Projeto AN Escola O jornal como recurso no processo ensino-aprendizagem
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- Octavio Madeira Melgaço
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1 RBS Zero Hora Editora Jornalística S/A Equipe responsável: Coordenadora do projeto: Neusa Denise Marques de Oliveira Supervisora: Kelly Aparecida da Rosa Projeto AN Escola O jornal como recurso no processo ensino-aprendizagem Joinville / SC 2007
2 Sumário Introdução Justificativa Objetivo Geral Objetivos Específicos Contexto Público Alvo Metodologia Duração Orientação Pedagógica Metodologia O Jornal na sala de aula Oficinas Suplemento AN Escola Certificados Avaliação Conclusão Referências Bibliográficas... 10
3 1. Introdução A Notícia desenvolve desde 1998 o projeto AN Escola. Por meio do projeto tem se mostrado sensível às questões relacionadas à educação. Por isso, tem trabalhado na formação dos professores com o objetivo de levá-los a refletir a importância em conhecer, interpretar e trabalhar as mídias em sala de aula. O Projeto atende hoje escolas municipais de 22 cidades e todas as escolas da rede Estadual de ensino. A empresa envia a cada escola um número determinado de exemplares da edição diária do jornal A Notícia, além da edição mensal do AN Escola para serem trabalhados em sala de aula. A meta é garantir as parcerias com as Secretarias de Educação municipais e Governo solidificando, expandindo o projeto no Estado contribuindo assim, na formação de novos leitores. 2. Justificativa Sabemos que o índice de leitura no Brasil é muito baixo quando comparado com países desenvolvidos. De acordo com a pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, de 2001, a média de livros lidos per capita aqui é de 1,8. Na Inglaterra, essa média chega a 4,9. Nos Estados Unidos, é de 5,1 e, na França, atinge 7. O investimento médio das famílias brasileiras com livros, jornais ou revistas também é muito baixo se comparado com outros produtos que poderiam ser considerados supérfluos. Ainda estamos longe da universalização da leitura no Brasil. Em muitas escolas brasileiras não há bibliotecas, com isso fica difícil incentivar o hábito da leitura. É como querer ensinar a patinar sem dispor de patins. O escritor Ezequiel Theodoro da Silva conceitua o ato ler como (1978; p.21) um ato de afirmação e defesa da liberdade individual e de participação na sociedade. Segundo ele, a leitura, hoje, é mais indispensável do que nunca, exatamente por ser um instrumento de defesa diante de uma massificação generalizada que elimina a reflexão e a crítica, sem as quais não é possível que o indivíduo exerça sua liberdade e compreenda a realidade que o cerca. O AN Escola atento a todas essas dificuldades pretende contribuir mais para diminuir essa problemática no Estado de Santa Catarina. A equipe pedagógica do projeto realiza capacitações e oficinas com os professores sobre a leitura critica das mídias, orientando a leitura e a utilização do jornal em sala de aula. Nestes encontros são entregues materiais de apoio, contendo algumas atividades práticas, textos complementares que servem de subsídio para o docente e uma lista de referências bibliográficas. Esses momentos de trocas de experiências e construção de conhecimento são muito importantes para motivar os docentes, e isso, reflete num trabalho mais criativo e dinâmico.
4 Segundo a autora Maria Inês Ghilard (1999:111) fazer do discurso da mídia um ponto de partida para a reflexão e a crítica sobre os fatos do mundo é fazer da sua leitura uma atividade criativa e crítica. O jornal é todo dia, a publicação mais atualizada existente. Além disso, a mídia impressa tem o mérito de ser uma representação dos acontecimentos locais e globais. Por esses motivos, é uma ferramenta riquíssima para ser utilizada na sala de aula. O aluno que têm acesso aos jornais na sala de aula, percebe o mundo e tem a possibilidade de se transportar ao fato narrado. A leitura também estimula a produção textual e o seu senso crítico. O professor quer trabalhar meio-ambiente? Nada melhor que levar os acontecimentos atuais para instigar a reflexão. No debate realizado pela Rede Globo no segundo turno das eleições, os presidenciáveis discutiram à questão da privatização de algumas áreas da Floresta Amazônica. No dia seguinte todos os jornais publicaram a cobertura completa dos assuntos debatidos. Porque não levar essa discussão tão atual e relevante para a sala de aula? Percebendo essas possibilidades, o professor consegue aproximar o cotidiano do aluno. Assim, a aula se torna mais estimulante, uma vez que diz respeito à sua realidade. E o uso do jornal no processo ensino-aprendizagem torna o aluno melhor informado, capacitado e aguça o seu senso crítico. 3. Objetivo Geral Incentivar o prazer pela leitura e integrar o estudante no contexto da cidadania, motivando a uma atitude participativa no âmbito da sociedade. 4. Objetivos Específicos Introduzir de forma pedagógica o jornal em sala de aula; Estimular o hábito da leitura e contribuir na formação de novos leitores; Incentivar a prática da reflexão, comparação, análise, síntese e conclusão das informações e conhecimento adquiridos; Proporcionar a interdisciplinaridade e a sociabilização; Aprimorar o vocabulário e, por conseqüência, a capacidade de expressão; Desenvolver o espírito crítico através do conhecimento e da reflexão acerca das notícias do Estado, País e Mundo; Despertar a curiosidade dos alunos mediante a apresentação da variedade de notícias que demonstram a complexidade do mundo contemporâneo; Estimular o imaginário do aluno e dar-lhe o espaço para a refletir e perceber que a notícia de hoje será um fato histórico amanhã.
5 5. Contexto O Projeto AN Escola faz parte de um projeto mundial chamado Jornal e Educação, existente em 98 países e é vinculado à Associação Nacional de Jornais (ANJ) e esta a Unesco e a Associação Mundial de Jornais (WAN). Em Santa Catarina, o jornal A Notícia é o pioneiro desse projeto educacional, e desenvolve em parceria com Poder Público. A iniciativa é uma parceira entre A Notícia e as Prefeituras e Secretaria de Educação do Estado, que fazem a aquisição das assinaturas às escolas. O projeto AN Escola teve seu inicio em 1998 e o suplemento AN Escola teve a sua primeira edição em Outubro/2001. Anteriormente, o caderno era editado no formato de cadernos pedagógicos. Mas logo surgiu a idéia de socializar esse conteúdo para toda a comunidade. Desde então, o AN Escola passou a ter um suplemento interativo e exclusivo encartado na edição do jornal e publicado mensalmente. Além, da quantidade de suplementos enviados a mais para cada escola. O projeto prevê às Prefeituras parceiras, capacitações dos professores, acompanhamento, participação no AN Escola, caderno interativo contendo produções dos alunos e artigos de professores. Cada edição é perpassada pelo fio condutor da temática, contendo um editorial que explica o tema do próximo número. Dessa forma, o professor tem subsídios para planejar e executar uma atividade relacionada ao assunto. As metodologias são diversas e multidisciplinares. Os aluno que têm seus trabalhos publicados recebem um certificado pela participação no projeto. Nas capacitações, o desafio que se propõe aos docentes é a decodificação do processo de construção da informação e, primordialmente, despertar o aluno à prática contínua da leitura crítica da mídia. 6. Público Alvo Rede Municipal 20 municípios parceiros 830 escolas atendidas professores alunos Rede Estadual 36 Geects escolas professores alunos
6 7. Metodologia O jornal na sala de aula Em um primeiro momento verifica-se o que o professor já faz para ir adiante. Após, se necessário a estrutura do jornal é apresentada, bem como os suplementos que o compõe. Depois, o projeto é abordado especificamente. Os participantes têm então um espaço para tirar dúvidas sobre o seu funcionamento. É abordada a divisão do jornal e como esta importante ferramenta pode ser inserida no cotidiano escolar e contribuir no processo ensino aprendizagem do aluno. Oficinas Para o desenvolvimento das atividades há uma equipe pedagógica permanente de um coordenador pedagógico e uma supervisora. A equipe realiza em média 80 oficinas de formação por ano, com duração média de quatro horas cada, incluindo partes teóricas e práticas. Suplemento AN Escola É um caderno de publicação mensal, é temático e contém trabalhos de alunos e artigos de professores. Certificados Os alunos que têm seus trabalhos publicados recebem um certificado especial de participação no suplemento AN Escola. Avaliação A avaliação do projeto é realizada com os professores durante as capacitações. E o acompanhamento do desenvolvimento do projeto será realizado junto às Secretárias de Educação e uma escola de cada município. Nas escolas a
7 equipe técnica, professores e alunos serão ouvidos na avaliação, sobre os efeitos do programa. Avaliação Realizamos até o mês de abril deste ano, 12 capacitações nos municípios parceiros e aplicamos avaliações com os 460 professores participantes. Podemos constatar nos gráficos que na maioria das escolas avaliadas o jornal é muito explorado na sala de aula e também fica disponível para leitura na biblioteca. Verificamos que o projeto tem contribuído positivamente para o aumento do hábito de leitura nas escolas, a melhoria na produção de texto e melhoria na comunicação individual e em grupo. Por muito tempo os docentes ao elaborar seu planejamento não levavam em conta o conhecimento prévio do aluno, nem a base de convivência do aluno com a música, o filme, a novela, etc. Não era questionado com eles sobre os modos como os telejornais e rádios operam com as notícias, a linha editorial dos jornais impressos, nada acerca da estrutura narrativa dos outdoors, das campanhas publicitárias. Hoje, o cenário é diferente os professores trabalham e sensibilizam os alunos da importância em conhecer e interpretar as mídias e se posicionar perante os acontecimentos atuais que afetam o mundo, entendendo todo o aspecto histórico que o envolve. Pois, conforme a escritora Magda Soares o individuo letrado, que vive no estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita reponde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita. Podemos conferir nos gráficos abaixo o resultado desta primeira etapa da avaliação realizada com os 460 docentes. 1.1 Quando o jornal chega à escola qual é seu destino? Quando o jornal chega na escola qual é o seu destino? GEECT 4 42% 3 37% 34% 28% 33% 3 Fica na sala dos professores % 16% % 26% 13% 16% 26% 23% 17% 18% 24% 1 Circula na sala dos professores É disponibilizado para leitura na biblioteca. Outros 1 2% Canoinhas Campos Novos Curitibanos Ituporanga São Joaquim Videira Lages
8 7 6 Quando o jornal chega na escola qual é o seu destino? 63% MUNICÍPIO % 38% 42% Fica na sala dos professores. Circula na sala dos professores 3 26% É disponibilizado para leitura na biblioteca. Outros 1 13% 13% 13% 11% 12% 8% Canoinhas Herval D'Oeste São Bento do Sul Florianópolis Itapoá 1.2 Em que disciplina você já viu o jornal sendo utilizado? Em que disciplina você já viu o jornal sendo utilizado? GEECT PORTUGUÊS MATEMÁTICA 3 19% 19% 24% 24% 24% 23% 19% 19% 19% 2 18% 22% 19% ARTES HISTÓRIA 13% 13% 14% 12% 13% OUTROS 1 9% 9% 1 6% 6% 6% Canoinhas Campos Novos Curitibanos Ituporanga São Joaquim Videira Lages Em que disciplina você já viu o jornal sendo utilizado? MUNICÍPIO 4 41% 36% 36% 33% PORTUGUÊS 3 27% MATEMÁTICA 2 23% 16% 23% 23% ARTES HISTÓRIA % 9% 14% 14% 7% OUTROS Canoinhas Herval D'Oeste São Bento do Sul Florianópolis Itapoá
9 1.7 A partir do desenvolvimento do projeto em sua escola quais os sucessos alcançados? 4 A partir do desenvolvimento do projeto em sua escola quais os sucessos alcançados? 39% 42% GEECT Hábito da leitura % 33% 29% % Melhoria na produção de texto % 18% 24% 24% 22% 23% 19% 19% 12% Melhoria na comunicação individual e em grupo Outros 6% 6% 4% Canoinhas Campos Novos Curitibanos Ituporanga São Joaquim Videira Lages 1 A partir do desenvolvimento do projeto em sua escola quais os sucessos alcançados? MUNICÍPIO Hábito da leitura % 33% 33% 3 29% 29% 2 17% 7% 8% Canoinhas Herval D'Oeste São Bento do Sul Florianópolis Itapoá Melhoria na produção de texto Melhoria na comunicação individual e em grupo Outros Conclusão Os professores avaliados disseram que reconhecem que a iniciativa da Prefeitura e Secretaria de Educação de disponibilizar às escolas assinaturas de um jornal de circulação estadual foi um grande avanço para a educação pública. Percebemos que nas escolas que têm um articulador do projeto de leitura há maior participação e envolvimento dos professores no seu desenvolvimento, pois eles separam as notícias, textos e entregam aos professores que selecionam de acordo com seu conteúdo programático. Isso tem facilitado e estimulado um trabalho mais criativo e dinâmico.
10 Referências Bibliográficas FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. São Paulo: Contexto, SILVA, Ezequiel Theodoro da (org). A leitura e Realidade Escolar. São Paulo: Cortez Editora, SOARES, Magda. Letramento. Um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2001.
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