Classificação das Infrações Penais.
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- Thais Sampaio Fidalgo
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1 Classificação das Infrações Penais
2 Classificação das Infrações Penais Tripartida As infrações penais classificam-se, de acordo com sua gravidade em: CRIMES, DELITOS E CONTRAVENÇÕES Alemanha, França, Rússia, Bélgica, Áustria, Japão. Bipartida As infrações penais classificam-se, de acordo com sua gravidade em: CRIMES E CONTRAVENÇÕES Peru, Suíça, Dinamarca,Noruega, Finlândia, Brasil, Holanda. 2
3 1. Classificação quanto à consumação CRIME INSTANTÂNEO é aquele que, quando consumado, encerra-se. A consumação ocorre em determinado momento e não mais se prossegue. No homicídio, por exemplo, o crime é consumado quando da morte da vítima, não importando o tempo decorrido entre a ação e o resultado. CRIME PERMANENTE existe quando a consumação se prolonga no tempo, dependente da ação ou omissão do sujeito ativo, como acontece no cárcere privado (art.148 CP). DELITO INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES é aquele em que a permanência do efeito não depende do prolongamento da ação do sujeito ativo, ou seja, ocorre quando, consumada a infração em dado momento, os efeitos permanecem, independentemente da vontade do sujeito. EX: Bigamia (art.235 CP) 3
4 2. Classificação quanto à conduta CRIME COMISSIVO é o que exige, segundo o tipo penal objetivo (descrição abstrata de um comportamento), em princípio, uma atividade positiva do agente. furto subtrair (art.155 CP); rixa participar (art.137 CP); no rapto (art. 219 CP) raptar. CRIMES OMISSIVOS são os que objetivamente são descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica. É a omissão do autor quando deve agir. omissão de socorro (art. 135 CP). CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS existem quando a omissão consiste na transgressão do dever jurídico de impedir o resultado, praticando-se o crime que, abstratamente, é comissivo. Nestes casos a lei descreve uma conduta de fazer, mas o agente se nega a cumprir o dever de agir. A obrigação jurídica de agir deve existir, necessariamente. mãe que deixa de amamentar causando-lhe a morte; médico ou enfermeira que não ministra o medicamento necessário ao paciente 4
5 3. Classificação quanto ao número de pessoas CRIME UNISSUBJETIVO é aquele que poder ser praticado por uma só pessoa, embora nada impeça a coautoria ou a participação (ex.: calúnia (art. 138 CP), estelionato (art.171 CP) roubo (157 CP). CRIME PLURISSUBJETIVO é aquele que, por sua conceituação típica, exige dois ou mais agentes para a prática da conduta criminosa. As condutas podem ter o mesmo objetivo, como no crime de quadrilha (art.288 CP), ou divergentes, em que as ação são dirigidas de uns contra outros, como na rixa (art. 137 CP). 5
6 4. Classificação quanto à unidade de ações CRIME DE AÇÃO ÚNICA é aquele cujo tipo penal contêm apenas uma modalidade de conduta, expressa no verbo que constitui o núcleo da figura típica (ex.: homicídio com a conduta de matar). CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA é aquele cujo tipo contém várias modalidades de conduta, em vários verbos, qualquer deles caracterizando a prática de crime (ex.: pode-se praticar o crime definido no (art. 122 CP) induzindo, instigando ou prestando auxílio ao suicida). 6
7 5. Classificação quanto aos atos que compõem à fase de execução CRIME UNISSUBSISTENTE, como o próprio nome diz, realiza-se apenas com um ATO, ou seja, a conduta é una e indivisível (ex.: injúria), coincidindo o ato, temporalmente, com a consumação, de modo que não admitem tentativa. CRIME PLURISSUBSISTENTE é, por sua vez, composto de vários ATOS, que integram a conduta, ou seja, existem fases que podem ser separadas, fracionando-se o crime. Admitem a tentativa e constituem a maioria dos delitos: homicídio, furto e roubo. 7
8 6. Classificação quanto à materialidade CRIME DE DANO só se consuma com a efetiva lesão do bem jurídico visado (ex.: lesão à vida). NO CRIME DE PERIGO, o delito consuma-se com o simples perigo criado para o bem jurídico. O perigo pode ser individual (quando expõe ao risco o interesse de uma só ou de um número determinado de pessoas) ou coletivo (quando ficam expostos ao risco os interesses jurídicos de um número indeterminado de pessoas). 8
9 7. Classificação quanto ao sujeito CRIMES COMUNS podem ser praticados por qualquer pessoa. CRIMES PRÓPRIOS são aqueles que exigem ser o agente portador de capacidade especial. Este assunto está situado no campo da tipicidade: é a descrição legal que exige, para configuração do tipo, que haja sujeito ativo específico.ex; mãe da vítima art.123 CP; pai ou mãe no art. 246 CP. CRIMES DE MÃO PRÓPRIA são passíveis de serem cometidos por qualquer pessoa mas não podem ser praticados por intermédio de outrem (ex.: falsidade ideológica de atestado médico art. 302 CP); falso testemunho ou falsa perícia (art. 342 CP). 9
10 8. Classificação quanto ao Resultado CRIMES MATERIAIS ou de resultado, para a sua consumação é indispensável a produção de um dano efetivo. O fato se compõe de conduta humana e e da modificação do mundo exterior. A não ocorrência de resultado caracteriza tentativa. EX:Homicídio, furto. CRIMES FORMAIS - descrevem o comportamento do agente, e o resultado, mas não exige sua produção para sua consumação. EX: crimes contra a honra, ameaça, divulgação de segredo, violação de segredo profissional. CRIMES DE MERA CONDUTA o legislador só descreve o comportamento do agente.ex: violação de domicílio (art.150 CP); desobediência (art 330 CP). 10
11 9. Classificação quanto à natureza do Elemento Volitivo CRIME DOLOSO quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; CRIME CULPOSO quando o agente deu causa ao resultado por IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA (art. 18 do CP). CRIME PRETERDOLOSO ou PRETERINTENCIONAL é o crime cujo resultado total é mais grave que o pretendido pelo agente. Há uma conjugação de DOLO, no ANTECEDENTE e CULPA, no SUBSEQUENTE. O agente que um minus e produz um majus. 11
12 10. Outros tipos de crime CRIME SIMPLES ocorre quando o tipo legal é único, por exemplo, o homicídio. Neles, a lesão jurídica é una e seu conteúdo não apresenta qualquer circunstância que aumente ou diminua sua gravidade ex.: homicídio simples (art.121 CP), furto simples (art.155 CP). CRIME É QUALIFICADO quando o legislador, ao tipo básico, ou fundamental, agrega circunstância que elevam ou majoram a pena, tal qual se dá com o homicídio (art. 121 e par. 2º). Não surge a formação de um novo tipo penal, mas apenas uma forma mais grave de ilícito. CRIME PRIVILEGIADO -Se as circunstâncias do crime são minorativas, isto é, se atenuam a pena, diz-se privilegiado. São crimes privilegiados, por exemplo, o homicídio praticado por relevante valor moral (eutanásia art 121, 1º e o furto de pequeno valor praticado por agente primário (art.155, 2º CP). 12
13 10. Outros tipos de crime CRIME HABITUAL é constituído de uma reiteração de atos (penalmente indiferentes de per si), que constituem um todo, um delito apenas, traduzindo geralmente um modo ou estilo de vida. Nestes casos, a prática de um ato apenas não seria típica: o conjunto de vários, praticados com habitualidade, é que configura o crime (ex.: curandeirismo). CRIME PROFISSIONAL é qualquer delito praticado por aquele que exerce uma profissão e utiliza-a para atividade ilícita (ex.: aborto praticado por médicos). CRIME EXAURIDO é exaurido quando, após a consumação, que ocorre quando estiverem preenchidos no fato concreto o tipo objetivo, o agente o leva a conseqüências mais lesivas.ex: O recebimento do resgate no crime de extorsão mediante seqüestro (art. 159 CP) exaure o delito que se consuma com o arrebatamento da vítima. 13
14 10. Outros tipos de crime CRIME PROGRESSIVO quando contém implicitamente outro que deve necessariamente ser realizado para se alcançar o resultado. O anterior é uma simples passagem para o posterior sendo, assim, absorvido (ex.: no homicídio é necessário que exista, em decorrência da conduta, lesão corporal que ocasione a morte). PROGRESSÃO CRIMINOSA há dois fatos, e não só um (como no crime progressivo). O agente pretende praticar um crime e, em seguida, resolve praticar outro mais grave. Ex: O ladrão após ter subtraído coisa alheia móvel, ao encontrar a pessoa que tenta obstar a posse da res furtiva, vem a agredi-la, passando do furto ao roubo. 14
15 10. Outros tipos de crime CRIME SIMPLES o tipo é único e ofende a um único bem jurídico. Ex: ameaça (art. 147 CP) ofende a liberdade psíquica da vítima; furto simples (art. 155 CP), em que o ofendido é apenas o patrimônio. O CRIME COMPLEXO quando encerra dois ou mais tipos em uma única descrição legal (ex.: roubo = furto + ameaça), ou quando, em uma figura típica, abrange um tipo simples acrescido de fatos ou circunstâncias que, em si, não são típicos (ex.: constrangimento ilegal = crime de ameaça + outro fato, que é a vítima fazer o que não quer ou não fazer o que deseja). 15
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