem, letra de música, regulamento, etc. (Caderno 2 do CEALE, pág. 30) Os gêneros são textos da vida diária com padrões sócio-comunicativos característicos definidos por sua composição, objetivos enunciativos e estilo,
2 realizados por forças históricas, sociais, institucionais e tecnológicas. (MARCUSCHI, 2006, p. 29). Um gênero compreende uma classe de eventos comunicativos, cujos membros compartilham os mesmos propósitos comunicativos. Tais propósitos são reconhecidos pelos membros especialistas da comunidade discursiva de origem e, portanto, constituem o conjunto de razões para o gênero. Essas razões moldam a estrutura esquemática do discurso e influenciam e impõem limites à escolha de conteúdo e de estilo (SWALES, 1990:58). O que são, então, os tipos de texto? Tipos de texto (tipologia de texto ou tipos textuais) são as diferentes sequências linguísticas que ocorrem no interior dos gêneros. Em geral, abrangem categorias conhecidas como a narração, a argumentação, a exposição, a descrição, a injunção. Por exemplo, em uma fábula, a sequência narrativa é a mais comum, ao passo que, em um artigo de opinião, a argumentação se faz mais presente. [Os] tipos textuais constituem modos discursivos organizados no formato de sequências estruturais sistemáticas que entram na composição de um gênero (Marcuschi 2002:25) Para reflexão e debate Em quais gêneros a sequência narrativa é a mais evidente na tessitura do texto? E em quais são mais comuns a sequência injuntiva? E em quais encontramos a sequência expositiva? E em quais, a sequência descritiva aparece com mais frequência? E o que são os domínios discursivos ou esferas sociais? Domínio discursivo indica instâncias discursivas (por exemplo: discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso etc.). Não abrange um gênero em particular, mas dá origem a vários deles, já que os gêneros são institucionalmente marcados. Constituem práticas discursivas nas quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais que às vezes lhe são próprios ou específicos como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de poder. (MARCUSCHI, 2008, p. 155). O quadro da próxima página sintetiza o que discutimos sobre os três conceitos domínio discursivo ; gêneros textuais e tipos de textos. Por que, então, fazer dos gêneros o nosso objeto de ensino? Em linhas gerais, usamos gêneros diversificados no ensino de inglês, pois nos comunicamos através deles, sendo eles, pois, os meios pelos quais o aluno de L2 tem a oportunidade de vivenciar situações reais de comunicação no âmbito da sala de aula. Pela abordagem via gêneros, textos que circulam socialmente em jornais, revistas e na internet, por exemplo, são o nosso objeto de ensino, afastando-nos da perspectiva dos textos criados para fins didáticos (pretextos). Como afirma Marcuschi (2005, p.35), o trabalho com gêneros textuais é uma extraordinária oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Afirma ainda que quando ensinamos a operar com um gênero, ensinamos um modo de atuação sócio-discursiva numa cultura e não um simples modo de produção textual (MARCUSCHI; 2006, p.25). Lopes Rossi (2005:80)
3 esclarece que o conhecimento sobre os gêneros proporciona o desenvolvimento da autonomia do aluno no processo de leitura e produção textual como uma consequência do domínio do funcionamento da linguagem em situações de comunicação, uma vez que é por meio dos gêneros discursivos que as práticas de linguagem incorporam-se nas atividades dos alunos. Domínios discursivos/ Esferas sociais Gêneros textuais Tipos de textos Conhecimento sobre organização textual Práticas discursivas nas quais se pode identificar diferentes gêneros textuais (MARCUSCHI, 2002). Exemplos de domínios discursivos: Domínio ou discurso acadêmico, discurso jornalístico, discurso publicitário, discurso religioso, discurso jurídico, discurso literário, discurso epistolar etc. Realizações linguísticas que cumprem certas funções em determinadas situações sociocomunicativas. Podem conter um ou mais tipos de textos (MARCUSCHI, 2002). Exemplos de gêneros textuais: Tese, dissertação, artigo científico, resenha, artigo de opinião, editorial, anúncio publicitário, novena, conto, poema, carta, e mail, receita, conversa telefônica, bula de remédio, guias turísticos, conversas informais, conversas telefônicas, recados etc. Sequências linguísticas que ocorrem no interior dos gêneros. Exemplos de tipos de texto: Narração (predomínio de sequências temporais), descrição (predomínio de sequências de localização), exposição (predomínio de sequências analíticas), argumentação (predomínio de sequências contrastivas explícitas), injunção (predomínio de sequências imperativas) (MARCUSCHI, 2002, p.29). FONTE: Adaptado de SEE MG, 2006, p. 15. Bibliografia recomendada MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 2ed. SP: Parábola Editorial, 2008
4 Como se dá a transposição didática? Como utilizamos a abordagem via gêneros no ensino de L2? Transpomos o referencial teórico sobre gêneros no processo de desenvolver as TRÊS capacidades de linguagem: a de ação, a discursiva e a linguísticodiscursiva (Bronckart, 2003) na leitura, na escrita, na compreensão oral e na fala em inglês como L2. Criamos, então, um procedimento didático que denominamos learning cycle. Fazemos uso do learning cycle para o desenvolvimento das três capacidades, numa sequência que usualmente parte das habilidades receptivas (leitura e compreensão oral) para as produtivas (escrita e produção oral) em torno de um mesmo assunto. (Veja o diagrama da próxima página). O assunto do learning cycle deve ser de interesse do aluno e deve refletir os problemas do mundo contemporâneo para facilitar o debate sobre responsabilidade social, contribuindo, assim, para a formação cidadã do aluno do Ensino Fundamental. Pelo learning cycle, os dois eixos dos referenciais curriculares são integrados, explorados, discutidos e sistematizados. Integração dos dois eixos articuladores
5 Learning Cycle Debate: Que projetos podem ser propostos para o desenvolvimento do letramento crítico do aluno do EF? Temos de nos lembrar que as ações educativas na sala de aula de inglês devem se preocupar com a formação de sujeitos críticos, capazes de agir conscientemente para transformar a sociedade. Nossos alunos têm de assumir sua responsabilidade social frente aos problemas que nos afligem: injustiças, discriminação, desigualdades socias e econômicas, aquecimento global etc. Debate: Que ações educativas podemos assumir para o desenvolvimento digital de nossos alunos do EF? O que acham desta chamada: less downloads, more uploads?
6 Waste hierarchy An excerpt from Wikipedia, the free encyclopedia The waste hierarchy refers to the 3Rs of reduce, reuse and recycle, which classify waste management strategies according to their desirability. The 3Rs are meant to be a hierarchy, in order of importance. [1]. However in Europe the waste hierarchy has 5 steps: reduce, reuse, recycle, recovery and disposal [2]. The waste hierarchy has taken many forms over the past decade, but the basic concept has remained the cornerstone of most waste minimisation strategies. The aim of the waste hierarchy is to extract the maximum practical benefits from products and to generate the minimum amount of waste... Source reduction involves efforts to reduce hazardous waste and other materials by modifying industrial production. Source reduction methods involve changes in manufacturing technology, raw material inputs, and product formulation.. Another method of source reduction is to increase incentives for recycling. Many communities in the United States are implementing variable rate pricing for waste disposal (also known as Pay As You Throw - PAYT) which has been effective in reducing the size of the municipal waste stream. [3] Source reduction is typically measured by efficiencies and cutbacks in waste. Toxics use reduction is a more controversial approach to source reduction that targets and measures reductions in the upstream use of toxic materials. Toxics use reduction emphasizes the more preventive aspects of source reduction but, due to its emphasis on toxic chemical inputs, has been opposed more vigorously by chemical manufacturers.. Excerpt from an entry at: Acesso em: 26/09/ (Three Recycle Guys)
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