FINANCIAMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO. IV Jornadas de Economia da Saúde Salvador, 2008 Maria Alicia D. Ugá
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- Geovane Ferretti Azambuja
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1 FINANCIAMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO IV Jornadas de Economia da Saúde Salvador, 2008 Maria Alicia D. Ugá
2 É MUITO BAIXO O GASTO PÚBLICO EM SAÚDE! Nosso sistema de saúde, constitucionalmente definido como sendo de acesso universal e integral, tem uma estrutura do gasto que em nada se assemelha à dos sistemas nacionais de saúde, mas se aproxima do padrão estadunidense, predominantemente privado. A estrutura do gasto nacional em saúde é herdada do modelo do sistema de saúde prévio ao SUS, no qual o papel do Estado havia sido fundamentalmente o de promover a expansão do setor privado.
3 Composição do Gasto em Saúde Alguns países da OCDE e Brasil EUA Reino Unido Suécia Espanha Portugal Itália Publico Seguro Privado Pagam. Diretos Alemanha França Dinamarca Brasil (2002) 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0% Fonte: Países da OCDE: OMS, World Health Report,, 2000
4 Fonte: : Ugá e Santos (2005) COMPOSIÇÃO DO GASTO EM SAÚDE (Público x Privado) R$ Milhões % Gasto Público Total ,8 Gasto Privado com Planos e Seguros de Saúde ,7 Gasto Privado direto das Famílias ,5 Gasto Total ,00
5 Embora tenha havido um aumento no volume real de recursos destinados ao SUS, ainda é muito baixa a participação do gasto público no gasto total em saúde. Diferentemente do que se esperaria de um modelo universalista e de cobertura integral nos moldes europeus, nos quais o Estado participa, em média com 85% do gasto total, no Brasil o gasto público representou em 2004 apenas 47,6% do gasto total em saúde.
6 No Brasil, o gasto público em saúde representa apenas 3,4% do PIB. Estimativas da OPAS apontam que é necessário, como mínimo, um gasto público em saúde de 6% do PIB para que um sistema de saúde seja efetivamente universal e integral. Em países com cobertura universal e integral, o gasto público em saúde representa, em média, 7,3% do PIB: entre o mínimo de 5,5% e o máximo de 12,7% (OPAS, 2008)
7 Em comparação com países da América Latina com cobertura alta ou universal, nosso gasto público em saúde é baixo: a participação do gasto em saúde público no PIB, nesses países, é, em média, de 4,6% do PIB; no Brasil, é de 3,4% do PIB.
8 FINANCIAMENTO DO SETOR SAÚDE Setor público: 43,8 % => 10,6% da receita tributária ria Setor Privado: 56,2 % => Gasto direto + Seguros e Planos Health Expenditures - Public Sector Brazil Health Expenditures - Private Sector Brazil Municipal 22% State 20% Federal 58% Out-of- Pocket 65% Insurance 35% Estimativas a partir do SIOPS
9 Dada a ainda tímida participação do gasto público no financiamento do sistema de saúde, o gasto privado direto, na compra de bens e serviços de saúde, é alto e penaliza principalmente os segmentos de mais baixa renda.
10 Peso do financiamento da saúde sobre a renda familiar 12,00 Peso do Financiamento do Setor Saúde sobre a Renda familiar per capita, segundo tipo de gasto, por Decil de Renda familiar per capita - Brasil, ,00 Peso % sobre a renda 8,00 6,00 4,00 Peso Privado direto Peso Planos de Saúde 2,00 Peso SUS Fonte: POF/IBGE 2002/3 SIOPS/MS Decil de Renda Ugá,, M.A.D. e Santos, I. 2005
11 Composição do gasto privado direto em saúde por decil de renda familiar p/c. Brasil, Ugá & Santos, % Outras 80% Material de Tratam. 60% 40% 20% Exames diversos Hospitalização + Serv. Cirúrgicos Tratam. Ambulatorial Consulta Médica Trat. Dentário 0% Fonte: POF/IBGE 2002/3 Decil de Renda Medicamentos
12 O gasto público em saúde ainda é muito baixo e insuficiente para atender os princípios básicos do SUS, sendo urgente a definição de um financiamento adequado.
13 Apesar do baixo gasto público, p há avanços do SUS em termos do aumento da participação do Estado no número n de atendimentos e internações financiados pelo SUS. Dados da PNAD mostram um inegável avanço o do SUS em todas as regiões, tanto na atenção básica b quanto nos tratamentos hospitalares e exames de alta complexidade: O SUS é o agente financiador da maioria dos atendimentos (61%) e das internações (70%) realizadas no país. PORTO, SANTOS & UGÁ (2006)
14 Dados da PNAD mostram que, entre 1998 e 2003, houve um aumento da participação do Estado no financiamento de: - atendimentos: A participação do SUS cresceu 9,3% - internações: A participação do SUS cresceu 4,1%. O SUS financia preponderantemente populações de baixa renda: a participação do SUS no número n de atendimentos e de internações em 2003 é predominante até o oitavo decil da população. PORTO, SANTOS & UGÁ (2006)
15 PROBLEMAS QUE AINDA PERSISTEM NO FINANCIAMENTO DO SUS 1. POLÍTICA MACRO-ECONÔMICA Subordinação ao Ajuste Fiscal 2. Exemplo disso: a DRU Desvinculação das Receitas da União (ex-fse, ex-fef) => retenção no Tesouro Nacional de 20% de todas as fontes 3. EXTINÇÃO DA CPMF => Necessidade de novas fontes
16 PROBLEMAS QUE AINDA PERSISTEM NO FINANCIAMENTO DO SUS 4. CONTINGENCIAMENTOS => descompassos entre Receitas Autorizadas e Liquidadas 5. SUBSÍDIOS AO SETOR PRIVADO => Renúncia ncia fiscal ex: deduções no IR de gastos com saúde (em 2003, R$ 2,8 bilhões) 6. PERSPECTIVAS: REFORMA TRIBUTÁRIA RIA > Como ficará o Orçamento da Seguridade Social?
17 PRINCIPAIS COMPONENTES DA REFORMA TRIBUTÁRIA RIA PROPOSTA PELO GOV.FEDERAL 1. Extinguem-se as contribuições tributárias rias à seguridade social (COFINS,( Contribuição sobre o Lucro Líquido L e PIS-PASEP PASEP), em adição à CPMF, já extinta. 2. Desonera-se se a contribuição patronal sobre Folha de Salário em 6%. 3. Cria-se o Imposto Sobre Valor Adicionado federal e estadual - que incidiria sobre bens e serviços, em substituição a essas contribuições. (que, por enquanto, está fora do OSS).
18 PROPOSTA PARA O OSS PEC 233/2008 Criar uma nova vinculação tributária ria destinada à Seguridade Social: apenas 38.8% de uma nova base fiscal (equivalente ao valor atual da COFINS e da CSLL), acrescida de uma outra destinação também m explicitada para o financiamento do seguro desemprego. É URGENTE garantir as bases sólidas s e estáveis para o Orçamento da Seguridade Social!
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