A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico. criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime.
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- Thiago Arthur Sá Soares
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1 CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
2 A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico não pode ser considerada criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime.
3 Excepcionalmente, o CP pune no art. 288 a formação de bando ou quadrilha, e quem fabrica ou possui objetos destinados a produção de moeda falsa (art. 291).
4 Na lei especial pune-se o porte ilegal de arma (art. 14 da Lei /03).
5 Só terá relevância jurídica e, portanto, poderá gerar punição o fato consumado ou tentado. A intenção, por si só, é irrelevante.
6 CONSUMAÇÃO Art. 14: Diz-se o crime: I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;.
7 Conceito: É a realização completa dos elementos do tipo. Para saber se o crime foi consumado é necessário confrontar o fato com o que dispõe o tipo penal, mormente o seu núcleo (verbo).
8 Consumação nos crimes: - materiais, omissivos impróprios e culposos: quando o resultado ocorre. - omissivos próprios: quando ocorre a abstenção - mera-conduta: com o comportamento previsto no tipo
9 - formal: com a prática da conduta, independente da ocorrência do resultado. - qualificado pelo resultado: quando ocorre o resultado agravador.
10 - permanente: desde que configurados os seus requisitos até que cesse a conduta do agente. - Habituais: quando houver reiteração dos atos que configuram o crime.
11 Crimes materiais tributários: se o crime é tributário ou previdenciário, somente se consuma quando encerrado o procedimento administrativo o débito é incluído em dívida ativa.
12 Isto porque antes da inscrição em dívida ativa o crédito não possui exigibilidade.
13 Súmula Vinculante nº 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
14 Exaurimento O exaurimento (post factum impunível) é uma etapa posterior à consumação, caracterizando um indiferente penal.
15 Mas quando atinge novo bem jurídico pode configurar crime autônomo, uma qualificadora ou uma causa de aumento de pena (majorante).
16 TENTATIVA Art. 14: Diz-se o crime: I - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente..
17 Conceito: É a interrupção do crime por fato estranho à vontade do agente, após o início da execução.
18 O Código Penal não prevê a tentativa em cada tipo penal. Portanto, trata-se de uma norma complementar. Deve-se associar o art. 14, II, da Parte Geral ao crime consumado previsto na Parte Especial.
19 ITER CRIMINIS: Conceito: É o percurso percorrido pelo agente para a consumação do delito.
20 O Iter criminis tem duas fases: - Interna - Externa
21 Fase interna: Cogitação: idéia de praticar o delito. Deliberação: ponderação dos prós e contras. Resolução: quando decide praticar o delito.
22 Fase Externa: manifestação: quando o agente fala o que pretende fazer. Preparação: quando exterioriza a idéia através de atos. No Brasil não é punido.
23 execução: realização da conduta típica através de atos idôneos e adequados para produzir o resultado.
24 Atos preparatórios X Atos executórios
25 Teoria subjetiva:não tem diferença, porque a vontade do agente é que determina a punição. Então será punido em ambos os casos, seja no ato preparatório ou na execução.
26 Teoria objetiva: O início da execução constitui o ato que permite a concretização do tipo. Não há punição da cogitação e dos atos preparatórios, mas apenas daquele adequado a produzir o resultado criminoso.
27 A teoria objetiva se subdivide em: Teoria objetivo-formal: atos executórios são os que fazem parte do núcleo do tipo. Dentro desta teoria há, ainda, a teoria da hostilidade ao bem jurídico.
28 O ato executório seria aquele que ataca o bem jurídico protegido pelo tipo penal. Diferencia-se o ato preparatório do executório na análise: houve ou não uma agressão direta ao bem.
29 Teoria objetivo-material: são atos executórios não apenas os que atacam o bem jurídico ou dizem respeito ao núcleo, mas também os imediatamente anteriores ao início da prática do verbo típico.
30 Teoria objetivo-individual: Segundo Zaffaroni e Pierangeli, não basta ser um ato que dá início à prática do verbo do tipo para caracterizá-lo como executório. Deve-se verificar o plano do agente.
31 No Brasil adota-se a teoria objetiva,mais especificamente a teoria objetiva-formal, com a hostilidade ao bem jurídico, mas já há jurisprudências adotando a teoria objetivo-individual.
32 Ex: aquele que efetua um disparo de arma de fogo estará praticado ato executório de homicídio porque apertar o gatinho é o único ato capaz de atacar o bem jurídico protegido, segundo a teoria objetivo-formal.
33 Já para a teoria objetivo-material e objetivo-individual, só o fato de pegar a arma já configuraria ato executório porque demonstra claramente a intenção do agente de efetuar um disparo, colocando em risco o bem jurídico tutelado.
34 Trata-se do ato imediatamente anterior ao disparo, que realiza o verbo núcleo do tipo. Não se estaria punindo a intenção porque é um ato que demonstra claramente a vontade de matar.
35 Em caso de dúvida, deve-se analisar o ato como preparatório.
36 REQUISITOS DA TENTATIVA: - Conduta dolosa - início de execução - ausência de consumação
37 Tentativa perfeita: O agente esgota todos os meios que tinha ao seu alcance. Tentativa imperfeita: O agente é interrompido.
38 Tentativa branca ou incruenta: tentativa sem lesões ao bem jurídico.
39 CRIMES QUE NÃO ADMITEM A TENTATIVA
40 Culposos: o resultado é involuntário. Preterdolosos: o resultado é involuntário.
41 Contravenção Penal: disposição legal. art. 4º da LCP Dec-lei 3688/41: Não é punível a tentativa de contravenção.
42 Habituais: os atos isolados são irreleventes, configurando o crime somente em caso de reiteração. ex: Casa de Prostituição art. 229, Rufianismo art. 230, Curandeirismo art. 284.
43 Delito condicionado: é necessária a ocorrência de uma condição para estar caracterizado o crime. Ex: art. 122: induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. a lei pune somente quando ocorre o resultado (lesão corporal ou morte).
44 Crime de atentado: Quando a tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado. Ex: Art. 352 Evasão mediante violência contra a pessoa.
45 Art. 352: Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.
46 Permanentes na forma omissiva: não há como fracionar (cárcere privado por omissão de autoridade em liberar o preso)
47 Unissubsistente: porque se consuma com o ato, não admitindo iter criminis (injúria) Omissivo Próprio: não admite fracionamento. Ou o agente faz o seu dever e não é punido, ou deixa de fazer e comete crime.
48 Crimes com condutas abrangentes: O tipo penal menciona que de qualquer modo poderá ser praticado o delito.
49 DIMINUIÇÃO NA TENTATIVA Considera-se para fins de redução pela tentativa o percurso que foi percorrido pelo agente. Quanto menor o iter criminis maior a redução, ou seja, quanto mais longe da consumação maior a diminuição da pena.
50 Considerações A manifestação do agente não é punida quando se refere à tentativa daquele crime, mas pode configurar crime autônomo, como é o caso da ameaça (art. 147 do CP).
51 A preparação não é punida no Brasil, mas pode configurar crime autônomo.
52 A análise da tentativa deve ser feita no caso concreto, diante das circunstâncias do delito.
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