DIREITO PENAL. 1. Roubo art. 157, CP:
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- Alexandre Stachinski Martins
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1 1 PONTO 1: Roubo PONTO 2: Extorsão PONTO 3: Apropriação Indébita Previdenciária 1. Roubo art. 157, CP: Art Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. Roubo próprio: art. 157, caput, CP: É o roubo do caput, o que caracteriza ele é o momento em que encerra a violência. Violência antes e durante a subtração. A respeito do momento de sua consumação tem-se duas correntes: 1ª) Corrente tradicional antiga com a posse tranqüila sobre o objeto. 2ª) STF/STJ basta o desapossamento. Ou seja, a consumação ocorre com a inversão da posse, não há necessidade de posse tranqüila. Roubo impróprio art. 157, 1º, CP: A violência ocorre depois (logo após) da subtração para assegurar a coisa subtraída. Na subtração não há violência. Primeiro, subtrai e enquanto não teve a posse tranqüila do objeto usa violência posteriormente. 1ª) Corrente majoritária não há tentativa de roubo impróprio. Pois o roubo impróprio consuma-se no momento em que o agente após ter subtraído praticar violência ou grave ameaça.
2 2 2ª) Admite-se tentativa em apenas duas situações: a) Quando o agente subtrai o objeto e logo após tenta praticar violência para assegurar a detenção da coisa. b) O agente subtrai e logo após pratica violência ou grave ameaça, mas não consegue levar o objeto em definitivo. fato. A violência ou grave ameaça podem ocorrer contra qualquer pessoa que interfira no No roubo pode-se ter duplo sujeito passivo, ou seja, o titular do patrimônio que subtrai o objeto e a pessoa que sofre a violência ou grave ameaça. Majorantes do roubo - 2º: +1/3 até ½. Hipóteses: I emprego de arma: Arma para fins dessa majorante é qualquer objeto que tenha lesividade. Abrange armas próprias (sua origem, sua natureza já é de arma, por exemplo: revólver, metralhadora, espada) e impróprias (qualquer outro objeto não fabricado para ser arma. Ex: faca de cozinha, machado, foice, facão, espeto de churrasco). Obs: a arma de brinquedo só tem potencialidade intimidatória e não de lesividade. Não é mais considerado roubo majorado. A súmula referente a roubo majorado com arma de brinquedo foi cancelada em O STF exige lesividade. Para a incidência dessa majorante é necessária a apreensão dessa arma? O entendimento atual é de que é desnecessária a apreensão da arma se por outros meios idôneos de prova puder ser comprovada a utilização de uma arma com lesividade. Senão tiver prova idônea que puder ser comprovada a utilização d arma é necessária a apreensão da arma. II concurso entre duas ou mais pessoas:
3 3 Circunstância comum entre furto e roubo. Desnecessária a identificação de todos os agentes. punibilidade. Não há necessidade de todos os agentes serem puníveis. Ex: menor, extinção da Tanto no furto quanto no roubo há uma discussão quanto a exigência de co-autoria ou basta a existência de participação: duas correntes: 1 - exige para incidência da majorante ou qualificadora a co-autoria. 2 basta concurso de pessoas que abrange co-autoria e a participação. circunstância. III - Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece esta Não majora quanto a esta circunstancia o roubo só do caminhão vazio, ou seja, não está em serviço de transporte de valores. Exige o dolo direto, pois o agente tem que ter ciência de que está roubando veiculo em transporte de valores. ou exterior. IV subtração de veiculo automotor que venha a ser transportado para outro estado Majorante que é qualificadora no furto. Vir a ser transportado significa passar o limite territorial, passar a fronteira. É uma condição objetiva de punibilidade. Caso seja flagrado numa barreira policial, ou seja, interceptado não irá majorar. V Se o agente mantém a vítima em seu poder restringindo a sua liberdade.
4 4 Se o agente mantém a vitima em seu poder durante a prática do roubo até o momento da perseguição teremos o roubo majorado. Roubo majorado priva a liberdade para subtrair. Extorsão art , CP: Quando a conduta da vítima é imprescindível, indispensável para que o agente obtenha a vantagem econômica. Sem a conduta da vitima o agente não consegue obter a vantagem. Quando a própria vitima precisa fazer algo, deixar de fazer algo ou tolerar que se faça algo para que o criminoso obtenha a vantagem. Diferente do 3º 2 do art. 158 do CP criado em Se a privação da liberdade da vítima é indispensável para a obtenção da vantagem (a pena é de 6 a 12 anos de reclusão e multa). No art , CP, extorsão mediante seqüestro seqüestra-se alguém para se exigir a vantagem de outrem. Obs: O STJ não aceita a tese de analogia entre furto e roubo, porque roubo é um crime de violência e grave ameaça, não havendo proporcionalidade entre as penas básicas, então, não há que se comparar qualificadora. Latrocínio - art. 157, 3º: 1 Art Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 2 Art. 158, 3 o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, 2 o e 3 o, respectivamente. 3 Art Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
5 5 Se da violência ocorrer lesão grave ou gravíssima (pena 7-15 anos); se ocorrer a morte (pena de anos). A lesão grave ou gravíssima deve ocorrer da violência. A violência significa agressão física (vias de fato, lesões leves, graves ou gravíssimas). Deve-se observar que a violência deve ser empregada para roubar, ou seja, violência dolosa. Não há conseqüência de violência culposa. É pacifico que o roubo qualificado pelo resultado, estes resultados podem ser doloso ou culposo. Portanto, latrocínio não é só tipo penal preterdoloso. Momento consumativo Súmula 610 do STF: há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não se realize o agente a subtração de bens da vítima. - Tentativa de latrocínio: Corrente tradicional: toda vez que alguém subtrair ou não e tentar matar, agir com dolo de matar é tentativa de latrocínio. Quando houver prova de tentativa de matar para roubar e atos de execução. Inclusive, neste caso, a vítima não precisa nem ser atingida. Roubo tentado + tentativa homicídio = tentativa de latrocínio. Roubo consumado + tentativa de homicídio = tentativa de latrocínio. Uma segunda corrente: decisão recente do STF se no roubo ocorrer lesões graves ou gravíssimas é roubo qualificado pelo resultado lesão grave há tipicidade para isso. Não há tentativa de latrocínio, pois é roubo consumado. Roubo tentado ou roubo consumado + lesões graves ou gravíssima = art. 157, 3º, 1ª parte, CP. Roubo consumado. Provado o dolo de matar será tentativa de latrocínio.
6 6 2. Extorsão art. 158, CP: Art Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, 2 o e 3 o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº , de 2009) - Constranger alguém - violência - grave ameaça - com intuito de obter indevida vantagem econômica - a fazer - deixar de fazer - tolerar que se faça. Se a vantagem econômica é devida teremos o crime de exercício arbitrário das próprias razões art do CP. Há situações em que a vítima faz, deixa de fazer ou tolerar que faça para que o agente obtenha vantagem moral - será constrangimento ilegal art , CP. Ex; exigir que diretor dê atestado de bom comportamento carcerário, sob pena de matar a família. Súmula 96 6 vantagem econômica ilícita indevida. do STJ extorsão consuma-se independentemente da obtenção da conduta). Extorsão é um crime formal (resultado desnecessário para consumação, basta a 4 Art Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. 5 Art Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 6 Súmula 96 do STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.
7 7 A súmula não diz que não cabe tentativa. O entendimento da jurisprudência é que se admite a tentativa de extorsão. A divergência está em qual dos momentos em que haverá a consumação: 1) extorsão consuma-se com o ato de constranger a vítima. Caberia tentativa ao menos na forma escrita. 2) STF/STJ - majoritária: consuma-se com a conduta da vítima que faz, deixa de fazer ou tolera que se faça algo. Ex: Agente liga para a vítima e exige quantia em dinheiro por seqüestro do filho, e a vítima por circunstância alheia a vontade do agente não efetuou o depósito tentativa. 3. Apropriação Indébita Previdenciária art. 168-A, CP: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 1 o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. 2 o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 3 o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. Todas as condutas referem a deixar de repassar/ recolher. Trata-se de uma omissão, portanto, é um tipo omissivo próprio. Se é um crime omissivo próprio não cabe tentativa.
8 8 Animus rem si habendi animo de ter a coisa como sua. Na apropriação indébita tradicional é exigido esse âmbito. Dolo e o elemento subjetivo (animus). Obter a coisa para si para aumentar o seu patrimônio. Na apropriação indébita previdenciária tese da defesa: inexigibilidade de conduta adversa excludente da culpabilidade pois estava com problemas financeiros e quebrando a empresa, não para enriquecimento ilícito. Falta elemento subjetivo. Os Tribunais Superiores entendem que no art. 168-A por ser tipo omissivo próprio não se exige esse elemento subjetivo, basta o dolo de violar os elementos. Não pacifica. O 2º diz que se o agente recolher o valor apropriado e prestar as declarações necessárias antes do início da ação fiscal extingue-se a punibilidade. Causa extintiva da punibilidade especifica. O 3º se o criminoso é primário e de bons antecedentes (dois requisitos) e pagar/ prestar as informações após o inicio da ação fiscal e antes do oferecimento da denúncia e, se o valor é inferior aquele que a própria previdência não cobra, o Juiz pode deixar de aplicar a pena (perdão judicial) ou aplicar somente a pena de multa.
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