DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTUCULARES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA

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1 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTUCULARES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA Art. 328, CP: Usurpar o exercício de função pública Pena: detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único: Se do fato o agente aufere vantagem Pena: reclusão, de dois a cinco anos, e multa. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES No Capítulo II do Título XI do Código Penal estão contemplados os crimes praticados por particular contra a Administração em geral. Ao contrário dos delitos previstos no Capítulo I, não estamos diante de crimes próprios ou funcionais. A lei. aqui, tem em vista as condutas praticadas pelo particular que coloquem em risco o regular e normal funcionamento da atividade administrativa. Nada impede, contudo, que o funcionário público seja também sujeito ativo desses delitos. Basta que aja na qualidade de particular, isto é, não atue no desempenho de qualquer função pública. Dispõe o art. 328 do Código Penal: "Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa". De acordo com Noronha, "o bem jurídico tutelado é o interesse relativo ao funcionamento e atuação da administração pública, sacrificados evidentemente pela conduta de quem exerce funções que não são suas. Além da lesão à eficiência da atividade administrativa, é óbvio que se ofende o direito exclusivo do Estado de escolher e nomear seus funcionários ou as pessoas que, em seu nome e interesse, agem, para consecução de suas finalidades. O fato, sobre ser danoso à administração, provoca-lhe indisfarçável descrédito"60'. ELEMENTOS DO TIPO Ação nuclear 1

2 Consubstancia-se no verbo usurpar, isto é, tomar, apoderar-se. No caso, o particular executa, ilegitimamente, atos de ofício, sem que detenha a qualidade de funcionário público, isto é, sem que tenha sido legalmente investido na função pública. Não basta tão-somente que o particular se intitule funcionário público: é necessário que efetivamente pratique algum ato funcional. A mera atribuição da qualidade de funcionário público configura o delito do art. 45 da Lei das Contravenções Penais. Sujeito ativo Trata-se de crime comum. Qualquer um pode praticá-lo. Segundo Hungria, nada impede. inclusive, que o funcionário público usurpe função estranha à sua, isto é, exerça função pública alheia. Ressalva Noronha que é preciso que as funções se distinguam e estremem Sujeito passivo É o Estado. De forma secundária, pode eventualmente ser vítima o particular. ELEMENTO SUBJETIVO É o dolo consubstanciado na vontade livre e consciente de usurpar o exercício de função pública. Deve o agente ter ciência de que exerce ilegitimamente a função pública. CONSUMAÇÃO Consuma-se com a prática de algum ato de ofício, como se fosse legítimo funcionário, o que consubstancia a usurpação do.exercício d.a função. Não basta, assim, que o particular tão-somente se atribua a qualidade de funcionário público. É preciso a efetiva prática do ato funcional. Não é necessário que o ato acarrete qualquer outro dano para a administração pública. TENTATIVA A tentativa é perfeitamente possível. FORMAS Simples Prevista no capta do artigo. 2

3 Qualificada Prevista no parágrafo único do art. 328: "Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa". Trata-se aqui da vantagem material ou moral que o agente pode obter para si ou para outrem. 1) Por qual crime responde o indivíduo que, logo após ter passado em concurso público, mas sem ainda ter preenchido os demais requisitos legais para a assunção do cargo, pratica atos de ofício? Responde pelo crime previsto no art. 324 (exercício funcional ilegalmente antecipado), uma vez que o sujeito ativo, na hipótese, entrou no exercício da função pública antes de satisfeitas todas as exigências legais. 2) Por qual crime responde o indivíduo que, sendo titular da função pública, pratica ato de ofício após ser suspenso dela por decisão judicial?60s Na hipótese, configurado está o delito previsto no art. 359 do CP (desobediência à decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito). 3) Por qual crime responde o indivíduo que se intitula funcionário público para obter vantagem ilícita, em prejuízo alheio? É preciso distinguir duas situações: a) se o indivíduo, após ter usurpado a função, obtém vantagem ilícita, sem realizar qualquer ato de ofício, deverá responder por estelionato; b) se, ao contrário, o usurpador, assumindo a qualidade de funcionário público, tiver realizado ato de ofício e obtido vantagem, estará configurada a forma qualificada do crime de usurpação de função pública (CP, art. 328, parágrafo único). AÇÃO PENAL. a) Ação penal. Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS A forma simples (caput) constitui infração de menor potencial ofensivo. 1. RESISTÊNCIA ARTIGO 329 DO CÓDIGO PENAL Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 3

4 Pena reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos." 1.1. Objetividade Jurídica A autoridade, o prestígio da Administração Pública Sujeito Ativo O sujeito ativo é qualquer pessoa, até mesmo funcionário público, pois, no momento em que resiste, ele deixa de ser funcionário público, uma vez que nenhuma função é exercida com violência ou grave ameaça. P.: Um policial prende alguém, e um amigo deste investe contra o policial para tentar impedir a prisão. Esse terceiro pratica crime de resistência? R.: Sim, pois o tipo não exige que aquele que vai sofrer o ato é que pratique a resistência Sujeito Passivo O Estado é o sujeito passivo primário e o funcionário competente ou quem lhe esteja prestando auxílio é o sujeito passivo secundário. O funcionário tem de ser competente, ou seja, ter entre suas atribuições a atribuição de praticar o ato. P.: Se dois policiais vão prender alguém e são recebidos a tiro, quantos crimes de resistência foram praticados? R.: Apenas um crime, pois a oposição à execução do ato é um crime só, não importando o número de funcionários Elementos Objetivos do Tipo Conduta: opor-se, servir de oposição, de obstáculo. A oposição tem de ser com violência ou com ameaça. O tipo não exige grave ameaça; basta a ameaça, ou seja, a promessa de mal. 4

5 Resistência passiva não é crime de resistência, porque não há violência e nem grave ameaça. Exemplos: deitar-se no chão para não ser preso, segurar-se em um poste, fugir correndo. A resistência deve servir para impedir o ato. Se o mesmo já foi praticado, não se pode falar em resistência, podendo esta ocorrer, no máximo, contemporânea ao ato. Ato legal: o ato a ser cumprido deve ser legal quanto ao conteúdo e à forma. Se o ato for ilegal não se pode falar em crime de resistência. P.: Se o ato for injusto, há resistência? R.: Sim. Não é possível discutir se é justo ou injusto; apenas é preciso observar se o ato é legal ou não Elemento Subjetivo do Tipo Dolo, intenção de opor-se à execução do ato, com violência ou ameaça. Além do dolo, deve haver a intenção de impedir o ato finalidade especial. P.: A embriaguez afasta o crime de resistência? R.: A embriaguez não afasta o dolo. Alguns autores sustentam que a embriaguez afasta a intenção de impedir o ato, porque o bêbado não tem noção dessa finalidade especial Consumação O crime de resistência consuma-se no momento em que a pessoa opõe-se, com violência ou ameaça. Trata-se, portanto, de crime formal caput. Se o agente consegue impedir o ato, ocorre exaurimento, que no crime em questão configura uma qualificadora, constante do 1.º (como o 1.º exige o resultado, nesse caso, o crime é material.) Concurso de Crimes 5

6 A lei determina o concurso da resistência com a violência (art. 329, 2.º, do CP). Não há concurso com a ameaça, pois esta fica absorvida. O concurso é material. No caso de resistência e desacato, a resistência absorve o desacato. No caso de resistência e desobediência, a resistência absorve a desobediência. É pacífico que a resistência absorve as vias de fato. 2. DESOBEDIÊNCIA ARTIGO 330 DO CÓDIGO PENAL Desobedecer a ordem legal de funcionário público. Pena detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e multa Objetividade Jurídica A Administração Pública, seu prestígio, sua autoridade Sujeito Ativo Qualquer pessoa. P.: Funcionário público, no exercício da função, pratica desobediência? R.: Há duas posições: A majoritária afirma que o funcionário público no exercício da função pratica prevaricação e não desobediência, pois, nesse caso, há crime próprio. Ex.: juiz dá ordem ao escrivão e este não a cumpre pratica o crime de prevaricação. A minoritária sustenta que o funcionário público, no exercício da função, pratica o crime de desobediência ao não atender a ordem de outro funcionário público. 6

7 2.3. Sujeito Passivo O Estado e, de forma secundária, o funcionário público que emitiu a ordem desobedecida Elementos Objetivos do Tipo Desobedecer: não cumprir, não atender. P.: O crime é comissivo ou omissivo? R.: O crime de desobediência pode ser praticado na forma omissiva ou comissiva, dependendo da ordem dada. Ordem legal: ordem é um mandamento, uma determinação, e não um pedido ou uma solicitação. Deve ser legal - material e formalmente (pode até não ser justa). Funcionário público: deve ser competente para proferir a ordem. Para que o crime se configure, é necessário que o destinatário tenha o dever jurídico de cumprir a ordem. Obs.: não há crime se a recusa ocorre por motivo de força maior Consumação O crime de desobediência consuma-se com a realização da conduta, que pode ser omissiva ou comissiva Tentativa Em regra, a tentativa é admitida apenas quando a conduta é comissiva. A jurisprudência tem entendido que quando um fato que poderia caracterizar crime de desobediência tem sanção civil ou administrativa e essa não estabelece cumulação com pena criminal ele não é considerado crime. Obs.: recusar-se ao teste do bafômetro não configura crime. 3. DESACATO ARTIGO 331 DO CÓDIGO PENAL 7

8 Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa Objetividade Jurídica Resguardar a Administração Pública, sua autoridade, seu prestígio Sujeito Ativo Qualquer pessoa. P.: O funcionário público, no exercício da função, pode praticar desacato? Como, por exemplo, juiz ofender escrivão. R.: Segundo a doutrina dominante sim, pois nenhuma função pública autoriza ofender; a ofensa não faz parte do exercício funcional. Quando o funcionário público ofende, não age como funcionário público, mas sim como um particular. P.: O advogado, no exercício funcional, pode praticar o crime de desacato? R.: Sim. A Constituição Federal confere imunidade ao advogado nos crimes contra a honra (art. 133 da CF). O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ampliou essa imunidade incluindo o desacato, que é um crime contra a Administração Pública; mas o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional essa ampliação Sujeito Passivo O sujeito passivo é o Estado e, secundariamente, o funcionário público ofendido. Se três funcionários forem desacatados no mesmo contexto há apenas um crime (segundo a doutrina majoritária, tratando-se de crime contra a honra, seriam três crimes) Elementos Objetivos do Tipo Desacatar: ofender, humilhar, desprestigiar. 8

9 O desacato pode ser praticado de qualquer forma (palavras, gestos), exceto por carta, pois é exigida a presença do funcionário. O crime deve atingir a função que ele exerce e não sua pessoa. Estar presente não significa estar cara a cara, mas sim que o funcionário tem de perceber a conduta. A carta pressupõe ausência. Por carta pode existir crime contra a honra. Diferença entre desacato e injúria qualificada: funcionário presente: desacato; funcionário ausente: injúria qualificada. Se o funcionário não se sentir ofendido, ainda assim haverá crime. O sujeito passivo é a Administração. P.: O funcionário pode ser desacatado estando de férias? Ou no fim de semana? R.: Sim. O tipo refere-se a funcionário público no exercício funcional ou em razão da função. Obs.: dizer que todo funcionário público é vagabundo não é desacato por ser uma afirmação genérica. O desacato precisa de testemunha, não bastando a palavra do funcionário público Consumação O crime consuma-se no momento da ofensa, da conduta Tentativa Não é possível, pois para que o delito se configure é necessária a presença da vítima Elemento Subjetivo do Tipo Intenção de ofender, atingir a função. 9

10 desacato. A jurisprudência majoritária exige o ânimo calmo e refletido para que ocorra o TRÁFICO DE INFLUÊNCIA Art. 332, CP: Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. Pena: reclusão de 02 a 05 anos, e multa 1 Objetividade jurídica: Tutela-se o prestígio da administração pública, uma vez que, nesse delito, o agente, sob a alegação de possuir influência, prestígio junto à Administração,, reclama vantagem de outrem a pretexto de exercer influência nos atos por ela praticados 2- Ação nuclear Trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: a) solicitar: pedir b) exigir: ordenar, impor; c) cobrar: fazer com que seja pago; d) obter: conseguir, adquirir Há, assim, uma mercancia; venda de suposta influência exercida pelo agente junto a administração pública em troca de uma vantagem. Exemplos: 1) Indivíduo que, afirmando falsamente ser parente do secretário de habitação e urbanismo, solicita dinheiro aos camelôs situados na praça da república, a pretexto de conseguir a regularização das barracas naquele local; 10

11 2) Despachante que, alegando possuir influência sobre funcionários do Detran, solicita vantagem da vítima a pretexto de fazer com que as multas se trânsito não sejam cobradas. Diferença entre tráfico de influência e delito de estelionato. Embora o sujeito obtenha para si vantagem indevida induzindo a vítima em erro mediante artifício, antes de ser crime contra o patrimônio, em razão do prejuízo material acarretado à vítima enganada, sobreleva o interesse em proteger o interesse em proteger o prestígio, o bom nome da administração pública. Obs: É necessário que o agente não possua influência junto à Adm. Pública, pois aí reside a fraude. Contudo, caso ele realmente goze de prestígio junto à Adm., corrompendo o funcionário, poderá ser autor de outro delito, como a corrupção ativa (art. 333, CP). O funcionário sobre o qual o agente alega exercer influência, prestígio, tanto pode existir quanto ser imaginário. Não é necessário que o agente o individualize. Caso haja a individualização e se descubra, posteriormente, que o agente não é funcionário público, o crime será de estelionato. 4 Objeto material É a vantagem ou a promessa de vantagem, a qual pode ser de natureza moral, sexual ou material. 5 Sujeito ativo Qualquer pessoa, inclusive o funcionário público. 6 Sujeito passivo: É o Estado. Secundariamente aquele que compra o prestígio, isto é, aquele que paga ou promete a vantagem visando obter algum benefício, o qual pode ser lícito ou ilícito. 11

12 Obs: Ainda que ilícito o fim visado pela vítima, ela continuará a figurar no pólo passivo do crime em tela. Realmente, ele se crê agente de um crime de corrupção em co-autoria com o agente vendedor do prestígio, mas dito crime não existe, é putativo. E co-autor do crime de tráfico de influência também não será, porque, conquanto de certa maneira concorre para o descrédito administrativo, não pode ser co-partícipe de obter vantagem quem a dá ou dela se despoja. 7 Elemento subjetivo O tipo, além do dolo de praticar alguma das condutas nucleares, aparentemente contém a finalidade específica de influenciar o funcionário público. Ocorre que a conduta é praticada não com essa finalidade, mas com esse pretexto, pois o sujeito ativo não tem a real intenção de exercer qualquer influência, mas tão somente a de lesar o iludido corruptor. 8 Consumação O crime, nas modalidades solicitar, exigir e cobrar, consuma-se com a prática de uma dessas opções criminosas, independente da obtenção da vantagem almejada. Trata-se de crime formal. Já na modalidade Obter, o crime se consuma no momento em que o agente obtém a vantagem ou a promessa. É, portanto, delito material. 9 Tentativa A tentativa é possível, por exemplo, solicitação, exigência ou cobrança de vantagem por carta, a qual é interceptada antes de chegar ao destinatário. 10 Formas a) Simples Do caput b) Majorada prevista no parágrafo único A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário público Obs: não é necessária declaração expressa do sujeito ativo de que o funcionário receberá o suborno. Basta que ele dê a entender que haverá o recebimento da vantagem por parte deste. 12

13 de perfaz. Ainda que a vítima não acredite que o funcionário receberá o suborno, a majorante QUESTÕES 1 Corrupção ativa e passiva: Na hipótese em que o sujeito ativo efetivamente tenha prestígio junto à Administração Pública e venha a corromper funcionário público, oferecendo ou prometendo vantagem para determina-lo a praticar ou retardar ato de ofício, o primeiro responderá por corrupção ativa; o funcionário, por corrupção passiva. O terceiro beneficiado pela corrupção também é considerado sujeito ativo de corrupção ativa. 2 Tráfico de influência e exploração de prestígio O crime de exploração de prestígio ofende os interesses da Administração da Justiça, de forma que, toda vez que a solicitação ou recebimento de dinheiro ou qualquer outra utilidade for realizada a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário da justiça, perito tradutor, intérprete ou testemunha. 3 Tráfico de influência e advocacia administrativa Na advocacia administrativa o funcionário público se vale dessa condição, isto é, do fácil acesso aos colegas, pertencentes à mesma repartição ou não, para advogar interesse alheio privado Ação Penal Pública incondicionada 4. CORRUPÇÃO ATIVA ARTIGO 333 DO CÓDIGO PENAL Ja foi dado quando expliquei concussão e corrupção passiva 5. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA ARTIGO 339 DO CÓDIGO PENAL Dar causa à instrução de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 13

14 Pena reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa." Esse crime foi modificado pela Lei n , de Objetividade Jurídica A administração da justiça Sujeito Ativo Qualquer pessoa, inclusive delegado, promotor, juiz etc. Se o crime for de ação penal privada ou de ação penal condicionada à representação, quem pode dar causa à instauração é a vítima ou seu representante legal Sujeito Passivo O Estado. O sujeito passivo secundário é aquele a quem se atribuiu falsamente a prática do delito. 5.4 Elementos Objetivos do Tipo Dar causa: originar, causar, provocar. Pode ser praticado por qualquer meio, pois é um crime de forma livre. A denunciação caluniosa pode ser direta ou indireta. Direta: quando o próprio agente dá causa (de forma verbal ou escrita). Indireta: quando o agente faz com que a notícia chegue à autoridade por qualquer meio (telefonema anônimo, carta anônima, encenação, por exemplo, colocar um objeto na bolsa de alguém). A pena aumenta em um sexto se o autor servir-se de anonimato ou nome falso (art. 339, 1.º, do CP). P.: Instauração de investigação policial precisa de inquérito? 14

15 R.: Não. É possível que a polícia inicie uma investigação antes mesmo de instaurar um inquérito policial. Processo judicial: abrange o processo penal e o processo civil. Dar causa à investigação administrativa, sindicância ou procedimento administrativo, é crime. Obs.: inquérito civil é investigação administrativa, e ação de improbidade é ação civil, mas o legislador quis ser expresso. Contra alguém: o crime de denunciação caluniosa exige que a imputação seja feita contra alguém, ou seja, contra pessoa determinada. Comunicação falsa de crime: a pessoa inventa um crime, mas não faz imputação a ninguém. Ex.: homem que cortou o próprio braço para receber o seguro e disse que foi vítima de roubo. A denunciação caluniosa pode ocorrer de duas formas: O crime realmente aconteceu, mas o denunciado não participou. O agente inventa um crime e o atribui à determinada pessoa. Há, também, denunciação caluniosa com imputação falsa de contravenção está previsto no 2.º do artigo 339 do Código Penal. O fato deve ser certo, determinado. O mesmo fato pode ser objeto de inquérito civil e inquérito policial. P.: Se o fato imputado for crime já prescrito? R.: Não há crime de denunciação caluniosa. Se o fato tiver uma excludente, não há denunciação caluniosa. P.: Se uma pessoa fizer a imputação pensando que fulano é inocente e depois se descobre que ele é culpado, há o crime de denunciação caluniosa? 15

16 R.: Segundo a doutrina, o crime tem de ser subjetiva e objetivamente falso. No exemplo da pergunta a imputação foi subjetivamente falsa, ou seja, na concepção do agente o denunciado era inocente. Objetivamente, a imputação era verdadeira porque este cometeu mesmo o crime. Nessa circunstância não há crime de denunciação caluniosa. A imputação não é falsa, e sim verdadeira. P.: Se a denunciação caluniosa for praticada no interrogatório policial ou judicial, há crime? R.: Prevalece o entendimento de que não há crime porque essa conduta estaria dentro da autodefesa Elemento Subjetivo do Tipo Dolo direto ( sabe ). O dolo eventual está excluído. Se o denunciante não tem certeza quanto à responsabilidade do denunciado, não há crime mesmo se, posteriormente, ficar comprovado que o denunciado não havia cometido o delito Consumação notícia. Consuma-se o delito quando iniciada a investigação ou o processo. Não basta a 5.7. Tentativa É possível. Ex.: A narra o fato, mas, por circunstâncias alheias à sua vontade, o processo não é instaurado. P.: Há arrependimento eficaz na denunciação caluniosa? R.: Sim. Ex.: indivíduo noticiou o delito, o Boletim de Ocorrência foi lavrado, mas, depois, arrependeu-se e contou a verdade antes que a investigação fosse iniciada é arrependimento eficaz Diferença Entre Denunciação Caluniosa e Calúnia 16

17 Calúnia (art. 138 do CP) é a imputação falsa de um crime. Denunciação caluniosa é a imputação de um crime ou de uma contravenção, que deve dar causa à instauração de investigação ou processo. Na calúnia a intenção do agente é ofender a honra. Na denunciação caluniosa a intenção do agente é instaurar o procedimento. Os dois crimes não irão existir conjuntamente: ou ocorrerá calúnia ou denunciação caluniosa, dependendo da intenção do agente. 6. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU CONTRAVENÇÃO ARTIGO 340 DO CÓDIGO PENAL Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa." A diferença entre denunciação caluniosa e comunicação falsa de crime está em que na denunciação caluniosa há imputação de crime a alguém, e na comunicação falsa não há imputação a alguém, pois apenas se comunica um fato. Exemplo de comunicação falsa: fui furtado. Exemplo de denunciação caluniosa: João me furtou Objetividade Jurídica Resguardar a Administração Pública, a administração da justiça Sujeito Ativo o Qualquer pessoa. 17

18 6.3. Sujeito Passivo O Estado, visto como Administração Pública Elementos Objetivos do Tipo Provocar: dar causa, originar, ocasionar. Ação da autoridade: investigação. Não basta a lavratura do Boletim de Ocorrência, devendo ser iniciada uma investigação. Autoridade: delegado, juiz, promotor, policial etc. o conceito é bem amplo. O crime é de forma livre, podendo ser cometido por escrito, verbalmente, por interposta pessoa etc Elemento Subjetivo do Tipo Dolo direto, pois a lei exclui o dolo eventual ao usar o termo que sabe Consumação Com o início da investigação. Se apenas for lavrado o Boletim de Ocorrência, o crime foi tentado Tentativa É possível. Pode não ocorrer a atuação da autoridade por circunstâncias alheias à vontade do agente Arrependimento Eficaz É possível. Nesse caso, o fato será atípico. P.: Se uma pessoa narra falsamente um crime para esconder um crime que praticou por qual crime responde? R.: Pelos dois. Ex.: apropriação indébita e falsa comunicação. 18

19 P.: Se a pessoa comunica falsamente um crime para conseguir realizar outro crime, por exemplo, falsa comunicação e estelionato, pelo que responde? R.: Há várias posições: I. o estelionato prevalece, pois o crime-fim absorve o crime-meio; II. concurso formal de delitos; III. concurso material. 19

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